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segunda-feira, 31 de julho de 2023

'X' gigante é retirado do topo do prédio do Twitter após reclamações de vizinhos

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Remoção aconteceu após a cidade receber 24 reclamações de moradores sobre a intensidade das luzes e de dúvidas sobre a segurança com a estrutura.
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Por g1

Postado em 31 de julho de 2023 às 20h55m

Post. N. - 4.693

'X' de LED no topo do prédio do Twitter incomoda vizinhança em São Francisco (EUA)
'X' de LED no topo do prédio do Twitter incomoda vizinhança em São Francisco (EUA)

O 'X' gigante de LED do Twitter foi retirado nesta segunda-feira (31) do prédio da empresa em São Francisco, nos Estados Unidos.

A remoção aconteceu após a cidade receber 24 reclamações de moradores por conta da intensidade das luzes e de dúvidas sobre a segurança com a estrutura.

O Twitter alegou que a remoção do letreiro foi voluntária, mas o Departamento de Inspeção Predial de São Francisco informou que haverá penalização pela instalação do equipamento.

"Esta manhã, os inspetores de construção acompanharam a estrutura sendo desmontada", afirmou um porta-voz do Departamento de Inspeção Predial de São Francisco em e-mail à agência Reuters.

"O proprietário do imóvel pagará taxas pela instalação não autorizada da estrutura iluminada", continua a nota.

Autoridades da cidade afirmam que a substituição de letras ou símbolos em edifícios, ou a colocação de placas, devem respeitar regras urbanísticas e de segurança. A instalação do "X" teria sido feita sem autorização.

No final de semana, o departamento afirmou em um relatório que representantes do Twitter negaram duas vezes o acesso de um inspetor à cobertura do prédio. Segundo o documento, um funcionário da empresa afirmou que o letreiro era temporário.

O Twitter ergueu o 'X' gigante em sua sede na sexta-feira (28), dias após a empresa abandonar o antigo pássaro azul, e desagradou moradores. Vizinhos gravaram um vídeo do letreiro brilhando e criticaram as luzes intrusivas (veja vídeo abaixo).

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domingo, 30 de julho de 2023

A Índia pode ser tornar um dos maiores produtores de semicondutores?

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Governo dá diversos incentivos a empresas para se instalarem no país, mas política industrial para o setor ainda precisa ser aprimorada.
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TOPO
Por Nikhil Inamdar, BBC

Postado em 30 de julho de 2023 às 16h30m

Post. N. - 4.692

Os semicondutores alimentam todos os aspectos da vida digital moderna — Foto: Getty Images
Os semicondutores alimentam todos os aspectos da vida digital moderna — Foto: Getty Images

Já se passou um ano e meio desde que a Índia anunciou incentivos para fortalecer sua indústria nacional de fabricação de semicondutores, mas o progresso tem sido lento.

Dias depois que a empresa Micron anunciou que investiria quase US$ 3 bilhões em uma fábrica de montagem e teste de chips no Estado de Gujarat, a gigante de tecnologia taiwanesa Foxconn retirou-se de sua joint venture de US$ 19,5 bilhões com a indiana Vedanta para construir uma fábrica de chips no país.

Os planos de pelo menos duas outras empresas parecem ter sido paralisados, segundo a imprensa local.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi espera que os grandes investimentos das fabricantes de chips deem retorno após incentivos de US$ 10 bilhões. Enquanto isso, o premiê vem fechando várias parcerias tecnológicas para estabelecer esse setor no país.

Após um acordo com os EUA sobre tecnologia consideradas críticas e emergentes para aprimorar a colaboração bilateral nas cadeias de suprimentos de semicondutores, a Índia assinou um memorando de entendimento semelhante com o Japão na semana passada.

E pelo menos três Estados indianos anunciaram políticas individuais com o objetivo de garantir investimentos nessa área.

Embora subsídios generosos e um forte impulso político tenham ajudado o setor, é preciso acelerar o processo. A transferência de tecnologia será fundamental para a emergência da Índia como potência na produção de chips, diz Konark Bhandari, membro da Carnegie India.

“O comprometimento das empresas em trazer essas tecnologias depende de uma conjunção de vários fatores, como clima de negócios, mercado doméstico, potencial de exportação, infraestrutura e talentos”, diz ele.

Do jeito que as coisas estão, apenas parte desse quebra-cabeça parece estar pronto.

Vantagem da Índia

Semicondutores são fundamentais em todos os aspectos da vida digital moderna — de pequenos smartphones a grandes data centers que controlam a internet.

