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sexta-feira, 8 de março de 2019

Startup brasileira de educação para surdos é finalista de prêmio internacional de tecnologia para ensino



A plataforma online de educação e capacitação para pessoas surdas, em Libras (língua brasileira de sinais) e com legendas, não tem concorrentes no Brasil ou no mundo. Conteúdo é quase todo desenvolvido pela comunidade surda.


Por Fabrício Vitorino, G1 

Postado em 08 de março de 2019 às 18h10m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Startup brasileira de educação para surdos é finalista do mais importante prêmio de tecnologia para ensino do mundo — Foto: Marcos Gama e Darley Goulart Startup brasileira de educação para surdos é finalista do mais importante prêmio de tecnologia para ensino do mundo — Foto: Marcos Gama e Darley Goulart

A startup brasileira Signa, que oferece uma plataforma de educação online para surdos, é uma das 30 finalistas do Prêmio Next Billion Edtech, que será realizado em 23 e 24 de abril, em Dubai, durante o Global Education & Skill Forum. Os três primeiros colocados levam US$ 25 mil, e serão escolhidos por um júri composto por investidores, educadores e especialistas em "edtech" –tecnologia educacional – de todo o mundo.

Foi uma surpresa, não estava no nosso radar, diz Fabíola Rocha, co-fundadora e diretora geral da Signa, que tem sede em Florianópolis, SC. Para ela, a empresa atendeu a dois pontos importantes da premiação: trabalhar com educação e impactar pessoas que tenham dificuldade de ter acesso – seja por problemas financeiros ou por dificuldades operacionais. No nosso caso, trabalhamos com surdos que não necessariamente não tenham dinheiro. Mas não existe oferta de produtos e serviços para eles, diz a diretora.

A plataforma online de educação e capacitação para pessoas surdas, em Libras (língua brasileira de sinais) e com legendas, não tem concorrentes no Brasil, e mesmo no mundo. E o conteúdo é feito praticamente todo pela comunidade surda – seja produzido pela própria Signa, seja pela comunidade, de uma forma similar ao YouTube, por exemplo.

Nós temos muitos surdos no Brasil que são formados e sabem muito bem Libras, têm experiência muito grande em alguma área específica, e que têm total potencial para produzir conteúdo. Ainda assim, nós fazíamos muita coisa 'em casa’, lembra Fabíola. Mas a estratégia esbarrava no gargalo da alta demanda e da equipe reduzida. Foi aí que surgiu a ideia de criar um marketplace, ou seja, capacitar a comunidade surda para produzir conteúdo – e ganhar uma comissão por isso.

Decidimos produzir um material ensinando tudo sobre como fazer cursos online, da ementa até o final. E aí a gente oferece isso para a comunidade surda para que eles possam produzir seu próprio curso e, ao final, ter a possibilidade de colocar seu conteúdo dentro da Signa, conta Fabíola.

A diretora lembra ainda que o marketplace da Signa é o primeiro passo para uma internacionalização do serviço. Imagine que teríamos que produzir conteúdo em outra língua sinais, para os EUA, por exemplo – afinal, eles não usam Libras. Seria muito complexo pensar tudo do zero. Assim, nós chegamos para a comunidade, mostramos que eles podem produzir e isso se torna viável em um tempo menor.

Uma das startups vencedoras do Prêmio Next Billion Edtech de 2018 foi a Chatterbox, que oferece cursos de idiomas através de uma plataforma de baixo consumo de banda - e com aulas oferecidas por refugiados. Isso mostra que, além da tecnologia e da proposta educacional, a inclusão social tem papel fundamental na escolha dos jurados. E essa é uma das missões da Signa, diz Fabíola.

"A gente traz pessoas surdas pra equipe, e não faria sentido preparar os surdos para o mercado, mas não trazê-los para a gente. Damos cursos de Libras para todos na empresa. E, como fazemos reuniões diárias, é muito interessante ver como essa integração acontece. Para a gente, é uma experiência muito legal, que mudou muito a motivação da equipe.
Fabíola Rocha, co-fundadora e diretora geral da Signa, que tem sede em Florianópolis, SC — Foto: Marcos Gama e Darley GoulartFabíola Rocha, co-fundadora e diretora geral da Signa, que tem sede em Florianópolis, SC — Foto: Marcos Gama e Darley Goulart
  
Segundo o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, 9,7 milhões de pessoas têm deficiência auditiva. Pouca gente sabe, mas a Libras é uma das línguas oficiais do Brasil desde 2002 - tendo o mesmo status que o português. Mas engana-se quem pensa que é apenas uma transcrição gestual de nosso idioma.

A Libras uma língua com estrutura gramatical própria e com organização das informações é totalmente diferente do português. Por isso, a língua de sinais utilizada em Portugal (LGP) é um sistema completamente diferente do nosso - assim como a usada nos Estados Unidos (ASL). E um dado curioso: 80% dos surdos do mundo são analfabetos nas línguas escritas. Ou seja, boa parte da comunidade é alfabetizada em Libras - e sequer entende o português.

