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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Digital duplicada com cola quente derrota sensores do Galaxy S10 e do OnePlus 7 Pro

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Segurança do telefone da marca sul-coreana já havia sido burlada com técnica de impressão 3D.
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Por Altieres Rohr 

Postado em 29 de maio de 2019 às 23h00m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Molde em cola quente é preenchido com cola escolar branca comum. — Foto: Reprodução/Youtube/Max Tech 
Molde em cola quente é preenchido com cola escolar branca comum. — Foto: Reprodução/Youtube/Max Tech


O canal de YouTube "Max Tech" demonstrou que uma técnica de duplicação de digitais usando cola quente, cola escolar e papel alumínio é eficaz para derrotar os sensores de digitais e desbloquear o Galaxy S10+, da Samsung, e o OnePlus 7 Pro, da OnePlus. Ambos os telefones utilizam o sistema Android, contam com sensores do tipo ultrassônico sob a tela e são modelos topo de linha dos respectivos fabricantes.

Segundo o vídeo publicado pelo canal, a técnica não funcionava no Galaxy S10+ quando o telefone foi lançado. Porém, a Samsung atualizou o sensor biométrico ultrassônico da linha S10 para deixá-lo mais rápido. 

Aparentemente, o ganho de velocidade veio com um custo: segurança ainda menor que a de antes, que havia sido derrotada por uma impressão 3D feita a partir de uma digital capturada por foto de celular.

O método consiste em aplicar cola quente em papel alumínio e pressionar o dedo sobre a cola para fazer um molde. O molde é depois preenchido com cola branca escolar e retirado do papel do alumínio com cuidado, já que a cola ressecada pode rachar. Se feito corretamente, o molde é capaz de derrotar o sensor ultrassônico usado nesses telefones, de acordo com o "Max Tech".
A técnica do molde em cola quente é mais simples de ser realizada do que outras que necessitam de impressão 3D ou materiais mais avançados para a fabricação do molde.
Por outro lado, é mais difícil de obter a impressão digital da vítima, já que o dedo precisa ser pressionado diretamente sobre a cola. Em técnicas que criam a impressão digital a partir de fotografias, qualquer digital deixada em peças de vidro — como taças, copos ou até a própria tela do telefone — pode funcionar.

No caso do OnePlus 7 Pro, o canal "Max Tech" explicou que o sensor de digital do telefone é extremamente rápido, o que motivou a realização do teste para verificar se a velocidade se traduzia algum prejuízo à segurança. A digital falsa também funcionou melhor nesse telefone do que no S10. O smartphone da OnePlus não é vendido oficialmente no Brasil.

Fabricantes de telefones têm abandonado os sensores óticos de digitais em favor de modelos ultrassônicos, que podem ser colocados sob a tela, poupando espaço na carcaça do telefone. Os dois tipos já foram derrotados, mas os modelos ultrassônicos, apesar de serem mais recentes, estão se mostrando vulneráveis a técnicas mais rudimentares que os óticos.

O reconhecimento de digital, no entanto, ainda é mais seguro do que o reconhecimento facial usado em telefones Android. No caso do S10, o reconhecimento facial foi burlado até com imagens do rosto da pessoa em outra tela.

O iPhone, da Apple, utiliza uma técnica de reconhecimento facial única que teria sido derrotado por uma máscara, mas não há relatos de que essa façanha tenha sido repetida. Um teste semelhante com um rosto em 3D realizado com cinco telefones em 2018 pela Forbes e pela Backface não conseguiu burlar a proteção do iPhone X, mas derrotou os quatro modelos com Android.

Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1 
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1

Satélites da SpaceX que fornecerão internet do espaço preocupam astrônomos

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Brilho intenso dos dispositivos, que voam a altura menor do que os satélites tradicionais, pode prejudicar a observação do espaço.
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Por G1 

Postado em 29 de maio de 2019 às 21h50m 

GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Parecia uma cena de um filme de ficção científica: na Holanda, o astrônomo Marco Langbroek registrou, no último fim de semana, uma imagem noturna de uma fileira de satélites da SpaceX que passam no céu. Chamou atenção o brilho intenso dos satélites.
Starlink, satélites da SpaceX que irão oferecer internet, são vistos a olho nu na Holanda — Foto: Marco Langbroek / AFP 
Starlink, satélites da SpaceX que irão oferecer internet, são vistos a olho nu na Holanda — Foto: Marco Langbroek / AFP

Mas a novidade preocupa astrônomos: o conjunto de satélites — atualmente com 60 aparelhos, mas que aspira chegar a 12.000 satélites para prover internet ao redor do mundo — poderia ameaçar a visão noturna do cosmos e complicar a exploração científica.