As tecnologias avançadas de semicondutores também desempenham um papel fundamental na transição da indústria automobilística para veículos elétricos ecológicos e no desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial.

A Índia responde por 5% da demanda global por chips. É provável que isso dobre até 2026, de acordo com a consultoria Deloitte, impulsionado pela maior adoção de smartphones, eletrodomésticos e novas tendências, como carros autônomos.

O governo do primeiro-ministro Modi anunciou vários incentivos para a fabricação de semicondutores — Foto: Getty Images via BBC
O governo do primeiro-ministro Modi anunciou vários incentivos para a fabricação de semicondutores — Foto: Getty Images via BBC

O mercado interno é evidentemente próspero. Mas nas principais fases da cadeia de valor da produção de chips — desenvolvimento de produto, design, fabricação, ATP (montagem, teste e embalagem) e suporte — a Índia tem uma forte presença apenas na função de design e terá que começar do zero quando se trata de fabricação.

"A Índia abriga 20% do talento global em design de chips. Existem 50 mil indianos fazendo esse trabalho", disse Kathir Thandavaryan, sócio da Deloitte, à BBC.

A maioria dos fabricantes de semicondutores — incluindo Intel, AMD e Qualcomm — também tem seus maiores centros de pesquisa e desenvolvimento na Índia, aproveitando o talento de engenharia local.

Obter pessoal treinado, no entanto, pode se tornar um grande obstáculo para as empresas, de acordo com a Deloitte, com cerca de 250 mil pessoas necessárias para trabalhar em toda a cadeia de valor quando os investimentos começarem a chegar.

Maiores colaborações entre indústria e universidades nesta área são fundamentais.

O governo tem trabalhado para possibilitar isso treinando 85 mil engenheiros, por exemplo, por meio de seu programa Chips to Startup.

Vários outros fatores— como uma melhoria nas classificações globais de logística, infraestrutura e eficiência e uma rede elétrica mais estável, um pré-requisito crítico para a fabricação de semicondutores — fortaleceram a preparação da Índia para fazer parte dessa corrida global, dizem os especialistas.

A geopolítica também parece estar a favor da Índia, com foco crescente na busca dos EUA por alternativas à China para terceirizar partes de sua própria cadeia de suprimentos de semicondutores.

A Índia está se tornando um aliado cada vez mais próximo e pode ser um destino viável para empresas americanas que buscam terceirizar funções de suporte, de acordo com Thandavaryan.

Mas sua política comercial protecionista — particularmente a ausência indiana em pactos comerciais multilaterais como a Parceria Econômica Global Abrangente (RCEP), um acordo de livre comércio entre 15 países da região Ásia-Pacífico — pode custar caro.

"As empresas de semicondutores que estão fora da China dificilmente enfrentariam grandes mudanças no esquema tarifário aplicável a seus componentes caso se transferissem para o Vietnã [que está na RCEP, assim como a China]. Isso ocorre porque é provável que haja mais uniformidade entre os países que fazem parte do mesmo acordo comercial regional", diz Bhandari.

Obstáculos

O maior obstáculo de Nova Délhi para se posicionar como uma opção global para os fabricantes de chips, no entanto, é muito familiar para os fabricantes de todos os setores: melhorar o ambiente para fazer negócios.

O país, conhecido por seus investimentos em software possui poucos recursos de hardware. A participação do setor manufatureiro no PIB permaneceu estagnada por anos devido à falta de um ecossistema facilitador.

A Índia precisará realizar "reformas fundamentais e duradouras" para mudar isso e tornar sua missão de semicondutores um sucesso, dizem os especialistas.

“Isso envolve abordar as barreiras de investimento, como alfândega/tarifas, tributação e infraestrutura”, disse à BBC Stephen Ezell, vice-presidente de política global de inovação da Fundação de Inovação e Tecnologia da Informação, com sede nos Estados Unidos.

"A Índia não será capaz de competir no longo prazo com concorrentes como a China, a União Europeia ou os EUA se os incentivos forem sua principal estratégia para atrair a linha montagem, teste e embalagem ou fábricas de semicondutores."

Isso ocorre principalmente porque a política de incentivos de semicondutores da Índia é apenas uma entre várias no mundo. Os subsídios oferecidos simultaneamente por blocos como a UE ou os EUA são muito maiores.

