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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

5 comportamentos do jovem consumidor carioca


"Pesquisa mostra perfil em educação, trabalho, política, dinheiro e relacionamento e apresenta esse público como consciente e maduro em relação ao consumo."



*#:#* Por Priscilla Oliveira, do Mundo do Marketing | 30/10/2014



Durante muitos anos, os jovens foram considerados irresponsáveis ou rebeldes por uma fatia da sociedade. A idade era associada à fase de descobertas e à imaturidade. No Rio de Janeiro, inclusive, o público com até 25 anos era representado por marcas que exploravam o jeitinho carioca para conquistar a adesão dessa parcela da população. 

O retrato atual, no entanto, mostra que esse pensamento está ultrapassado e que o grupo está mais consciente de si, do mundo e dos mercados de consumo.
A malandragem comumente associada a quem vive na cidade já não é mais interpretada com bons olhos e o modelo de lifestyle proposto pelas empresas, baseado apenas na praia, também não é mais identificado por essa geração. 

Segundo a pesquisa Rolé Jovem, realizada pela agência República, os jovens estão cientes do que acontece na capital e já agem visando mudar os pontos negativos que encontram, entre eles a centralização de opções de lazer e cultura na Zona Sul. Esse público reivindica não apenas a quebra de barreiras geográficas, como também as simbólicas.

Durante o estudo, foram identificados cinco drivers de comportamentos que se manifestam em cada uma das esferas, tais como educação, trabalho, relacionamento, dinheiro/consumo e política, em pessoas com idades entre 14 a 34 anos. “Esses pontos mostram que eles se preocupam não apenas com o superficial. 

Em relação à carreira, por exemplo, querem um propósito que não seja apenas individual. O dinheiro não é mais um fator decisivo. Tudo tem que girar em torno da realidade dele”, conta André Mota, Sócio e Head de Estratégia da República, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Educação e Trabalho
Um dos fatores que melhor representam os jovens é a transitoriedade e o imediatismo. De acordo com a pesquisa, o que importa para eles é o presente. Esse grupo é o mais ansioso para alcançar cargos altos em empresas, porque se inspiram em empreendedores de sucesso. Muitos optam por abrir negócios próprios com o objetivo de mudar o atual pensamento corporativo, considerado limitado por eles.


Isso porque essa turma é a que mais busca conciliar a vida pessoal com a profissional. Cabe às companhias tentar encontrar a forma de não perder um empregado por conta de uma rotina engessada. “O trabalho não é mais visto como uma obrigação e, sim, como um meio de realização e desenvolvimento pessoal. 

O jovem se permite acumular experiência em diversas áreas e, por meio dessa soma, desenvolver o poder de realizar novas conexões. A ocupação tem que coincidir com o que ele quer para a vida dele e, se não encontrar, ele mesmo irá procurar uma solução”, diz André.

Além disso, na educação, os conteúdos relevantes devem estar presentes no seu dia a dia. “Aprender um novo idioma, por exemplo, não é interessante apenas para se destacar no ambiente de trabalho, mas principalmente para se relacionar com outras pessoas e se inserir no mundo globalizado. Ele não quer estudar apenas para colocar no currículo. O princípio é como aquilo vai proporcionar uma experiência para ele”, afirma André Mota.

Dinheiro e Consumo
O acesso constante à internet e a absorção de informações a todo momento trouxe uma celeridade também nas formas de consumo. Os recursos financeiros são cada vez mais empregados na aquisição de momentos relevantes e capazes de agregar algo a ele. “Esse consumidor busca novidade e cobra isso. 


Até pouco tempo atrás, as marcas faziam uma campanha por coleção. Hoje, já notamos que é preciso trazer novidades o tempo inteiro. Optamos por fazer minicampanhas mensais, com novo material gráfico. Não podemos nos limitar a passar uma estação inteira com o mesmo mostruário”, conta Natalia Fidalgo, Coordenadora de Marketing da DressTo, em entrevista ao Mundo do Marketing.

As experiências no momento da compra também foram reforçadas, e a confecção voltada para o público jovem passou a incluir referências a situações vividas e ao gosto do carioca nas lojas. “Fizemos parcerias com blocos de marchinhas e, no carnaval, eles ficam tocando na vitrine da unidade de Ipanema. 

Levamos algo que eles procuram, como a festa de rua, para dentro do ponto de venda. A banda fica na vitrine virada para dentro da loja, o que faz com que eles entrem e sintam um pouco da alegria carioca que também temos”, diz a Coordenadora de Marketing da DressTo.

A aproximação, no entanto, não é o único fator decisivo no momento da compra. A experiência de aquisição do produto precisa vir carregada de outros atributos, que não estejam atrelados ao consumismo. 

Aqueles que já possuem renda própria são os mais responsáveis com o orçamento pessoal, mas os mais novos ainda buscam marcas como identificação de personalidade. O ato de consumir se torna uma maneira de enxergar a vida e de demonstrar seu pensamento.

Preocupação social e política
Nos hábitos de compra, cresce a preocupação com os impactos dos produtos no mundo. A Kipling é uma das marcas que mira nos consumidores mais ligados às questões ecológicas, visão estratégica que a levou a reforçar as ações voltadas ao meio ambiente. 


