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sexta-feira, 21 de junho de 2024

Anatel publica medidas para combater venda online de celulares sem certificação de uso no país

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De acordo com texto publicado pela Anatel nesta sexta-feira (21), empresas que vendem celulares não homologados na internet poderão ser multadas em R$ 200 mil por dia.
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Por Luísa Doyle, Lígia Vieira, TV Globo — Brasília

Postado em 21 de junho de 2024 às 15h30m

Post. N. - 4.904

Pessoa mexendo no celular — Foto: Reprodução/TV Gazeta
Pessoa mexendo no celular — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou, no "Diário Oficial da Uniãodesta sexta-feira (21), uma série de medidas para coibir a venda online de celulares sem certificação de uso no país.

A Anatel decidiu publicar as regras diante do aumento expressivo da venda de aparelhos não homologados, que já são cerca de 25% dos celulares comercializados no país.

No primeiro trimestre deste ano, foram vendidos 8,5 milhões de smartphones legais. E 2,9 milhões não homologados.

De acordo com as regras publicadas pela Anatel nesta sexta, as empresas que vendem celulares em sites ou aplicativos de e-commerce devem:

  • incluir o número do código de homologação do aparelho celular no anúncio de venda
  • verificar se o código corresponde ao da base de dados da Anatel
  • impedir a venda e retirar o cadastro de celulares que não sigam essas regras

A Anatel informou ter um sistema para fiscalizar os anúncios dos aparelhos irregulares. Segundo a agência, a empresa de venda online que não seguir as novas determinações no prazo de 15 dias será multada em R$ 200 mil por dia.

Se o descumprimento persistir, o valor da multa pode chegar a R$ 6 milhões e pode haver o bloqueio da plataforma de venda.

Objetivo é proteger redes e usuários

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, disse que o objetivo das medidas publicadas pela Anatel é proteger as redes de telecomunicação e os usuários.

"Tem diversos objetivos. Um é o de proteger o próprio funcionamento das redes para evitar interferências, pra evitar riscos de segurança cibernética, porque no processo de certificação também são verificadas questões de segurança cibernética", afirmou.

"Há uns anos, vocês vão lembrar que tinha um problema de bateria que explodia, carregador na tomada que dá choque. Então, para proteger o cidadão, para proteger o usuário e a usuária, existe também esses processos de certificação", completou Baigorri.

Origem chinesa

Cerca de 25% dos smartphones vendidos no Brasil não têm homologação da Anatel

A maioria dos aparelhos não certificados pela Anatel tem origem chinesa e entra no país de forma ilegal, sem o devido recolhimento de impostos.

Os preços dos produtos chegam a ser 30% mais baratos do que os de empresas que seguem todas as regras.

Como não passam por testes de segurança, esses celulares oferecem perigos, como:

  • superaquecimento e explosão de bateria devido ao uso de material de baixa qualidade
  • níveis inseguros de radiação de ondas eletromagnéticas
  • possibilidade de instalação de softwares maliciosos com acesso indevido a dado pessoais dos usuários

Além disso, esses aparelhos não oferecem garantia por não terem representante da marca no Brasil.

Já os celulares homologados pela Anatel têm um código de 12 dígitos. Esse selo de certificação garante que o celular está de acordo com as regras e normas de segurança e qualidade da agência.

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quarta-feira, 19 de junho de 2024

Apple vai oferecer curso gratuito de inteligência artificial no Brasil; veja como participar

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Iniciativa faz parte do programa Apple Developer Academy e os alunos aprovados vão aprender como criar e treinar modelos de inteligência artificial do zero, frameworks de IA, entre outros tópicos.
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Por Darlan Helder, g1 — São Paulo

Postado em 19 de junho de 2024 às 07h05m

Post. N. - 4.903

Apple vai oferecer curso gratuito de inteligência artificial no Brasil; veja como participar — Foto: Divulgação/Apple
Apple vai oferecer curso gratuito de inteligência artificial no Brasil; veja como participar — Foto: Divulgação/Apple

A Apple anunciou nesta terça-feira (18) que vai oferecer um curso gratuito de conceitos básicos de inteligência artificial (IA) em seis países, incluindo o Brasil.

