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domingo, 12 de janeiro de 2025

Projeto do criador do ChatGPT já escaneou a íris de 115 mil brasileiros em menos de um mês

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Empresa responsável, que iniciou suas operações no Brasil em novembro de 2024, usa o escaneamento de íris com a promessa de criar um passaporte digital, distinguir humanos de robôs e prevenir fraudes on-line.
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Por Darlan Helder, g1

0Postado em 12 de Janeiro de 2.025 às 09h00m

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Dispositivo usado para criar 'passaporte digital' da Worldcoin — Foto: Darlan Helder/g1
Dispositivo usado para criar 'passaporte digital' da Worldcoin — Foto: Darlan Helder/g1

A World, projeto cocriado por Sam Altman, CEO da OpenAI, já escaneou a íris de 115 mil brasileiros desde o início de suas operações no país, em 13 de novembro de 2024. Os dados foram confirmados pela própria World ao g1, nesta quarta-feira (11).

Ainda segundo a companhia, 519 mil brasileiros possuem conta no World App, um aplicativo que permite realizar transações com a criptomoeda da World. Essa moeda digital é oferecida aos usuários que realizam o escaneamento da íris (entenda o que é o projeto).

As coletas estão sendo realizadas em 20 locais distribuídos pela cidade de São Paulo. Não há custo para os interessados, segundo a empresa.

Na última segunda-feira (9), o g1 registrou uma dessas lojas no Shopping Boulevard Tatuapé, localizado na Zona Leste da capital paulista (veja na imagem abaixo).

Loja da World no Shopping Boulevard Tatuapé, em São Paulo — Foto: Darlan Helder/g1
Loja da World no Shopping Boulevard Tatuapé, em São Paulo — Foto: Darlan Helder/g1

O projeto é considerado polêmico por especialistas, especialmente por não detalhar quais informações são coletadas.

Em entrevista ao g1, Rafael Zanatta, diretor do Data Privacy Brasil, defende que a Tools for Humanity, empresa colaboradora do protocolo World no Brasil, crie um Conselho Consultivo Civil, formado por pessoas com formação em direitos humanos, para prestação de contas sobre garantia dos direitos de privacidade e proteção de dados pessoais.

"É importante que a empresa também tenha condições de prestar contas à humanidade, de forma democrática, e não só ofereça serviços e tecnologias para diferenciar robôs de humanos", completou Zanatta.

No segundo semestre do ano passado, a Word chegou a disponibilizar três locais de atendimento em São Paulo. Naquele período, a empresa disse que a operação era apenas um teste e que os "serviços não tinham a previsão de serem permanentes no momento".

Um dia antes do início da operação oficial, em novembro de 2024, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou um processo de fiscalização contra a empresa.

Em nota enviada ao g1, a ANPD, que é vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que a Tools for Humanity entregou, no fim de novembro, informações referentes a suas práticas de tratamento de dados pessoais.

"No momento, a fiscalização [da ANPD] está avaliando a documentação apresentada pela empresa", acrescenta a nota.

Além do Brasil, a Word também atua nos Estados Unidos, no México e na Alemanha. A empresa informou que o escaneamento está temporariamente pausado na Espanha e em Portugal "por iniciativa própria do projeto".

Empresa quer escanear a íris de toda a população mundial para coletar dados

O projeto tem como objetivo auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial. Entre os potenciais usos da inovação está a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais, por exemplo.

Ele também pode substituir o Captcha (veja na imagem abaixo), uma ferramenta de segurança usada por vários sites para certificar que quem está acessando é um humano e não um robô.

A World afirma que, hoje, uma inteligência artificial já é capaz de enganar essa checagem.

Por enquanto, não há custo para quem optar pelo registro, e a pessoa pode receber 25 tokens da Worldcoin, uma moeda digital semelhante ao Bitcoin. Na conversão para o real, esse valor equivale a aproximadamente R$ 470.

