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Redes sociais foram inundadas com piadas sobre a redução do alcance das tarifas impostas pelo presidente americano <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Redação g1 Postado em 31 de Julho de 2;025 às 14h15m . #.*Post. - Nº.\ 5.186*.# .
Imagens do "suco Tarifinho" circularam nas redes sociais. — Foto: Reprodução/X
Após o estabelecimento oficial do tarifaço, que deixou de fora muitos
produtos que estavam ameaçados, e do anúncio da aplicação da Lei
Magnitsky contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, internautas reagiram compartilhando memes.
Nas redes sociais, explodiram piadas, como o suco Tarifinho,
Alexandre de Moraes se perguntando onde vai comprar seu shampoo ou o
ministro comendo taco, em referência ao TACO (Trump Always Chickens Out
ou Trump sempre amarela), apelido dado ao presidente americano Donald Trump por conta dos seus recuos.
Mercado de data centers para inteligência artificial cresceu com o surgimento de aplicativos como o ChatGPT. Mas eles usam equipamentos poderosos que exigem mais energia e refrigeração. <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por Victor Hugo Silva, g1 30/07/2025 02h00 Atualizado há 24 minutos Postado em 30 de Julho de 2.025 às 07h35m . #.*Post. - Nº.\ 5.185*.# .
Data centers de IA podem consumir energia equivalente à de milhões de casas
Espaços que mais parecem cidades, uso de água subterrânea e consumo de
energia equivalente a milhões de casas estão nos planos dos primeiros
data centers do Brasil com foco em inteligência artificial (IA).
Ao menos quatro projetos desse tipo já foram anunciados. Eles devem ser construídos no Rio de Janeiro (RJ), em Eldorado do Sul (RS), em Maringá (PR) e em Uberlândia (MG) — veja detalhes no mapa abaixo.
Og1 entrevistou executivos das três empresas que estão à frente desses
projetos. Eles não reveleram quem usará a capacidade dos data centers,
mas as big techs são vistas como clientes em potencial.
Outro espaço do tipo será construído em Caucaia (CE) e poderá ser utilizado pela dona doTikTok, segundo fontes da agência Reuters. Não há confirmação de que ele será usado para inteligência artificial.
Um cliente de data center é como o inquilino de uma casa que precisa
ocupar o espaço com os seus "móveis" – neste caso, equipamentos de
informática como servidores de armazenamento e chips de processamento.
O mercado de data centers de IA cresceu nos últimos anos porque esses
espaços abrigam supercomputadores usados para treinar modelos de
linguagem de aplicativos como o ChatGPT.
❓ Um data center ("centro de dados", em inglês) é um local que armazena e processa informações.
Ele pode ser dividido em dois tipos: nuvem (cloud), para operar
serviços na internet, e IA, para treinar modelos de linguagem complexos.
💡O Brasil tem 188 data centers – todos de nuvem – e ocupa o 12º lugar no mundo, segundo dados do site Data Center Map. Os Estados Unidos lideram com 3.905.
As empresas que constroem esses prédios precisam garantir que eles tenha energia e refrigeração. Por conta da alta demanda dos data centers de IA, esses dois pontos são considerados críticos para o meio ambiente.
Isso porque os equipamentos poderosos que são usados nesses centros
esquentam muito e exigem um sistema de refrigeração adequado, que pode
ser abastecido com água.
E, ainda que a alta demanda de energia em data centers de IA seja conhecida, pesquisadores alertam que faltam informações públicas para entender o real impacto desses projetos para o meio ambiente.
Projetos de data centers no Brasil — Foto: Kayan Albertin e Dhara Pereira/g1
A Elea Data Centers quer ter quatro data centers de IA no complexo Rio AI City,
em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Um deles já está em funcionamento,
mas, por enquanto, não é usado para aplicações de inteligência
artificial, e sim para nuvem.
A empresa diz operar outros nove data centers de nuvem no Brasil. E
afirma que, nos próximos anos, o Rio AI City chegará a 1.500 megawatts
de potência, que poderá ser ampliada para 3.200 megawatts no futuro.
