"Após a definição das causas, planejar e desenvolver programas é fundamental. Veja na reportagem os sete pontos essenciais para criar uma estratégia adequada."
*//* Por Com:Atitude || 02/04/2012
Um exemplo claro consiste na experiência da Natura em torno da música. Embora seja um dos territórios mais saturados em decorrência da ocupação realizada por marcas dos mais diversos setores e portes, a empresa de cosméticos conseguiu encontrar um recorte específico que endereçasse, simultaneamente, os desafios do seu negócio e, também, materializasse seu conjunto de crenças. Desta forma, concebeu em 2005 o Natura Musical, programa que combina patrocínios, plataformas de conteúdo – como rádio, perfis em redes sociais, entre outras – e festivais. Juntas, estas ações dão vida ao posicionamento escolhido pela marca para inserir-se no âmbito musical, que consiste na expressão do mote “bem estar bem” a partir do estímulo a expressões brasileiras e do diálogo destas com outras linguagens ao redor do mundo.
Estes e outros exemplos demonstram a importância de um programa na dimensão executiva da atitude de marca. Uma causa, tratada isoladamente, não gera repercussão para uma companhia se estiver desacompanhada de ações organizadas e sistematizadas. Por isso, os programas apresentam-se como um nível posterior, responsáveis pela organização de atitudes em algumas dimensões:
Objetivo:
Foco: é preciso, independente da causa, estabelecer um foco de atuação. Sem isso, os investimentos serão dispersos e incapazes de gerar resultados tanto para os beneficiados quanto para a marca;
Localização: considerar a abrangência geográfica ajuda a dimensionar os investimentos, identificar públicos prioritários, mapear parceiros confiáveis e estabelecer equipes operacionais de suporte em cada local;
Atributos: de que forma o programa contribui para que a marca seja percebida da maneira pela qual ela deseja? Quais ações são necessárias para que isto se converta em realidade?
Públicos: estabelecer quem são os stakeholders prioritários no desenvolvimento das atitudes; ter consciência de quem são os beneficiários diretos das ações e as audiências a serem envolvidas em outras instâncias, sejam elas de parcerias ou comunicação;
Critérios: fundamentais para garantir a lisura e rigor técnico das decisões de investimento, devem estar embasados firmemente de maneira que possam operar como filtros para a escolha sobre o destino dos recursos a serem aplicados;
Conceito: um mote criativo, capaz de mobilizar os públicos afetivamente, contribui para seu poder de engajamento e facilita a apropriação e o entendimento das atitudes.
Além destes fatores, não se pode prescindir de atenção total a quatro outras dimensões:
1) a comunicação das ações e do programa;
2) o montante de recursos a serem investidos diretamente em suas iniciativas e nas respectivas ativações e atividades de gestão;
3) a operacionalização de seu gerenciamento e, por fim, a
4) mensuração dos seus resultados, considerando os objetivos da marca e do benefício dos públicos contemplados nesta esfera de valor compartilhado.