As aulas são apenas presenciais e começam no segundo semestre deste ano. A empresa ainda não informou as datas e o número de vagas também não foi divulgado.

A bolsa faz parte do Apple Developer Academy, programa da big tech que oferece cursos e treinamentos sem custo de desenvolvimento, design e empreendedorismo.

Além da Apple, Google, Microsoft e IBM são outras empresas de tecnologia que oferecem certificações gratuitas de IA (veja ao final da reportagem).

O Apple Developer Academy foi criado em 2013 e, naquele ano, a Apple escolheu o Brasil para a estreia. Segundo a empresa, durante esses 10 anos, mais de 3 mil brasileiros entraram no mercado de trabalho atuando em várias áreas da tecnologia.

Vale a pena trabalhar com inteligência artificial? Dá dinheiro? Veja dicas de brasileiros que já estão na área

Os alunos aprovados no curso de IA vão aprender sobre conceitos básicos das tecnologias e frameworks de IA, Core ML e como criar/treinar modelos de inteligência artificial do zero. Eles também poderão estudar programação, além de design, marketing e habilidades profissionais.

"Os estudantes vão aprender com o currículo guiado e tarefas de projetos que incluem a ajuda de mentores e mais de 12 mil ex-alunos da Academy no mundo todo", explica a big tech.

"Com as novas tecnologias e APIs da Apple apresentadas na WWDC 2024, os estudantes também terão um acesso ainda maior às ferramentas que permitem criar projetos e apps excepcionais", completou.

Inscrição

As aulas serão ministradas em instituições de ensino parceiras da Apple no Brasil (veja a lista abaixo). Cada uma delas tem um site dedicado ao programa em que os interessados podem acompanhar a abertura das inscrições.

  • Instituto Eldorado (Campinas/SP)
  • Mackenzie (São Paulo)
  • PUC-RS (Porto Alegre)
  • PUC-PR (Curitiba)
  • Senac (São Paulo)
  • Universidade Católica de Brasília (UCB) (Brasília)
  • PUC-RJ (Rio de Janeiro)
  • Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) (Fortaleza)
  • Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) (Recife)
  • Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (FUCAPI) (Manaus)

A Apple afirma que ex-alunos do Apple Developer Academy também podem participar do processo seletivo. Além do Brasil, o curso estará disponível na Indonésia, Itália, Arábia Saudita, Coreia do Sul e EUA.

Outros cursos de IA gratuitos

  • IBM SkillsBuild: plataforma on-line com curso gratuito para quem desejar aprender o básico de inteligência artificial. Aborda fundamentos da IA, criação de chatbots e tecnologia para robôs cognitivos, entre outros temas.
  • Introdução aos Modelos de Linguagem (LLM) do Google: curso gratuito e em português com apresentação de LLMs e como e onde eles podem ser aplicados. "O curso também aborda as ferramentas do Google que ajudam no desenvolvimento dos apps de IA generativa", explica a empresa.
  • Fundamentos de carreira em IA generativa (Microsoft e LinkedIn): neste curso gratuito, os conteúdos abordam o que é inteligência artificial e IA generativa, ética na era da IA generativa e como aproveitar o Microsoft Copilot no dia a dia.
  • I2A2 - Institut d'Intelligence Artificielle Appliquée: instituto que oferece vários cursos gratuitos de inteligência artificial, com possibilidade de intercâmbio para o Canadá.

