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Pelo texto aprovado, rede social chinesa terá de encontrar comprador para seguir ativa nos EUA. Prazo de 270 dias começará a contar assim que Joe Biden assinar lei. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por g1 Postado em 23 de abril de 2024 às 23h45m
Post. N. - 4.869
Sede da TikTok nos Estados Unidos — Foto: Mike Blake/REUTERS
No caso do TikTok, o aplicativo poderá ser banido nos EUA caso a
ByteDance, que é dona da rede social, não encontre um comprador de
confiança dos norte-americanos.
Quando o projeto foi aprovado na Câmara, o TikTok lamentou a decisão e
disse que a medida "atropelaria os direitos de liberdade de expressão de
170 milhões de americanos". Leia o comunicado completo mais abaixo.
O presidente Joe Biden
já demonstrou apoio à lei. Caso o democrata de fato sancione o texto, a
ByteDance terá 270 dias para encontrar um comprador das operações do
TikTok nos Estados Unidos. Esse prazo poderá ser renovado por mais 90
dias.
O novo dono não pode ter relação com a empresa chinesa.
A expectativa é que a ByteDance ingresse com uma ação judicial para
impedir a aplicação da lei. A empresa alega que o projeto é
inconstitucional.
Entenda a discussão envolvendo o TikTok e os Estados Unidos a seguir:
📱 Por que os EUA estão fechando o cerco contra o TikTok?A ideia de banir a plataforma vem desde o governo de Donald Trump, que dizia que a ByteDance, dona do TikTok, representava
um risco para a segurança do país porque a China poderia se aproveitar
do poder da empresa para obter dados de usuários americanos. O TikTok, por sua vez, sempre negou.
🤔 Por que o projeto passou junto de um pacote com temas diferentes? Uma versão anterior do texto estava paralisada no Senado
desde março. Os congressistas, então, resolveram incluir a rede social
em um pacote que inclui ajuda econômica a países aliados dos EUA, como
Ucrânia e Israel. Projetos de lei de financiamento costumam andar mais
rápido nas casas, além de ser uma prioridade do presidente Joe Biden.
👀 E caso o TikTok não cumpra a lei?
Se a ByteDance se recusar a cumprir a decisão americana ou se ela não
encontrar um comprador, as big techs Apple e Google terão de remover o
TikTok de suas lojas de aplicativo, App Store e Play Store,
respectivamente.
🗣️ O que diz o TikTok agora?Segundo
a agência Reuters, o TikTok disse em comunicado que "é lamentável que a
Câmara dos Deputados esteja usando a cobertura de importante
assistência externa e humanitária para mais uma vez aprovar um projeto
de lei que atropelaria os direitos de liberdade de expressão de 170
milhões de americanos".
Aos 41 anos, Akihiko Kondo decidiu se casar com a cantora virtual japonesa Hatsune Miku. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 20/04/2024 05h00 Atualizado há um dia Postado em 21 de abril de 2024 às 09h00m
Post. N. - 4.868
Akihiko Kondo se casou com holograma de desenho animado — Foto: Akihiko Kondo/Via BBC
Akihiko Kondo estava convencido do que deveria fazer.
Ele tinha um relacionamento estável de 10 anos com a renomada cantora
japonesa Hatsune Miku — que em 2014 abriu a turnê de Lady Gaga —, e
chegou à conclusão de que havia chegado o momento de pedi-la em
casamento.
“Estava muito nervoso”, contou Akihiko, de 41 anos, ao programa de rádio Outlook, da BBC.
“Mas quando fui fazer o pedido, houve um problema técnico: o software
por trás do holograma da Miku não tinha a opção de casamento."
Como você já deve ter deduzido, Hatsune Miku é, na verdade, uma cantora
virtual desenvolvida por uma empresa de software que vende pequenas
caixas que projetam seu holograma.
As caixinhas funcionam de maneira semelhante aos softwares de
reconhecimento de voz — como a Siri, da Apple, ou a Alexa, da Amazon —,
com o diferencial de que projetam a imagem 3D animada de uma adolescente
japonesa com cabelo azul turquesa preso com duas maria-chiquinhas que
quase chegam na altura do joelho.