Elea Data Centers prevê quatro data centers, além de prédios para
centros de pesquisa, startups e outros, em complexo em Jacarepaguá, no
Rio de Janeiro — Foto: Divulgação/Elea Data Centers; Dhara Pereira/g1
No Rio Grande do Sul, o Scala AI City
terá "bairros" de servidores em Eldorado do Sul, município com apenas
40 mil habitantes. O projeto da Scala Data Centers, que diz já operar 13
data centers de nuvem, chegará a 1.800 megawatts de potência até 2033 e
pode alcançar 5.000 megawatts no futuro.
⚡ Apotência, medida em watts, serve para indicar a capacidade do espaço. E o consumo real de energia é medido em watts-hora. Para medir o consumo máximo em um dia, é preciso multiplicar a potência por 24 horas.
Se
o Rio AI City usar a potência de 1.500 megawatts por um dia, seu
consumo será equivalente ao uso diário de 6 milhões de casas. Já o Scala
AI City, com potência de 1.800 megawatts, usará em um dia a mesma
energia de 7,2 milhões de residências.
Em comparação, um data center de nuvem convencional com potência de 20
megawatts pode ter, no limite, consumo diário igual ao de "apenas" 80
mil casas.
O cálculo foi feito ao comparar o consumo diário máximo dos data
centers com o consumo médio de residências no Brasil, que era de cerca
de 6 quilowatts-hora por dia em março de 2025, de acordo com a Empresa
de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
Projeto do Scala AI City, 'cidade' de servidores que será construída em
Eldorado do Sul (RS) — Foto: Divulgação/Scala Data Centers
Na prática, o uso de energia será um pouco menor
e dependerá de quantos equipamentos, de fato, serão usados, explica
Eduardo Fagundes, engenheiro e professor especializado em tecnologia e
inteligência artificial.
"Não
se consome toda essa energia. Cada servidor consome um pouco menos do
limite dependendo do que você colocar para rodar", explica Fagundes.
E, para diminuir gastos com energia, empresas redirecionam o
processamento várias vezes ao dia aos seus servidores em outras partes
do mundo, diz o engenheiro.
"Imagine um data center que use energia solar. Se não tem sol, ele não
opera. Então, tem que buscar energia em outro lugar. Se houver data
centers em diferentes lugares, eles acompanham o sol. É por isso que
empresas estão colocando seus servidores em diferentes lugares do
mundo".
Aval dos governos
Os projetos brasileiros têm recebido apoio de governos. A prefeitura de
Eldorado do Sul e o governo do Rio Grande do Sul sancionaram em
dezembro uma lei que cria um polo tecnológico de data centers na cidade.
A medida serve como um incentivo tributário para o desenvolvimento
desse tipo de atividade na região.
Há ainda planos em Maringá (PR) e em Uberlândia (MG) anunciados pela
RT-One. A empresa, que não tem outros data centers, diz que as obras
começarão após estudos de impacto e que eles terão potência de 400
megawatts cada um.
A prefeitura de Maringá iniciou em janeiro um processo junto ao governo
federal para criar na cidade uma área de livre comércio com o exterior,
numa tentativa de atrair data centers, que dependem de equipamentos
importados. O pedido depende de aprovação do governo federal.
Em Uberlândia, o anúncio foi comemorado pelo prefeito Paulo Sérgio
(PP), que classificou a criação do data centers como "uma oportunidade
ímpar" para promover inovação, desenvolvimento, qualificação de mão de
obra e atração de investimentos.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) assinou no início de
julho um memorando de intenções com instituições públicas e privadas
para a criação do Rio AI City e disse que busca consolidar a cidade
"como uma espécie de capital da inteligência artificial brasileira".
O governo federal, por sua vez, admite a possibilidade de destinar para
os data centers parte da água de reservatórios de hidrelétricas.
"O
país tem o potencial de aproveitar seus recursos naturais de maneira
inovadora. Um exemplo é a possibilidade de utilizar a abundância de água
em reservatórios de hidrelétricas para o resfriamento eficiente de
infraestruturas de IA", afirma o governo no Plano Brasileiro de
Inteligência Artificial.
Ainda segundo o governo, o plano "visa a aproveitar a vantagem
competitiva do Brasil em sua matriz energética predominantemente limpa
para impulsionar o desenvolvimento sustentável da infraestrutura pública
de IA no país".
