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quinta-feira, 7 de março de 2013
Centro-Oeste concentra heavy users de redes sociais
Don Peppers: Relacionamento com o cliente precisa mudar de foco
"Maior especialista do mundo em relacionamento, afirma que as empresas precisam usar o conhecimento sobre os clientes para melhorar serviços e não forçar vendas."
*\\||//* Por Bruno Mello e Ana Paula Hinz || 07/03/2013
Don Peppers - Acredito que a principal mudança é a maior interação entre as pessoas. As novas tecnologias permitem que os consumidores troquem informações em uma quantidade, velocidade e frequência muito maior. O resultado disso é que eles têm muito mais poder sobre os negócios e sobre os profissionais de Marketing do que costumavam ter. É muito difícil manter segredos dos consumidores. Se uma pessoa sabe de algo hoje, amanhã qualquer pessoa do mundo pode saber também.
Mundo do Marketing - O que isso implica nas ações das empresas?
Don Peppers
Don Peppers - O que veremos é um crescimento no número de empresas, pelo menos nos países desenvolvidos, usando a honestidade como principal ferramenta de competitividade. Se a companhia diz aos consumidores que eles podem confiar nela, que ela está realmente interessada em prezar pelos seus interesses e consegue provar isso, então ela terá uma poderosa vantagem nas mãos.
Mundo do Marketing - O mundo digital mudou a maneira como as pessoas se relacionam entre elas e com as empresas. Quais transformações podemos esperar para um futuro próximo?
Don Peppers - A quantidade de informações que chega às pessoas é tão grande que o mais importante para elas será a confiança. A cada 15 anos, os computadores ficam 100% mais poderosos e as pessoas interagem 100% mais. E quanto mais dados as pessoas recebem, mais elas precisam confiar em sua origem. Estamos todos mais conectados e eletrônicos, mas estamos valorizando mais aquilo que nos é familiar. Nos próximos anos, veremos um filtro social das informações.
Quando os consumidores forem buscar a avaliação de um produto, por exemplo, eles vão valorizar muito mais o que os amigos deles estão comentando ou então o que os amigos dos amigos deles disseram. Um desconhecido pode não ser confiável e até ser um fake. Então no lugar de estranhos, a opinião dos círculos de amizades é que vai ser realmente importante para ajudar a pessoa a definir o que comprar e de quem comprar. Essas relações vão influenciar a forma como fazemos negócios.
Mundo do Marketing - Será realmente possível manter a lealdade do cliente no futuro se nos dias de hoje já existe uma enorme competição?
Don Peppers - Existem duas formas de se definir a lealdade. Posso definir em termos de atitude do consumidor ou em termos de comportamento. Atitude é quando a pessoa realmente acha que a empresa é a melhor e quer que ela tenha sucesso. Isso tem relação com como a pessoa vê e prefere determinada marca. Já o comportamento é quando temos uma conduta real de compra da marca repetidas vezes. Só que ela pode fazer isso simplesmente porque considera as outras do setor tão ruins quanto.
Então pode acontecer de um consumidor ter uma atitude fiel e comprar uma vez por semana e outra pessoa ter um comportamento fiel e comprar todos os dias. Essas duas formas de se pensar a lealdade são importantes e, na minha visão, o cliente realmente leal é aquele que gosta da empresa de fato e isso o direciona para que compre mais. Em relação ao futuro, acredito que as empresas vão fazer um trabalho melhor de entendimento de quem são seus consumidores e quem são essas pessoas leais à marca. Será possível manter a lealdade. Quando o consumidor revela à companhia algo sobre suas preferências e ela é capaz de usar isso para melhorar o seu serviço, significa que ela é capaz de tê-lo de forma permanente ao seu lado.
Mundo do Marketing - Mas os consumidores não estão mais exigentes? Isso não faz com que eles queiram mudar para o concorrente, caso ele ofereça mais benefícios ou um preço menor?
Don Peppers - É cada vez mais difícil conquistar o consumidor e vai ser sempre assim. O mercado tem essa característica. Mas se a empresa quer realmente receber o consumidor bem e mantê-lo interessado e engajado, então tem que perguntar como ele quer ser tratado. Quanto mais o consumidor ensinar a companhia sobre como servi-lo bem, maior será a lealdade. É pouco conveniente mudar. Não é vantagem para a pessoa ir para o concorrente porque não existe esse conhecimento prévio e essa interação estabelecida.
