"Apesar dos números otimistas do setor, falta de conhecimento nos aspectos tecnológicos gera entraves para que mais empresas criem suas lojas virtuais."
*/|\* Por Bruno Garcia || 03/10/2012
Dificuldade em identificar bons fornecedores
Toda a questão tecnológica também é um complicador. Em uma loja física, a comunicação é mais simples. No e-commerce, a maior parte do fluxo é gerado através de campanhas digitais: Google, resultados pagos, resultados orgânicos etc. “É bem mais complexo. Por isso optei por um planejamento mais longo e a lapidação de cada conceito. Tem plataformas que oferecem recursos elaborados e melhores resultados. Por isso o bom atendimento é um diferencial. Nem sempre a pessoa que está nos vendendo o serviço possui o conhecimento técnico e a capacidade para explicar de uma maneira simples”, conta Guilherme Torres.
O sócio da Isle não é um iniciante quando o assunto é internet. Guilherme Torres também possui participação em outra empresa que faz monitoramento de preços no e-commerce. Mesmo assim, precisou de muito tempo e pesquisa até abrir o seu novo empreendimento com segurança. “Algum conhecimento eu já tinha, mas bastante superficial em termos de operação. Tenho amigos que possuem lojas virtuais e fizeram a escolha da plataforma sem muito conhecimento. Isso dificultou. E os fornecedores em geral não estão preparados para orientar”, reclama o empresário.
Sem planos para o comércio eletrônicoEnquanto algumas marcas buscam orientação e pesquisam, outras preferem deixar a entrada no e-commerce para um futuro ainda indefinido. A Paraíso Moda Bebê, empresa que vende itens voltados para recém-nascidos, aposta no contato direto entre clientes e produtos para transmitir qualidade e diferenciação. “Não temos qualquer previsão para abrir uma loja virtual a curto ou médio prazo. Nosso produto precisa ser apresentado fisicamente aos clientes. Nosso grande diferencial é que eles são 100% exclusivos e nossos consumidores são bem criteriosos. Para atender a este nível de exigência, o melhor caminho é a venda de balcão. Fizemos alguns testes na internet, mas não tivemos bons resultados”, argumenta Rafael Carvalho, Diretor Comercial da Paraíso Moda Bebê.
Com distribuição em mais de três mil pontos de venda, a marca não vê atrativos em vender pela internet, embora não descarte esta possibilidade para o futuro. A parte de infraestrutura apresenta um pouco de dificuldade, mas a empresa possui um bom suporte de TI. “Se fosse o objetivo, teríamos condições de desenvolver nosso e-commerce. Mas a nossa decisão por não investir no comércio eletrônico não se deve a isso e sim ao nosso posicionamento e perfil de público”, afirma Rafael Carvalho.
Não é o que pensam os sócios da E-smart. Embora muitas empresas ainda resistam ao e-commerce, não é possível ignorar as oportunidades que este novo canal de compras representa. “O e-commerce brasileiro está em momento extraordinário. As vendas aumentam cerca de 20 a 25% ao ano, mas esses números podem ser ainda mais impressionantes dependendo da empresa. Hoje 20% das empresas brasileiros têm e-commerce. Das 70 milhões de pessoas que usam internet no Brasil, apenas 14% compram pela internet. A E-smart é viabilizadora para estas empresas, oferecendo todo o suporte. Nossa missão é a inclusão digital empresarial”, explica Vinícius Pessin, Diretor Geral da E-smart, em entrevista ao portal.
Com soluções inteligentes e de fácil operacionalização, muitas organizações que ainda não se arriscam nas vendas pela internet terão mais segurança para fazê-lo. “Vamos atuar justamente nesta área. Antecipando os erros e mostrando soluções rápidas, faremos com que menos pessoas desistam da internet”, finaliza Walter Sabini Junior.