Projeto do data center da RT-One em Maringá — Foto: Divulgação/RT-One
Enquanto servidores de nuvem podem ser refrigerados apenas com ar, os
data centers de inteligência artificial dependem do chamado "liquid cooling" (resfriamento líquido), método que pode utilizar água ou óleo para diminuir a temperatura ao circular pelos equipamentos.
"Os chips [para IA] ficam tão quentes que precisam ser refrigerados
internamente. Eles têm um circuito fechado que não consome nada de
água", explica o presidente da Elea, Alessandro Lombardi.
"É como se houvesse um circuito fechado. O líquido esquenta à medida em
que gera temperaturas mais baixas [nos servidores] e volta para os
equipamentos que fazem seu resfriamento", afirma o diretor de operações
da Scala, Cleber Braz.
A
Elea e a Scala dizem que seus projetos terão um sistema de refrigeração
que usa óleo e não precisa ser abastecido constantemente com esse
líquido.
Data center da Meta em Indiana, nos Estados Unidos — Foto: Divulgação/Meta
A RT-One diz que usará refrigeração por água e que o recurso poderia
ser retirado do Aquífero Guarani, uma reserva subterrânea que abrange
principalmente a região Sul do Brasil. O projeto de Maringá teria fácil
acesso a água com baixas temperaturas, afirma o presidente da RT-One,
Fernando Palamone.
"Tudo o que é preciso é bombear aquela água, passá-la em um trocador de
calor – sem contaminação nenhuma, porque o trocador de calor é isolado
–, refrigerar os sistemas e descê-la de novo para o aquífero".
Sede da TikTok nos Estados Unidos — Foto: Mike Blake/REUTERS
O futuro data center em Caucaia será usado pela ByteDance, dona do TikTok, segundo fontes da Reuters.
O data center será construído pela empresa Casa dos Ventos, que disse
ter recebido autorização do Ministério de Minas e Energia para uma
potência de 300 megawatts na primeira fase do projeto e 576 megawatts,
no futuro. No limite, o consumo seria equivalente a 2,3 milhões de casas.
Segundo a Casa dos Ventos, o data center vai usar refrigeração em
circuito fechado, o que diminui o consumo de água. A empresa diz ainda
que o espaço terá investimento acima de R$ 50 bilhões e vai começar a
operar em 2027.
O g1perguntou se o espaço será usado pela ByteDance, mas o TikTok e a Casa dos Ventos não responderam.
A Meta,
dona do WhatsApp, do Instagram e do Facebook, já anunciou que planeja
criar vários data centers de larga escala. Um deles é o Hyperion, que
será construído nos EUA e terá capacidade de 5.000 megawatts, anunciou
em julho o presidente da empresa, Mark Zuckerberg.
O Google e a Amazon
Web Services (AWS) têm data centers de nuvem no estado de São Paulo e,
apesar de serem capazes de rodar algumas aplicações de inteligência
artificial, eles não são focados nesse tipo de operação.
A AWS diz que não separa a finalidade de seus data centers entre nuvem e
IA, mas admite que o avanço da inteligência artificial fez empresas se
preocuparem mais com a eficiência do consumo de energia. E diz que a
refrigeração varia de acordo com a localidade.
"A gente também faz uso de sistemas de refrigeração a líquido, não
necessariamente água. É uma refrigeração líquida em circuitos fechados
para evitar o consumo excessivo desse recurso", explica a líder de
Gestão de Soluções para Clientes da AWS no Brasil, Fernanda Spinardi.
"Existem regiões onde a gente aproveita a própria questão climática
local para diminuir bastante a necessidade da refrigeração. Cada data
center vai ter a sua particularidade simulada antes de ser construído".
A Microsoft
tem data centers de nuvem no Rio de Janeiro e em São Paulo e diz que
eles comportam infraestrutura de IA. A empresa também anunciou em 2024
um investimento de R$ 14,7 bilhões em infraestrutura de nuvem e IA no
país ao longo de três anos.
O que dizem especialistas
Para avaliar o impacto para o meio ambiente, é preciso saber se os
líquidos usados para resfriar os equipamentos passam por um circuito
aberto ou fechado.
