RPs\GM-05/2012
REPORTAGENS: Gipope - Marketing
POR COLABORADORES.
*//* Postado por Arnaldo Rabelo Por Arnaldo Rabelo*
Edutainment é uma palavra que junta os termos education e entertainment. É originalmente usada para descrever conteúdos de ENTRETENIMENTO que também educam. Alguns programas educacionais também usam o entretenimento e a diversão como estratégia para atrair a atenção dos alunos para o assunto ensinado. Mas quem tem aprendido muito com a técnica são os especialistas em marketing.
Publicitários e mercadólogos têm percebido que marcas não são construídas apenas com publicidade. É preciso construir um vínculo emocional com o público através de um diálogo que demonstre interesse no outro. Não se conquista alguém falando apenas de si mesmo. As empresas insistiram tanto em interromper o entretenimento das pessoas, empurrando mensagens comerciais, que todos agora procuram fugir dos anúncios. Desde o controle remoto da TV até a leitura de notícias através de RSS, a tecnologia tem dado às pessoas acesso ao conteúdo que desejam sem que precisem aturar os comerciais.
Isso levou as marcas a ser o conteúdo. Ao invés de invadirem a programação, marcas começaram a criar e oferecer conteúdos de entretenimento, alinhados com seu universo conceitual. Exemplos vão de revistas de companhias aéreas a curta-metragens em que o produto é um personagem. É o chamado conteúdo de marca. Isso é ainda mais importante para as marcas de produtos infantis porque as crianças compreendem melhor personagens e conteúdo lúdico do que o sentido abstrato que está por trás das marcas.
No entanto, a sociedade tem mostrado reações contra o uso de mensagens comerciais direcionadas às crianças. Procurando evitar abusos e problemas como a obesidade infantil e o consumismo, leis e regulamentações aumentam as restrições sobre a PUBLICIDADE infantil. As empresas que atuam nesse mercado devem fazer o que é recomendável para todos: preocupar-se em gerar benefícios ao público a longo prazo. Às vezes, isso significa pedir para consumirem moderadamente. Também significa conscientizar e educar para o consumo sem excessos.
Além disso, os pais precisam aprovar o que é comunicado às crianças. Conteúdos educativos serão mais aceitos por eles. Assim, marcas infantis que têm levado conteúdos lúdicos e de entretenimento às crianças, reforçando o posicionamento da marca e educando ao mesmo tempo, têm conquistado a aceitação das famílias e da sociedade. É uma nova fase de diálogo e de construção conjunta, visando benefícios para os dois lados dessa delicada e importante relação.
* Arnaldo Rabelo é consultor em MARKETING infantil, MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas, diretor da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral) e coautor dos livros “Licensing” e “Marketing Infantil”. www.rabeloeassociados.com.br
"Empresa alemã Jungheinrich passa a reforçar investimento no país, aproveitando o boom. Um impedimento para o avanço do setor, no entanto, é a falta de foco na sustentabilidade."
*\\* Por Fernanda Salem || 26/01/2012
A aceleração da economia brasileira atinge MERCADOS que não costumam ser tradicionais no país. É o caso dos equipamentos de movimentação, como empilhadeiras, que tiveram crescimento surpreendente, chamando a atenção de empresas internacionais, como da alemã Jungheinrich, que aumenta seu foco no Marketing B2B no país. O Brasil, no entanto, ainda tem muito o que avançar para acompanhar as tendências mundiais de sustentabilidade.
O mercado nacional de materiais de manuseio teve um crescimento de 172% de 2009 para 2010, chegando a mais de 20 mil produtos vendidos. Em relação às empilhadeiras, o Brasil está entre os 10 maiores da marca em volume. Apesar do boom, a importância em relação ao resto do mundo ainda é pequena. Em 2011 foram VENDIDAS 20.797 máquinas, o que significa 2% do total mundial. O país líder, China, vendeu 224.018 no ano.
