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domingo, 28 de janeiro de 2024

A perigosa moda de funcionários gravarem demissão para postar no TikTok

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Especialistas alertam que transformar uma demissão em conteúdo de rede social, por melhores que sejam as intenções, pode trazer consequências profissionais de longo prazo.
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TOPO
Por Lillian Stone

Postado em 28 de janeiro de 2024 às 11h00m

Post. N. - 4.824

A perigosa moda de funcionários gravarem demissão para postar no TikTok — Foto: Getty Images via BBC
A perigosa moda de funcionários gravarem demissão para postar no TikTok — Foto: Getty Images via BBC

Milhões de pessoas assistiram nas redes sociais à profissional de tecnologia Brittany Pietsch sendo demitida do emprego em uma chamada de vídeo.

Pietsch trabalhava como executiva de contas na empresa de TI americana Cloudflare. No dia 12 de janeiro, ela postou no TikTok um vídeo de nove minutos com a legenda: "Quando você sabe que vai ser demitida e grava".

O vídeo mostra a reação exaltada de Pietsch quando dois representantes da empresa, que ela não conhecia, explicam que ela não conseguiu atender às "expectativas de desempenho" e será demitida.

Durante a conversa, ela defende seu trabalho, detalhando o feedback positivo que recebeu, e tenta saber dos representantes da empresa quais são os motivos específicos que a levaram a ser cortada (mas os funcionários do outro lado da linha se recusaram a informar esses motivos).

Vídeos similares estão ganhando força no TikTok e no X (antigo Twitter), enquanto as demissões em massa continuam a causar impactos em vários setores em todo o mundo.

Em mais uma mudança do cenário atual do trabalho, muitos profissionais são demitidos em chamadas de vídeo nas suas próprias casas – uma situação desoladora para os profissionais jovens, especialmente se estiverem sendo demitidos pela primeira vez.

Alguns observadores podem considerar os vídeos de demissão transparentes e empoderadores, especialmente quando conseguem se identificar com essa experiência. E a seção de comentários também pode ser um lugar para oferecer conselhos profissionais sobre como superar uma demissão.

No caso de Pietsch, ela gravou e divulgou a demissão "para poder compartilhar o que aconteceu com a família e os amigos", segundo declarou ao The Wall Street Journal, em 16 de janeiro.

Mas especialistas alertam que transformar uma demissão em conteúdo de rede social, por melhores que sejam as intenções, pode trazer consequências profissionais de longo prazo.

A hashtag #layoffs (demissões) no TikTok já atraiu mais de 366 milhões de visualizações.

Esse pico de interesse é totalmente esperado. Afinal, as demissões em massa no setor de tecnologia em 2023 invadiram o ano novo.

Google, Amazon e outras gigantes da tecnologia reduziram seus quadros de funcionários de 1° de janeiro para cá. E demissões em empresas de comunicação continuam a atingir milhares de pessoas.

Para os profissionais da geração Z (os que nasceram entre 1995 e 2010) que estão no centro da tendência das demissões ao vivo, os vídeos podem ser interpretados como extensões do conteúdo sobre sua vida cotidiana, publicado na forma de vídeos Get Ready With Me (GRWM – "apronte-se comigo", em tradução livre). Nesta seção do TikTok, os criadores de conteúdo apresentam suas rotinas diárias aos seus seguidores.

Os criadores ganham exposição oferecendo ao público a oportunidade de observar sua vida diária. E, seguindo esse padrão, a demissão do emprego pode ser algo perfeitamente normal para ser compartilhado nas redes sociais.

As demissões simplesmente podem gerar bom conteúdo, perfeitamente alinhado aos formatos de formação de tendências e temas relativos ao zeitgeist (o espírito da época).

Para os espectadores, os vídeos oferecem uma forma de se sentirem menos sozinhos em um novo mundo do trabalho, com demissões ocorrendo frequentemente em chamadas de vídeo de 10 minutos no home office do funcionário, em vez da privacidade de uma sala de conferências sem janelas.

O vídeo de Pietsch gerou comentários de apoio e empatia.

"Sinto muito por ouvir isso", escreve um espectador. "Fui demitido depois de sete anos de lealdade a uma empresa na qual trabalhei. Aquilo literalmente me matou."

Outra pessoa escreve: "As empresas não se importam com você, então também podemos constranger essas pessoas".

À parte do seu valor como entretenimento, esse tipo de conteúdo também reflete o panorama profissional de momento, depois da mudança de poder favorável aos funcionários, especialmente em meados do ano passado.

Ao lado dos movimentos trabalhistas, como o "verão de greves" de 2023 (um período de atividade sindical generalizada com grande repercussão nos EUA e no Reino Unido, com os trabalhadores conseguindo acordos em níveis recorde), os vídeos de demissão ao vivo questionam o padrão segundo o qual os empregadores sempre detêm o poder.

Os vídeos também refletem a ideia de que os profissionais estão menos preocupados em proteger um padrão de profissionalismo possivelmente ultrapassado e mais motivados para promover a mobilização e a solidariedade no ambiente de trabalho.