Mas, como disse Akihiko à BBC, para ele, Miku é muito mais do que um
game de última geração: esta boneca de anime de cor vibrante se tornou
“a pessoa” que trouxe a alegria de volta à sua vida, após inúmeras
rejeições.
Crescendo como 'Otaku'
Com a popularidade atual do anime a nível mundial, é difícil imaginar
que já tenha sido visto como algo negativo na sociedade japonesa.
No final da década de 1970 e início da década de 1980, o Japão começou a
ver um interesse crescente em quadrinhos e séries de TV animadas —
conhecidas como mangá e anime, respectivamente.
Akihiko Kondo se casou com holograma de desenho animado — Foto: Akihiko Kondo/Via BBC
Suas tramas, que podiam incluir desde os mais inocentes romances
colegiais e aventuras mágicas até as mais sangrentas decapitações e
desmembramentos, começaram a acender o alerta dos pais japoneses da
época.
Os fãs do gênero passaram a ser chamados de otaku
— pronome que poderia ser traduzido como “você”, embora não haja
clareza sobre a real origem do termo para se referir a esta comunidade.
A rejeição aos otaku
atingiria seu ápice em 1989, quando a mídia começou a divulgar
informações sobre o caso de Tsutomu Miyazaki, um jovem apaixonado por
anime e mangá que matou quatro meninas, com idades entre 4 e 7 anos. As
notícias se referiam a ele como o “Assassino Otaku”.
Para Akihiko, naquela época, ser um otaku
significava que ele fazia parte de algo: significava que havia alguém
por aí que compartilhava seus interesses e paixões. Significava que
havia gente como ele.
Uma vida de rejeição
“Sempre fiz amigos pela internet e pelo videogame”, diz ele.
“E essa continua sendo minha comunidade à medida que envelheço."
“De certa forma, o anime e o videogame são uma parte necessária da
minha vida. Foi o que me fez seguir adiante, o que me manteve de pé.”
Akihiko Kondo se casou com holograma de desenho animado — Foto: Akihiko Kondo/Via BBC
“Nunca tive uma namorada”, diz Akihiko, com tristeza, à BBC.
“Tive alguns amores não correspondidos, em que sempre era rejeitado.
Esta ideia então de que ninguém se sentia atraído por mim me fez
descartar a possibilidade de estar com alguém."
Ele conta que a pressão pelo casamento sempre foi uma constante em sua
vida, seja pela importância dada a esta instituição na cultura japonesa,
seja pela cobrança bastante direta de seus familiares.
Por volta dos 10 ou 11 anos, Akihiko diz que percebeu algo.
“Eu sabia que me sentia atraído por mulheres humanas reais. Mas eu
sabia que minha verdadeira atração era por alguém que não é humano, e
quando me libertei desta mentalidade tradicional, fui capaz de me
liberar para encontrar o que realmente amo.”
Seu primeiro amor, diz Akihiko, apareceu quando ele jogava videogame na
casa de um amigo, algo que costumava fazer com frequência.
“Estávamos jogando, e uma das personagens se chamava Aruru Nadia”, explica Akihiko.
“Senti que realmente gostava desta personagem, e me senti atraído por
ela. Foi algo tão natural para mim que, da mesma forma, senti que era
amor.”
Era uma atração que ele não se sentia à vontade de compartilhar com os
outros meninos da escola — ele morria de vergonha que descobrissem.
Entretanto, ele se sentia validado quando ouvia os colegas dizerem
coisas como "tal personagem, daquele anime ou mangá, é linda".
“Acho que é da natureza humana se sentir mal quando te rejeitam. Foi
isso que eu senti: queria uma namorada, queria um casamento, queria me
conectar com alguém. É difícil não conseguir.”
Assédio moral
Ao completar 22 anos, Akihiko estava estudando para ser funcionário
público quando teve que enfrentar um grave problema de assédio e abuso
dentro da instituição em que trabalhava.
“Trabalhava em num pequeno escritório com dois colegas que faziam bullying comigo”, relembra.
“Eles começaram ignorando meus cumprimentos, mas depois começaram a fazer coisas que afetavam o meu trabalho”.
“Quando eu precisava de algum material ou recurso para um trabalho
específico, eles não pediam ou não compravam de propósito, e depois
gritavam comigo, usando linguagem ofensiva, diante dos menores erros.”