Em junho, o ministro federal Ashwini Vaishnaw falou sobre a tecnologia que a Micron trará para a Índia — Foto: Getty Images via BBC
Em junho, o ministro federal Ashwini Vaishnaw falou sobre a tecnologia que a Micron trará para a Índia — Foto: Getty Images via BBC

A maioria das empresas também não realocará suas operações em troca de subsídios "porque elas têm um ecossistema existente de fornecedores, parceiros, consumidores, uma rede de logística — tudo o que dificulta o offshore das operações para outras jurisdições", diz Bhandari.

Os subsídios da Índia também poderiam ser melhor direcionados, dizem os especialistas.

No momento, o governo oferece subsídios em todas as pontas da cadeia de valor da fabricação de chips. Em vez disso, o país poderia jogar com seus pontos fortes.

Por exemplo, a Índia pode investir em escolas de treinamento para engenheiros ou dobrar sua competitividade na linha montagem, teste e embalagem de semicondutores e suporte de design, em vez de fabricação real de chips, que é extremamente intensiva em capital e tem longos períodos de gestação.

O governo não deve apenas se concentrar na fabricação, adverte Ezell.

No entanto, ser competitivo nessa área marcaria um "grande salto tecnológico para o país" e o governo tem razão em tentar buscar mais investimentos nessa categoria, acrescenta.

Não ter algumas instalações de fabricação doméstica também teria "sérias implicações para os custos de importação da Índia", diz Bhandari, já que a produção doméstica de eletrônicos ultrapassa a marca de US$ 100 bilhões.

Aposta

Muito está em jogo com a aposta dos semicondutores da Índia. E houve muitos reveses no passado. Mas depois de anos de atrasos, uma política dedicada é apenas o primeiro passo na direção certa.

Esta é uma "nova oportunidade para corrigir os erros anteriores", diz Bhandari. "As estrelas geopolíticas se alinharam para ajudar nesta oportunidade. Em um mundo turbulento com cadeias de suprimentos fragmentadas, a Índia se encontra em uma encruzilhada — ela pode empreender uma tentativa séria de fomentar a fabricação de hardware ou deixar escapar outra oportunidade."

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sábado, 29 de julho de 2023

Hackers: a guerra de versões sobre países que promovem mais ataques cibernéticos

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Ataque que infectou recentemente iPhones em uma empresa de tecnologia russa chamou a atenção para os ataques cibernéticos realizados por países como os Estados Unidos, que raramente são reportados.
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TOPO
Por BBC

Postado em 29 de julho de 2023 às 15h50m

Post. N. - 4.691

A empresa de segurança cibernética Crowdstrike ilustra os hackers mais temidos na forma de personagens de desenho animado — Foto: CROWDSTRIKE via BBC
A empresa de segurança cibernética Crowdstrike ilustra os hackers mais temidos na forma de personagens de desenho animado — Foto: CROWDSTRIKE via BBC

Camaro Dragon, Fancy Bear, Static Kitten e Stardust Chollima. Poderiam ser os novos super-heróis da Marvel — mas, na verdade, são os nomes dados a alguns dos grupos de hackers mais temidos do mundo.

Durante anos, essas equipes cibernéticas de elite foram rastreadas de ataque em ataque, roubando segredos e causando interrupções supostamente a mando de seus governos.

As empresas de segurança cibernética chegaram, inclusive, a criar ilustrações de personagens de desenho animado para representá-las.

Camaro Dragon: a mais recente ilustração da Checkpoint de um suposto grupo chinês hackeando funcionários de relações exteriores europeus — Foto: CHECKPOINT via BBC
Camaro Dragon: a mais recente ilustração da Checkpoint de um suposto grupo chinês hackeando funcionários de relações exteriores europeus — Foto: CHECKPOINT via BBC

Por meio de pontos em um mapa-múndi, os profissionais de marketing destas empresas alertam regularmente os clientes sobre a origem destas "ameaças persistentes avançadas" (APTs, na sigla em inglês) — geralmente provenientes da Rússia, China, Coreia do Norte e Irã.

Mas partes do mapa permanecem visivelmente vazias.

Por que será que é tão raro ouvir falar sobre equipes de hackers e ataques cibernéticos baseados em países ocidentais?

Ataque a empresa russa de segurança cibernética

Um grande ataque cibernético na Rússia, revelado no início de junho, pode fornecer algumas pistas.

Do escritório com vista para o Canal de Moscou, um especialista em segurança cibernética observou como pings estranhos começaram a ser registrados na rede wi-fi da empresa.

