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sábado, 13 de agosto de 2016

Computador mais poderoso do mundo calcula 93 quatrilhões de dados por segundo


Filipe Garrett
por
Para o TechTudo
24/06/2016 07h00 - Atualizado em 24/06/2016 11h07
Postado em 13 de agosto de 2016 às 21h25m
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
A China surpreendeu o mundo da computação ao apresentar o novo Sunway TaihuLight, o supercomputador mais poderoso do mundo na atualidade. A máquina conta com um total de 10.649.600 (sim, mais de 10 milhões) de núcleos de processamento, capazes de levá-lo à performance de 93 quatrilhões de cálculos por segundo.

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Os números, surpreendentes por si só, ficam ainda mais importantes quando se descobre que o equipamento todo foi desenvolvido com tecnologia chinesa: não há processadores, GPUs e módulos do gênero em seu interior fabricados por Intel, IBM, NVIDIA ou AMD.
Não tem pra ninguém: China lidera com os dois supercomputadores mais poderosos do mundo (Foto: Divulgação/Governo chinês)
Não tem pra ninguém: China lidera com os dois 
supercomputadores mais poderosos do mundo 
(Foto: Divulgação/Governo chinês)

Supercomputadores são usados para cálculos de simulação pesada. Um exemplo recorrente do uso desse tipo de equipamento é a de simulação climática: com quatrilhões por segundo de processamento, torna-se possível que um computador tenha capacidade de calcular as oscilações meteorológicas. 

Isso ajuda a prevenir desastres, ou preparar políticas de apoio à agricultura, se antecipando a cenários de seca prolongada, ou de excesso de chuvas.

Falando assim, parece simples. Mas algo como o clima terrestre é afetado por uma série de variáveis e condições que, quando colocadas em perspectiva, ajudam a entender como e por quê esse tipo de equipamento é importante.

Evidentemente, há outros usos, como pesquisas científicas que precisam também simular cenários, com uma ampla gama de variáveis. Estudos militares e de desenvolvimento de tecnologia também se beneficiam do poder computacional desse tipo de equipamento.

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Consumo
Outro ponto interessante a respeito do feito chinês é o consumo de energia. O Sunway TaihuLight precisa de 15,37 megawatts, quantidade de energia suficiente para alimentar uma cidade com mais de 75 mil habitantes.
Sunway usa hardware criado na China e apresenta consumo mais baixo do que os principais concorrentes (Foto: Divulgação/Governo Chinês)
Sunway usa hardware criado na China e apresenta consumo 
mais baixo do que os principais concorrentes 
(Foto: Divulgação/Governo Chinês)  

Apesar do número soar absurdo, é interessante observar que o Sunway é um dos supercomputadores mais eficientes da atualidade. 

Seu consumo de energia é muito menor, proporcionalmente à sua performance, do que outros concorrentes na lista dos 10 mais poderosos. O segundo mais rápido do mundo, por exemplo, opera com 17,808 megawatts para entregar menos da metade da performance máxima do novo líder.
93 quatrilhões de cálculos por segundo e energia
Uma métrica constantemente utilizada para determinar a capacidade de processamento de qualquer computador, mas muito mais de supercomputadores, são os chamados FLOPS. A sigla, do inglês, refere-se ao número de operações matemáticas que o equipamento é capaz de entregar num segundo (daí o S ao final da sigla).

O Sunway TaihuLight atinge, portanto, 93 petaflops e supera em larga escala o, agora, segundo supercomputador mais rápido do mundo: o Tihane-2, também chinês, chega a 33,9 petaflops.

 Caso os números pareçam abstratos, você pode compará-los a equipamentos comerciais. O Nvidia DGX-1 é um supercomputador vendido comercialmente pela Nvidia e que chega a modestos 170 teraflops, ou 0,17 petaflops. O PlayStation 4 tem uma GPU de 1,84 teraflops, ou 0,00184 petaflops.

Supercomputadores pelo mundo
Sunway TaihuLight lidera com folga a lista dos computadores mais poderosos do planeta (Foto: Divulgação/Governo Chinês)
Sunway TaihuLight lidera com folga a lista dos computadores 
mais poderosos do planeta (Foto: Divulgação/Governo Chinês)

Existe uma listagem com os 500 supercomputadores mais rápidos do planeta. China e Estados Unidos lideram, com 167 e 165 computadores cada, respectivamente. No Brasil, existem quatro supercomputadores ligados a instituições de pesquisas. 

O mais poderoso deles é o Santos Dumont na versão baseada em GPUs, que está no 265° lugar no ranking mundial de supercomputadores (o Santos Dumont foi recentemente desligado por falta de dinheiro para pagar a conta de luz).
Qual o melhor computador do mundo? Usuários opinam no fórum do TechTudo.