Se
o circuito é fechado, há menos consumo de água, mas é necessário mais
energia para manter o líquido gelado. Se o circuito é aberto, o uso de
energia é menor, mas o gasto de água aumenta para abastecer o sistema
constantemente.
"A parte do treinamento definitivamente consome mais água, porque
modelos mais novos consomem mais recursos, mais energia para treinar",
explica Shaolei Ren, professor de Engenharia Elétrica e de Computação na
Universidade da Califórnia, em Riverside.
"O treinamento usa muita água, mas é apenas uma vez. Cada inferência
[ou pergunta para o ChatGPT] consome uma pequena quantidade de água,
mas, se somar todas as inferências, o número é enorme", afirma.
"Precisamos
entender o impacto e avaliar: estamos obtendo benefícios suficientes
para compensar os impactos negativos do ponto de vista da sociedade?
Queremos garantir que o benefício que isso traz supere o lado negativo",
diz o pesquisador.
Mas faltam informações para saber como data centers de IA vão impactar o
meio ambiente no Brasil, diz Elaine Santos, pesquisadora do Laboratório
Nacional de Energia e Geologia (LNEG), em Portugal.
"Não há dados públicos. Para sabermos, de fato, quanto gasta e que
impacto isso vai ter, temos que ler todos os relatórios, cruzar
informações, fazer cálculos. É uma pesquisa muito aprofundada para cada
data center", afirma.
"Tem
que analisar a região onde o data center está, se há uma escassez
hídrica, que tipo de região é, como a energia é usada, se existe pobreza
energética. Basicamente, fica impossível para qualquer pesquisador ou
interessado no tema".
Para a pesquisadora, "a política pública não está dando conta de dar
uma resposta" para o avanço rápido dos data centers. "Outros países
estão tentando controlar, restringir. E o Brasil não tem uma estratégia,
está pensando agora em uma política", afirma.
O Ministério do Meio Ambiente diz que, assim como empreendimentos de
outros setores, data centers estão sujeitos à exigência de licenciamento
ambiental, que "deverá avaliar os possíveis impactos de cada projeto" e
propor medidas para reduzir efeitos negativos para o meio ambiente e a
sociedade.
O órgão afirma ainda que data centers precisam de autorização para usar
água. O processo "envolve o cálculo de disponibilidade hídrica para
cada projeto, garantindo que não seja outorgado [autorizado] volume
maior do que as capacidades de cada curso hídrico".
O Ministério de Minas e Energia afirma que, entre 2020 e o início de
julho de 2025, aprovou 21 dos 57 pedidos para conexão de data centers à
rede básica do Sistema interligado Nacional (SIN), voltada para grandes
consumidores de energia. Os projetos de Eldorado do Sul e de Caucaia
estão entre os pedidos aprovados.
Por que a nova IA do Google virou a queridinha dos vídeos bizarros e bobos no TikTok
A jornalista da BBC Katty Kay conversou com o escritor americano Kyle Chayka sobre como a sociedade pode estar se encaminhando para o que ele chama de "postagens zero". <<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>> Por BBC 29/07/2025 02h00 Atualizado há 06 horas Postado em 29 de Julho de 2.025 às 06h00m . #.*Post. - Nº.\ 5.184*.# .
Redes sociais — Foto: Freepik
Depois de duas décadas compartilhando cada vez mais postagens online, parece que decidimos reduzir os compartilhamentos.
Pesquisas recentes indicam que cerca de um terço de todos os usuários
de redes sociais postam menos do que um ano atrás. E esta tendência é
especialmente presente entre os adultos da Geração Z (os nascidos entre
1995 e 2010).
Em um artigo recente para a revista The New Yorker, o escritor Kyle
Chayka sugeriu que a sociedade pode estar se encaminhando para o que ele
chama de "postagens zero" — um ponto em que as pessoas comuns percebem
que não vale a pena compartilhar suas vidas online.
Percebi esta tendência de queda nas minhas próprias redes sociais. Para
cada foto das férias de um amigo ou dos filhos de um colega, parece
haver dezenas (quando não centenas) de postagens de marcas e
influenciadores, promovendo um novo produto ou discutindo as últimas
tendências.