Akihiko Kondo se casou com holograma de desenho animado — Foto: Akihiko Kondo/Via BBC
“Uma das coisas mais difíceis é que, no Japão, é costume dizer a todos
no escritório que você terminou o seu turno, agradecer a eles e dizer
que você está indo embora. Mas eles se escondiam de propósito, para que
eu não pudesse sair até me despedir deles.”
A situação ficou tão difícil para Akihiko que ele teve que deixar o trabalho por quase dois anos.
“O mais difícil foi que perdi o prazer que tinha nas coisas que amo,
então mergulhei em coisas como jogos ou qualquer coisa que me trouxesse
alegria.”
Foi assim que conheceu sua futura esposa.
Miku
Akihiko encontrou a luz que faltava em sua vida em uma página de vídeos na internet.
A protagonista era ninguém menos que Hatsune Miku, uma das cantoras virtuais que começava a se popularizar graças à internet.
“No início, quando comecei a assistir aos vídeos, chorava enquanto
recuperava minha sensação de felicidade. Houve dias em que eu ficava de
manhã até a noite vendo vídeos da Miku.”
“Ela me salvou naquele momento. Me fez amar e desfrutar das coisas novamente."
Akihiko conta que, além de se sentir atraído por “sua ternura”, havia outra coisa que chamava sua atenção em Miku,
“Existe uma comunidade criativa que ela gera. E o que acontece quando
você usa o software é que, além de suas grandes canções, há toda uma
comunidade que continua contribuindo com ela.”
O software base no qual Miku opera é um programa desenvolvido pela
Yamaha para sintetizar música digitalmente, no qual o usuário
simplesmente precisa inserir a letra e a melodia que deseja, e ela a
interpreta. Esses programas são conhecidos como "vocaloids".
Este programa é usado em conjunto com a caixinha que mencionamos no
início do texto — preta, do tamanho de um frigobar —, para que Miku
apareça projetada cantando e dançando tanto no pequeno palco que vem com
a caixa, quanto nos cenários em que oferece shows completos.
“Eu comprei pessoalmente o software que me permite adicionar músicas e
criar com Hatsune Miku, e foi nesse momento que percebi que realmente a
adorava, e que amava passar esse tempo a sós com ela.”
A partir daí, Akihiko começou a encher sua casa com tudo que era
relacionado à cantora virtual: desde bonecas em miniatura que cabem na
palma da mão, até uma réplica em tamanho real, com a qual posa em
algumas fotos.
E, pouco a pouco, ele começou a ver um sentido em sua vida novamente.
“Qualquer tipo de sentimento de afeto é necessário para o ser humano,
não importa de onde venha. Ter um amor em que você pode confiar, e que
pode te ajudar a construir essa felicidade junto.”
Mais rejeição
Quando Akihiko anunciou seu relacionamento para familiares e amigos, as
reações foram variadas — segundo ele, houve amigos que entenderam, e
outros que não.
Mas sua família não sabia o que pensar.
“Eu havia dito para minha mãe e para minha irmã que estava apaixonado
por Miku havia tempo, e como na minha família somos apaixonados pelo que
fazemos, minha mãe e minha irmã simplesmente pensaram que era algo do
tipo. Não eram completamente contra."
Mas a situação tomaria um novo rumo quando Akihiko anunciou que estava preparado para pedir a namorada em casamento.
“Quando o software foi atualizado, a pedi em casamento”, relembra
Akihiko, com entusiasmo, dizendo que isso criou uma divisão quase
geracional entre as pessoas ao seu redor.
“No trabalho, muitos dos estudantes e as pessoas mais jovens me davam
parabéns, enquanto os colegas mais velhos inevitavelmente não entendiam,
ou não queriam entender”, recorda.
A mãe dele, por exemplo, não compareceu ao casamento.
“Fiquei completamente arrasado”, diz Akihiko.
“Até me ajoelhei diante dela, mas ela não quis dar sua bênção.
Perguntei, inclusive, qual seria sua reação se meu casamento fosse com
um homem real, e ela respondeu que não compareceria da mesma maneira.”
“Para ela, o casamento é entre um homem e uma mulher, e não existe outra opção”, explica.