Dezenas de celulares da equipe estavam enviando informações simultaneamente para partes estranhas da internet.

Mas esta não era uma empresa comum.

A Kaspersky, com sede em Moscou, é a maior empresa cibernética da Rússia — Foto: KASPERSKY via BBC
A Kaspersky, com sede em Moscou, é a maior empresa cibernética da Rússia — Foto: KASPERSKY via BBC

Era a maior empresa de segurança cibernética da Rússia, a Kaspersky, que estava investigando um possível ataque a seus próprios funcionários.

"Obviamente, nossas mentes se voltaram diretamente para o spyware (software espião), mas estávamos bastante céticos no início", diz o pesquisador-chefe de segurança, Igor Kuznetsov.

"Todo mundo já ouviu falar sobre poderosas ferramentas cibernéticas que podem transformar telefones celulares em dispositivos de espionagem, mas eu pensei que isso era uma espécie de lenda urbana que acontece com outras pessoas, em outros lugares."

Após uma análise minuciosa de "várias dezenas" de iPhones infectados, Kuznetsov percebeu que seu palpite estava certo — eles, de fato, haviam descoberto uma grande e sofisticada campanha de espionagem contra sua própria equipe.

O tipo de ataque que eles haviam descoberto é um pesadelo para os especialistas em segurança cibernética.

Os hackers haviam inventado uma maneira de infectar iPhones enviando uma iMessage que se apaga automaticamente uma vez que o software malicioso é injetado no dispositivo.

"Pronto, você está infectado — e nem vê", explica Kuznetsov.

'Operação de reconhecimento'

Todo o conteúdo do telefone das vítimas agora estava sendo enviado aos hackers em intervalos regulares. Mensagens, e-mails e fotos foram compartilhados —- inclusive acesso à câmera e microfone.

Seguindo uma regra de longa data da Kaspersky de não fazer acusações, Kuznetsov diz que não está interessado em saber de onde esse ataque de espionagem digital foi lançado.

"Bytes não têm nacionalidade — e sempre que um ataque cibernético é atribuído a um determinado país, isso é feito com um propósito", afirma.

Mas o governo russo está menos preocupado com isso.

No mesmo dia em que a Kaspersky anunciou o que havia descoberto, os serviços de segurança russos divulgaram um comunicado urgente afirmando que haviam "descoberto uma operação de reconhecimento do serviço de inteligência americano realizada usando dispositivos móveis da Apple".

O serviço russo de inteligência cibernética não mencionou a Kaspersky, mas afirmou que "vários milhares de aparelhos telefônicos" pertencentes a russos e diplomatas estrangeiros haviam sido infectados.

O comunicado ainda acusou a Apple de ajudar ativamente na campanha dos hackers. A Apple nega que esteja envolvida.

O suposto culpado — a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) — disse à BBC News que não tinha comentários.

Kuznetsov insiste que a Kaspersky não havia articulado nada com os serviços de segurança russos e que o comunicado do governo os pegou de surpresa.

A NSA tem hackers de elite trabalhando para os EUA — Foto: Reuters via BBC
A NSA tem hackers de elite trabalhando para os EUA — Foto: Reuters via BBC

Algumas pessoas no mundo da segurança cibernética podem ficar surpresas com isso — o governo russo parecia estar fazendo um anúncio conjunto com a Kaspersky, para obter o máximo impacto, o tipo de tática cada vez mais usada pelos países ocidentais para expor campanhas de hackers e fazer acusações em voz alta.

Em maio, o governo dos EUA emitiu um anúncio conjunto com a Microsoft informando que eles haviam detectado hackers do governo chinês espreitando as redes de energia em territórios americanos.

Este anúncio foi previsivelmente seguido por um coro de assentimento dos aliados dos Estados Unidos no ciberespaço — Reino Unido, Austrália, Canadá e Nova Zelândia, conhecidos como Five Eyes ("Cinco Olhos").

A resposta da China foi uma rápida negação, dizendo que a história fazia parte de uma "campanha de desinformação coletiva" dos países do Five Eyes.

O funcionário do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, acrescentou a resposta habitual da China: "O fato é que os Estados Unidos são o império dos hackers."

'Visando a China'

Mas agora, assim como a Rússia, a China parece estar adotando uma abordagem mais agressiva para denunciar os ataques cibernéticos ocidentais.

O jornal estatal China Daily alertou que os hackers apoiados por governos estrangeiros são agora a maior ameaça à segurança cibernética do país.

