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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ideia empreendedora: Piggo transforma moedas em dinheiro virtual


"Insight para criação da startup veio a partir do problema que as empresas enfrentam de falta de moedas. Serviço é gratuito para comerciantes e clientes."



*#:#* Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 15/09/2014



A relação entre o comércio e o troco é praticamente indissociável. Se existem transações feitas em espécie, lá estão as moedas. Estes discos de metal estão presentes no cotidiano, mas são desprezados por boa parte da população. 

Entre os argumentos, estão o barulho nas bolsas e carteiras, o peso e o baixo valor, que fazem com que vários trocadinhos sejam esquecidos no fundo de gavetas ou em compartimentos de carros. Esta questão corriqueira serviu de inspiração para a criação do sistema dedicado ao troco virtual, o Piggo.

Apesar dos cartões serem a principal forma de pagamento para muitos consumidores, o dinheiro de plástico ainda não substituiu integralmente o papel moeda. A startup pretende acabar com a dor de cabeça que o simples fato de entregar o troco ao consumidor pode trazer aos comerciantes. 


O problema se acentua ainda mais entre os pequenos e médios empresários, que lidam com vendas de baixo valor. A dificuldade está diretamente ligada à escassez de moedas em circulação, já que grande parte delas acaba perdida em máquinas de lavar ou presas em cofrinhos.

A reposição periódica feita pelo Banco Central não dá conta da demanda do mercado. A produção dos níqueis custa mais caro do que os valores que estampam. O R$ 0,01 saiu de circulação no Brasil devido ao seu custo, R$ 0,09 cada. “O Piggo é uma evolução natural das relações de troca. 


Para o estado, este serviço também é interessante, porque a maior parte da população não utiliza as moedas como ferramenta de troca, as pessoas as recebem e as guardam. É um tesouro fracionado espalhado por todo canto”, diz Gilberto Braga, Professor de Finanças do Ibmec Rio de Janeiro, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Como funciona
Um ponto positivo é a facilidade na adesão ao sistema, que é gratuita. O empreendedor pode optar pelo acesso por meio de uma plataforma móvel compatível com dispositivos Android, chamada Piggo PDV, ou sincronizar o software com o sistema de caixa da empresa.  Já o consumidor não precisa de cadastro prévio para receber o troco digital. 


Basta que, no momento da compra, ele informe o seu CPF e o número do seu celular. Posteriormente, terá que completar os dados do cadastro, validando-o por meio de um código enviado por SMS.  

O lojista deposita uma quantia destinada ao troco na conta do seu estabelecimento no Piggo e pode transferir a quantia para a conta dos seus consumidores sem custos. O cliente, por sua vez, pode trocar os bônus acumulados por recarga de celular, doar a instituições de caridade ou ainda utilizar como poupança e efetuar saques de tempos em tempos. 


“Dar troco físico é caro, têm empresas que contratam transportadoras de valores para levar moedas. Conheço companhias que vão às igrejas comprar troco”, diz Bruno Peixoto, Sócio-Fundador do Piggo.

O empreendedor começou a prestar mais atenção aos tostões enquanto tomava milk shake em uma lanchonete de Maceió. “O dono estava preocupadíssimo porque os preços da tabela iam subir de R$ 8,00 para R$ 9,00 no dia seguinte e ele não sabia como garantir as moedas de R$ 1,00 necessárias para o caixa poder girar. 


Naquele momento, comecei a pesquisar mais sobre o problema para saber as reais dimensões”, lembra Peixoto em entrevista ao Mundo do Marketing.

Aporte financeiro
A observação foi o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto, que se tornou o trabalho central de Bruno Peixoto e de mais dois sócios. Antes, o trio se dedicava à criação de uma plataforma que se chamaria “Só pago isso”, que não saiu do papel. 


O desenvolvimento do sistema de troco online tomou forma e custou R$ 30 mil, de recursos próprios dos sócios para ser posto em prática. A startup recebeu ainda um aporte de R$ 198 mil como prêmio do Startup Brasil.

Os recursos cobrem a folha de pagamento, que conta com um Gerente Comercial, três Desenvolvedores e um Especialista em Segurança de Rede. A plataforma entra em funcionamento oficialmente em outubro, em Maceió, e deve se expandir para o restante do país até o final de 2015. A fase de testes do sistema conta com 10 estabelecimentos locais cadastrados. Os primeiros parceiros vieram da rede de contatos particulares dos fundadores.

