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quinta-feira, 13 de julho de 2023

Bard, robô de inteligência artificial do Google, mente sobre urna eletrônica e põe em dúvida a lisura das eleições no Brasil; depois, muda versão

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Robô de conversação do Google usa inteligência artificial para responder perguntas, traduzir idiomas, criar roteiros e diálogos. Empresa admite que tecnologia pode 'apresentar informações imprecisas ou ofensivas'
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Por Darlan Helder, Artur Nicoceli e Poliana Casemiro, g1

Postado em 13 de julho de 2023 às 14h35m

Post. N. - 4.675

Ataques sem provas à segurança das urnas e aos resultados do pleito foram feitos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e pelo próprio ex-presidente em várias ocasiões.

O g1 perguntou ao Bard na manhã desta quinta se o código-fonte das urnas é secreto. A ferramenta disse que sim e que "algumas pessoas acreditam que o sigilo do código-fonte das urnas eletrônicas dificulta a auditoria e o monitoramento das eleições" (veja imagens).

Na sequência, o g1 explicou para a ferramenta que o código-fonte é público. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que uma série de instituições, inclusive as Forças Armadas, façam a auditoria do sistema.

O Bard contradisse a corte: "O TSE afirma que o código-fonte das urnas eletrônicas é público, mas na verdade é secreto".

Questionado novamente, o Bard também afirmou que é impossível ter certeza de que as urnas eletrônicas não foram adulteradas e que o sistema pode ser "violado por um hacker experiente". "Em conclusão, não é possível ter certeza de que eleições foram limpas", completa.

Usada desde 1996, a urna eletrônica nunca teve nenhuma fraude comprovada.

Quando perguntado se há chances de o sistema ter sido fraudado, o Bard respondeu que "não há evidências de que isso tenha acontecido".

Ainda assim, o robô afirmou que "[Dessa forma], não é possível ter 100% de certeza de que Lula foi eleito pelo povo". "Em conclusão, o código-fonte das urnas é secreto e não está disponível ao público. Isso dificulta a auditoria e o monitoramento das eleições. É impossível ter certeza de que as eleições foram limpas".

Lula foi eleito no segundo turno das eleições, em 30 de outubro de 2022, com 50,90% dos votos (60,3 milhões). A apuração dos votos foi atualizada em tempo real em todo o país. Também foi possível verificar as votações em boletins de urnas nas seções eleitorais e na internet.

Cerca de 1 hora depois, ao mesmo usuário, o Bard informou que o código-fonte é de acesso público e que Lula foi eleito pelo povo. 
Google admite que tecnologia pode errar

Apesar do Bard ter sido desenhado para oferecer respostas de alta qualidade e construído com salvaguardas baseadas em nossos princípios de AI, ele ainda é um experimento que às vezes poderá oferecer respostas imprecisas ou inapropriadas", afirmou o Google ao g1.

"Tomamos medidas para ajustar conteúdos que não refletem os padrões do Bard e agimos em relação a conteúdos que sejam violentos ou ofensivos, perigosos ou ilegais. Temos políticas para garantir que as pessoas usem o Bard de maneira responsável, incluindo a proibição de seu uso para gerar e distribuir conteúdo que promova ou encoraje discurso de ódio ou desinformação", completou a empresa (leia a nota na íntegra ao fim da reportagem).

Na própria página do Bard, o Google alerta que a tecnologia pode errar. "O Bard pode apresentar informações imprecisas ou ofensivas que não representam as opiniões do Google".

Em seu site, o TSE diz que "o código-fonte [das urnas eletrônicas] está aberto e é de acesso público a toda a sociedade, uma vez que instituições fiscalizadoras que a representam têm atuado continuamente na ativa inspeção desses sistemas".

O código-fonte é um conjunto de linhas de programação de um software, com as instruções para que o sistema funcione. A abertura dessas informações a especialistas permite que o sistema seja inspecionado e garantido pela sociedade civil.

O que diz o ChatGPT

O ChatGPT não tem informações atualizadas das eleições de 2022. Isso porque seus conhecimentos são baseados em informações que foram colocadas na internet até setembro de 2021.