“Como fabricamos peças em nylon, buscamos mostrar que os produtos duram muito tempo, logo não precisam ser comprados a todo momento, e têm valor agregado”, conta Nathália Mansur, Analista de Marca da Kipling, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para não ser uma marca exclusiva a uma única classe social, a fabricante de bolsas e mochilas está mais acessível, disponibilizando a possibilidade de parcelar o pagamento e vendendo em multimarcas. Além disso, desconstruiu a ideia de que jovens usam apenas mochilas e ampliou o portfólio. 

“Temos produtos que permitem que a pessoa vá dos 14 aos 30 anos com eles. Não temos como criar um estereótipo do nosso cliente. Até o símbolo da empresa, o macaquinho, muda de acordo com o item. Em algumas bolsas, ele ganha contornos mais delicados, como os de um mico leão, além de ser de metal”, afirma Nathália.

A conduta cada vez mais distante do estereótipo torna esse jovem mais informado sobre direitos e deveres, o que faz dele um militante da causa a que adere. Como os indivíduos absorvem referências distintas para a formação da sua personalidade, eles se permitem uma maior liberdade, incluindo a sexual. 

O casamento já não é uma instituição forte e a realização profissional, por exemplo, está acima dele. O empoderamento feminino também está cada vez mais em voga. Esse público busca empresas que estejam de acordo com essa linha de pensamento.

Ciente do momento econômico em que a cidade vive, com preços de imóveis e restaurantes cada vez mais caros, a opção encontrada por eles foi criar eventos como o do isorporzinho. Nesses encontros, as bebidas são compradas em supermercados e consumidas em locais públicos.

“A alta nos preços trouxe um novo público para o varejo. Vejo cada vez mais pessoas dividindo imóveis, porque querem continuar no local em que já moravam. O hábito de fazer a “social” em casa os tira da zona de conforto, mas mostra que eles se adaptam facilmente”, afirma André Mota.

Relacionamentos
A forma como o jovem enxerga os relacionamentos também pode ajudar as marcas a redefinirem suas ações de Marketing. A pesquisa mostrou que houve uma desmistificação de ídolos, comportamento que faz com que ele busque um modelo mais próximo de ícones que não sejam celebridades e artistas inalcançáveis. Nomes locais acabam ganhando força e conversam diretamente com o consumidor.


A DressTo observou essa tendência e passou a adotar o uso de pessoas influentes de cada meio para serem divulgadores da marca. São blogueiros ou indivíduos outros comuns, que se relacionam bem com a comunidade de seu entorno e possuem presença nas redes sociais. 

“São pessoas que gostam de aproveitar a vida, não passam o tempo todo em festas ou bebendo, são queridas pelos amigos e procuradas quando alguém precisa de uma indicação. É preciso olhar para os círculos dos jovens, em quem eles se espelham. Colocar alguém distante da realidade dele é afastar a própria marca do cliente”, conta Natalia Fidalgo.

Esse pensamento vale, principalmente, para pessoas que moram em comunidades e buscam alguém que represente-os em outras esferas. A Coca-Cola encontrou em grupos locais a força para a marca lidar com o público jovem. A fabricante de bebidas contratou a equipe do Dream Team do Passinho para coreografar a música tema da marca para a Copa do Mundo de 2014. 

A dança, que mistura funk, break e frevo, originária das favelas cariocas, foi incorporada nas demais ações da companhia. O funk por si só ainda permanece em voga em vídeos publicitários, que trazem também a família como objeto central das campanhas.

Leia também a pesquisa completa Rolé Jovem no Mundo do Marketing Inteligência. Conteúdo exclusivo para assinantes.

Pesquisa Etnográfica | Rio de Janeiro | Perfil de Consumo | Jovens

AliExpress traz ao Brasil um festival de compras chinês


"Evento é voltado ao Dia do Solteiro na China, comemorado no dia 11 de novembro. Empresa dará descontos de 50% em milhares de produtos, além de frete grátis."



*$:$* Por Priscilla Oliveira, do Mundo do Marketing | 31/10/2014



O AliExpress.com traz ao Brasil o festival de compras “11.11”, voltado ao Dia do Solteiro, comemorado no dia 11 de novembro, na China.  Os brasileiros terão acesso a mais de um milhão de produtos oferecidos por varejistas eletrônicos chineses, com descontos de 50%. 

A empresa disponibilizará frete internacional grátis para algumas mercadorias selecionadas. O serviço de correio nacional da China trabalhará em parceria com o correio brasileiro para garantir agilidade na liberação das mercadorias pela alfândega e na entrega.

O evento ocorre anualmente desde 2009 apenas para chineses, mas, este ano os representantes do Grupo Alibaba anunciaram a participação de vendedores dos mercados de e-commerce internacionais. 

Em 2013, os varejistas do Grupo Alibaba geraram no espaço de 24 horas um Volume de Mercadoria Bruto (GMV) de RMB 36,2 bilhões (US$ 5,8 bilhões) através do sistema de pagamento online Alipay. 

A título de comparação, as vendas online geradas pela Black Friday e Cyber Monday totalizaram US$ 2,9 bilhões em 2013, de acordo com a comScore.
AliExpress, Dia do solteiro, promoção

Leia também: 6 tendências para o varejo contemporâneo. Dicas do Mundo do Marketing Inteligência.

Tendência | WGSN | Varejo

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

G.H. Cretors desembarca no Brasil


"Fabricante de pipoca chega ao país trazendo as quatro opções para os paladares gourmet. Produção dos petiscos da empresa centenária é feita de forma artesanal."



