Por Filipe Garrett, para o TechTudo
Confusão de nomes de chipsets de AMD e Intel pode induzir consumidor a erros; saiba como evitar surpresas
Em 2017, o mercado de processadores tem sido bastante agitado, com o lançamento dos processadores Ryzen e Threadripper, da AMD e Core i9, da Intel.
Entretanto, um pouco longe dos olhares da maioria dos consumidores, Intel e AMD brigam numa nova frente de batalha, misturando as nomenclaturas de suas linhas de chipset a um ponto em que o consumidor mais desatento pode sair prejudicado.
Intel B150, Intel B250, AMD B350, Intel B360...
Chipset X399, da AMD, oferece suporte aos Threadripper
em placas como a Aorus da Gigabyte. X299, da Intel,
recebe os i9 (Foto: Divulgação/Gigabyte)
Ao longo dos anos, a Intel se acostumou a lançar os chipsets BX50 para placas e processadores de entrada. Em anos anteriores, a marca apresentou os B150 e B250, indicando naturalmente a chegada de um eventual B350 no futuro. Entretanto, a AMD acabou “roubando” o nome e usando o B350 para um de seus chipsets de entrada, voltados para os novos processadores Ryzen. Como resposta, a Intel lançou o chipset B360.
E não foi só no mercado de entrada que a AMD atravessou a nomenclatura de chipsets da rival. O novo Core i9, bem como todos os demais processadores Extreme da Intel, foram projetados para funcionar com o chipset X299.
Observe como os dois produtos competem no mercado atualmente e, para alguém desatento, o X399 poderia soar como necessariamente mais avançado do que o X299. A AMD não perdeu a oportunidade: o processador Threadripper, por exemplo, foi concebido para funcionar com o chipset X399.
Guerra de nomes
Essa guerra de nomes tem um lado cômico, mas também tem um lado negativo: a confusão e falta de padronização na nomenclatura dos chipsets pode confundir o consumidor menos informado.
Especialmente do ponto de vista mais imediato, uma análise menos atenta poderia levar alguém a pensar que o chipset B360 da Intel é necessariamente melhor que o B350 da AMD, ou que o X399 da AMD é obrigatoriamente superior ao X299 da Intel: a numeração maior normalmente indica superioridade de um ciclo de produtos sobre outro. Mas, em termos de chipsets, não é caso.
Chipsets são componentes que, embora importantes,
acabam passando despercebidos pela grande maioria
dos usuários (Foto: Divulgação/Intel)
Esses controladores são desenvolvidos com limites e especificações técnicas bem definidas, e só funcionam com os processadores para os quais foram projetados. Um chipset é uma plataforma para uma CPU ter acesso a uma série de recursos e, embora seja uma parte importante de um computador, está longe de ser um aspecto técnico que é observado com atenção e interesse pela maioria dos usuários.
Chipsets não são exatamente produtos para o consumidor final no sentido de que você não compra um chipset: você compra uma placa-mãe que conta com um deles em função do processador que deseja usar. É por não serem exatamente voltados para o consumidor final que esses controladores não possuem nomes mais "amistosos", como Ryzen, Core i7, Pentium, Threadripper e etc.
Como fugir da armadilha e escolher o certo?
Tabela da AMD mostra a diferença existente entre as
linhas de chipsets da marca para processadores Ryzen
(Foto: Divulgação/AMD)
O chipset só faz sentido a partir do momento em que você sabe que processador vai usar, ou até mesmo que placa-mãe tem em mente. Se vai escolher uma unidade de sétima geração da Intel, suas escolhas ficam entre os Z270, H270 e B250. Da mesma forma, se você tem uma placa com um desses chipsets, já sabe de antemão que a sua escolha de processadores recai sobre a sexta e sétima geração da Intel.
A mesma lógica vale para a AMD, que conta com o A300, A320, B350 e X370. Todos eles foram criados para processadores Ryzen.
Entretanto, se você vai sair do zero, há diferenças entre essas linhas e pode ser interessante descobrir o que o Z270 tem de superior ao H270, ou porque o X370 é melhor do que o A300.
Para que serve um chipset?
O chipset é um tipo de chip controlador, que pode concentrar uma grande quantidade de funções de uma placa-mãe. Em geral, o modelo de chipset pode determinar quantos discos você pode conectar no PC, quantidade de portas USB suportadas e até mesmo interferir na velocidade e limites relacionados ao uso de memória RAM.
Como funcionam diretamente com o processador, os chipsets acabam vinculados a gerações específicas de CPUs, sendo comum (mas não obrigatório) que chipsets de uma geração não funcionem com processadores de uma linha mais nova.