E, para muitos desses criadores de conteúdo, isso significa responsabilizar os empregadores, mesmo depois que os profissionais deixam de fazer parte da sua folha de pagamento.

Farah Sharghi é recrutadora da área de tecnologia, criadora de conteúdo e coach profissional de São Francisco, nos Estados Unidos. Ela acredita que os vídeos de demissão são uma consequência natural de um mercado de trabalho tumultuado na era das redes sociais.

"O compartilhamento público de experiências de demissão em plataformas como o TikTok reflete uma mudança para maior transparência e o desejo de compartilhar histórias pessoais em um mundo digital", segundo Sharghi.

"Isso também destaca o impacto profissional e emocional das decisões corporativas sobre os indivíduos", prossegue ela. "Uma coisa é falar sobre a demissão – outra é passar pela experiência em tempo real, junto com a pessoa que sofreu o impacto."

Sharghi afirma que vídeos como o de Pietsch podem expressar uma sensação cada vez maior de insatisfação com as relações entre empregados e empregadores.

"A empresa [pode tentar] transferir a culpa da demissão para o funcionário – quando, na realidade, se for uma demissão em massa, pode ser falha de administração ou avanços tecnológicos que estão trazendo mudanças", explica ela. "Esses vídeos estão expondo as falhas das empresas."

Poste com cautela

A ira dos criadores de vídeos de demissões pode ser justificada, mas analistas aconselham os jovens profissionais a reconsiderar sua abordagem. Eles chegam a criticar esses profissionais como sendo ingênuos e precipitados.

No X, a comentarista conservadora Candace Owens chamou Pietsch de "jovem e estúpida" depois que seu vídeo viralizou.

"Agora, qualquer empresa que pesquisar Brittany Pietsch no Google irá encontrar esse vídeo da gravação secreta da empresa em que ela trabalhava, expondo-os por fazerem seu trabalho. Inacreditavelmente inconsequente", escreveu ela.

Outro comentarista criticou Pietsch e a Cloudflare, considerando que ambos agiram mal. Para ele, "ser demitido é difícil, mas é importante enfrentar a situação com dignidade. Demitir alguém também é difícil e exige compaixão e respeito. Total desastre de ambas as partes, neste caso."

Sharghi não concorda com as posições extremistas, mas recomenda cautela.

"Embora esses vídeos possam oferecer apoio e solidariedade, eles também têm o potencial de prejudicar as perspectivas profissionais futuras daquela pessoa. As grandes empresas de tecnologia, por exemplo, formam um mundo pequeno no topo [das companhias] e, se um desses vídeos viralizar, é mais do que provável que um recrutador, um gerente de contratações ou um entrevistador tenha visto."

As empresas podem pensar duas vezes antes de contratar um candidato que poderá "expor publicamente o trabalho interno da companhia", afirma ela.

Este, de certa forma, é um caso de assertividade extrema nas redes sociais, que pode fazer o gerente parar para pensar antes de contratar um funcionário. E, em alguns casos, esses vídeos podem até colocar seus criadores em dificuldades.

Antes de seguir o impulso de postar, Sharghi recomenda que os indivíduos demitidos verifiquem seus acordos de rescisão. Eles podem conter cláusulas de não depreciação ou limitações à discussão das suas experiências na empresa.

Nos Estados Unidos, a Junta Nacional de Relações Trabalhistas determinou em 2023 que as cláusulas de não depreciação em acordos de rescisão profissional são ilegais. Mas existem exceções a esta regra, como divulgar segredos da companhia ou prestar declarações falsas e mal-intencionadas.

"Divulgar publicamente detalhes sobre o processo de demissão, especialmente se retratarem a empresa de forma negativa, pode representar uma quebra dessas cláusulas", adverte Sharghi.

Em resumo, a mensagem dos especialistas é esta: faça uma pausa antes de postar. Qual é o objetivo deste vídeo e quais são suas possíveis ramificações?

Se existe algo a se aprender com a hashtag #layoffs no TikTok, é que a noção dos trabalhadores sobre a sua imagem profissional passa por mudanças importantes – e criadores de conteúdo como Brittany Pietsch estão conduzindo essas mudanças.

Pietsch declarou ao The Wall Street Journal que não se arrepende e que outros profissionais estão dizendo a ela: "gostaria ter me defendido como você fez".

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Celular pode ser aliado para descobrir câmeras escondidas em quartos; veja como se proteger

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Especialistas ouvidos pelo g1 sugerem usar smartphone para procurar reflexos e luzes que podem indicar a presença de equipamentos suspeitos em acomodações.
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Por Victor Hugo Silva, Marília Barbosa, g1

Postado em 28 de janeiro de 2024 às 00h25m

Post. N. - 4.823

Câmera escondida: Veja como se identificar

Não são raras as histórias de turistas que encontraram câmeras escondidas nas acomodações em que se hospedaram. Em um caso recente, um casal descobriu uma embutida na tomada do quarto de um resort em Porto de Galinhas, na cidade de Ipojuca (PE).