*$:$* Por Priscilla Oliveira, do Mundo do Marketing | 30/10/2014



A G.H. Cretors desembarcou no Brasil trazendo quatro opções de sabores de sua pipoca gourmet. Os aperitivos estão disponíveis nas versões Cheese Corn (Queijo Cheddar), Caramel Corn (Caramelo) e Chicago Mix (Caramelo com Queijo Cheddar). 

Mantendo a mesma receita exclusiva há 130 anos, o produto é elaborado com ingredientes naturais e não contêm glúten, adição de xarope de glicose e sabores artificiais.

A produção do alimento é feita de maneira artesanal e possui embalagens com design sutil. A empresa centenária e inventora da máquina de pipocas, chega ao país para satisfazer o paladar dos apreciadores da cozinha gourmet. 

O item, importado pela Latinex, será vendido entre os valores de R$ 19,90 e R$ 22,90.
G.H. Cretors, pipoca, produto importado

Lenovo conclui processo de compra da Motorola


"Empresa passa a ser a terceira maior fabricante de smartphones do mundo. Ela receberá o portfólio de produtos, a sede da marca adquirida nos EUA e um time de 3.500 funcionários."



*#:#* Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 30/10/2014



O processo de compra da Motorola Mobility pela Lenovo está concluído, de acordo com um comunicado do antigo dono, o Google. A empresa compradora passa a contar o portfólio de smartphones da marca que inclui os modelos Moto X, Moto G, Moto E e da série Droid. Com a aquisição, a Lenovo passa a se posicionar como o terceiro maior fabricante de smartphones do mundo.

A empresa passa a controlar também a sede da marca de celulares, que fica em Chicago, além de um time de 3.500 funcionários espalhados por diferentes países, sendo cerca de 2.800 nos Estados Unidos, ocupados em tarefas de projeto, desenho, venda e suporte dos celulares.
Lenovo, Motorola, Google, compra

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Brasil atrai grandes players de leite, mas ainda peca em qualidade


"País é o terceiro colocado mundial em coleta de leite, mas mercado ainda é pulverizado entre pequenos produtores, com pouca instrução. Já o varejo é dominado por multinacionais."



*#:#* Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 29/10/2014



A pecuária é um dos ramos mais prósperos da economia nacional. O país é o maior exportador de gado de corte do mundo e o terceiro colocado na produção de leite com um mercado avaliado em R$ 68 bilhões de acordo com dados da Euromonitor. 

Apesar da expressividade deste segmento, o Brasil ainda depende da importação do líquido para suprir sua demanda interna. Além disso, engatinha na produção dos itens de maior valor agregado, como as apresentações em pó, que em sua maioria são provenientes de multinacionais e têm preço final alto.

A conquista do mercado externo é outro desafio, já que a qualidade média do leite é considerada baixa para os padrões de muitos dos potenciais clientes, como China e Estados Unidos. As principais deficiências apontadas são o teor de gordura abaixo do considerado ideal para a comercialização, bem como a alta contagem bacteriana no produto, proveniente de falhas de higiene no processo que começa no pecuarista e vai até o envase nas indústrias.

O mercado nacional também teme a baixa qualidade dos laticínios. Desde 2007, a adulteração de lotes de leites UHT arranha a imagem de grandes empresas e contribui para a desconfiança do consumidor. Em Minas Gerais, os supermercados suspenderam oficialmente a compra de leite da marca Parmalat no ano de 2007, quando o primeiro caso deste tipo veio à tona. “São problemas sérios. 

A Parmalat, por exemplo, que já enfrentava problemas financeiros, esteve bem perto da falência. Por ser tratar de alimento adulterado, o impacto nas vendas costuma ser forte, atingindo, inclusive, outras empresas do setor”, avalia Roberto Simonard, Professor de Economia da ESPM Rio, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Fraudes no leite UHT
Em 11 estados – Acre, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins –, as denúncias geraram redução no consumo de até 60%, de acordo com as associações de supermercadistas locais.  As marcas Parmalat, Elegê, Líder e Piá foram algumas das que apresentaram irregularidades.


Já foram identificados lotes com a presença de citrato de sódio, soda cáustica, formol, água oxigenada, ureia, cal e álcool etílico, que podem causar danos à saúde dos consumidores. Este ano, muitos lotes de diversas marcas já tiveram a venda suspensa.

Os problemas de fraude no leite acontecem essencialmente no caminho da fazenda para as indústrias. Os transportadores compram o líquido dos produtores, pagando à vista, por litro, e revendem para as empresas. As substâncias incorporadas ao leite teriam a função de aumentar o volume e, consequentemente, o lucro. 

A operação leite compensado da Polícia Federal apreendeu 300 mil litros de leite contaminado em 2014 e prendeu 16 envolvidos nos crimes na região Sul só em outubro. 
O caminho para recuperar os arranhões provocados nas marcas é uma melhoria efetiva na qualidade dos produtos. 

“As indústrias precisam estabelecer normas de higiene e produção mais rigorosas e fortalecer a fiscalização para assegurar a qualidade do produto final”, aponta o Professor de Economia da ESPM Rio.

Os bastidores da produção leiteira
A produção de leite brasileira é bastante pulverizada. Pelo menos 80% do volume total coletado é proveniente de pequenos fazendeiros. As estruturas são essencialmente familiares ou com no máximo três funcionários contratados. 


A soma de todos os pequenos núcleos pecuários faz com que a atividade tenha um grande potencial econômico no cenário nacional. Só em Minas Gerais, que é líder em produção nacional, 700 mil pessoas se ocupam na atividade leiteira, de acordo com a Embrapa.