As redes sociais costumavam parecer uma cópia imperfeita da minha vida
social. Mas, agora, elas parecem ser um "conteúdo" como outro qualquer.
Sei que parte disso ocorre porque as plataformas mudaram. O TikTok e o
Instagram acumularam infinitas coleções de vídeos verticais e criaram
algoritmos assustadoramente poderosos para orientar você através deles.
Mas o que acontece com as nossas vidas digitais quando as redes sociais, aparentemente, se tornam muito menos sociais?
Conversei com Kyle para saber mais a respeito. Ele é jornalista do The New Yorker e seu livro mais recente é Filterworld: How Algorithms Flattened Culture("Mundo filtrado: como os algoritmos nivelaram a cultura", em tradução livre).
'Qual é a minha bênção?': trend com o ChatGPT viraliza e divide opiniões nas redes sociais
Confira abaixo a nossa conversa, editada por motivos de concisão e clareza.
Katty
Kay (BBC): Quando vejo os feeds das minhas redes sociais, encontro
muitos anúncios e fotos de lindas casas que nunca irei comprar, em
locais que provavelmente nunca irei nem mesmo visitar.
Mas estou literalmente tentando lembrar quando foi a última vez em que realmente vi a postagem de um amigo.
O
que isso significa para o futuro dessas plataformas, se o motivo que
nos leva a visitá-las, agora, é totalmente diferente do que era apenas
dois anos atrás?
Kyle Chayka:
Acho que as redes sociais passaram a ser menos sociais. Elas se
tornaram mais questão de consumir esse tipo de conteúdo que, hoje, é
basicamente commodity.
É mais questão de aspiração de estilo de vida, não simplesmente sobre o
que está acontecendo à sua volta e como você se relaciona com seus
amigos e sua família. Para mim, isso meio que elimina o propósito das
redes sociais.
Se as plataformas estão perdendo o foco na vida normal das pessoas e as
pessoas normais não se sentem mais incentivadas a publicar postagens,
as redes sociais passam a ser como a televisão.
O que sobra para nós são os anúncios de marcas, o fast fashion
e os anúncios de casas e hotéis, não mais aquele tipo de conteúdo
orgânico e altamente consistente ao qual estávamos acostumados.
Kay: Os administradores das empresas de redes sociais possuem algoritmos muito sofisticados para nos cativar.
Qual
é a reação deles a esta questão? Ou eles estão simplesmente felizes por
terem mais anúncios e ganharem mais dinheiro com publicidade?
Chayka: Acho que seus principais clientes são os anunciantes. Por isso,
enquanto nós, usuários, ainda estivermos engajados, seu modelo comercial
ainda funciona.
Acho que eles também apostam que o conteúdo gerado por seres humanos
será gradualmente substituído por material gerado por inteligência
artificial.
Você já pode ver a Meta meio que movendo o feed do Facebook e do
Instagram rumo a esse conteúdo gerado por computador, que é obviamente
infinito e barato, mas também inexpressivo, na minha opinião.
Kyle Chayka é o autor do livro 'Mundo filtrado: como os algoritmos nivelaram a cultura' — Foto: Getty Images via BBC
Kay:
Você acha que existe a possibilidade de que as plataformas de redes
sociais vejam uma redução significativa das pessoas que realmente entram
para ver onde nossos amigos passaram o feriado ou o que eles comeram no
café da manhã?
Chayka: Acho que sim.
Acho que existe um leve declínio. Sei de um estudo recente que concluiu que menos pessoas estão realmente postando no TikTok.
Mas o que estas plataformas concluíram, acho que o Instagram em
particular, é que o nosso compartilhamento pessoal está se movendo mais
em direção a mensagens diretas e conversas individuais com nossos
amigos.
Na verdade, nós precisamos de uma rede social online. Mas as redes sociais que temos agora não querem desempenhar este papel.
Por isso, acho que haverá novos espaços e talvez surjam novos
aplicativos para atender a esta necessidade, seja como um WhatsApp
ampliado ou um melhor sistema de gestão para todos os grupos de
bate-papo com seus amigos.
Acho que estamos nos movendo para uma forma mais privada, mais íntima de conexão online.