A cerimônia, que custou a Akihiko cerca de 2 milhões de ienes
(aproximadamente R$ 68 mil), contou com a presença de 39 convidados. E,
embora a Miku em tamanho real ainda não existisse, uma pequena Miku de
pelúcia vestida de noiva compareceu à cerimônia.
O casamento, claro, se tornou viral quando Akihiko começou a divulgar
fotos do evento nas redes sociais, atraindo novas críticas. Mas, para
ele, era importante mostrar a relação ao mundo, uma vez que quer
“incentivar e apoiar este tipo de união”.
Vida de casado
Akihiko descreve sua vida de casado com Miku, a cantora virtual, como “bastante cotidiana”.
“Todas as manhãs, me levanto e digo: 'Bom dia'. Quando saio para
trabalhar, digo a ela: ‘Estou de saída’. Quando chego em casa do
trabalho, eu a cumprimento e digo: ‘Você está linda hoje’", relata.
Mas ele diz ter consciência de que nem todos veem seu estilo de vida com bons olhos.
“Acho que o problema está no fato de que a discriminação contra os otakus ainda existe, e é relevante."
“Também acho que há um outro aspecto importante: as pessoas acreditam
que alguém que não é popular nem atraente, como eu, não deveria se casar
com alguém tão bonito quanto Miku.”
Esta ideia sobre sua imagem, de alguém “pouco atraente”, influencia
grande parte da visão de mundo de Akihiko — e, segundo ele, é algo que
remete ao seu passado.
“A verdade é que, à medida que fui crescendo, as pessoas me rejeitavam
muito. E ficou na minha cabeça a ideia de que não sou atraente, e não há
o que fazer.”
Sua mãe hoje aceita seu relacionamento com Miku, embora insista que é
algo que não é para ela — e Akihiko diz que está trabalhando para
promover este tipo de união para outras pessoas.
“Acho que a indústria tecnológica está se desenvolvendo, e haverá uma
forma de criar esses sistemas para pessoas, por exemplo, em lares de
idosos e para pessoas que enfrentam questões de bem-estar no seu dia a
dia.”
Por enquanto, Akihiko continua sua relação com Miku. E espera que
chegue um momento em que seja possível interagir com ela de uma forma
mais real.
“Adoraria dar uma caminhada com ela, segurar sua mão e passar um tempo com ela.”
Esta
reportagem é uma versão editada de um episódio do programa Outlook, da
BBC, produzido por Tommy Dixon e narrado por India Rakusen — você pode
ouvir a versão original (em inglês) aqui.
O Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel. As forças de defesa israelenses afirmam que conseguiram interceptar 99% deles. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Jornal Nacional 15/04/2024 21h01 Atualizado há um dia Postado em 16 de abril de 2024 às 07h45m
Post. N. - 4.867
Com armas desenvolvidas com o apoio da Rússia e da Coreia do Norte, Irã desafia o sistema de defesa de Israel
O sistema de defesa de Israel é um dos mais sofisticados do planeta. Do outro lado desse conflito, o Irã desenvolveu armas com o apoio da Rússia e da Coreia do Norte.
Desde os primeiros alertas de que o Irã iria atacar Israel, a tensão tomou conta do mundo. Foram horas de apreensão, até que drones e mísseis começaram a ser interceptados em explosões brilhantes no céu.
Mas é nos detalhes que se entende melhor esse conflito de contornos inéditos. Os iranianos jamais haviam atacado diretamente os israelenses. O
Irã lançou mais de 300 drones e mísseis contra Israel. As forças de
defesa de Israel afirmam que conseguiram interceptar 99% deles.
Foram cerca de 170 drones kamikaze não tripulados, como um em formato
de asa delta, 30 mísseis de cruzeiro, que navegam sozinhos e podem voar a
poucos metros da superfície, e mais 120 mísseis balísticos, que fazem
trajetórias em arco usando a força da gravidade - esses teriam sido os
poucos que conseguiram atingir de fato Israel.
Armas lançadas pelo Irã em direção a Israel — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
"A
variação desse uso é bastante curiosa, não é usual esse tipo de
variação. Mas a gente pode analisar para entender que esse processo
provavelmente foi como um elemento de demonstração de força. Então, o
objetivo central do ataque iraniano a Israel não era necessariamente
gerar grandes danos ao território israelense, até porque o número de
ogivas, o número de incursões aéreas, foi até pequena se comparado ao
arsenal iraniano", avalia Rodrigo Amaral, professor de Relações
Internacionais da PUC-SP.