“A produção de leite no Brasil tem uma rentabilidade muito baixa, o que afasta os grandes pecuaristas. Isso porque a criação de corte é ostensiva e demanda menos mão de obra e equipamentos, sendo mais rentável”, aponta Roberto Simonard.
No outro lado desta equação, estão as grandes indústrias nacionais e principalmente multinacionais que pasteurizam, envazam e distribuem a bebida ao varejo. 

No último ranking da Embrapa Gado de Leite, de 2012, aparecem na liderança a DPA (Dairy Partners Americas) que é fruto de uma parceria entre a Nestlé e a Fronterra, cooperativa da Nova Zelândia, seguida pela LBR, que detinha na ocasião as marcas de leite Parmalat, Líder, Leitbom, Bom Gosto, Da Matta, Ibituruna e São Gabriel.

Recentemente entrou na disputa o grupo francês Lactalis, que comprou a Parmalat e também a divisão de lácteos da BRF com as marcas Batavo e Elegê pelo preço de R$ 1,8 bilhão. A área obteve uma receita de R$ 2,6 bilhões em 2013, o que coloca a empresa em uma posição de destaque no mercado nacional. 

“O mercado brasileiro, com o baixo custo da matéria prima e a isenção de impostos, atrai cada vez mais as empresa estrangeiras que querem produzir aqui”, diz o Professor de Economia da ESPM.  

Oportunidade para as regionais
Apesar do peso dos grandes players que dominam o mercado e também as gôndolas dos principais varejistas, o setor é próspero para as marcas regionais. O principal trunfo destas empresas é o vínculo afetivo com o consumidor, aspecto que beneficia a gaúcha Santa Clara, que já atua no estado há 102 anos. 


“Quando juntamos ética e inovação, temos espaço junto ao mercado local que vê de perto o trabalho. A concorrência existe, mas serve de motivação para buscarmos novidades para que o consumidor sinta esta preocupação e nos priorize”, pontua Alexandre Guerra, Diretor Administrativo e Financeiro da Cooperativa Santa Clara, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Baseado no sistema de cooperativa, o laticínio conta com cinco mil famílias associadas e investiu também em lojas próprias como estratégia para destacar seus produtos. São, atualmente, 10 supermercados e 10 mercados agropecuários em funcionamento no Rio Grande do Sul. 

Outro ponto forte da associação é o estimulo à superação da qualidade na produção. Desde 1991, os produtores são remunerados de acordo com o padrão de leite entregue. “Essa é a décima vez que somos reconhecidos como a marca de queijos mais lembrada do estado. Isso vem de uma matéria-prima superior, o que mantém a credibilidade”, diz o Diretor da Cooperativa Santa Clara.

Em contrapartida aos bons resultados obtidos, a organização se compromete em absorver toda a produção e oferece benefícios como divisão dos lucros e programas de apoio técnico. Os pecuaristas têm acesso à inseminação artificial para o rebanho, veterinários e financiamento para equipamentos. 

Com estas iniciativas, a cooperativa pretende também garantir as gerações futuras de produtores, reduzindo o êxodo. “Com a assistência e a mecanização no campo, propiciamos que mais jovens queiram permanecer por se sentirem valorizados, tomando parte no negócio dos pais”, complementa Alexandre Guerra.

Responsabilidade social
A responsabilidade social com os produtores é cada vez mais levada a sério pelos players que querem se destacar no mercado ao garantirem um melhor produto final, além de ganharem em reputação. 


A Danone, por exemplo, inicia um trabalho de educação e profissionalização junto a algumas comunidades do Ceará antes mesmo de se tornarem produtores. O projeto “Mandacaru” beneficia 130 famílias, ensinando o trabalho na pecuária, promovendo o associativismo entre os futuros produtores e, consequentemente, gerando um aumento de renda local.

Essa postura se estende por toda a linha produtiva da empresa. A companhia que compra 1% de todo o leite produzido no Brasil e é o oitavo maior laticínio em operação no mercado nacional compra apenas matéria-prima proveniente dos produtores que participam do programa “Danone de qualidade e segurança alimentar”, que orienta e seleciona o insumo que será aproveitado. 

“A realidade da produção de leite sob uma lupa mostra que a maioria da mão de obra não tem eficiência ou garantia de qualidade. Precisamos acelerar este processo de profissionalização que já foi iniciado pelo governo”, aponta Jose Pollastri, Gerente de Captação e Frete da Danone, em entrevista ao Mundo do Markerting.

Complementa os investimentos no campo o Danleite, que ensina os fazendeiros a otimizarem seus rebanhos e lavouras minimizando custos. Além disso, uma central de compras coletivas garante descontos para os participantes do projeto na aquisição de insumos como alimentação e medicamentos para o gado. 

Além disso, em Minas Gerais a empresa firmou uma parceria com o Sebrae em uma ação chamada Educampo, que leva zootecnistas ou veterinários para junto do produtor auxiliando na gestão a longo prazo. “Os frutos ficam claros no crescimento frente ao restante do país. 

A produção de leite no Brasil cresceu na casa dos 4% ao ano na última década. Nossos produtores crescem em média de 10% a 12% ao ano, o que leva a Danone a crescer acima do PIB e do mercado”, complementa Jose Pollastri.

Leia também: Panorama do mercado leiteiro no Brasil. Estudo do Mundo do Marketing Inteligência.