LEIA TAMBÉM:

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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Celular Seguro completa seis meses com 56 mil bloqueios; vítimas de roubo relatam dificuldades com programa

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Mais de 2 milhões de pessoas se cadastraram na ferramenta do governo federal para inibir crimes, mas há apenas 1,6 milhão de aparelhos registrados.
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Por Marília Barbosa, Victor Hugo Silva, g1

Postado em 17 de junho de 2024 às 07h00m

Post. N. - 4.902


Celular Seguro já emitiu quase 56 mil alertas de bloqueio

O Celular Seguro, serviço criado pelo governo federal com o objetivo de inibir roubos de smartphones, completa seis meses nesta segunda-feira (18). A ferramenta serve para pedir bloqueios de aparelhos e contas bancárias após ocorrências.

E, desde seu lançamento, registrou 56.403 ocorrências, sendo 43.838 relacionadas a roubos e furtos de aparelhos. As demais são ligadas a perdas ou outras ocorrências, que não são especificadas na plataforma.

No período, 2.068.146 usuários se cadastraram, mas apenas 1.667.963 aparelhos foram registrados no programa, conforme dados atualizados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública até as 18h de sexta-feira (14).

O levantamento também indica que os pedidos de bloqueio no Celular Seguro estão caindo há três meses consecutivos desde fevereiro, quando houve um pico de 10.736 ocorrências.

Disponível para Android, iPhone (iOS) e navegadores, o Celular Seguro foi apresentado como um meio de facilitar alertas sobre crimes e agilizar bloqueios de smartphones e contas bancárias, o que diminuiria o espaço de atuação de criminosos.

Mas o programa nem sempre funciona de forma esperada. Duas vítimas de roubos de celulares relataram ao g1 que tiveram dificuldades quando ele bloqueou um aparelho que não tinha sido roubado ou apresentou falha na seção para registrar a ocorrência (saiba mais abaixo).

Na última terça-feira (11), o Google anunciou um novo método para inibir roubos de celulares Android: o recurso promete bloquear a tela do celular ao identificar que ele foi arrancado de sua mão de forma brusca, mas só começará a ser testado em julho.

Dificuldades com o Celular Seguro

Roberta (nome fictício*) sofreu um sequestro-relâmpago em Belo Horizonte no fim de janeiro, e os criminosos levaram seu celular. Após ser resgatada, e por orientação da polícia, ela emitiu um alerta no Celular Seguro.

Ela tinha dois celulares salvos no programa e, por um erro, ambos foram bloqueados. Os aplicativos de bancos, que estavam no celular que ficava na sua casa cortaram o acesso, e ela precisou ligar para as empresas pedindo o desbloqueio.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública confirmou ao g1 que, neste caso, o contato com cada empresa realmente é necessário, já que o Celular Seguro só funciona como um botão de emergência para alertar uma ocorrência.

"Não é possível, na ferramenta, efetuar o desbloqueio, por razões de segurança do próprio cidadão", explica.

Vinicius Valente não conseguiu mandar o alerta de bloqueio após ser assaltado em 17 de janeiro, em São Paulo. Ele tentou enviar um alerta no site do Celular Seguro, mas encontrou um problema no formulário.

"Quando a gente clica em 'Registrar ocorrência', é pedido para registrar o horário, mas o site não estava permitindo um horário inferior ao atual, e também não adiantou nem colocar um horário posterior ou igual ao do momento", explicou.

Ele relatou que, por isso, não alertou o roubo nas primeiras horas após o assalto, como é o ideal. "Consegui disparar, pelo site, só um dia depois. Então, para mim, não foi efetivo", concluiu.

O Ministério da Justiça disse não ter "evidências de que esse problema enfrentado pelo usuário possa ter sido causado pela aplicação Celular Seguro", mas que abriu uma investigação para o caso.

Boa experiência

Mas há situações em de usuários que não enfrentam problemas para solicitar o bloqueio do aparelho. É o caso de Tayllon Platero, que conseguiu mandar o aviso instantes após ser assaltado em São Paulo, no início do ano.