A expectativa é de que os pontos se pulverizem rapidamente atingindo 23 mil empresas e 300 mil usuários no primeiro ano. A presença do aplicativo nos pontos de venda é fundamental para a sua aceitação entre o usuário final e, consequentemente, a consolidação do modelo.


“Assim como no caso dos cartões de crédito, o Piggo também depende da construção de uma boa base de recebimento do sistema para validar sua existência. A dimensão do Brasil dificulta isso porque os terminais podem ficar muito espaçados, o que se torna uma barreira para a construção de marca”, pontua João Contart, Diretor da Argotechno, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Atrativos para o comerciante e para o consumidor
Para as empresas, o benefício de aderir à plataforma está diretamente relacionado às vendas. A garantia de que o cliente não receberá bala como troco ajuda a construir credibilidade junto à clientela. “O lojista tem como principal benefício poder adotar uma política de preços com valores fracionados. Às vezes a diferença de R$ 0,05 atrai a clientela com relação ao concorrente e sem a limitação das moedas poderá honrar com o compromisso”, avalia Gilberto Braga.

O consumidor, já acostumado a não receber o troco quando o valor se limita a alguns centavos, terá um experiência positiva com o estabelecimento que honrar exatamente o preço proposto na prateleira. “Para o cliente, o preço de R$ 1,99 passa a percepção de ser muito menor do que o de R$ 2,00, por exemplo.


A diferença do preço tem um efeito motivacional de decisão do consumidor. Para o comércio, esta é uma arma importante. Com o meio de pagamento eletrônico, a pessoa vai pagar realmente R$ 1,99”, complementa o Professor de Finanças do IBMEC.

O desafio de monetizar
O consumidor e nem o comerciante pagam para entregar ou receber o troco por meio do Piggo. Então quem paga a conta? A empresa já se prepara para uma segunda fase nos negócios, em que quer ser percebida como mais do que uma intermediadora de troco, mas como uma carteira virtual. A ideia é que o consumidor passe a fazer compras nas redes credenciadas utilizando como meio de pagamento o dinheiro acumulado no aplicativo.

Depois que este mecanismo estiver em vigor, a empresa receberá tarifas por transação de compra realizada, assim como as bandeiras de cartão já fazem. No caso dos clientes que optarem por converter o saldo em crédito para celular, as operadoras pagarão comissões sobre o valor. “O boom do faturamento vai acontecer nesta segunda fase. Projetamos que, até outubro de 2015, estaremos nos pagando e lucrando”, conta Bruno Peixoto.

O grupo está otimista quanto à adesão dos consumidores. Um ponto positivo é o crescente número de pessoas que realizam transações bancárias via internet. No Brasil, quase 73% dos internautas acessam o banco online, de acordo com uma pesquisa da Opinion Box. Mas para que tudo saia como planejado a empresa não pode se descuidar da segurança dos dados monetários do consumidor. 


“Se o usuário vai depositar valores em uma plataforma, ele quer ter segurança de que ninguém poderá fraudar sua conta. Todos os processos de autenticação devem ser ajustados, este é um processo de construção”, comenta o Diretor da Argotechno.

Brasil bate recorde de vendas de celulares no último trimestre


"Consumidores adquiriram 17,9 milhões de aparelhos, sendo 13,3 milhões de smartphones (75%) e 4,6 milhões de feature phones (25%), sem sistemas operacionais."



*$:$* Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 15/09/2014



Foram vendidos 17,9 milhões de celulares no Brasil entre os meses de abril e junho, sendo 13,3 milhões de smartphones (75%) e 4,6 milhões de feature phones (25%), aqueles que não contam com sistemas operacionais. 

Os números representam um aumento de 22%, em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, e um recorde no país, segundo a consultoria IDC Brasil. O mundo também chegou ao patamar de 300 milhões de smartphones vendidos no período pela primeira vez. Dos aparelhos vendidos no país, no segundo trimestre, mais de 90% são Android. O ticket médio ficou em R$ 700,00.

Os feature phones ainda não devem desaparecer, mas certamente se tornarão reduzidos em relação à variedade de modelo. A projeção para 2018 é de que esse tipo de celular não chegue a 5% do volume total. Até o fim do ano, três quartos dos aparelhos vendidos devem ser smartphones. 

Em 2013, 47% das vendas no setor eram de equipamentos sem sistemas operacionais. Em paralelo corre a tendência de aumento da tela dos celulares. Aquelas com mais de cinco polegadas estão hoje entre as preferidas dos brasileiros.
celular, smartphone, IDC