Teste do reCAPTCHA pode ser validado automaticamente em certas circunstâncias — Foto: Reprodução

A estrutura da World tem três frentes:

  • 👁️ World ID, como é chamado o passaporte digital que transforma o registro da íris em uma sequência numérica;
  • 🪙 Token Worldcoin (WLD), a criptomoeda que será distribuída como recompensa para todos os inscritos;
  • 📱World App, o aplicativo que permite fazer transações com a criptomoeda.
Como funciona a coleta
Câmera Orb, da Word, que escaneia a íris — Foto: Darlan Helder/g1
Câmera Orb, da Word, que escaneia a íris — Foto: Darlan Helder/g1

A "foto" da irís da pessoa é tirada com a câmera Orb (veja na imagem acima) e é usada para criar um código numérico para identificar cada usuário e, de acordo com a World, é apagada logo em seguida.

Segundo a organização, os usuários não precisam compartilhar nome, número de telefone, e-mail e endereço. O sistema é mais seguro que o reconhecimento facial, diz Rodrigo Tozzi, gerente de operações da Tools for Humanity, parceira da World. Veja como é feita a coleta:

  1. primeiro, os interessados devem baixar um aplicativo, chamado World App;
  2. em seguida, é preciso agendar um horário em um dos locais de verificação;
  3. depois, a pessoa deve ir presencialmente até este local para que a câmera Orb capture uma imagem de alta resolução da íris;
  4. após o registro, a "foto" é criptografada de ponta-a-ponta, enviada ao celular da pessoa e deletada da Orb, segundo a organização.

As ambições da empresa vão além e ela afirma que governos ao redor do mundo podem utilizar sua tecnologia em "processos democráticos globais". A iniciativa também defende que sua ferramenta pode abrir caminho para a criação de uma renda básica universal.

Projeto gera polêmica

Ponto de escaneamento de íris criado pela Worldcoin na Índia, em foto de 25 de julho de 2023 — Foto: Reuters/Medha Singh
Ponto de escaneamento de íris criado pela Worldcoin na Índia, em foto de 25 de julho de 2023 — Foto: Reuters/Medha Singh

Apesar de não precisar manter imagens da íris de usuários, a World vem sendo criticada pela falta de detalhes sobre como vai tratar outras informações que coleta. Isso porque a sequência numérica gerada a partir da foto funciona como um dado biométrico, que é considerado sensível.

"Mesmo que a imagem do teu olho tenha ido embora, o identificador único permanece. Existe uma intenção de reutilizar esse sistema e ganhar dinheiro em cima dele fazendo autenticações", afirmou Rafael Zanatta, diretor do Data Privacy Brasil, em entrevista ao g1 em agosto de 2023.

A World levanta questões sobre até que ponto uma organização independente pode coletar qualquer tipo de código genético de pessoas, analisou Nina da Hora, do Instituto da Hora, também no ano passado.

"É extremamente delicada a afirmação de que precisam invadir a privacidade das pessoas para protegê-las", disse.

De acordo com Rodrigo Tozzi, gerente de operações da Tools for Humanity, parceira da World, a empresa conversa e trabalha com órgãos regulares em cada país em que atua. No Brasil, ele afirma que vem tratando do assunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Um dia antes do lançamento no Brasil, a equipe de fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) se reuniu com representantes da World para esclarecer dúvidas sobre o projeto e entregar o documento que formaliza o pedido de explicações adicionais.

Procurada pelo g1 no mesmo dia, a World afirmou estar à disposição das autoridades reguladoras dos países em que atua para esclarecer seu projeto. A empresa também afirmou que busca cumprir todas as leis e regulamentações relacionadas ao processamento de dados pessoais nos mercados em que opera.

Em um posicionamento enviado nesta quarta (11), a Word defendeu a segurança do projeto e disse que "os códigos de íris são fracionados por meio de criptografia avançada, conhecida como Computação Multi-partidária Anonimizada (AMPC). Esses fragmentos são armazenados em nós computacionais operados por universidades e terceiros confiáveis".

"Os fragmentos criptografados não revelam nada sobre o indivíduo nem podem ser efetivamente vinculados de volta a ele. A World assegura a efetiva anonimização dos dados", completou.

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'Gêmeo digital': IA pode replicar personalidades humanas com 85% de precisão

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Estudo do Google DeepMind e da Universidade de Stanford, nos EUA, criou duplicata digital após conversas de duas horas com voluntários; confira.
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TOPO
Por Deutsche Welle

Postado em 12 de Janeiro de 2.025 às 07h00m

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Inteligência artificial preocupa professores: oportunidade para educar ou deseducar? — Foto: Pexels
Inteligência artificial preocupa professores: oportunidade para educar ou deseducar? — Foto: Pexels

Seria a inteligência artificial capaz de pensar exatamente como você? Estudo do Google DeepMind e da Universidade de Stanford cria "gêmeos digitais" após conversas de apenas duas horas com voluntários.

