Total de visualizações de página

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Empresa alerta que aplicativos da App Store, do iPhone, também podem confundir usuários com assinaturas 'caras demais'

= =---____------- ===  ---------________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________--------- ====  -----------____---= =

Fabricante de antivírus vê risco de 'golpe de assinatura', que é quando apps pagos e caros são divulgados como gratuitos.
= =---____------- ===  ---------________::_____   _____= =..= = =..= =..= = =____   _____::________--------- ====  -----------____---= =

 Por Altieres Rohr  
 É fundador de um site especializado na defesa contra ataques cibernéticos



iPhones 11 e 11 Pro Max — Foto: Fabio Tito/G1 
iPhones 11 e 11 Pro Max — Foto: Fabio Tito/G1

A fabricante de antivírus Sophos identificou 31 aplicativos na App Store, a loja do iPhone, que cobram assinaturas consideradas exorbitantes para as funções que desempenham. Essa prática, embora nem sempre seja irregular, pode enganar usuários e causar prejuízo, alertou a empresa.

Chamados pela Sophos de "fleeceware", os aplicativos são promovidos como se fossem gratuitos e inclusive aparecem listados assim nas lojas de apps. Depois que são instalados, no entanto, eles logo exigem que o usuário autorize o pagamento de uma assinatura.

Desinstalar o aplicativo não cancela a assinatura, o que deixa o usuário vulnerável a cobranças recorrentes inesperadas.

A companhia já havia divulgado duas vezes sobre esse problema na Play Store, a loja do Android. O novo alerta mostra que a App Store, usada no iPhone e no iPad, não está livre da prática.

A Sophos considera que a cobrança nem sempre fica clara para o usuário, o que pode caracterizar um "golpe de assinatura" em algumas circunstâncias.

Os valores cobrados também fogem das expectativas. Embora os apps ofereçam funções relativamente simples, como horóscopos e criação de emojis, algumas assinaturas passam de US$ 20 (cerca de R$ 100) por mês – ou mais de R$ 1 mil por ano. Mesmo com os descontos da assinatura anual, o preço dos apps é comparável ao de suítes profissionais de programas para computador.

O blog procurou a Apple para comentar o assunto, mas a fabricante do iPhone não se pronunciou até a publicação. Apesar do silêncio da empresa, vários aplicativos identificados pela Sophos já não estão mais na App Store – o que significa que a Apple pode ter considerado a prática abusiva e removido esses aplicativos.

Na opinião da Sophos, as políticas da loja da Apple já são violadas por esse apps pela falta de utilidade, já que a Apple exige que apps forneçam algo de "valor contínuo" para cobrar uma assinatura.

De acordo com dados da Sensor Tower, os 31 apps identificados pela Sophos já teriam faturado mais de US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 23 milhões) em todo o mundo. Um dos apps, o Zodiac Master Plus – que desapareceu da loja após o alerta da Sophos – aparecia na 11ª posição entre os aplicativos com maior faturamento na App Store.

Com brincadeiras como a troca de gênero ou envelhecimento de retratos – um recurso disponível de graça em vários outros apps –, o Zodiac Master Plus custava quase US$ 84 (mais de R$ 420) por ano.

A mesma situação se repete nos demais apps identificados pela Sophos: são leitores de códigos de barra, listas de curiosidades ou identificadores de sósias – apps simples ou de entretenimento barato que, nesses casos, custam muito caro.
Avaliações deixadas por usuários em um dos aplicativos denunciados que desapareceram da App Store — Foto: Reprodução/Sensor Tower 
valiações deixadas por usuários em um dos aplicativos denunciados que desapareceram da App Store — Foto: Reprodução/Sensor Tower

Apps desafiam definição de 'fraude'
A cobrança de valores altos na assinatura dos apps não é em si uma prática irregular – cabe a cada desenvolvedor estipular o preço para o uso do produto digital. Além disso, os aplicativos identificados pela Sophos não apresentam comportamentos maliciosos. Em outras palavras, eles não roubam dados do smartphone, nem apresentam publicidade abusiva.

Por outro lado, esses apps são promovidos nas lojas de aplicativos (App Store e Play Store) como "gratuitos", o que não é bem verdade. Na maioria dos casos, o app só é grátis por um período de testes breve, normalmente de alguns dias. Após esse período, é preciso pagar para continuar usando o programa.

Quando o valor cobrado é alto e inesperado, muitos usuários podem acabar se deparando com uma cobrança indesejada – e esse é o risco que a Sophos enxerga nos aplicativos, seja porque eles não apresentam uma linguagem clara a respeito da assinatura ou porque os valores são muito acima do mercado para apps do mesmo tipo.

Nas avaliações dos aplicativos, não é incomum que usuários reclamem da qualidade do conteúdo ofertado e do método de cobrança. Muitos alegam que chegaram ao app por meio de propagandas e ficaram surpresos com a cobrança.

Como gerenciar assinaturas
Para conferir ou cancelar assinaturas da App Store e evitar cobranças recorrentes, confira as instruções aqui. Abaixo, as mesmas instruções da empresa:
  1. Abra o app Ajustes.
  2. Toque em seu nome.
  3. Toque em Assinaturas. (Se a opção "Assinaturas" não estiver disponível, toque em "iTunes e App Store". Em seguida, toque em seu ID Apple > Ver ID Apple, inicie sessão, role para baixo até Assinaturas e toque em Assinaturas.)
  4. Toque na assinatura que deseja gerenciar. (veja aqui caso não encontre a assinatura)
  5. Toque em Cancelar Assinatura. Se essa opção não estiver disponível, isso indicará que a assinatura já foi cancelada e não será renovada.
Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com