Venda de ações da empresa pode arrecadar US$ 10 bilhões e é esperada como uma das maiores da história do setor de tecnologia.
Por G1
Postado em 12 de abril de 2019 às 19h35m
Postado em 12 de abril de 2019 às 19h35m
O Uber disponibilizou ao público nesta quinta-feira (11) os documentos para se tornar uma empresa de capital aberto. É esperado que o processo de oferta de ações da empresa (IPO, na sigla em inglês) seja um dos maiores da história do setor de tecnologia. A documentação foi apresentada em privado para a SEC (órgão responsável pelos mercados nos EUA) em dezembro.
A empresa está procurando uma valorização entre US$ 90 e US$ 100 bilhões, com uma oferta de cerca de US$ 10 bilhões em ações ao mercado.
Se a empresa arrecadar mais de US$ 10 bilhões com a venda de ações entraria como um dos maiores IPOs da história dos EUA. No mercado de tecnologia, ficaria aquém apenas da varejista Alibaba e do Facebook.
Os maiores IPOs nos EUA:
- Alibaba Group Holding US$ 21,767 bilhões
- Visa US$ 17,864 bilhões
- ENEL SpA US$ 16,452 bilhões
- Facebook US$ 16,007 blilhões
- General Motors US$ 15,774 bilhões
- AT&T Wireless Group US$ 10,620 bilhões
- Kraft Foods US$ 8,680 bilhões
Segundo o Uber, a empresa está atualmente em mais de 700 cidades e tinha 91 milhões de usuários no final de 2018, que faziam cerca de 14 milhões de viagens por dia e afirma já ter pago mais de US$ 78 bilhões a motoristas.
A documentação também traz informações específicas sobre o Brasil, que é um dos maiores mercados da empresa. Segundo o balanço apresentado pelo Uber ao órgão regulador dos mercados nos Estados Unidos, a empresa faturou US$ 959 milhões no Brasil no ano passado, um aumento de 306% em relação aos ganhos locais em 2016, quando a Uber teve faturamento de US$ 236 milhões no país.
Entre os riscos ao desenvolvimento do negócio, o Uber afirma estar em um mercado "altamente competitivo, com alternativas bem estabelecidas e de baixo custo que estão disponíveis há décadas". A companhia também cita baixas barreiras de entradas e concorrentes bem capitalizados para competir no mercado.
A empresa afirma que pode voltar a oferecer vantagens para usuários e motoristas para se manter competitiva e diz que o negócio seria "afetado de maneira adversa se motoristas fossem classificados como empregados e não como terceirizados independentes".
O resultado operacional da empresa continua negativo: em 2018 a empresa teve prejuízo operacional de US$ 3 bilhões sobre um faturamento de US$ 11,2 bilhões.