Kay:
Tenho filhos na casa dos 20 anos de idade e adolescentes. Havia toda
uma percepção na minha geração de que os jovens de hoje não se preocupam
com a privacidade e ficam felizes em postar de tudo online.
Eu
me pergunto se estávamos errados a este respeito, que os jovens
provaram esse mundo onde tudo era colocado em público e, agora, eles
estão pensando, "na verdade, eu prefiro que meus grupos sejam mais
íntimos e curados, sem que o mundo inteiro saiba o que eu comi no café
da manhã"...
Chayka: Acho que nós meio que aprendemos as desvantagens de publicar nossa vida
privada ao longo dos anos 2010. Você pode ver isso com a vergonha
pública ou certos constrangimentos virais ocorridos com as pessoas.
Acho que o contrato social das redes mudou.
O acordo era que, se você fizesse publicações ali, se você colocasse
conteúdo, você poderia atrair um público em massa. Mas isso se torna um
círculo vicioso que acaba sendo toda a sua vida.
Por isso, a menos que você pretenda ser um influenciador ou alguém que
posta conteúdo na internet profissionalmente, este acordo não parece
mais tão bom assim.
As desvantagens de postar são grandes demais e as vantagens não são
suficientes. Por isso, você pode simplesmente enviar mensagens de texto
para os seus amigos.
Kay: Tive uma conversa superinteressante com Jonathan Haidt [o autor do livro Geração Ansiosa], que certamente dedicou muito trabalho a tentar proibir os celulares nas escolas.
Você
acha que, se a tendência que você indicou (e chama de "postagens zero")
acabar sendo uma onda mais significativa, realmente ficará mais fácil
romper o vício das crianças em celulares e outros aparelhos?
Chayka: É uma boa pergunta. Acho que, de certa forma, já ultrapassamos o auge
das redes sociais, mas não acho que isso elimine as conversas digitais
que as pessoas têm 24 horas por dia, sete dias por semana.
O que ocorre é que essa conversa sai dos canais públicos para os
bate-papos em grupo, mensagens diretas ou alguma plataforma mais
efêmera, como o Snapchat.
A capacidade viciante do celular ainda existe. A distração certamente
ainda está presente. Mas acho que a sua natureza pública diminuiu.
Acho que é um pouco melhor termos saído da esfera pública e eliminado
aquele risco de ficarmos totalmente expostos para o mundo inteiro e
acabarmos viralizando pelos motivos errados.
Mas ainda enviamos mensagens de texto uns aos outros o dia todo. Ainda consumimos memes. Ainda somos distraídos pelos feeds.
O seu cérebro quando você assiste a um vídeo em velocidade 1,5
Kay: Vamos pensar no futuro. Como iremos olhar para os nossos celulares daqui a cinco anos?
O que irá mudar nas nossas interações com o componente social dos nossos celulares e outros aparelhos?
Chayka:Acho que será mais como a televisão.
Se observarmos como tudo está acontecendo, existe muita mídia profissionalizada. Existe muito conteúdo passivo.
Nós meio que observamos essa fusão atual de YouTube, TikTok e Netflix
em uma única combinação diabólica de áudio, vídeo e algoritmos.
Se eu fosse prever algo, diria que as conversas e o aspecto social
estarão em mensagens de texto ou talvez poderão se mover mais em direção
à vida real.
Acho que esse pico das redes sociais serviu mais para criar um desejo
de interação entre as pessoas e nos fez lembrar o valor de realmente
compartilhar coisas na vida real. Isso me dá um pouco de esperança.
Kay: Você acha que chegaremos a um mundo de postagens zero, onde pessoas como eu e você simplesmente não postamos mais online?
Chayka: Acho que sim. Acho que irá chegar mais cedo do que esperamos, simplesmente porque não há mais incentivo para fazer postagens.
Por que postar as suas selfies ou seu café da manhã se ninguém presta
atenção, se você não atinge seus amigos e simplesmente concorre com todo
esse lixo remoto abstraído que há por aí?
Talvez as redes sociais fossem, de certa forma, essa aberração ou fuga.
E essa ideia de que toda pessoa normal deve compartilhar sua vida em
público era meio que falsa desde o princípio.
Agora, estamos acordando um pouco e vendo os danos que aquilo causou. E mudando um pouco os nossos hábitos.