Ele disse que também foi fácil conseguir desbloquear os aplicativos posteriormente, para instalar em um novo aparelho. "Após o bloqueio pelo Celular Seguro, os bancos mandaram alertas para refazer o acesso, além das operadoras", disse.

Alerta simplificado

O Celular Seguro foi atualizado em abril para facilitar o cadastro, segundo o Ministério da Justiça. Com a mudança, basta informar dados como número, operadora e marca do aparelho para registrá-lo no programa.

Até então, era preciso informar o modelo e o IMEI do aparelho, código que nem todos os usuários conhecem – saiba mais sobre ele aqui.

A atualização também incluiu uma opção para donos dos aparelhos indicaram quais dados serão bloqueados após um alerta: é possível optar somente pelo bloqueio de apps de bancos, por exemplo.

* A entrevistada pediu para não ter o nome divulgado por questões de segurança.

Como se cadastrar no programa Celular Seguro — Foto: Barbara Miranda, g1

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sábado, 15 de junho de 2024

O cimento que pode transformar sua casa numa bateria gigante

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O concreto talvez seja o material de construção mais utilizado no mundo — e, com alguns retoques, também poderia ajudar a abastecer nossas casas.
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TOPO
Por BBC

Postado em 15 de junho de 2024 às 07h00m

Post. N. - 4.901

Pesquisadores do MIT descobriram como criar um dispositivo de armazenamento de energia a partir de água, cimento e uma substância parecida com fuligem — Foto: Getty Images via BBC
Pesquisadores do MIT descobriram como criar um dispositivo de armazenamento de energia a partir de água, cimento e uma substância parecida com fuligem — Foto: Getty Images via BBC

Numa bancada de laboratório em Cambridge, no estado americano de Massachusetts, há uma pilha de cilindros de concreto preto polidos, entrelaçada por cabos, sendo banhada em um líquido. Para um observador comum, não parece ter muita função. Até que Damian Stefaniuk aperta um interruptor. Os blocos de concreto estão conectados a um diodo emissor de luz (LED, na sigla em inglês) — e a lâmpada acende.

"No início, eu não acreditei", diz Stefaniuk, descrevendo a primeira vez que a luz de LED acendeu. "Achei que não tinha desconectado a fonte de energia externa, e por isso o LED estava ligado."

"Foi um dia maravilhoso. Convidamos os alunos, e eu convidei professores para ver, porque no começo eles também não acreditaram que funcionasse."

O motivo para tanto entusiasmo? Este pedaço de concreto escuro e inócuo pode representar o futuro do armazenamento de energia.

A promessa da maioria das fontes de energia renovável ​​é o fornecimento inesgotável de energia limpa, aquela que nos é concedida pelo Sol, pelo vento e pela água.

No entanto, o Sol nem sempre brilha, o vento nem sempre sopra, e a água nem sempre está disponível em abundância. Isso quer dizer que são fontes de energia intermitentes, o que, no nosso mundo moderno, sedento de energia, representa um problema.

Isso significa que precisamos armazenar essa energia em baterias. Mas as baterias dependem de materiais como o lítio, cuja oferta é muito menor do que o que seria provavelmente necessário para satisfazer a demanda gerada pelo esforço mundial para descarbonizar seus sistemas de energia e de transporte.

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Existem 101 minas de lítio no mundo, e os analistas econômicos são pessimistas quanto à capacidade destas minas de acompanhar a crescente demanda global.

Analistas ambientais observam que a mineração de lítio utiliza muita energia e água, o que compromete os benefícios ambientais de migrar para fontes de energia renováveis. Os processos envolvidos na extração de lítio também podem, às vezes, levar ao vazamento de produtos químicos tóxicos no abastecimento de água local.

Apesar de novas reservas de lítio terem sido descobertas, a oferta finita deste material, a dependência excessiva de apenas um punhado de minas no mundo todo e seu impacto ambiental, impulsionaram a busca por materiais alternativos para baterias.

