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Bilionário suspendeu contas de repórteres por alegar, sem provas, que eles estariam compartilhando seus dados de localização. Atitude acendeu alerta sobre liberdade de expressão e UE ameaça impor sanções.<<<===+===.=.=.= =---____-------- ----------____---------____::____ ____= =..= = =..= =..= = =____ ____::____-----------_ ___---------- ----------____---.=.=.=.= +====>>>
Por g1*
Postado em 16 de dezembro de 2022 às 13h25m
Post. N. - 4.509
Elon Musk; Twitter; tecnologia — Foto: Robyn Beck/Pool via REUTERS/File Photo
A súbita suspensão das contas de vários jornalistas americanos do Twitter provocou nesta sexta-feira (16) reações de grandes veículos de comunicação, entidades da sociedade, setores políticos, além de ameaças de sanção por parte da União Europeia.
- O dono do Twitter, Elon Musk, que assumiu o controle da plataforma alegando que defenderia a liberdade de expressão na rede social acima de tudo, acusou os repórteres de compartilhar informações privadas sobre seu paradeiro, mas não apresentou provas.
- Entre os perfis suspensos estão funcionários de veículos como CNN, The New York Times, The Washington Post e jornalistas independentes. A plataforma também desativou a conta da rede social Mastodon, concorrente do Twitter.
- O Twitter Spaces foi tirado do ar, após Musk ter sido questionado ao vivo sobre a decisão envolvendo os jornalistas, informou a agência de notícias Bloomberg.
Qualificando a decisão do magnata como "preocupante", a vice-presidente da Comissão Europeia, Vera Jourova, lembrou em um tuíte que há "linhas vermelhas" e o ameaçou "com sanções, em breve".
"A liberdade de imprensa não deve ser ligada e desligada à vontade", tuitou o ministério das Relações Exteriores da Alemanha. "É por isso que temos um problema com o Twitter", acrescentou.Alemanha
O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha tuitou capturas de tela das contas de jornalistas suspensas pelo Twitter, alertando a plataforma de que o ministério tem problemas com medidas que colocam em risco a liberdade de imprensa.
"A liberdade de imprensa não pode ser ligada e desligada por capricho", escreveu o ministério em sua conta oficial no Twitter. "Os jornalistas abaixo não podem mais nos seguir, comentar e criticar. Temos um problema com isso, @Twitter."
Os reguladores alemães já estão pressionando as instituições governamentais a pararem de postar anúncios exclusivamente em plataformas privadas, divulgando alternativas como a incipiente rede descentralizada de mídia social Mastodon.
As plataformas de mídia social, independentemente de quem as possui, devem equilibrar a proteção de seus usuários com a preservação da liberdade de expressão, disse um porta-voz do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak na sexta-feira, quando questionado sobre a suspensão de alguns jornalistas em Twitter.
Questionado sobre as suspensões, o porta-voz disse: "Deixamos claro que, independentemente da propriedade das plataformas de mídia social, devemos equilibrar a proteção de seus usuários e, ao mesmo tempo, defender a liberdade de expressão.
“É por isso que, de acordo com a Lei de Segurança Online, grandes plataformas como o Twitter serão proibidas de suspender ou banir usuários quando isso não violar seus termos de serviço”.
França
Musk afirmou em uma série de tuítes postados durante a madrugada que "contas envolvidas em doxing (revelação intencional e pública de informações pessoais sem autorização) recebem uma suspensão temporária de 7 dias".
Ele acrescentou que as regras se aplicam tanto "aos jornalistas quanto a qualquer outra pessoa".
Mídias
"A suspensão impulsiva e injustificável de vários jornalistas, incluindo Donie O'Sullivan, da CNN, é perturbadora, mas não surpreendente", afirmou o canal em um comunicado.
"A crescente instabilidade e volatilidade do Twitter é uma preocupação particular para qualquer um que usa a plataforma. Pedimos uma explicação ao Twitter e reavaliaremos nosso relacionamento com base nessa resposta", acrescentou a CNN.
"Esperamos que as contas de todos esses jornalistas sejam restauradas e que o Twitter forneça uma explicação satisfatória", afirmou Charlie Stadtlander, porta-voz do The New York Times.
A história começou na quarta (14), quando Musk tuitou que um veículo em Los Angeles que transportava um de seus filhos foi seguido por "um perseguidor maluco" e deu a entender que atribuía o suposto incidente ao rastreamento de seu jato particular.
Ele também anunciou que iria processar a pessoa por trás da conta @ElonJet, que já foi suspensa. A conta relatava automaticamente as viagens de jato particular de Musk.
Criado por um estudante e seguido por cerca de 500 mil pessoas, o @ElonJet usou dados públicos para indicar automaticamente quando e onde o avião do magnata decolou e pousou.
Em seguida, o Twitter informou que atualizou sua política para banir tuítes que, na maioria dos casos, revelam a localização de uma pessoa em tempo real.
Musk, que comprou o Twitter em outubro por US$ 44 bilhões, havia prometido não mexer na conta @ElonJet. Ele restaurou contas antes banidas pela rede social, inclusive a do ex-presidente americano Donald Trump.
Também suspendeu a conta do rapper Kanye West após várias postagens antissemitas e rejeitou o retorno do conspirador de extrema-direita Alex Jones à plataforma.
* Com informações da Reuters e France Presse
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