"Com agências na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, banco busca conquistar os moradores investindo em relacionamento, entretenimento, geração de empregos e cursos variados."
*//* Por Fernanda Salem | 05/01/2012
A abertura da primeira agência bancária da Vila Cruzeiro, comunidade pacificada na Zona Norte do Rio de janeiro, pretende repetir a experiência do banco na unidade do Complexo do Alemão, inaugurada em maio de 2010. Mesmo tendo que se adaptar à realidade das novas praças, o Santander garante que o desempenho das agências nas comunidades é o mesmo das demais. Para isso, aposta em serviços adequados às necessidades e ao bolso dos moradores.
Sem diferenças
Com os empréstimos para donos de pequenos negócios, como costureiras, borracheiros e comerciantes, o banco também reforça a proposta de dar a oportunidade aos empreendedores locais de serem protagonistas de uma mudança na realidade da sua comunidade. A operação permite que 80% da renda gerada na favela fique lá, o que acaba resultando no aumento de empregos e no fortalecimento do comércio local, tornando os negócios do banco sustentáveis.
Aposta no relacionamento
Um dos pontos mais fortes em relação à abertura das agências para os moradores é o poder de ter acesso aos produtos e serviços, como os demais clientes, além de tê-los próximos de sua casa. “Conforme a população se desenvolve social e economicamente, as pessoas ganham novas necessidades. É uma tendência, uma evolução”, diz Portela. A realidade é mesmo essa. Segundo dados da Febraban, de 2006 a 2010, o número de pessoas com relacionamento ativo com os bancos no Brasil cresceu 26,6%, índice bem superior ao crescimento da população adulta, que foi de 4%.
Na tentativa de aproveitar esta tendência ao máximo e conquistar mind share na comunidade, o relacionamento é a grande aposta. Para atingir este objetivo, o Santander investe na parceria com a ONG AfroReggae, com quem já possui núcleos de estudos e palestras. O sentimento desencadeado é de inclusão e conexão da favela com o bairro. “Bancarizar o cidadão significa trazer os direitos a eles e instalar uma ruptura, mostrando aos moradores das comunidades que eles não estão mais separados da cidade e promovendo a igualdade”, diz Reginaldo Lima, Assessor Executivo do AfroReggae, durante o evento de abertura da agência do Santander na Vila Cruzeiro.
A unidade na favela do bairro da Penha terá ainda uma novidade, que busca reforçar o ativo de relacionamento. Por meio de uma parceria entre o AfroReggae e o Santander, foi inaugurado o Espaço Multiuso, ao lado do banco, um desenvolvimento do Santander Universidades. O programa oferece cursos de idiomas online, cursos de profissionalização e bolsas de estudo internacionais. O local, de 235 metros quadrados, poderá ser aproveitado pela Associação dos Moradores para atendimento social. Também são oferecidos cursos de inclusão digital.
Outro ponto reforçado é a geração de empregos pelo próprio banco. Dos oito funcionários e prestadores de serviço da agência na Vila Cruzeiro, quatro são da comunidade. Além destes, o gerente Antonio de Pádua Alencar trabalhava na unidade do Complexo do Alemão e foi promovido. “Queremos que as pessoas façam uma carreira sólida e cresçam com o banco”, diz Portela.
Presentes para os moradores
Para conquistar a população local e mostrar a proximidade com a comunidade, o banco também realiza pequenos agrados. No Complexo do Alemão, por exemplo, o Santander montou nos últimos dois anos uma árvore de Natal, inaugurada com festa, queima de fogos e apresentações de grupos do AfroReggae. A instituição inclusive foi responsável pela iluminação do teleférico do Morro do Adeus, na comunidade. O banco também realizou uma coleta de brinquedos em agências do Rio de Janeiro para serem entregues às crianças da comunidade. No total, foram 15 mil presentes distribuídos no Alemão e na Vila Cruzeiro.
No caso da Vila Cruzeiro, o Santander também aproveitou a época do Natal, inclusive apressando a inauguração para antes da data comemorativa, construindo o local em apenas 40 dias. A abertura da agência na Praça São Lucas contou com uma divulgação na comunidade, com faixas anunciando a “Grande festa de inauguração do Santander”, que teve um show do AfroMix, grupo apadrinhado pelo AfroReggae.
Na ocasião, um caminhão distribuía presentes de Natal para as crianças, que também receberam pipoca e sorvete grátis. Cerca de 100 moradores compareceram ao evento, enquanto a inauguração era anunciada e a abertura de contas incentivada. “Em relação ao Marketing, o maior investimento será mostrar que o discurso social está acontecendo na prática”, diz Fernando Martins, vice-presidente de Marketing do Santander.
A estratégia do banco nas comunidades faz parte do projeto que pretende dobrar os negócios do Santander no Rio de Janeiro em cinco anos, apoiado por um investimento de R$ 300 milhões. Entre as ações está planejada a abertura de cerca de 100 agências e a geração de dois mil postos de trabalho, chegando a oito mil empregos diretos. A instituição continuará a focar no Marketing Social, principalmente na área de educação, sob o lema “Rio 2 mil e sempre”.