Ainda que seja usada para fins de segurança no local, a gravação de imagens sem autorização pode configurar crime. O Código Penal prevê pena de 6 meses a 1 ano de detenção, além de multa, para quem gravar cenas íntimas sem o conhecimento de quem está nelas.

Para quem se hospeda ou aluga um imóvel, não existe uma forma simples de garantir que acomodações estejam completamente livre de câmeras escondidas. Mas o celular pode ser um aliado para diminuir os riscos.

Câmera escondida em resort em Porto de Galinhas — Foto: Reprodução
Câmera escondida em resort em Porto de Galinhas — Foto: Reprodução

Especialistas ouvidos pelo g1 explicaram que, logo após chegarem à acomodação, turistas podem seguir um passo a passo para checar a segurança de quartos e banheiros e aproveitarem a viagem com mais tranquilidade.

"A pessoa pode verificar a lâmpada, as tomadas, os relógios [para procurar equipamentos acoplados]. Todo equipamento eletrônico que tem energia elétrica ou que não deveria estar naquele lugar pode ser verificado", alerta Alexandre Armellini, diretor na empresa de cibersegurança Cipher.

Confira dicas abaixo.

1ª dica: procure reflexos de lentes de câmeras — Foto: Vitória Coelho/Arte g1
1ª dica: procure reflexos de lentes de câmeras — Foto: Vitória Coelho/Arte g1

Com o quarto mais escuro possível, ligue a câmera do celular com o flash ativado e olhe pela tela para ver se a luz está refletindo pequenos pontinhos em lugares incomuns, como detectores de fumaça ou luminárias – esse reflexo pode revelar a presença de uma lente de câmera.

2ª dica: busque luzes infravermelhas — Foto: Vitória Coelho/Arte g1
2ª dica: busque luzes infravermelhas — Foto: Vitória Coelho/Arte g1

Ainda no ambiente escuro, com a câmera do celular e o flash desligado, veja se você encontra uma pequena luz roxa piscando no quarto. Ela pode indicar a existência de uma câmera capaz de registrar imagens no escuro.

3ª dica: confira as tomadas — Foto: Vitória Coelho/Arte g1
3ª dica: confira as tomadas — Foto: Vitória Coelho/Arte g1

Use equipamentos como o carregador de celular para testar a instalação elétrica do quarto – se as entradas forem do mesmo padrão que o plugue do equipamento e não for possível conectá-lo à tomada, ela possivelmente foi adulterada.

4ª dica: verifique os espelhos — Foto: Vitória Coelho/Arte g1
4ª dica: verifique os espelhos — Foto: Vitória Coelho/Arte g1

Aponte a lanterna do celular para espelhos em busca de pontos transparentes. Toque nos vidros para conferir, pelo barulho, se eles estão ocos, o que pode ser um indício de que existam equipamentos embutidos – essa técnica de espionagem exige um espaço considerável atrás dos espelhos, então, diz respeito aos que estão colocados em molduras ou caixas que os distanciam da parede.

O que fazer além disso?

Na busca por câmeras, concentre-se em locais em que elas poderiam, de fato, ser escondidas. É o caso de pontos mais altos e nos cantos do quarto, bem como os que estão próximos a tomadas e que possam ficar "camuflados" atrás da decoração, por exemplo.

Também é importante checar acessórios que possam ser emprestados pelo estabelecimento, como carregadores de celular. Eles podem ter uma pequena luz, onde é possível manter uma câmera acoplada.

Mas, ainda que as câmeras sejam discretas, elas não chegam a ser microscópicas. As lentes podem caber no buraco da tomada, mas, por trás, elas chegam a ter o tamanho de uma moeda, explica Hugo Bernardes, professor e mestre em engenharia eletrônica do Instituto Mauá de Tecnologia.

"Não existem câmeras muito pequenas de fácil acesso. As câmeras minúsculas custam muito caro. Então, o que se encontram são câmeras um pouco maiores com um circuito de alimentação. Podem até existir câmeras com bateria, mas elas duram pouco", afirma.

Segurança, mas sem paranoia

É possível ir ainda além e usar ferramentas que identifiquem dispositivos que estão usando o Wi-Fi ou comprar acessórios como detectores de radiofrequência para buscar câmeras escondidas. Mas, como os métodos podem conter informações técnicas, eles podem mais confundir do que ajudar.

A busca por emissões de frequência também pode ser prejudicada pela presença de outros aparelhos, diz Bernardes. "O seu celular já emite radiofrequência, bem como um notebook, uma lâmpada inteligente, o Wi-Fi e o próprio rádio".

E, apesar das medidas de segurança, a orientação é evitar que a preocupação estrague o momento de lazer. Isso porque não é possível ter 100% de certeza de que a acomodação ou qualquer outro espaço público esteja sendo vigiado.

"Temos que tomar muito cuidado para não ir para o lado da paranoia. Senão, ninguém mais tem vida", diz Armellini.
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