Ordenha | Exportação | Produção | Pecuária | Leite

P&G traz tecnologia que descontamina água para o Brasil


"Produto não será vendido e faz parte da principal ação de responsabilidade social da companhia. Walmart fará promoção que resultará em doações para o projeto"



*#:#* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 29/10/2014



A P&G traz ao Brasil seu produto que transforma água contaminada em limpa. No país, 17,3% da população não recebe o recurso por meio da rede de abastecimento, o que faz com que muitas pessoas bebam água não potável. 

O P&G Sachet conta com uma tecnologia de baixo custo, apresentada em pacotinhos de quatro gramas capazes de descontaminar 10 litros de água, retirando resíduos sólidos e impurezas do líquido.

O item atende às normas da Organização Mundial de Saúde e tem validade de dois anos, no Brasil. Trata-se de um produto que não será vendido e faz parte da principal ação de responsabilidade social da P&G, o Programa Água Pura Para Crianças. 

A tecnologia foi desenvolvida em Newcastle, Reino Unido, em parceria com o Centro de Controles de Doenças dos Estados Unidos e é uma tecnologia exclusiva da companhia.

Para purificar a água, o conteúdo do P&G Sachet deve ser despejado em um recipiente com 10 litros de água não potável. Depois, é preciso mexer a mistura por cinco minutos e aguardar igual período para a sujeira decantar. 

Em seguida, a água deve ser passada por um filtro, que pode ser até mesmo uma camiseta de algodão limpa. Para finalizar, deve-se esperar por 20 minutos para que o bactericida do produto faça efeito. Em 30 minutos a água barrenta ou contaminada se transforma em limpa para o consumo.

Parceria com o Walmart
Em todo o mundo, o programa Água Pura Para Crianças já entregou mais de 7,8 bilhões e meio litros de água purificada, o que significa que mais de um litro de água limpa foi doada para cada habitante do planeta. No Brasil, o produto começará a ser distribuído para pessoas que vivem no Vale do Jequitinhonha.


Para incentivar consumidores a contribuírem com o projeto, o programa Água Pura para Crianças conta com a parceria do Walmart. A varejista desenvolveu uma promoção em que, a cada produto das marcas P&G comprada na rede, será doado o equivalente a mais um dia de água limpa para uma pessoa.
P&G, água, responsabilidade social

Olympikus lança loja virtual


"E-commerce da marca oferece 10 mil produtos voltados para a prática esportiva. Entrega alcança todos os estados do país, com frete grátis para as capitais (exceto no Norte)."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 29/10/2014




A Olympikus acaba de criar sua loja online própria, na qual oferece 10 mil produtos voltados para a prática esportiva. Todas as coleções de calçados, vestuário e acessórios da fabricante, além dos lançamentos, estarão disponíveis no ambiente virtual. 

Também serão vendidos itens exclusivos feitos para a Seleção Brasileira de Vôlei e para o Cruzeiro. A entrega do e-commerce alcança todos os estados do país.

A companhia, que já conta com unidades físicas em diversos pontos do Brasil, oferece frete grátis para as capitais, com exceção à região Norte. O benefício se estende para aos demais municípios do Sul, Sudeste e Nordeste para compras acima de R$ 99,90. 

Nesta quarta-feira, data do lançamento da loja virtual, o frete é grátis para todo o Brasil neste valor.
As compras efetuadas podem ser pagas por meio de cartão de crédito (Visa, Mastercard, American Express e Diners Club) e boleto bancário. 

O parcelamento é oferecido em até 10 vezes sem juros nos cartões de crédito, desde que a parcela mínima seja de R$ 20,00. No boleto bancário, há 5% de desconto sobre o valor total dos produtos, excluindo-se o frete.
Olympikus, e-commerce

Leia também: 6 dicas para melhorar a experiência no e-commerce. Dicas do Mundo do Marketing Inteligência.

Dica | E-commerce

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Decathlon disponibiliza pagamento após entrega


"Cliente pode escolher a plataforma Koin na hora da compra e pagar os pedidos à vista somente depois de receberem as mercadorias em casa. Marca estuda forma de oferecer parcelamento."



*$:$* Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 28/10/2014



A Decathlon passa a disponibilizar uma ferramenta de pagamento pós-pago. A plataforma Koin atua exclusivamente para compras online, por meio de um sistema que calcula um limite personalizado para cada cliente, de acordo com o grau de relacionamento com o e-commerce.

Quando a pessoa seleciona a Koin na hora da compra, ela recebe um boleto à vista para ser pago após a entrega das mercadorias. A empresa disponibilizará em breve opções de pagamento com débito em conta e parcelamentos. 
Decathlon, e-commerce, pagamento, pós-pago

Volkswagen cria bicicleta com peças próprias


"Montadora apresenta no Salão do Automóvel versões aro 26 ou 29 com freio a disco e feitas de alumínio. Opções de cores são preto e vermelho ou preto e azul."



*$:$* Por Priscilla Oliveira, do Mundo do Marketing | 28/10/2014



A Volkswagen criou uma bicicleta com peças da própria montadora. Disponível em duas versões, de aro 26 e aro 29, as mountain bikes têm freio a disco e são feitas de alumínio.

A versão aro 26 pesa 13,5 kg e traz câmbio de 27 velocidades, nas opções de cores preto e vermelho. Já a aro 29 pesa 14,5 kg, tem câmbio de 30 velocidades e está disponível em preto ou azul.