“O mercado do Brasil está tomando fôlego atualmente, vamos acelerar nossos negócios no país nos próximos anos. Não podemos esquecer que haverá as Olimpíadas, que também devem aquecer o mercado”, diz Helmut Limberg, Vice-Presidente e responsável por Marketing e VENDAS da Jungheinrich, em coletiva de imprensa realizada esta semana na Suíça. Este ano a empresa celebra 10 anos de atuação no mercado nacional, onde ainda é pequena, mas com grandes ambições.
Mercado protecionista
A Jungheinrich, que reúne no Brasil clientes como Sadia, Hypermarcas, Vale e Dia, ainda tem menos de 10% em participação de mercado no país, mas pretende aumentar o índice em médio prazo. Um dos maiores motivos para a lenta expansão é que o Brasil tem a tradição de proteger ativamente os produtores locais e tem diversas restrições em relação a importações de materiais, incluindo uma alta carga tributária. Máquinas usadas, por exemplo, que compõem uma área importante de negócios para a empresa, não podem ser importadas.
Para contornar estes fatores e reforçar sua competitividade, já existe um estudo em andamento na multinacional para realizar uma produção local, com um time escalado para entender o funcionamento do setor brasileiro. Hoje em dia, a empresa atua apenas com mediadores e vendas diretas no Sudeste e Sul. Entre as particularidades do Brasil que o time estudará, uma é expressiva. Enquanto na Europa e nos Estados Unidos se usa mais máquinas elétricas, menos poluentes, no Brasil, os caminhões à combustão ainda representam cerca de 70% do mercado. No ano passado, foram vendidos cerca de 15 mil destes veículos mais poluentes, contra apenas 7 mil dos elétricos.
“No Brasil, os clientes ainda priorizam equipamentos mais econômicos em relação à aquisição e manutenção. É preciso tempo e maturidade do mercado para as empresas começarem a investir em equipamentos mais sofisticados”, diz Markus Grallert, Diretor da Jungheinrich no Brasil. Um fator que agrava esta realidade são as regulamentações brasileiras, ou a falta delas. Não existe uma lei nacional que regulamente o uso de máquinas à combustão em ambientes fechados. Na Europa isto é restrito e em alguns países, como na Alemanha, é proibido, o que fomenta o mercado elétrico, de energias mais limpas.
Falta sustentabilidade no Brasil
Um exemplo desta diferença de realidades é o novo produto da empresa alemã, lançado no fim do ano passado na Europa: uma bateria de lítio para máquinas de movimentação que economiza de 30% a 50% em relação à convencional e tem a vida mais longa. “Apesar da bateria EJE com energia de lítio-íon ser bem mais cara, cada vez mais os clientes a escolhem, principalmente os maiores”, diz Klaus-Dieter Rosenbach, membro do comitê de engenharia da Jungheinrich. Este produto, no entanto, não pode ser vendido no Brasil, porque o país não possui regulamentações para o despejo e a reciclagem da bateria. Devido às restrições europeias, a empresa pretende reduzir em 20% a emissão de gás carbônico até 2020.
A empresa inclusive utiliza a sustentabilidade como benchmarking nos países onde atua e como um dos principais ativos de Marketing. “Nossa liderança é focada no benefício ao consumidor e os clientes cada vez mais prezam o critério de energias limpas e a proteção ao meio ambiente”, diz Limberg. Não se pode dizer o mesmo do Brasil, como de outros países emergentes - ainda. Nacionalmente, os atributos reforçados são a tecnologia e inovação, que também recebem a atenção mundial.
Em 2010, 40% do lucro líquido do grupo foi gasto em pesquisa e desenvolvimento. “Não queremos acabar como a Kodak, por exemplo. Para isso, investimos em tecnologia, e no futuro apresentaremos novidades, como o uso de realidade aumentada, por exemplo”, diz Jan Kaulfuhs-Berger, responsável por Comunicação da Jungheinrich.
* A repórter viajou à Suíça a convite da Jungheinrich.