Acredito que os consumidores fazem esse cálculo, se vale à pena ou não fazer uma transição. Se a pessoa enxergar um grande benefício no concorrente, pode rever seu relacionamento com a empresa atual e se submeter ao transtorno da mudança em busca de um serviço ou uma condição melhor. Mas quando uma organização investe nisso e faz um bom trabalho, o consumidor não tem razões para mudar.
Mundo do Marketing - Houve um tempo em que só se falava sobre a necessidade de se implementar o CRM. Entretanto, o que se viu nos anos seguintes não foi bem o que se propagou. Há alguma mudança neste cenário?
Don Peppers - O número de empresas que instalam o software de CRM tem crescido, mas centenas delas fazem isso com foco em gerar mais vendas e lucro. Elas acabam não conseguindo tirar vantagem do sistema porque tem o objetivo errado. Se, por outro lado, tivessem o intuito de melhorar a entrega ou o tipo de produto, venderiam mais e teriam mais lucro. Mas para isso, as companhias precisam querer entregar valor à vida do seu consumidor. Se esse não é o objetivo primordial, então a empresa vai fracassar. É o que mais acontece.
Mundo do Marketing - É comum que as empresas tenham informações importantes sobre o consumidor, mas não saibam como utilizá-las?
Don Peppers - As informações mais importantes para a companhia são aquelas que podem ser usadas para servir o seu público melhor, mas, infelizmente, muitas não são orientadas para o consumidor e procuram informações como um mecanismo apenas para aumentar as vendas. Isso é olhar a questão pelo víeis errado. É preciso olhar tudo pela perspectiva do consumidor. E quando a companhia faz isso, essa informação pode torna-se valiosa para que outros objetivos, como crescimento, sejam futuramente alcançados.
Mundo do Marketing - Se é tão importante, por que muitas empresas ainda não têm o consumidor como foco dos seus negócios?
Don Peppers - Muitas empresas não são orientadas para o consumidor porque os concorrentes não estão fazendo isso e porque demora algum tempo. É obviamente importante, mas não é tão óbvio que isso traz um retorno financeiro. Em um primeiro momento pode até ser caro, mas se a empresa quer criar uma perpetuação da marca por meio de clientes parceiros, então ser direcionado para o consumidor é essencial.
As companhias têm uma obsessão por resultados a curto prazo e a relação de lealdade do consumidor é construída com o tempo. Mas ela traz resultados. Quando uma marca começa a olhar para isso, as outras do setor a seguem, pois fica mais perceptível o quanto isso é benéfico.
Veja também na série especial de aniversário de 7 anos do Mundo do Marketing: Consumo: mudanças são menores do que se imagina e Tendências e desafios para o varejo.
quarta-feira, 6 de março de 2013
Tendências e desafios para o varejo nos próximos sete anos
"Especialista em varejo, Marcos Gouvêa de Souza, analisa mudanças recentes no comportamento do consumidor e projeta tendências para o mercado nos próximos anos."
*\\||//* Por Luisa Medeiros | 05/03/2013
Marcos Gouvêa de Souza -
Mundo do Marketing - A competição hoje é maior. Isso se deve às consolidações vividas pelo mercado?
Marcos Gouvêa de Souza - Sim. Vemos um mercado com um menor número de empresas, não necessariamente marcas. Quanto mais maduro o mercado, mais consolidado porque no processo de desenvolvimento é normal as empresas se consolidarem para poderem investir mais em tecnologia, recursos humanos, infraestrutura, canais de venda, formato de loja e serviços.
Mundo do Marketing – Os pontos de venda físicos ganharam um novo papel com as lojas conceitos. Isso deve continuar acontecendo?
Marcos Gouvêa de Souza – Existe uma profunda mudança no papel das lojas. Elas deixaram de ser um ponto de venda para se transformarem em ponto de experiência, relacionamento, serviço, atualização, soluções e conveniência. Na medida em que o varejo conhece mais e melhor o consumidor, avança e passa a se envolver na concepção do produto, no desenvolvimento, nos fornecedores, passa a deter marcas próprias e tudo isso é mostrado para o cliente no novo formato de loja. Alguns exemplos são a ação de customização de sandálias que a Havaianas fez e a loja conceito da C&A no Shopping Iguatemi, em São Paulo.