E essa advertência veio acompanhada por uma estatística da empresa chinesa 360 Security Technology — ela havia descoberto "51 organizações de hackers visando a China".

A empresa não respondeu aos pedidos de comentários da BBC.

Em setembro do ano passado, a China também acusou os EUA de hackear uma universidade financiada pelo governo responsável por programas de pesquisa aeronáutica e espacial.

'Jogo limpo'

"A China e a Rússia descobriram lentamente que o modelo ocidental de exposição cibernética é incrivelmente eficaz, e acredito que estamos vendo uma mudança”, diz Steve Stone, diretor do Rubrik Zero Labs e ex-profissional de inteligência cibernética.

"Também vou dizer que acho isso uma coisa boa. Não tenho nenhum problema com outros países revelando o que os países ocidentais estão fazendo. Acho que isso é jogar limpo e acho que é apropriado."

Muitos rejeitam a acusação chinesa de que os EUA são o império dos hackers, como uma hipérbole — mas há alguma verdade nisso.

De acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), os EUA são a única potência cibernética de nível um no mundo, com base na capacidade de ataque, defesa e influência.

O nível dois é composto por:

  • China;
  • Rússia;
  • Reino Unido;
  • Austrália;
  • França;
  • Israel;
  • Canadá.

O National Cyber ​​Power Index, compilado por pesquisadores do Belfer Center for Science and International Affairs, também considera os EUA o principal poder cibernético do mundo.

A principal pesquisadora do informe, Julia Voo, também notou uma mudança.

"A espionagem é rotineira para os governos e agora é frequente na forma de ataques cibernéticos — mas há uma batalha narrativa acontecendo, e os governos estão perguntando quem está se comportando de forma responsável e irresponsável no ciberespaço", diz ela.

E compilar uma lista de grupos de hackers de "ameaças persistentes avançadas" (APTs) e fingir que não existem ocidentais não é uma representação fiel da realidade, ela acrescenta.

Hackers do Reino Unido operam na Sede de Comunicações do Governo (GCHQ, na sigla em inglês), em Cheltenham — Foto: GCHQ via BBC
Hackers do Reino Unido operam na Sede de Comunicações do Governo (GCHQ, na sigla em inglês), em Cheltenham — Foto: GCHQ via BBC

"Ler os mesmos informes sobre ataques de hackers de apenas um lado aumenta a ignorância geral", diz Voo.

"A educação geral da população é importante, porque é basicamente aqui que muitas tensões entre os Estados vão ocorrer no futuro."

Voo também elogia o governo do Reino Unido por publicar seu relatório inaugural de transparência sobre as operações da Força Cibernética Nacional.

"Não é superdetalhado, mas é mais do que em outros países", avalia.

'Viés de dados'

Mas a falta de transparência também pode vir das próprias empresas de segurança cibernética.

Stone chama isso de "viés de dados" — as empresas ocidentais de segurança cibernética não conseguem ver os ataques ocidentais porque não têm clientes em países rivais.

Mas também pode haver uma decisão consciente de investir menos esforço em algumas investigações.

"Não tenho dúvidas de que provavelmente algumas empresas podem medir esforços e ocultar o que podem saber sobre um ataque ocidental", diz Stone.

Mas ele nunca fez parte de uma equipe que fez isso deliberadamente.

Os contratos lucrativos de governos como do Reino Unido ou dos EUA também são uma importante fonte de receita para muitas empresas de segurança cibernética.

Como disse um pesquisador de segurança cibernética do Oriente Médio: "O setor de inteligência de segurança cibernética é fortemente representado por provedores ocidentais e muito influenciado pelos interesses e necessidades de seus clientes".

O especialista, que pediu para permanecer anônimo, é um dos mais de uma dúzia de voluntários que contribuem regularmente para o APT Google Sheet — uma planilha online de visualização gratuita que rastreia todos os casos conhecidos de atividades que representam ameaças, independentemente de suas origens.

Ele tem uma aba para APTs da "Otan" (relativa aos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte), com apelidos como Longhorn, Snowglobe e Gossip Girl, mas o especialista admite que está bastante vazia em comparação com as abas de outras regiões e países.

'Menos barulho'

Ele diz que outro motivo para a falta de informações sobre os ataques cibernéticos ocidentais pode ser porque eles costumam ser mais furtivos e causam menos danos colaterais.

"As nações ocidentais tendem a realizar suas operações cibernéticas de maneira mais precisa e estratégica, contrastando com os ataques mais agressivos e amplos associados a nações como Irã e Rússia", diz o especialista.

