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sábado, 5 de junho de 2021

Facebook promete dar mesmo tratamento para posts de políticos e dos demais usuários

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Rede social mantém algumas falas de figuras públicas que violam suas regras por entender que elas são de interesse público. Agora, vai considerar riscos de mantê-las no ar.
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Por G1

Postado em 05 de junho de 2021 às 14h20m

  *.- Post.N. -\- 4.047 -.*  

Facebook — Foto: Richard Drew/AP Photo
Facebook — Foto: Richard Drew/AP Photo

O Facebook anunciou na última sexta-feira (4) que os posts de políticos serão tratados da mesma forma que os publicados pelos demais usuários. A mudança pode ampliar a remoção de posts de figuras públicas.

A nova regra foi adotada após recomendação do Comitê de Supervisão, grupo independente que analisa as decisões de moderação do Facebook. O conselho orientou a plataforma a ser mais transparente sobre a política que trata de posts de interesse público.

A rede social considera que algumas falas de políticos que violam suas regras devem ser mantidas no ar por conta da noticiabilidade. Essas publicações também ficam livres de outras punições, como a redução do alcance.

Segundo o Facebook, essa medida é aplicada para um pequeno número de posts. Em alguns casos, porém, a permanência do conteúdo pode representar riscos. Por isso, a plataforma promete remover posts em que o perigo para os usuários é maior do que o interesse público.

Para oferecer mais transparência, a rede social vai indicar quando o critério da noticiabilidade foi levado em conta para manter posts controversos visíveis.

Não trataremos o conteúdo postado por políticos de forma diferente do conteúdo postado por outra pessoa, afirmou Nick Clegg, vice-presidente de Relações Públicas Globais do Facebook.

Em vez disso, vamos simplesmente aplicar nosso teste para balancear a noticiabilidade da mesma forma para todo conteúdo, medindo se o valor do interesse público do conteúdo supera o risco potencial de dano de deixá-lo no ar, continuou.

Facebook cria sistema de 'strikes'

Em comunicado, a empresa também anunciou um sistema de strikes, como é chamado o modelo em que violações de regras são acumuladas e podem levar a punições maiores. Com a mudança, cada post que descumprir as normas será removido e poderá contar como um strike.

O Facebook explica que a decisão sobre aplicar ou não um strike vai depender da gravidade da violação. Pelas regras, quanto maior o número de alertas, maior a punição.

Estas são as medidas previstas para contas no Facebook:

  • 1 strike: aviso ao usuário e nenhuma restrição;
  • 2 strikes: restrição de um dia para criar conteúdo, o que inclui postar, comentar, fazer transmissões ao vivo ou criar uma página;
  • 3 strikes: restrição de três dias para criar conteúdo;
  • 4 strikes: restrição de sete dias para criar conteúdo;
  • 5 strikes ou mais: restrição de 30 dias para criar conteúdo.

Para a maioria das violações, a rede social vai considerar a quantidade de alertas nos 90 dias anteriores. Em casos mais graves, como o de exploração sexual infantil, o período será de quatro anos. Nestas situações, a rede social poderá determinar punições maiores, como a remoção da conta.

As punições poderão ser aplicadas não só para o usuário, como para páginas e grupos em que uma determinada violação ocorreu. De acordo com Clegg, o sistema foi adotado para as pessoas saberem quais ações nossos sistemas tomarão se elas violarem nossas políticas.

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Entenda como o cabo submarino entre Brasil e Portugal pode mudar sua internet

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EllaLink é o primeiro cabo de fibra ótica de alta capacidade a ligar América Latina e Europa. Equipamento será usado para fins comerciais e de pesquisa.
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Por Victor Hugo Silva, G1
05/06/2021 07h00 
Postado em 05 de junho de 2021 às 10h00m

  *.- Post.N. -\- 4.046 -.*  

Implantação do cabo submarino de fibra ótica em Sines, Portugal — Foto: Divulgação/EllaLink
Implantação do cabo submarino de fibra ótica em Sines, Portugal — Foto: Divulgação/EllaLink

O cabo submarino de fibra ótica entre Brasil e Portugal inaugurado na última terça-feira (1º) deve oferecer internet rápida e estável para usuários. O EllaLink, como é conhecido, é o primeiro de alta capacidade a ligar os dois países.

Os usuários vão se beneficiar da estrutura após operadoras de internet, bem como serviços de streaming, de nuvem e financeiros, como bancos e bolsas de valores, adqurirem parte da capacidade de tráfego. O cabo também será utilizado por instituições de pesquisa e redes corporativas.

Em resumo, o novo cabo traz duas melhorias:

  • Alta velocidade e baixa latência, que é o tempo que uma informação leva para sair de um ponto ao outro. Isso é útil para serviços que têm um tráfego intenso de dados e exigem um tempo de resposta curto, como jogos online e transmissões ao vivo.
  • Segurançaa conexão direta entre Brasil e Portugal diminui riscos, já que os dados não precisam passar por equipamentos de outros países, como os Estados Unidos.
Extensão

Com cerca de 6 mil quilômetros, o EllaLink sai de Fortaleza, para onde também são enviadas informações de São Paulo e Rio de Janeiro. Há ainda uma ligação com a Guiana Francesa.