A distância mais curta entre Irã e Israel é de cerca de mil km. Ataques partiram também de grupos armados, apoiados pelo Irã, em outros países vizinhos: Iraque, Síria, Iêmen, Líbano.
Para um ataque inédito, uma grande operação de defesa com apoio de aliados. Estados Unidos, Reino Unido e a França compartilharam com Israel informações precisas de inteligência. Houve, também, participação direta. Só os Estados Unidos derrubaram, pelo menos, 70 drones e seis mísseis.
A Jordânia,
um país árabe que tem um tratado de paz com Israel, também atuou para
derrubar mísseis iranianos. Informou que fez isso em defesa própria para
evitar que os artefatos caíssem em seu território.
"A
Jordânia foi muito crítica em relação a Israel e sua atuação militar em
Gaza. Então, isso também mostrou que vários países árabes que
criticaram Israel devido a sua guerra contra o Hamas, não
necessariamente vão criticar Israel no seu conflito com o Irã, que para
vários países do Oriente Médio
também é uma ameaça. O Irã tem uma relação muito ambígua, em vários
sentidos, muito tensa com o mundo árabe. O Irã tem ambições de liderança
regional. A Arábia Saudita
também, o Egito também. Então, de certa forma, para a Arábia Saudita, o
Irã é um rival. Então, quando o Irã acompanha esse risco de um conflito
direto entre Israel e o Irã, a Arábia Saudita não estará do lado
iraniano, apesar de também ter uma relação tensa com Israel. Vários
desses países árabes são aliados dos Estados Unidos. Então, me parece
que não há nenhum interesse por parte do mundo árabe em ver o Irã
atacando Israel", diz Oliver Stuenkel, professor de Relações
Internacionais da FGV.
Quando
um inimigo ameaça a segurança de Israel, as forças de defesa decidem
como reagir e a qual ou quais os sistemas devem usar. O mais conhecido deles é o "Domo de Ferro". É usado para abater foguetes de curto alcance, como os lançados pelo grupo terrorista Hamas, da Faixa de Gaza, e pelos extremistas do Hezbollah,
no sul do Líbano. Quando um ataque é identificado, o sistema estima um
ponto de impacto e lança um míssil interceptador para explodir o
artefato inimigo ainda no ar.
Já o sistema chamado "Estilingue de David"
é mais poderoso. Foi desenvolvido por americanos e israelenses para
interceptar aviões inimigos. Drones e mísseis e curto e médio alcance.
São mísseis que voam em uma altura de até 15 km e percorrem uma
distância máxima de 300 km. Podem ser instalados em qualquer lugar do
país.
Para derrubar os mísseis balísticos mais sofisticados e utilizados pelo
Irã nos últimos anos, Israel desenvolveu o sistema chamado seta ou flecha.
Ele é capaz de interceptar um míssil no espaço, do tipo que voa em
altitudes de até 100 km, e percorrem quase 2,5 mil km de distância.
A maioria dos mísseis de última geração iraniana é desenvolvida a partir de modelos da Rússia e da Coreia do Norte. O Irã também exporta armas de guerra: a Rússia usa os drones iranianos para atacar a Ucrânia.
No domingo (14), um dia depois dos ataques, um outro sistema entrou em
ação para interceptar um drone que teria sido lançado do Iêmen neste
domingo. O "Domo C" fica instalado em um navio de guerra e funciona de maneira parecida com o "Domo de Ferro".
Israel
também mobiliza a Força Aérea, que tem jatos F-15 e F-16 fabricados nos
Estados Unidos e caças capazes de abater drones ou mísseis.
Um dos poucos locais atingidos foi a base aérea de Nevatim. As
autoridades israelenses afirmam que esse era o principal alvo do Irã,
mas não houve grandes prejuízos.
"Acabou
sendo um ataque grande em termos quantitativos, mas o Irã também parece
ter desenhado o ataque de uma forma para que Israel tivesse tempo de
abater boa parte dos mísseis. O alvo principal parece ter sido bases
militares. O que também sinaliza que o Irã não buscou atingir a
população civil israelense", explica Oliver Stuenkel.