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terça-feira, 7 de dezembro de 2021

Como cientistas querem usar DNA para armazenar dados

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Pesquisadores dizem que deram um grande passo no armazenamento de informações em moléculas de DNA.
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TOPO
Por BBC

Postado em 07 de dezembro de 2021 às 23h20m

Post. N. - 4.218

Armazenados na forma de DNA, todos os filmes já produzidos caberiam em um espaço menor que um cubo de gelo — Foto: Science Photo Library
Armazenados na forma de DNA, todos os filmes já produzidos caberiam em um espaço menor que um cubo de gelo — Foto: Science Photo Library

Cientistas afirmam que deram um passo importante rumo ao armazenamento de informações na forma de moléculas de DNA, que são mais compactas e duráveis que outros meios de armazenamento.

Os discos rígidos magnéticos que usamos atualmente para armazenar dados de computador podem ocupar muito espaço - e precisam ser substituídos ao longo do tempo.

O uso do meio de armazenagem preferido dos organismos vivos como backup dos nossos preciosos dados permitiria arquivar imensas quantidades de informação em moléculas minúsculas. Esses dados durariam milhares de anos, segundo os cientistas.

Uma equipe em Atlanta, nos Estados Unidos, acaba de desenvolver um chip que, segundo eles, poderá multiplicar por 100 a qualidade das formas existentes de armazenamento em DNA.

"A quantidade de funções do nosso novo chip já é [cerca de] 100 vezes maior que os dispositivos comerciais atuais", segundo informou à BBC News o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas da Geórgia (GTRI, na sigla em inglês) Nicholas Guise. "Depois que adicionarmos todos os controles eletrônicos - o que faremos no próximo ano do programa -, esperamos aprimorar em cerca de 100 vezes a tecnologia existente de armazenamento de dados em DNA".

A tecnologia funciona com o cultivo de fitas de DNA exclusivas, um bloco de cada vez. Esses blocos de construção são conhecidos como bases - quatro unidades químicas distintas que compõem a molécula de DNA. São elas: adenina, citosina, guanina e timina.

As bases podem então ser utilizadas para codificar informações, de forma análoga às sequências de 1 e 0 (código binário) que armazenam dados na computação tradicional.

Existem diversas formas possíveis de armazenar essas informações em DNA. O zero do código binário, por exemplo, pode ser representado pelas bases adenina ou citosina e o 1 pode ser representado por guanina ou timina. Ou um e zero poderão ser mapeados com apenas duas das quatro bases.

Cientistas afirmam que, formatados em DNA, todos os filmes já produzidos poderão ocupar um volume menor que um cubo de gelo.

Com toda essa confiabilidade e compactação, não surpreende o amplo interesse despertado pelo DNA para que se torne o próximo meio de arquivo de dados que precisam ser mantidos indefinidamente.

As estruturas do chip utilizado para cultivar o DNA são chamadas de microcavidades e têm apenas algumas centenas de nanômetros de profundidade - menos que a espessura de uma folha de papel.

O protótipo atual do microchip é um quadrado com cerca de 2,5 cm que possui numerosas microcavidades, permitindo que várias fitas de DNA sejam sintetizadas paralelamente. Isso permitirá o cultivo de quantidades maiores de DNA em espaço de tempo mais curto.

Como se trata de um protótipo, nem todas as microcavidades estão conectadas. Isso significa que a quantidade total de dados que pode ser armazenada em DNA com esse chip específico atualmente é menor que a que podem produzir as principais empresas de síntese em chips comerciais.

Mas Guise explica que essa situação mudará quando tudo estiver concluído. O recorde atual de armazenamento de dados digitais em DNA é de cerca de 200 MB, em que cada síntese isolada leva cerca de 24 horas para ser concretizada. A nova tecnologia poderá escrever 100 vezes mais dados em DNA no mesmo período de tempo.

O alto custo atual do armazenamento em DNA restringiu a tecnologia a clientes muito específicos, como os que procuram arquivar informações em cápsulas do tempo. Mas a equipe do GTRI acredita que o seu trabalho poderá ajudar a diluir esse custo.

O instituto formou parcerias com duas companhias de biotecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, para elaborar uma demonstração comercialmente viável dessa tecnologia: a Twist Bioscience e a Roswell Biotechnologies.