10 supercomputadores mais poderosos do mundo:
1. Sunway TaihuLight – 93 petaflops a 15,371 megawatts – China;

2. Tihane-2 – 33 petaflops a 17,808 megawatts – China;


3. Titan – 17,5 petaflops a 8,209 megawatts – Estados Unidos;


4. IBM Sequoia – 17,173 petaflops a 7,890 megawatts – Estados Unidos;


5. K-Computer – 10,510 petaflops a 12,660 megawatts – Japão;


6. Mira – 8,586 petaflops a 3,945 megawatts – Estados Unidos;


7. Trinity – 8,100 petaflops (consumo não divulgado) – Estados Unidos;


8. Piz Daint – 6,271 petaflops a 2,325 megawatts – Suíça;


9. Hazel Hen – 5,640 petaflops (consumo não divulgado) – Alemanha;


10. Shaheen II – 5,537 petaflops a 2,834 megawatts – Arábia Saudita;


Supercomputadores brasileiros:
1. Santos Dumont GPU – 456,8 teraflops (0,456 petaflops) – Laboratório Nacional de Computação Científica (posição 265 no ranking mundial);

2. CIMATEC Yemoja – 405,4 teraflops (0,405 petaflops) – SENAI Cimatec (323 no ranking mundial);


3. Santos Dumont Hybrid – 363,2 teraflops (0,3632 petaflops) – Laboratório Nacional de Computação Científica (364 no ranking mundial);


4. Santos Dumont CPU – 321,1 teraflops (0,3211 petaflops) – Laboratório Nacional de Computação Científica (433 no ranking mundial);


Via The Hacker News

Neurônio artificial criado pela IBM pode dar 'cérebro' aos computadores


Filipe Garrett
por
Para o TechTudo

10/08/2016 06h00 - Atualizado em 10/08/2016 06h00
Postado em 13 de agosto de 2016 às 20h00m
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Pesquisadores da IBM conseguiram desenvolver um neurônio artificial que usa materiais convencionais da eletrônica e pode abrir o caminho para o desenvolvimento de computadores. A tecnologia funciona com componentes capazes de simular a forma pela qual o cérebro humano trabalha.

O que são redes neurais e como elas podem revolucionar a robótica
O laboratório da IBM construiu uma rede de 500 desses neurônios artificiais para estudar a operação do componente na transferência de dados, similar ao funcionamento do nosso cérebro. O projeto chama a atenção pelo uso de materiais conhecidos e por oferecer um design que pode permitir a instalação em massa, copiando a característica do cérebro de baixo consumo de energia.
Imagem mostra a rede de neurônios. Cada ponto prateado equivale a um neurônio artificial (Foto: Divulgação/IBM)
Imagem mostra a rede de neurônios. Cada ponto prateado 
equivale a um neurônio artificial (Foto: Divulgação/IBM)

Não é a primeira vez que componentes eletrônicos inspirados pelo nosso cérebro são construídos, mas é a primeira situação em que os neurônios artificiais foram desenvolvidos a partir de materiais bem conhecidos.

A IBM usou um composto feito de germânio, usado em mídias como CDs e DVDs, e que por ser conhecido e acessível, pode permitir a fabricação em massa e, o mais importante, em unidades miniaturizadas do neurônio artificial.

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Essa característica significa que o projeto da IBM pode ser adaptado para ocupar o espaço dos transistores, componentes que podem ser entendidos como os neurônios presentes num processador.

Em princípio, os neurônios funcionam de forma similar aos transistores usados atualmente. Entretanto, a criação dos técnicos da empresa têm uma diferença fundamental: há um elemento de aleatoriedade embutido em cada neurônio artificial, capaz de fazer com que eles funcionem de forma imprevisível – assim como nossos neurônios. 

Isso significa que, em uma boa parte dos casos, o resultado de uma operação submetida à rede de neurônios da IBM não pode ser previsto. Se o sistema fosse composto de processadores e transistores normais, todos os resultados teriam que ser sempre os mesmos.

Essa característica, somada ao fato de que o design é escalável (pode ser fabricado e montado em massa, como no cérebro) e consome pouca energia, torna o projeto como base viável para o desenvolvimento de um cérebro artificial que opere de forma similar ao humano. 

Uma máquina desse tipo teria aplicações interessantes em sistemas que usem redes neurais, deep learning, além de óbvias aplicações no estudo e desenvolvimento de interfaces entre cérebro humano, máquinas e próteses.

Via IBM, Ars Technica