A novidade será apresentada no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. O objetivo da empresa é oferecer uma opção de qualidade para quem busca alternativas de mobilidade e lazer.

Na feira, a montadora também apresentará mais de 100 produtos licenciados pela Volkswagen Collection, entre peças de vestuário adulto e infantil, miniaturas de carros, chaveiros, capas de celular, entre outros, que estarão à venda aos visitantes no estande da marca.

Volkswagen, bicicleta, Salão do automóvel

Amazon lança device de streaming com controle remoto


"Novidade custa US$ 39,00 e briga diretamente com o Google Chromecast, de US$ 35,00. Dispositivo tem mais memória, espaço de armazenamento e velocidade que concorrente."



*#:#* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 27/10/2014



A Amazon lançou, nesta segunda-feira, seu segundo device de streaming para TV, o Fire TV Stick, pelo preço de US$ 39,00, para brigar com o Google Chromecast (US$ 35,00).  A tecnologia transforma qualquer televisão que tenha entrada HDMI em uma smart TV. 

As funcionalidades entre os dispositivos das duas marcas são semelhantes, mas a novidade apresenta mais memória, mais espaço de armazenamento de dados e maior velocidade de processamento.

Outro diferencial é o controle remoto que acompanha o aparelho. A versão do Google é controlado por aplicativo. O Fire TV Stick conta com os conteúdos do Netflix, Hulu, Crackle e os vídeos do YouTube, assim como jogos. 

Nestes casos, o controle remoto assumirá a função de joystick. As encomendas começam a sair da empresa para entrega no dia 19 de novembro. Os assinantes do serviço do Amazon Prime pagam apenas US$ 19,00 pelo equipamento.

No Brasil, o Google Chromecast custa R$ 199,00. A Amazon também envia seu produto para o Brasil, mas não está claro quais conteúdos funcionarão no país.
Amazon, Google Chromecast, Fire TV Stick, streaming

Leia também: 7 Tecnologias Quentes para Começar a Ficar de Olho. Dica do Mundo do Marketing Inteligência.

E-commerce | Digital | Planejamento Estratégico | Big Data

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Tequila Sauza celebra Día de los Muertos


"Marca cria peças bem-humoradas com frases como “uma festa que reúne jovens de 18 a 500 e poucos”, inspiradas em tradição mexicana. Bares estarão tematizados."



*#:#* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 24/10/2014



A Tequila Sauza criou peças bem-humoradas para a internet para convidar usuários a celebrarem o Día de los Muertos, comemorado entre um e dois de novembro. 

A data faz parte das tradições mexicanas, país que inspirou a arte das peças com as caveiras estilizadas e muitas cores. Entre as frases utilizadas estão “uma festa que reúne jovens de 18 a 500 e poucos” e “Aqueles que foram abajo vão voltar pra dizer arriba”.

Um vídeo falando sobre a tradição e a proposta da Sauza será postado nas redes sociais da marca. A fanpage da empresa trará conteúdo especial sobre a celebração escolhida para tematizar a comunicação da tequila. 

Diferentes ações vão acontecer durante os dias de celebração, entre elas a produção de uma festa universitária decorada com elementos da campanha. Alguns bares também serão tematizados pela comunicação, atingindo o consumidor em um momento de descontração.

A marca ainda elaborou um pack especial, com embalagem estilizada. Dentro da caixa, estão uma garrafa, copos e ímã de geladeira em forma de caveira. Ele será vendido nas principais redes de supermercados do Brasil. A campanha foi idealizada pela PS10 Propaganda e Soluções.
Tequila Sauza, Día de los Muertos

Leia também: Potencial do mercado brasileiro de bebidas em 2013. Pesquisa no Mundo do Marketing Inteligência.

Bebidas | Mercado | Potencial de consumo

Nivea Sun distribui carregadores solares na praia


"Aparelhos para smartphones foram entregues para banhistas na Praia de Ipanema nesta sexta-feira, das 10h às 17h, com a ajuda de dois vendedores conhecidos na areia."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 24/10/2014



A Nivea Sun aproveitou a chegada da primavera e a proximidade com o verão para realizar uma ação junto aos banhistas na Praia de Ipanema, nesta sexta-feira, dia 24. 

A marca distribuiu carregadores para dispositivos móveis abastecidos por energia solar, em parceria com dois vendedores bem conhecidos das areias cariocas: Rafael do Hareburguer e Seu Mario do Mousse. A iniciativa começou às 10h e se estendeu até as 17h.

Para usar o carregador, basta deixá-lo exposto ao sol e estar munido de um cabo com entrada USB. O kit entregue aos banhistas incluía ainda uma sacola com bola inflável e uma mostra grátis do Nivea Sun Protect&Bronze, produto dois em um que combina proteção e bronzeamento.

A distribuição marca o lançamento de novos produtos para a temporada 2014/2015. Os lançamentos contam com opções em embalagens maiores e versões econômicas das fórmulas vendidas pela fabricante. Um deles é o frasco de 200ml do Protect&Bronze.
Nive Sun, carregador solar

Nive Sun, carregador solar

Coca-Cola promove Semana do Movimento Coletivo


"Parte da renda gerada a partir da venda de produtos da marca será revertida ao Coletivo Coca-Cola. Ação espera reunir R$ 6 milhões entre os dias oito e 14 de novembro."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 24/10/2014




A Coca-Cola promove, entre os dias oito e 14 de novembro, a Semana do Movimento Coletivo, período em que parte da renda gerada pela venda de produtos da marca será revertida para o Instituto Coca-Cola Brasil. 

