"Novos concorrentes forçam redes nacionais a investirem mais e se prepararem. Todas enfrentam as mesmas dificuldades no país como impostos elevados e logística deficiente."
*||-:-||* Por Lilian Calmon || 13/09/2013
A chegada das varejistas de moda estrangeiras movimenta o mercado brasileiro. Ainda este mês, a GAP inaugura sua primeira loja no shopping JK Iguatemi e, no mês seguinte, uma unidade no Morumbi Shopping, ambas em São Paulo. A Forever 21 também abrirá uma loja no mesmo shopping, mas a data ainda não foi anunciada. Até o fim do ano, a previsão é que a espanhola Desigual também já esteja no país. Os novos concorrentes devem forçar as marcas estabelecidas por aqui a investir mais e se preparar.
O cenário do setor começou a mudar com a entrada da Zara em 1999. A marca conquistou seu espaço e levou grandes varejistas como Marisa, Renner e Riachuelo a repensarem seus modelos de negócios. Mas as redes brasileiras também podem se beneficiar da presença das internacionais para aprender com elas, já que todas enfrentam as mesmas dificuldades, como os impostos elevados, preço de aluguéis nas alturas e a logística deficiente.
O Brasil passou a estar no foco de grandes varejistas de moda estrangeiros porque possui uma classe média consumidora ascendente e uma população jovem. Uma competição maior demandará um esforço de igual tamanho para as marcas nacionais. “Não acho que as companhias brasileiras devam se desesperar.
Pelo contrário, elas têm muito a aprender com as internacionais sobre como fazer projeto de loja, administrar estoque e logística. Também vão ter que investir em tecnologia, trabalhar mais processos, qualificar e capacitar a equipe. Vão ter que fazer a lição de casa”, diz Marcelo Cherto, Presidente do Grupo Cherto, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Diferentes estratégias
Cada rede adotou uma estratégia específica para sua entrada no Brasil. A Zara chegou ao país abrindo uma grande quantidade de lojas monomarcas. A GAP se associou à Luigi Bertolli, conhecedora do mercado nacional de multimarcas. No entanto, até agora, a marca norte-americana não revelou se sua venda será monomarca ou multimarca. A Forever 21 não se pronunciou ainda quanto a uma parceria com sócio local.
Já a Desigual está vindo sozinha e abrirá duas lojas em São Paulo em 2013. No entanto, fontes do mercado dizem que a marca já está vendendo produtos para multimarcas. Com um maior volume, a empresa reduz seus custos e ganha em escala.
“Quando entrou no mercado norte-americano, a Desigual deve ter apanhado muito porque lá não é fácil. Mas por causa disso se tornou muito mais eficiente. A dificuldade mata quem não está disposto a se mexer e obriga quem está a sair da zona de conforto”, comenta Marcelo Cherto.
Mesmo com um cenário diferente do encontrado no exterior, as marcas estrangeiras não mudarão seu posicionamento no Brasil. “Na hora de desenvolver novos mercados, é importante que se tenha atenção às questões culturais daquele lugar. E, a partir do momento em que é feito esse exercício, dificilmente se desenvolve uma estratégia equivocada”, opina Eduardo França, Coordenador MBA em Estratégias e Ciências do Consumo da ESPM Rio, em entrevista ao portal.
O Mundo do Marketing entrou em contato com as redes Riachuelo e Marisa. A Riachuelo declarou que não se manifestaria sobre o assunto. Já a Marisa não enviou o seu posicionamento até o fechamento desta matéria.
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O cenário do setor começou a mudar com a entrada da Zara em 1999. A marca conquistou seu espaço e levou grandes varejistas como Marisa, Renner e Riachuelo a repensarem seus modelos de negócios. Mas as redes brasileiras também podem se beneficiar da presença das internacionais para aprender com elas, já que todas enfrentam as mesmas dificuldades, como os impostos elevados, preço de aluguéis nas alturas e a logística deficiente.
O Brasil passou a estar no foco de grandes varejistas de moda estrangeiros porque possui uma classe média consumidora ascendente e uma população jovem. Uma competição maior demandará um esforço de igual tamanho para as marcas nacionais. “Não acho que as companhias brasileiras devam se desesperar.
Pelo contrário, elas têm muito a aprender com as internacionais sobre como fazer projeto de loja, administrar estoque e logística. Também vão ter que investir em tecnologia, trabalhar mais processos, qualificar e capacitar a equipe. Vão ter que fazer a lição de casa”, diz Marcelo Cherto, Presidente do Grupo Cherto, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Diferentes estratégias
Cada rede adotou uma estratégia específica para sua entrada no Brasil. A Zara chegou ao país abrindo uma grande quantidade de lojas monomarcas. A GAP se associou à Luigi Bertolli, conhecedora do mercado nacional de multimarcas. No entanto, até agora, a marca norte-americana não revelou se sua venda será monomarca ou multimarca. A Forever 21 não se pronunciou ainda quanto a uma parceria com sócio local.
Já a Desigual está vindo sozinha e abrirá duas lojas em São Paulo em 2013. No entanto, fontes do mercado dizem que a marca já está vendendo produtos para multimarcas. Com um maior volume, a empresa reduz seus custos e ganha em escala.
“Quando entrou no mercado norte-americano, a Desigual deve ter apanhado muito porque lá não é fácil. Mas por causa disso se tornou muito mais eficiente. A dificuldade mata quem não está disposto a se mexer e obriga quem está a sair da zona de conforto”, comenta Marcelo Cherto.
Mesmo com um cenário diferente do encontrado no exterior, as marcas estrangeiras não mudarão seu posicionamento no Brasil. “Na hora de desenvolver novos mercados, é importante que se tenha atenção às questões culturais daquele lugar. E, a partir do momento em que é feito esse exercício, dificilmente se desenvolve uma estratégia equivocada”, opina Eduardo França, Coordenador MBA em Estratégias e Ciências do Consumo da ESPM Rio, em entrevista ao portal.
O Mundo do Marketing entrou em contato com as redes Riachuelo e Marisa. A Riachuelo declarou que não se manifestaria sobre o assunto. Já a Marisa não enviou o seu posicionamento até o fechamento desta matéria.