É aqui que entram Stefaniuk e seu concreto. Ele e seus colegas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) descobriram uma maneira de criar um dispositivo de armazenamento de energia conhecido como supercapacitor, a partir de três materiais básicos e baratos: água, cimento e uma substância parecida com fuligem, chamada negro de fumo ou negro de carbono.

Pesquisadores vislumbram uma série de aplicações para os supercapacitores — Foto: Getty Images via BBC
Pesquisadores vislumbram uma série de aplicações para os supercapacitores — Foto: Getty Images via BBC

Os supercapacitores são altamente eficientes no armazenamento de energia, mas diferem das baterias em alguns aspectos importantes. Eles podem recarregar muito mais rápido do que uma bateria de íon de lítio, e não sofrem os mesmos níveis de degradação no desempenho. Mas os supercapacitores também liberam rapidamente a energia que armazenam, tornando-os menos úteis em dispositivos como celulares, laptops ou carros elétricos, em que é necessário um fornecimento constante de energia durante um período prolongado de tempo.

No entanto, de acordo com Stefaniuk, estes supercapacitores poderiam contribuir de forma significativa para os esforços de descarbonizar a economia global. "Se puder ter sua escala ampliada, esta tecnologia pode ajudar a resolver uma questão importante — o armazenamento de energia renovável", diz ele.

Ele e seus colegas pesquisadores do MIT e do Instituto Wyss de Engenharia Biologicamente Inspirada, da Universidade de Harvard, também nos EUA, vislumbram uma série de aplicações para seus supercapacitores.

Uma delas poderia ser criar estradas que armazenem energia solar, e depois liberá-la para recarregar (sem fio) carros elétricos, enquanto passam pela estrada. A rápida liberação de energia do supercapacitor de cimento-carbono permitiria que os veículos dessem uma carga rápida em suas baterias.

Outra aplicação seria em fundações de casas que armazenam energia.

"Ter paredes, fundações ou colunas que atuem não só no suporte de uma estrutura, mas também no armazenamento de energia dentro delas", diz Stefaniuk.

Mas ainda é cedo. Por enquanto, o supercapacitor de concreto é capaz de armazenar pouco menos de 300 watts-hora por metro cúbico — o suficiente para abastecer uma lâmpada LED de 10 watts por 30 horas.

A produção de energia "pode ​​parecer baixa em comparação com baterias convencionais, [mas] uma fundação com de 30 a 40 metros cúbicos de concreto, pode ser suficiente para atender às necessidades diárias de energia de uma casa residencial", explica Stefaniuk.

"Dado o uso generalizado de concreto em todo o mundo, este material tem potencial para ser altamente competitivo e útil no armazenamento de energia."

Stefaniuk e seus colegas do MIT comprovaram inicialmente este conceito criando supercapacitores de 1 volt do tamanho de uma moeda, a partir do material, antes de conectá-los em série para fornecer energia a um LED de 3 volts. Desde então, eles aumentaram a escala para produzir um supercapacitor de 12 volts. Stefaniuk também conseguiu usar versões maiores do supercapacitor para abastecer um console de games portátil.

E a equipe de pesquisa está planejando agora construir versões maiores, incluindo uma de até 45 metros cúbicos de tamanho, que seria capaz de armazenar cerca de 10 kWh de energia, que seria o necessário para abastecer uma casa por um dia.

O supercapacitor funciona devido a uma propriedade incomum do negro de carbono — ele é altamente condutor. Isso significa que quando o material é combinado com pó de cimento e água, forma-se um tipo de concreto repleto de redes de material condutor, assumindo uma forma que lembra raízes minúsculas ramificadas.

Os capacitores são formados por duas placas condutoras com uma membrana entre elas. Neste caso, ambas as placas são feitas de cimento de negro de carbono, que foram embebidas em um sal eletrolítico chamado cloreto de potássio.