Tem surdos que não sabem escrever, que é o caso do meu pai, que nunca foi educado no português. Ele usa Libras, que é seu meio de comunicação. Tem surdos que sabem um pouco das duas línguas, e tem surdos que não sabem Libras: só sabem o português. Dá para imaginar a complexidade de criar uma plataforma para a comunidade?’, diz Fabíola, que é uma Coda, sigla em inglês para filho de um adulto surdo (child of a deaf adult).

A Signa vai apresentar seu projeto no Global Education & Skills Forum (um pitch, no jargão das startups). Mas, no anúncio final, serão chamados ao palco principal apenas seis startups, e dentre elas as três melhores serão premiadas com US$ 25 mil. O grande vencedor também receberá o troféu do Prêmio Next Billion.

As 30 startups selecionadas para a final do Prêmio Next Billion são: Talk2U, OxEd, Whetu, Signa, SimBi, Moi Social Learning, Kuwala, Etudesk, PraxiLabs, Langbot, Seppo, Lesson App, Eneza, Aveti Learning Pvt. Ltd., Utter, Dost, Solve Education, M-Shule, eLimu, Wizenoze Ltd, ScholarX, Sabaq, Silabuz, Zelda, MTabe, Ubongo, Fineazy, TeachPitch, Big Picture Learning/Imblaze e Augmented Learning.

Roubo de contas de clientes no comércio eletrônico brasileiro supera média global, aponta estudo



Pesquisa da Visa entrevistou profissionais do segmento de gestão de fraudes. Golpe mais comum detectado por lojas online é o 'teste de cartão'; veja como funciona.


Por Altieres Rohr 

Postado em 08 de março de 2019 às 17h40m 
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Hackers assumem contas de clientes em sites de e-commerce e lojistas precisam exercer cautela — Foto: Pierre Amerlynck/Freeimages.com 
Hackers assumem contas de clientes em sites de e-commerce e lojistas precisam exercer cautela — Foto: Pierre Amerlynck/Freeimages.com
O número de empresas brasileiras no comércio eletrônico que relataram ter sofrido algum problema por causa de roubo de conta de clientes superou a média mundial em estudo realizado pela Visa.

Segundo o levantamento feito com 2,8 mil profissionais da área de gestão de fraudes de empresas e organizações dos setores de bens duráveis, turismo, serviços, gastronomia e eletroeletrônicos, 42% afirmaram ter lidado com esse tipo de caso no Brasil.

A média mundial é de 37%. No entanto, o índice brasileiro ainda é inferior ao da média latino-americana, que é de 47%.

O roubo de conta ocorre quando o cliente tem seu usuário e senha obtidos por um terceiro, que pode realizar compras sem autorização.

'Teste de cartão'
A fraude mais comum identificada no comércio eletrônico brasileiro é o chamado "teste de cartão", quando um criminoso tenta utilizar dados do cartão de outra pessoa pela primeira vez.
O golpe consiste em realizar compras de baixo valor, para verificar se os dados são válidos, e, posteriormente, consumir o limite em compras de valor maior.
De acordo com a Visa, 45% dos especialistas ouvidos no Brasil relataram ter detectado essa fraude, outro número acima da média mundial (36%).
O Brasil também tem percentual maior no uso abusivo de cupons (40% contra 33% na média mundial) e de fraudes em programas de fidelidade (30% no Brasil contra 23% no mundo).

Por outro lado, ficou abaixo da média em casos como fraudes de sites falsos com as técnicas de "phishing", "pharming" e "whaling" (45% no mundo, mas 26% no Brasil), solicitação indevida de estorno após compras (33% no mundo, mas 28% no Brasil) e "botnets" (28% no mundo, mas 9% no Brasil), que são computadores infectados com softwares maliciosos para roubar dados e acessar dispositivos.

Dificuldades
Segundo os especialistas, os números dependem do que as empresas conseguem detectar em seu ambiente. No entanto, 65% dos profissionais latino-americanos entrevistados reconheceram dificuldades em identificar as fraudes que ocorrem e responder aos casos – o que significa que muitas podem passar despercebidas.

O objetivo do levantamento é identificar pontos que exigem cautela e cuidados – ou oportunidades de melhoria – por parte dos lojistas. O estudo destaca, por exemplo, que a análise do histórico de pedidos é uma das ferramentas mais úteis para detectar desvios no comportamento dos clientes e, portanto, pedidos problemáticos.

De acordo com o estudo da Visa, a América Latina é um dos mercados que mais cancela pedidos após uma revisão manual. Embora 1 em cada 5 pedidos acabe passando por revisão manual – o que é menos do que a média global, de 1 em cada 4 -, 20% deles são recusados – quase 7 vezes maios do que a média global, de 3%.

O estudo pode ser baixado (em português) aqui.
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