A ciência de criar sua própria duplicata digital parece ter alcançado um novo patamar.

Pesquisadores da empresa de inteligência artificial (IA) Google e da Universidade de Stanford conseguiram replicar a personalidade de mais de mil pessoas com uma precisão surpreendente de 85%, utilizando apenas duas horas de conversa com cada participante.

No estudo liderado pelo estudante de doutorado de Stanford Joon Sung Park, que envolveu 1.052 pessoas de diversos perfis demográficos nos Estados Unidos, os participantes foram entrevistados por meio de um sistema de inteligência artificial projetado para "incorporar" as atitudes e a personalidade de cada indivíduo.

Segundo o jornal científico MIT Technology Review, cada voluntário recebeu até 100 dólares (R$ 605) para participar da entrevista, na qual uma voz amigável os guiou por temas que vão desde a infância até suas opiniões sobre política.

A chave do sucesso do estudo, descrito em artigo publicado em 15 de novembro no banco de dados arXiv, está na metodologia.

Em vez de utilizar questionários simples ou dados demográficos, os investigadores optaram por entrevistas qualitativas que lhes permitiram captar nuances pessoais únicas.

"Podemos criar um agente de uma pessoa – uma réplica de IA – que capture muitas de suas complexidades e naturezas idiossincráticas", disse Joon Sung Park à revista científica New Scientist.

Para verificar a precisão das réplicas digitais, os pesquisadores submeteram tanto os participantes como suas duplicatas virtuais a uma série de testes duas semanas depois.

Um detalhe revelador surgiu quando os humanos repetiram os mesmos testes: eles somente acertaram suas próprias respostas originais 81% das vezes, o que mostra que as pessoas variam suas respostas ao longo do tempo.

Por sua vez, tendo em conta essa variabilidade natural, os agentes de IA alcançaram uma precisão efetiva de 85% e, o que é ainda mais significativo, superaram em 14 pontos percentuais os modelos tradicionais de previsão demográfica até agora utilizados.

Park contou ao MIT Technology Review que chegou a essa metodologia de entrevista após sua própria experiência em podcasts. "Depois de uma entrevista de duas horas, pensei que agora as pessoas sabem muito sobre mim", explicou.

Laboratório virtual para ciências sociais

O principal objetivo dessa tecnologia não é criar duplicatas digitais por diversão, mas sim, facilitar a pesquisa em ciências sociais.

Os pesquisadores propõem a utilização desses agentes para avaliar políticas públicas, estudar respostas a novos produtos ou analisar reações a eventos sociais significativos, que seriam demasiadamente caros ou eticamente complexos para serem estudados com pessoas reais.

O estudo, porém, também reconhece algumas limitações importantes.

Os agentes de IA apresentaram precisão menor em situações que exigem tomadas de decisões econômicas ou que envolviam dinâmicas sociais complexas.

Além disso, os investigadores foram claros sobre os riscos potenciais dessas tecnologias, particularmente no que diz respeito ao seu potencial uso indevido para manipular ou se se passar por outras pessoas online.

De modo a proteger os participantes, a equipe estabeleceu algumas salvaguardas éticas.

Park explicou à New Scientist que qualquer participante pode remover seus dados do estudo ou restringir o acesso ao seu "gêmeo digital", sendo que a utilização destes agentes é estritamente limitada para fins acadêmicos.

Embora ainda estejamos longe da adoção generalizada dessas tecnologias, empresas como a Tavus já realizam experiências com gêmeos digitais que requerem menos dados para replicar personalidades.

O CEO da Tavus, Hassaan Raza, afirmou ao MIT Technology Review que a pesquisa abre caminho para métodos mais eficientes, como entrevistas curtas, para treinar modelos personalizados.

Em última análise, esta investigação representa um avanço significativo na compreensão do comportamento humano, mas também sublinha a necessidade de equilibrar a inovação com a responsabilidade ética.

Embora a IA consiga replicar aspectos fundamentais da nossa personalidade, a riqueza e a complexidade da experiência humana continuam a ser um grande desafio para a tecnologia.

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