Influenciadores da rede social fizeram vídeos se despedindo de seguidores e pedindo que os acompanhassem em outras redes, como YouTube e Instagram. Secretário de Estado afirmou que governo dos EUA considera banir app.
Por Reuters
14/07/2020 12h16 Atualizado há 4 horas
Postado em 14 de julho de 2020 às 16h20m
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Ty Gibson, 20 anos, de Greensboro, Carolina do Norte, não deu
importância no TikTok na semana passada para as especulações de que sua
rede social favorita seria banida.
Na quinta-feira (9), usuários entraram em pânico após uma falha na
plataforma ter apagado o número de visualizações de seus vídeos. De
repente, as notícias das ameaças do secretário de Estado dos Estados
Unidos, Mike Pompeo, de bloquear aplicativos chineses, como o TikTok, pareceram mais reais enquanto ele observava outros usuários inundando o aplicativo com despedidas.
- EUA consideram banir TikTok e outras redes sociais chinesas, diz secretário de Estado
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"Eu pensei que era o fim", disse Gibson em uma entrevista. "Eu nem tive tempo para pensar sobre as coisas."
Gibson gravou seu próprio vídeo de despedida para seus 4,6 milhões de
fãs, pedindo-lhes para segui-lo no YouTube e no Instagram.
Enquanto o destino do TikTok nos Estados Unidos é incerto, as notícias desencadearam uma onda de preocupações entre a dedicada base de usuários da plataforma, que está se preparando para migrar para outros serviços.
Alguns, como o astro dos e-sports Tyler Blevins, conhecido mais
amplamente como Ninja, que tem 4 milhões de seguidores no TikTok, disse a
seus 6 milhões de seguidores no Twitter que já havia excluído o TikTok
do celular.
Os usuários leais estão apenas aguardando, por enquanto. Mas eles estão
preocupados — compartilhando vídeos de si mesmos chorando (e dançando)
com hashtags como #TikTokBan, que tem 212 milhões de visualizações e
#SaveTikTok, com 315 milhões de visualizações no aplicativo.
"Se o TikTok perder a confiança dos usuários, eles perderão a relevância", disse Alexander Patino, vice-diretor do American Influencer Council, uma associação comercial de personalidades de mídias sociais que comercializam produtos online.
Embora existam questões reais de segurança sobre o TikTok, os motivos
do governo de Donald Trump são principalmente políticos, o que torna não
apenas difícil prever o que Washington decidirá, mas quase impossível
retaliar se a proibição ocorrer, disse Justin Sherman, um membro do
grupo de estudos Atlantic Council, que se concentra em geopolítica e
segurança cibernética.
"Acho que a empresa não poderia fazer nada para acalmá-los", disse ele.
O TikTok afirmou que nunca forneceu dados de usuários ao governo chinês
e que não o fará se for ordenado, acrescentando que a empresa não
recebeu nenhuma solicitação para isso.
O efeito de uma proibição do aplicativo nos EUA seria mínimo no mundo
da publicidade, já que o negócio de anúncios do TikTok ainda é
incipiente e as marcas migrariam facilmente para outras plataformas,
disse um executivo de uma grande agência de publicidade.
Mas o patrocínio corporativo dos influenciadores já começou a sofrer.
Uma grande marca de bens de consumo suspendeu um acordo de cinco dígitos
com um influenciador do TikTok por pelo menos dois meses, porque não
queria ser associada a notícias negativas sobre o aplicativo, disse Joe
Gagliese, presidente-executivo da agência de marketing de
influenciadores Viral Nation, recusando-se a nomear a marca.
James Lamprey, um chef de cozinha com 1,2 milhão de seguidores no TikTok, disse que a incerteza levou uma empresa de câmeras que o patrocinava a interromper o acordo com ele para um vídeo patrocinado no valor de 1.000 dólares, até que haja mais clareza sobre o destino do aplicativo.
Lamprey disse que começou a tentar fazer com que seus fãs no TikTok o
sigam no Instagram. Se o TikTok for banido, o impacto sobre seus ganhos
poderá ser enorme, disse ele.