Inicialmente, a armazenagem de dados em DNA não irá substituir as torres de servidores existentes para oferecer acesso rápido e frequente às informações. Devido ao tempo necessário para leitura das sequências, essa técnica seria mais útil para informações que precisam ser mantidas disponíveis por longos períodos, mas que são acessadas apenas ocasionalmente.

Atualmente, esse tipo de dados é armazenado em fitas magnéticas que devem ser substituídas a cada cerca de 10 anos. Mas, com DNA, "desde que mantidos sob temperatura suficientemente baixa, os dados sobreviverão por milhares de anos, de forma que seu custo de propriedade cai a quase zero", explica Guise.

"Muito dinheiro é gasto para escrever o DNA no princípio e para ler o DNA, na outra ponta. Se pudermos tornar o custo dessa tecnologia competitivo com o custo de registrar os dados magneticamente, o custo de armazenamento e manutenção das informações em DNA ao longo de tantos anos deverá ser inferior", afirma ele.

O armazenamento em DNA tem uma taxa de erro mais alta que o armazenamento convencional em discos rígidos. Em colaboração com a Universidade de Washington, nos Estados Unidos, os pesquisadores do GTRI criaram uma forma de identificar e corrigir esses erros.

O trabalho conta com o apoio da organização governamental norte-americana Intelligence Advanced Research Projects Activity (IARPA), que incentiva a ciência dirigida à solução de desafios relevantes para a comunidade norte-americana de inteligência.

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Primeira edição da Wikipédia será leiloada como NFT

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Página com a frase 'Hello World' (olá, mundo) foi escrita por Jimmy Wale, cofundador do site, em em 15 de janeiro de 2001.
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Por g1

Postado em 07 de dezembro de 2021 às 14h25m

Post. N. - 4.217

Primeira edição da Wikipedia, que será leiloada como NFT — Foto: Reprodução/Christie's
Primeira edição da Wikipedia, que será leiloada como NFT — Foto: Reprodução/Christie's

O cofundador da Wikipédia, Jimmy Wales, vai leiloar a primeira edição feita na história da enciclopédia on-line como um NFT (token não fungível, na sigla em inglês).

Wales digitou a frase "Olá, mundo!" assim que instalou o site em um servidor no dia 15 de janeiro de 2001.

A página foi "imortalizada" como um NFT e está à venda no site da casa de leilões Christie's até o dia 15 de dezembro.

Ela estará disponível publicamente na web e, assim como a Wikipedia, qualquer pessoa poderá vê-la e editá-la. Porém, todas as mudanças são revertidas após 5 minutos.

O NFT possui um contrato que garante ao comprador o controle sobre essa página, que poderá mudar o período para desfazer as edições, desligar essa opção ou até mesmo tirar o link do ar.

Wales também está leiloando o iMac rosa que usou para publicar a página. Parte do dinheiro arrecadado será doado para instituições de caridade e outra parte será investida na WT.Social, definida como uma "rede social não tóxica" sem anúncios criada por ele.

iMac rosa usado por Wales também está à venda — Foto: Reprodução/Christie's
iMac rosa usado por Wales também está à venda — Foto: Reprodução/Christie's

A Wikipedia foi criada após uma tentativa frustrada de criar a Nupedia, uma enciclopédia on-line escrita por especialista e revisada por pares, em um molde com mais rigor científico. Esse projeto não deu certo por ser complexo demais e ter edições muito lentas.

A ideia de uma versão mais simplificada e com um mecanismo mais fácil de alterações veio do colega Larry Sanger, que atuava como editor-chefe da Nupedia e se tornou cofundador da Wikipedia.

A dinâmica da nova enciclopédia on-line foi um sucesso, mas também gerou dores de cabeça com alterações indevidas e vandalismo. Com o tempo, Wales criou mecanismos para criar um histórico de edições – o que inspirou a ideia do NFT da página que pode ser modificada.

Entenda em vídeo o NFT:

NFT: 5 pontos sobre a tecnologia que torna um arquivo digital ‘único’
NFT: 5 pontos sobre a tecnologia que torna um arquivo digital ‘único’

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