Mais de 125 bebidas do portfólio farão parte da ação, como água, chás, refrigerantes, néctares, energéticos, isotônicos e lácteos. O objetivo é mobilizar a população em torno da transformação social no Brasil. A companhia espera arrecadar R$ 6 milhões para a ONG com a iniciativa.

A ação contará com uma campanha na internet baseada no conceito de storytelling. Os internautas conhecerão a história de pessoas que tiveram suas qualidades de vida influenciadas pelo Coletivo Coca-Cola. 

A Semana Movimento Coletivo é derivada da Semana Otimismo que Transforma que, ao longo de sete anos, incentivou os consumidores e arrecadou mais de R$ 36 milhões para programas sociais da empresa.

O Coletivo Coca-Cola, gerido pelo Instituto Coca-Cola Brasil, promove o empoderamento especialmente de jovens e mulheres, a partir da valorização da autoestima, e a geração de renda. Hoje, a plataforma está presente em 550 comunidades e, até o fim do ano, terá impactado mais de 100 mil pessoas em 22 estados, por meio de sete diferentes projetos.
Coca-Cola, Semana do Movimento Coletivo, Instituto Coca-Cola Brasil
Leia também: Coca-Cola: criatividade e conteúdo para se manter entre as mais valiosas. Estudo no Mundo do Marketing Inteligência.
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A verdade: nenhum produto se sustenta apenas com boas histórias

Bruno Mello,Editor Executivo do Mundo do Marketing



*$:$* Postado por Bruno Mello - 23/10/2014



A sensação inicial ao ler a reportagem da Revista Exame desta quinzena, com o título “Marketing ou Mentira?” no impresso e “Toda empresa quer ter uma boa história. Algumas são mentira” no site, foi de indignação. 

A segunda reação foi ligar imediatamente para os sócios-fundadores envolvidos no caso e alguns formadores de opinião. Afinal, além de desconstruir a história das marcas, a reportagem mostra como o storytelling poderia estar sendo usado para contar histórias que não são verdadeiras.

Se você não leu a reportagem, um resumo. O texto diz que as histórias por trás dos sorvetes Diletto e dos sucos Do Bem são mentirosas e um “retrato de um tipo de estratégia que extrapola os limites do marketing — e que está em plena moda no mundo dos negócios. Para conquistar espaço, as empresas se preocupam cada vez mais em contar histórias que as diferenciem dos concorrentes”.

Independente se este expediente está sendo usado ou não pelas marcas citadas, três contestações são certas: nenhum produto ruim, com qualidade duvidosa ou que não caia no gosto do consumidor se sustenta, mesmo com a melhor comunicação do mundo. 

Lembra do enorme barulho que a Nova Schin fez em 2004? Contratou o Zeca Pagodinho, conhecido consumidor de Brahma, e mais uma dezena de celebridades entoando o bordão Experimenta. Resultado: nem na época da campanha a cerveja sequer encostou nas líderes de mercado e o cantor ainda debandou para a Brahma meses depois.

A segunda questão é que, infelizmente, não são raras as vezes em que uma comunicação promete o que a marca não consegue entregar. E aí o problema é o inverso e você já deve ter ouvido a máxima de que não há nada pior do que uma ótima campanha para um produto ruim. 

É o caminho mais curto para fazer o produto sair do mercado e dificilmente se restabelecer, ainda que seja reposicionado no curto prazo.
Outra face desta história é o possível arranhão que casos como este podem gerar na marca. 

Acompanhando as mais diversas situações ao longo da última década, de todos os portes de empresas, vimos que companhias consolidadas – como é o caso de Diletto e Do Bem – sofrem muito pouco ou quase nada no médio e longo prazo. Mais: em tempos de mídia social, em uma semana acontece outro fato e as pessoas esquecem rapidamente.

O grande perigo, em todos estes casos, é estarmos diante de um cheque em branco para erros ou más intenções que não podem ser cometidos. O bom Marketing é o da verdade. Da autenticidade. No caso de Diletto e Do Bem, ambas foram pioneiras e mostram suscetíveis bons resultados até então. 

Não há nada que possa substituir a qualidade de um produto e ninguém consegue sustentar algo ruim com uma história boa por muito tempo, me disse uma das fontes ouvidas. Infelizmente nenhum dos dois fundadores, apesar de terem conversado abertamente sobre o assunto, quiserem repercutir a reportagem de Exame, mas foram categóricos em negar que tenham mentido.

Seja verdade ou não, a certeza que temos é a de que não há atalhos para se perpetuar no mercado. As nacionais e empreendedoras Diletto e Do Bem têm menos de 10 anos. Inauguraram mercados em que hoje se apresentam concorrentes com outros diferenciais e semelhanças. 

Não serão as histórias que as farão crescer, mas sim a capacidade de inovar e encontrar saídas para um mercado cada vez mais disputado e que requer novidades a cada verão.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Qual foi o peso da internet nas eleições deste ano?


"Campanhas dos dois candidatos travaram “batalha para surdos”, que pouco atingiu os indecisos e apenas reforçou escolhas já estabelecidas. Votos com maior convicção não valem mais."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 24/10/2014



A disputa travada nas urnas neste domingo promete ser acirrada, mas certamente ainda ficará distante da briga entre militantes e eleitores de Dilma Rousseff e de Aécio Neves que tomou conta das redes sociais. 