O lançamento foi acompanhado no mundo todo e é parte de um projeto chamado Starlink, cujo objetivo é prover internet a partir do espaço. Elon Musk, que também é dono da montadora de carros elétricos Tesla, é quem está por trás da empresa espacial.

O problema é que está começando a ficar claro que os satélites são fáceis de observar a olho nu. Isso significa uma nova dificuldade para os pesquisadores, que já têm que encontrar soluções para lidar com os objetos luminosos que saturam imagens do espaço e dificultam o estudo da astronomia.

"As pessoas estão fazendo extrapolações de que se estes satélites, nestas novas mega constelações, tenham esse brilho estável, em 20 anos ou menos, por uma boa parte da noite veremos mais satélites que estrelas em qualquer lugar do mundo", disse Bill Keel, astrônomo da Universidade do Alabama, à AFP.

A Starlink começará a funcionar assim que forem ativados 800 satélites, o que exigirá uma dúzia de lançamentos além do que já aconteceu. "Acredito que dentro de um ano e meio, talvez dois, se as coisas forem bem, é provável que SpaceX tenha mais satélites em órbita que todos os demais satélites combinados", disse Musk na semana passada.

A SpaceX, de Elon Musk, é só uma das muitas companhias que buscam entrar no negócio de fornecimento da internet a partir do espaço.

Desde que foram vistos na Holanda, o brilho dos satélites diminuiu, pois a trajetória se estabilizou e os aparelhos continuaram a subida até a posição final, a uma altura de 550 quilômetros. Mas isso não dissipou totalmente as preocupações dos cientistas sobre o que virá depois.
Falcon 9 da SpaceX é lançado com 60 satélites no Cabo Canaveral, na Flórida, na quinta (23) — Foto: Malcolm Denemark/AP 
Falcon 9 da SpaceX é lançado com 60 satélites no Cabo Canaveral, na Flórida, na quinta (23) — Foto: Malcolm Denemark/AP

Atualmente há 2.100 satélites ativos orbitando nosso planeta, segundo a Associação da Indústria de Satélites. Se forem somados 12.000 só por parte da SpaceX, logo "serão centenas sobre o horizonte", disse Jonathan McDowell, do Centro de Astrofísica Harvard Smithsonian.

Para ele, o problema se potencializará em certos momentos do ano. "Definitivamente causará problemas para alguns tipos de observação astronômica profissional", disse ele à AFP.

Respostas contraditórias
Musk respondeu ao debate nas redes sociais com mensagens contraditórias, prometendo que vai buscar formas de reduzir o brilho dos satélites. O executivo também afirmou que os aparelhos terão "0% de impacto nos avanços da astronomia".

Também disse que prover "bilhões de pessoas economicamente desfavorecidas" com acesso à internet de alta velocidade através de sua rede "é o maior benefício".

Keel considerou positivo que Musk tenha se oferecido para buscar formas de reduzir a reflexibilidade dos futuros satélites, mas questionou que ele não tenha antecipado o problema.

Se os astrônomos estão preocupados, seus colegas da radioastronomia, que dependem das ondas eletromagnéticas emitidas pelos objetos celestes para examinar fenômenos — como a primeira imagem do buraco negro revelada no mês passado — estão "quase desesperados", acrescentou.

Os operadores de satélites são conhecidos por não fazer o suficiente para proteger suas "emissões laterais", que podem interferir com as faixas de observação que os radioastrônomos estão buscando.

"Há muitas razões para se unir a nossos colegas de radioastronomia para pedir uma resposta", disse Keel. "Não é só salvaguardar nossos interesses profissionais mas, na medida do possível, proteger o céu noturno para a humanidade".