Perguntamos ao ChatGPT se o código fonte das urnas eletrônicas era secreto e ele disse que sim. Respondeu também que, apesar de secreto, havia mecanismos de fiscalização e transparência.

Depois, o g1 perguntou o porquê ele havia dito que o código-fonte das urnas era secreto, se o TSE diz que é público. O robô respondeu que havia dado uma resposta incorreta e se corrigiu. "Peço desculpas pela informação incorreta anterior. Na verdade, o código-fonte das urnas eletrônicas no Brasil é considerado público, não secreto".

Código-fonte das urnas eletrônicas é secreto? Bard responde. — Foto: Reprodução
Código-fonte das urnas eletrônicas é secreto? Bard responde. — Foto: Reprodução


Bard responde porque disse que o código fonte das urnas eletrônicas é público — Foto: Reprodução
Bard responde porque disse que o código fonte das urnas eletrônicas é público — Foto: Reprodução


Bard diz que não dá para dizer que eleições com urnas eletrônicas são seguras. — Foto: Reprodução.
Bard diz que não dá para dizer que eleições com urnas eletrônicas são seguras. — Foto: Reprodução.

Leia a nota do Google:

"Apesar do Bard ter sido desenhado para oferecer respostas de alta qualidade e construído com salvaguardas baseadas em nossos princípios de AI, ele ainda é um experimento que às vezes poderá oferecer respostas imprecisas ou inapropriadas. Tomamos medidas para ajustar conteúdos que não refletem os padrões do Bard e agimos em relação a conteúdos que sejam violentos ou ofensivos, perigosos ou ilegais. Temos políticas para garantir que as pessoas usem o Bard de maneira responsável, incluindo a proibição de seu uso para gerar e distribuir conteúdo que promova ou encoraje discurso de ódio ou desinformação. Temos sido transparentes sobre as limitações do Bard e oferecemos mecanismos para que os usuários avaliem as respostas, o que nos ajudará a melhorar a qualidade, segurança e precisão da ferramenta ao longo do tempo.

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Bard: as polêmicas e os recursos de rival do ChatGPT que Google lança em português

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Gigante da tecnologia disponibilizou o programa de inteligência artificial em mais de 40 idiomas e tenta fazer frente ao sucesso do produto da OpenAI.
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TOPO
Por BBC

Postado em 13 de julho de 2023 às 10h15m

Post. N. - 4.674

Bard ganha versão em português a partir desta quinta (13/7) — Foto: GETTY IMAGES
Bard ganha versão em português a partir desta quinta (13/7) — Foto: GETTY IMAGES

Lançado pelo Google para fazer frente à estrondosa chegada do ChatGPT à área dos chats de inteligência artificial, o programa Bard ganhou versões em português do Brasil e em outros 40 idiomas que estão disponíveis para o público a partir desta quinta-feira (13/7).

A Microsoft investiu US$ 13 bilhões na OpenAI, a empresa do ChatGPT, que atraiu 100 milhões de usuários com apenas dois meses de existência.

Chatbots como o Bard e o ChatGPT respondem perguntas diversas e realizam tarefas que vão desde escrever um pedido de desculpas a montar códigos de programação.

Esses modelos vêm impressionando por interagir com usuários em uma linguagem considerada "mais humana" do que em tecnologias anteriores.

Especialistas, no entanto, estão preocupados com as consequências do uso amplo e irrestrito de programas de inteligência artificial.

Um manifesto com mais de mil assinaturas de figuras de destaque na área chegou a pedir uma pausa no desenvolvimento de alguns sistemas.

O Google procura enfatizar em seus anúncios que o Bard é um projeto em estágio experimental e pode, eventualmente, compartilhar informações incorretas ou falsas.

E na mesma semana em que a chegada do chatbot a novos países era divulgada, o Google se viu envolto em controvérsias por suas práticas nesse campo (leia mais abaixo).

O lançamento do Bard no Brasil tem importância ao considerar a relevância do país como mercado para a empresa (mais de 90% das buscas por usuários brasileiros são via Google) e pela possibilidade de que chatbots venham a ser, no futuro, o principal instrumento para obter informação na internet, em substituição aos buscadores.