Nem a reta final do último Campeonato Brasileiro foi capaz de aflorar tantas paixões na web como a fase decisiva das eleições. A polarização, os preconceitos e o revanchismo na sociedade acabaram escancarados no ambiente virtual.

A participação intensa da população nas redes, com destaque para o uso dos dispositivos móveis como segunda tela, pode ser comprovada em números: durante o primeiro debate dos presidenciáveis na Band, no dia 27 de agosto, foram publicados na web 790 mil tuítes, segundo dados do Twitter Get the Data About. 

Já em dois de outubro, quando os candidatos ficaram frente a frente nos estúdios da Globo, esse número saltou para 3,1 milhões de mensagens. No segundo turno, o encontro do último dia 14, na Band, gerou 120 mil potagens no microblog.

Neste pleito foi consolidada a ideia de que não dá mais para disputar as eleições sem recorrer às redes sociais, ferramenta de mobilização útil até em cidades pequenas. “Nós não compramos um plano de governo, mas uma imagem: a de quem pode fazer mais, de quem é mais seguro. 

O que as redes fazem é potencializar essas construções de imagem. E o ato de compartilhar molda a própria fotografia do internauta frente aos amigos”, destaca Jamil Marques, Professor de Comunicação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor do livro “Do Clique à Urna: Internet, Redes Sociais e Eleições no Brasil”, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Campanha negativa é tônica
Esse contexto altera a estruturação da comunicação das campanhas. “Cada vez mais pessoas especializadas em internet estão sendo contratadas, já que o papel cresceu em importância. É curioso como isso acirra as disputas entre o núcleo de comunicação e os caciques políticos. Há divergência quando alguma ação não gera boa repercussão ou quando a campanha não vai bem”, diz o professor Marques.


Embora aconteça simultaneamente e de forma integrada, a comunicação na TV, nos comícios e na internet têm suas peculiaridades. Na rede, os partidos se valem das fofocas, do tom humorístico e dos perfis fakes, realidade distante do tom utilizado nas aparições ao vivo dos candidatos. 

As peças gráficas e os vídeos engraçados costumam gerar muitos compartilhamentos, o que coloca a criatividade da equipe de campanha à prova. O material desenvolvido ganha vida no Twitter, no Facebook e no WhatsApp. Propostas mesmo, quase nada.

O acirramento e a polarização na disputa fez com que a campanha negativa fosse a tônica dos debates no pleito. “Os eleitores já percebem que algumas peças são forçação de barra, mas eles não parecem muito preocupados com isso. Só querem saber se é favorável ao seu candidato ou não. A qualidade deixa de ser um atributo essencial. E os presidenciáveis buscam desmentir os boatos pela TV”, complementa Marques.

Batalha para surdos
Nessa guerra em que se abre mão até da ética, poucos são os convencidos a mudar de voto. O efeito maior, nas redes sociais, é o de reforço de escolhas, o que pode apontar para falhas na estratégia dos partidos na internet. 


Afinal, o voto de um eleitor mais convicto vale tanto quanto o de um menos confiante. Principalmente neste pleito, a opção dos que estiveram indecisos até o último momento será determinante, seja dos que votaram em branco ou nulo no primeiro turno ou dos que apostaram suas fichas em Marina Silva.

Segundo as última pesquisa do Datafolha, Dilma Rousseff tem 53% das intenções de voto contra 47% de Aécio, considerando apenas os válidos. Levando em conta a margem de erro das consultas, a briga promete ser voto a voto. “O uso da internet em sintonia com o mundo real pode ter o poder de arrasto, em que a militância consegue convencer as pessoas em seu círculo social. 

Ainda assim, não vejo as campanhas falando com os indecisos. É uma batalha para surdos”, dispara Gabriel Rossi, Sócio-Fundador da consultoria em branding digital que leva seu nome, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Na internet, faltou investir na comunicação com o eleitor médio. 

Os candidatos pecaram olhando mais para a tecnologia em si e menos para o usuário que está do outro lado da interação. Pouco se estudou sobre o comportamento dele, o que lê, quais são suas referências. 

“As equipes prestam atenção, mas não de forma adequada, na classe média emergente, que é mais imediatista, mais aspiracional. Como falar com esse público e gerar o espírito de engajamento? As campanhas tampouco exploram o potencial do Big Data”, critica o especialista e palestrante.

Mudanças em relação a 2010
Apesar das falhas, as ações ganharam sofisticação das eleições de 2010 para esta. Com núcleos digitais melhor estruturados, as equipes monitoraram de perto temas considerados mais sensíveis para cada partido, acompanhando menções a candidatos e demais porta-vozes dos grupos políticos. As mobilizações entre os militantes também foi explorada, enquanto os perfis fakes eram rastreados. 


O digital deixou de ser enxergado como parte da estratégia periférica e se tornou central. “Comparando com 2010, houve um avanço substancial, principalmente porque a penetração da banda larga é muito maior. Hoje, são mais de 80 milhões de eleitores com acesso à internet. 

Há ainda o que chamo de princípio da realidade: há quatro anos, o sentimento era de continuidade na população e, agora, é mudancista. Por isso as pessoas usam a internet com um ímpeto diferente. Há ainda um envolvimento crescente da população em torno da política, que ficou claro durante as manifestações de junho de 2013. Certamente, lições foram aprendidas para 2018”, conclui Rossi.

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