"Como resultado, as operações cibernéticas ocidentais geralmente geram menos barulho."

O outro aspecto da falta de informes pode ser a confiança.

É fácil descartar acusações de ataques feitas pelos russos ou chineses porque muitas vezes faltam provas.

Mas os governos ocidentais, quando fazem acusações, raramente fornecem qualquer evidência — se é que alguma vez fornecem.

* Este texto foi publicado originalmente em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjl9jglk1kro

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sexta-feira, 28 de julho de 2023

Inteligência artificial: por que chefe do Google recomenda que pessoas verifiquem respostas do chatbot da própria empresa

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Empresa diz que usuários devem verificar precisão das respostas fornecidas pela Bard com seu mecanismo de busca tradicional.
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TOPO
Por BBC

Postado em 28 de julho de 2023 às 09h20m

Post. N. - 4.690

Empresa diz que usuários devem verificar precisão das respostas fornecidas pela Bard com seu mecanismo de busca tradicional — Foto: GETTY IMAGES
Empresa diz que usuários devem verificar precisão das respostas fornecidas pela Bard com seu mecanismo de busca tradicional — Foto: GETTY IMAGES

O Google diz que as pessoas devem usar seu mecanismo de busca para verificar se as informações fornecidas por seu chatbot de inteligência artificial, Bard, são realmente precisas.

Alguns sugeriram que chatbots como Bard e ChatGPT poderiam "matar" a pesquisa tradicional, que é dominada pelo Google.

Mas os usuários descobriram que as informações fornecidas por esses chatbots podem estar erradas ou até mesmo serem totalmente inventadas.

A chefe do Google no Reino Unido, Debbie Weinstein, disse que o Bard "não é realmente o lugar onde você procura informações específicas".

Em entrevista ao programa Today da BBC, ela falou que a ferramenta deveria ser considerada um "experimento" e mais adequada para "colaboração em torno da solução de problemas" e "criação de novas ideias".

"Estamos encorajando as pessoas a realmente usar o Google como mecanismo de busca para realmente consultar as informações que encontraram", assinalou.

Weinstein apontou que os usuários tiveram a oportunidade de dar feedback sobre as respostas que Bard deu a eles por meio de botões de "curtidas".

A página inicial de Bard também afirma claramente que tem "limitações e nem sempre acertará", mas não repete o conselho de Weinstein de que todos os resultados devem ser verificados usando um mecanismo de pesquisa tradicional.

Quando o ChatGPT entrou em cena em novembro de 2022, muitos questionaram se o negócio de pesquisa incrivelmente lucrativo do Google poderia estar sob ameaça.

Também alimentou um debate mais amplo sobre como a inteligência artificial (IA) — que alimenta os chatbots — poderia remodelar o mundo do trabalho ou até mesmo ameaçar o futuro da humanidade, iniciando uma corrida regulatória global da IA.

Outros sugeriram que a ameaça que a IA representa foi exagerada e o debate em torno dela se tornou histérico — um argumento que parece reforçar a afirmação da chefe do Google de que o Bard não é confiável nem mesmo para realizar tarefas básicas de pesquisa.

Por outro lado, também foram destacadas oportunidades econômicas que a IA pode oferecer.

Mas o Google diz que muitos usuários ainda não sabem como usar os chatbots.

A empresa divulgou um relatório dizendo que o interesse de pesquisa em IA atingiu um recorde histórico no Reino Unido no primeiro semestre de 2023, com a pergunta "como" mais pesquisada sendo "como ganhar dinheiro com IA".

Outro destaque de busca é "como a IA pode ajudar uma empresa?".

Para ajudar a lidar com essa falta de conhecimento, o Google está lançando uma série de treinamento online gratuita chamada New Fundamentals, que, segundo ela, pode oferecer às pessoas e empresas "habilidades práticas e conhecimento para capturar os incríveis benefícios da IA".

No relatório, a gigante da tecnologia também destaca o que chama de "uma falta crítica de habilidades tecnológicas no Reino Unido", que — se não for mitigada — "continuará sendo uma barreira obstinada ao crescimento nacional equitativo, especialmente à medida que a demanda por IA e outros conhecimentos tecnológicos sobe".

- Este texto foi publicado em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/crg2xlr2xpjo

Bard, o 'ChatGPT do Google', é lançado no Brasil
Bard, o 'ChatGPT do Google', é lançado no Brasil

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