Mundo do Marketing - O comércio eletrônico mudou a questão do varejo nos últimos anos. O que esperar nos próximos anos?
Marcos Gouvêa de Souza - O comércio eletrônico vai continuar influenciando mudanças no ponto de venda físico, inclusive foi ele um dos maiores impulsionadores dos novos modelos de loja. O físico e digital atualmente têm necessariamente que se integrarem. Não para vender produtos pelo e-commerce, que talvez seja a face menos relevante, mas pela grande quantidade de informação, referência de marcas, produtos, lojas e serviços disponíveis pela internet. Tudo que o consumidor buscar na web acaba tocando no PDV.
Mundo do Marketing - O varejo brasileiro tem investido em tecnologia. O que deve acontecer em termos de tecnologia para o varejo nos próximos anos?
Marcos Gouvêa de Souza - A tecnologia promove uma mudança estrutural no varejo. A disponibilidade de ferramentas sempre esteve voltada para otimizar o tempo, controlar perdas, planejar a utilização dos espaços e auxiliar no monitoramento dos hábitos dos clientes. Tudo utilizado em prol do controle, da produtividade e da melhoria do desempenho. Hoje isso muda e todas as ferramentas aparecem sendo utilizadas para promover experiência marcante para o shopper.
Mundo do Marketing - O consumidor mais informado aumentou sua busca por multicanais. Esta é uma tendência daqui pra frente?
Marcos Gouvêa de Souza - Uma das consequências mais diretas do aumento de ofertas de marcas, serviços e canais é a tendência do consumidor para a hiperconveniência. Sendo cada vez mais disputado, mais alternativas ele tem. Isso estimula o cliente a tornar-se senhor de todo o processo e, consciente deste status, acaba incorporando o comportamento mais por menos na busca por produtos, inclusive nos segmentos de luxo.
Mundo do Marketing - Quais são os desafios do varejo para os próximos anos e quais questões ficaram pendentes dos anos anteriores?
Marcos Gouvêa de Souza - Temos desafios de natureza ambiental, tais como tributos, problemas trabalhistas, infraestrutura, ética competitiva e informalidade de uma parcela grande do comércio. Além do aumento do nível de competitividade, para atender ao cliente que quanto mais tem, mais quer e melhor sabe avaliar. Isso incentiva a concorrência e pressiona as empresas. Em outra dimensão, temos os desafios em escala macro: as mudanças sociais que o país viveu, por exemplo, resultaram na entrada de um grande contingente de consumidores no mercado, desafiando o varejo com um padrão de consumo sofisticado. Outro fator é o crescimento do canal digital, que simplifica a entrada de novos players que passam a liderar em poucos anos uma parcela significativa. É o caso da venda de calçados pela internet.
Mundo do Marketing - A abertura de canais pela própria indústria se estabeleceu nos últimos anos. Isso deve continuar?
Marcos Gouvêa de Souza – Esse formato é um subproduto de toda transformação cultural que o varejo vem enfrentando. De um lado, temos a disponibilidade digital que favorece essa ação e de outro, temos o fato de haver uma migração de vantagem competitiva da indústria para o varejo que reconhece como notório o consumidor e usa essa informação para rever suas relações, por exemplo, criando marcas próprias. Os fabricantes têm que criar mecanismos de compensação, como a criação de canais exclusivos, o que é uma realidade global e recai em mais poder na mão do consumidor.
Mundo do Marketing - Quais são as tendências do varejo para os próximos sete anos?
Marcos Gouvêa de Souza - Quanto mais maduro o mercado, maior a parcela de consumidores que migra para buscar serviços em vez de produtos. As pessoas ficam mais maduras e com maior poder aquisitivo, compram menos alimentos e investem em viagens, saúde e cursos. Essa realidade ajuda a redesenhar o varejo que, consciente desta postura, incorpora mais serviços a sua oferta, podendo estar integrado ou não a produtos. Outra tendência é o crescimento do franchising , que contribui para a expansão de lojas e reduz o custo operacional, trazendo para o negócio operadores que cuidam da marca como se fosse sua.
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