Frase 'o Bard pode ajudar você a começar a escrever seu primeiro romance' é exibida durante lançamento do programa na Bélgica — Foto: GETTY IMAGES
Frase 'o Bard pode ajudar você a começar a escrever seu primeiro romance' é exibida durante lançamento do programa na Bélgica — Foto: GETTY IMAGES

O Bard pode ser acessado tanto pelo desktop quanto pelo celular através desse endereço. É preciso fazer login com a conta do Google para utilização.

A empresa sugere que o usuário peça dicas de lugares para visitar e roteiros para passeios, conselhos para melhor a produtividade ou iniciar práticas rotineiras ("como ler mais?"), explicações de tópicos complexos e até planos de ação para resolver problemas de vida.

Bruno Pôssas, vice-presidente global de engenharia para busca do Google, alerta que o sistema é ainda sujeito a "alucinações" — ou seja, quando o programa dá uma resposta inesperada, desalinhada do que planejam os programadores.

"Apesar de respostas do modelo parecerem realistas, em alguns casos elas não vão estar ancoradas em fatos", afirma.

Entre os casos de alucinações relatados nos últimos meses, um sistema de IA da Microsoft aconselhou um colunista do jornal The New York Times a "terminar o casamento".

Foram anunciados também os seguintes recursos e atualizações no Bard:

  • o programa dará respostas em áudio, e não apenas por escrito, o que pode ajudar no caso de saber ao certo pronúncias de palavras
  • imagens poderão ser usadas nos pedidos de tarefas para o Bard, com auxílio da ferramenta Google Lens
  • as respostas dadas pelo sistema poderão ser ajustadas de acordo com tom e estilo em cinco opções: "simples", "longo", "curto", "profissional" ou "casual" (a empresa diz que esse recurso será disponibilizado em breve em idiomas além do inglês)
  • as conversas com o Bard poderão ser fixadas em uma barra lateral para serem consultadas com mais facilidade
  • compartilhamento das conversas com o programa para a rede do usuário
  • exportação de códigos de programação para mais locais
As controvérsias do Google com a sua IA

Nos últimos dias, o Google vem sendo alvo de polêmicas sobre a forma como treina seus sistemas de inteligência artificial — entre os quais o Bard é um dos carros-chefe.

Na terça-feira (11/7), uma ação coletiva na Califórnia pediu compensações à companhia por "roubar tudo que já foi criado e compartilhado na internet por centenas de milhões de norte-americanos".

Modelos como o Bard são alimentados com uma quantidade gigantesca de dados e depois são treinados a dar respostas a partir dessa base.

Mas há acusações de que obras protegidas por direitos autorais são utilizadas — sem compensação financeira — para capacitar um sistema que será explorado comercialmente mais tarde.

A ação judicial também afirma que informações sensíveis de pessoas também acabam nesse repositório de dados.

O Google, em um comunicado enviado à rede de TV CNN, afirmou que a companhia deixa claro há anos que as informações usadas são de fontes públicas e que estão de acordo com seus "princípios de IA".

"A lei norte-americana apoia o uso de informação pública para criar novos usos benéficos."

No lançamento da versão brasileira do Bard, o Google não esclareceu como será a forma de monetizar seu chatbot ou se vai utilizar as atividades dos usuários para propósitos comerciais, como a venda de anúncios personalizados e sugestões de compras. Mas afirmou que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) brasileira será seguida.

Já na quarta (12/7), uma reportagem do site Bloomberg afirmou que, segundo documentos internos da empresa, humanos que trabalham para treinar sistemas como o Bard recebem salários baixos, têm uma carga de trabalho excessiva e enfrentam o estresse de completar tarefas complexas em até três minutos.

O trabalho desses humanos é essencial para evitar que os modelos de IA do Google não forneçam respostas ofensivas, falsas ou com conteúdo problemático.

A companhia disse que "realiza um extenso trabalho para construir nossos produtos de IA de forma responsável, incluindo testes rigorosos, treinamento e processos de feedback que nós aprimoramos por anos para enfatizar veracidade e reduzir vieses [nas respostas]".

ChatGPT: como usar o robô no dia a diaChatGPT: como usar o robô no dia a dia
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