Quando uma corrente elétrica foi aplicada às placas embebidas em sal, as placas carregadas positivamente acumularam íons carregados negativamente do cloreto de potássio. E como a membrana impedia a troca de íons carregados entre as placas, a separação das cargas criou um campo elétrico.

Como os supercapacitores podem acumular grandes quantidades de carga muito rápido, isso poderia tornar os dispositivos úteis para armazenar o excesso de energia produzido por fontes renováveis ​​intermitentes, como a energia eólica e solar.

Isto reduziria a pressão sobre a rede de abastecimento de energia nos momentos em que o vento não sopra e o Sol não brilha. Como diz Stefaniuk: "Um exemplo simples seria uma casa fora da rede de abastecimento, abastecida por painéis solares: usando energia solar diretamente durante o dia, e a energia armazenada nas fundações, por exemplo, durante a noite".

Os supercapacitores não são perfeitos. As versões existentes descarregam rapidamente, e não são ideais para uma produção constante, que seria necessária para abastecer uma casa ao longo do dia. Stefaniuk diz que ele e seus colegas estão trabalhando em uma solução que permitiria refinar sua versão de cimento-carbono ajustando a mistura, mas eles só vão divulgar os detalhes após finalizarem os testes e publicarem um artigo.

Os pesquisadores do MIT estão trabalhando para aumentar a escala do supercapacitor de cimento-carbono para que ele possa ser usado em diversas aplicações diferentes — Foto: Getty Images via BBC
Os pesquisadores do MIT estão trabalhando para aumentar a escala do supercapacitor de cimento-carbono para que ele possa ser usado em diversas aplicações diferentes — Foto: Getty Images via BBC

Pode haver ainda outros obstáculos a serem superados — adicionar mais negro de carbono permite que o supercapacitor resultante armazene mais energia, mas também torna o concreto um pouco mais frágil. Os pesquisadores dizem que seria necessário encontrar a combinação ideal de negro de carbono para qualquer uso que pressuponha uma função estrutural, assim como de armazenamento de energia.

E embora os supercapacitores de cimento-carbono possam ajudar a reduzir nossa dependência de lítio, eles têm seu próprio impacto ambiental. A produção de cimento é responsável por de 5% a 8% das emissões de dióxido de carbono provenientes da atividade humana a nível mundial, e o cimento-carbono necessário para os supercapacitores teria que ser fabricado na hora, em vez de ser reaproveitado de estruturas existentes.

No entanto, parece ser uma inovação promissora, diz Michael Short, que lidera o Centro de Engenharia Sustentável da Universidade de Teesside, no Reino Unido. A pesquisa, segundo ele, "abre muitos possíveis caminhos interessantes em torno da utilização do próprio ambiente construído como meio de armazenamento de energia".

"Como os materiais também são comuns, e a fabricação relativamente simples, isso oferece uma ótima indicação de que esta abordagem deve ser mais investigada, e pode potencialmente ser uma parte muito útil da transição para um futuro mais limpo e sustentável."

Mas vão ser necessárias mais pesquisas para migrar tudo isso do laboratório para o mundo real.

"Muitas vezes, novas descobertas são problemáticas quando se considera passar de uma escala reduzida, de laboratório, para uma implementação mais ampla, em maior escala e volume. Isso pode ser devido a complexidades na fabricação, à escassez de recursos ou, às vezes, à física ou química subjacente. Propriedades desejáveis que ocorrem em escalas menores podem ser reduzidas ou até mesmo desaparecer quando são feitas tentativas para aumentá-las."

Mas pode haver uma maneira de resolver o problema ambiental do cimento, acrescenta Short. Seus colegas da Universidade de Teesside já estão trabalhando em um cimento de baixa emissão, feito a partir de produtos derivados das indústrias siderúrgica e química.

Projetos como o do cimento de baixa emissão e do concreto para armazenamento de energia aumentam a perspectiva de um futuro em que nossos escritórios, estradas e casas vão desempenhar um papel significativo num mundo abastecido por energia limpa.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

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