Da capital cearense, o cabo segue em direção à cidade de Sines, em Portugal, que, por sua vez, é interligada por cabos terrestres a Lisboa, Madri, Barcelona e Marselha. No Oceano Atlântico, ele também se conecta com Cabo Verde, Mauritânia e Marrocos, além de Ilha da Madeira e Ilhas Canárias.
EllaLink é o primeiro cabo de alta velocidade entre América Latina e Europa. — Foto: Arte/G1
EllaLink é o primeiro cabo de alta velocidade entre América Latina e Europa. — Foto: Arte/G1

Mais velocidade, menos latência

Criado para ter vida útil de 25 anos, o cabo deve garantir mais velocidade na comunicação entre os continentes. Segundo a EllaLink, empresa que o construiu, ele foi projetado para ter capacidade de tráfego de 72 Terabits por segundo (Tbps). No entanto, uma mudança na fase final de instalação elevou o número para 100 Tbps.

Desde 2014, outros cabos de alta capacidade, semelhantes ao EllaLink, foram instalados entre a América do Sul e a América do Norte. No entanto, eles são superados pelo novo cabo entre Brasil e Portugal por conta de outro fator.

A latência, isto é, o tempo que uma informação leva para sair de um ponto ao outro, do EllaLink é de menos de 60 milissegundos. De acordo com a companhia, o número representa uma queda de 50% ao que costuma ser registrado.

A redução da latência acontece porque, até então, a comunicação de alta velocidade entre Brasil e Europa dependia de cabos que passam primeiro pelos Estados Unidos. A rota direta permite que os dados cheguem mais rapidamente ao destino.
Novo cabo submarino pode benefiar jogos online e transmissões ao vivo — Foto: Soumil Kumar/Pexels
Novo cabo submarino pode benefiar jogos online e transmissões ao vivo — Foto: Soumil Kumar/Pexels

A conexão direta entre América Latina e Europa pode melhorar o desempenho de aplicações que dependem de um tráfego intenso de dados, diz o gerente de infraestrutura do IX.br, projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Julio Sirota.

A instalação do novo cabo submarino deve criar rotas mais curtas com a Europa e consequentemente com latência menor, permitindo uma melhor performance para quem pretende utilizar jogos e fontes de streaming de vídeo localizados na Europa, explicou.

Em comunicado, o governo brasileiro destacou que o EllaLink vai melhorar oportunidades de pesquisa e educação na América Latina e na Europa. Isso porque parte da capacidade do cabo será destinada a um consórcio acadêmico.

O Construindo a Ligação da Europa com a América Latina (BELLA, na sigla em inglês), como é conhecido, reúne instituições de pesquisa de países nas duas regiões. A expectativa é que o cabo ajude pesquisadores a acessarem equipamentos científicos que estão em outros países.

Mais privacidade

A conexão entre América Latina e Europa por meio do EllaLink também oferece mais segurança na comunicação. Isso porque ele não precisará de um país intermediador, como os EUA, para chegar ao destino.

O projeto do cabo submarino foi criado em 2012, mas ganhou força anos depois da revelação de um escândalo de espionagem americana.

Em 2013, documentos vazados por Edward Snowden, ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, indicaram que o órgão teve acesso a e-mails e ligações de brasileiros, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff.
Edward Snowden revelou escândalo de espionagem da NSA sobre o governo brasileiro em 2013. — Foto: Brendan McDermid/Reuters/Arquivo
Edward Snowden revelou escândalo de espionagem da NSA sobre o governo brasileiro em 2013. — Foto: Brendan McDermid/Reuters/Arquivo

Segundo Sirota, as ligações que passam pelos EUA aumentam os potenciais riscos de segurança porque precisam passar por equipamentos intermediários em território americano antes de seguirem para o restante da rota.

"Do ponto de vista de segurança e privacidade, quanto menos pontos intermediários existirem, menor a possibilidade de ações indevidas sobre os dados trafegados", afirmou.

Outra vantagem do cabo está no que é conhecido como a disponibilidade da rede. Com uma rota adicional entre América Latina e Europa, os serviços podem continuar funcionando normalmente mesmo que o caminho que passa pelos EUA esteja bloqueado.

Quem financia o cabo?

O investimento para a construção do cabo submarino veio da EllaLink, que afirma ter destinado 150 milhões de euros (R$ 923 milhões, na cotação atual). A maior parte do valor foi obtida com empresas como o Banco Europeu de Investimento (EIB, na sigla em inglês), ligado à União Europeia.

Outra quantia foi destinada pelos chamados clientes-âncora. Entre os principais, está o consórcio BELLA. O grupo é formado pelas redes de pesquisa da Europa (Géant) e da América Latina (RedCLARA), que usarão parte da capacidade de tráfego no intercâmbio científico, além das empresas Cabo Verde Telecom e Emacon (Ilha da Madeira).

A União Europeia afirmou que investiu 26,5 milhões de euros (cerca de R$ 163 milhões) por meio do consórcio BELLA.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por sua vez, informou ter realizado um aporte de 8,9 milhões de euros (R$ 54,8 milhões). O investimento teria sido feito por meio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social do MCTI.

Mas os executivos da EllaLink afirmam que o aporte total do consórcio BELLA foi de 25 milhões de euros. A empresa alega que, deste valor, cerca de 70% (17,5 milhões de euros) vieram da União Europeia, enquanto os 30% restantes (7,5 milhões de euros) foram aplicados pelo Brasil.

Além da ligação com a Europa, o governo brasileiro se juntou a Argentina, Austrália e Nova Zelândia no projeto de um cabo submarino de fibra ótica que ligará a América do Sul à Ásia e à Oceania. Conhecido como Humboldt, o projeto custará em torno de US$ 400 milhões e prevê um cabo com capacidade inicial de transmissão de dados de 400 Gbps.

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