"Embora esteja entre os termos mais quentes do atual mundo dos negócios, o sistema de processamento e análise de dados ainda é subutilizado pelas empresas."
O Big Data está entre as palavras mais quentes do mundo corporativo atual, marcando presença nos debates e nas reuniões, mas poucas são as empresas que já conseguiram implementá-lo - uma menor quantidade ainda o fez de maneira a aproveitar todo o seu potencial.
Segundo levantamento da Pyramid Research apresentado durante a Lte Latin America 2015, 22% das companhias em todo o mundo estão investindo em Big Data e Analytics. No setor de Telecom, esse índice sobe para 33%, mas cai para 9% se considerarmos apenas a realidade da América Latina.
A maior dificuldade enfrentada pelas instituições ainda é converter as informações geradas em ações com resultados efetivos. “Especialmente por aqui, o Big Data continua sendo um tópico emergente, mas que deve evoluir ao longo dos próximos anos.
Tanto é que 77% dos entrevistados do setor de Telecomunicações na América Latina afirmam que consideram investir na área nos próximos meses, índice bem mais alto do que o global, que é de 51%”, afirma Marcelo Kawanam, Analista Sênior da Pyramid Research, em palestra no Lte 2015.
O maior desafio das empresas não é o de processar uma grande variedade e um imenso volume de dados em tempo real - isso a tecnologia se encarrega de realizar -, mas sim fazer as perguntas certas a fim de obter respostas relevantes para o negócio.
“O mercado ainda está amadurecendo. Não basta instalar um software e achar que ele entregará as informações sozinho. É preciso readequar processos e realizar treinamentos na equipe para que os profissionais saibam usar os dados”, ressalta Renato Gomes, Gerente de Engenharia da WebRadar, em entrevista ao Mundo do Marketing.
O Big Data nada mais é do que uma ferramenta de suporte à tomada de decisão, que depende integralmente dos executivos e analistas que o operam para gerar resultados. As informações obtidas são inúmeras e devem ser direcionadas de acordo com o interesse da empresa. Confira quatro insights sobre o uso do sistema de processamento de dados:
1. O uso do Big Data pode mirar no mercado B2B
Caso a pergunta feita ao sistema pelos profissionais seja “como podemos fazer para gerar novas receitas no negócio”, orientar a análise de dados de modo a chegar a uma informação relevante para outras empresas pode ser interessante. No Brasil, essa alternativa ainda é pouco explorada, mas muitas companhias globais já notaram o poder que tem nas mãos. O Twitter é uma delas e vem trabalhando, desde o ano passado, para desenvolver seu próprio Big Data Analytics.
Um importante passo foi dado com a aquisição da Gnip, que já se dedicava à essa análise e organização de dados. Hoje, empresas associadas ao Twitter fazem a varredura das informações colocadas na rede social e as vendem a outras organizações. Elas, entretanto, não devem ter mais os contratos renovados, já que o microblog pretende assumir a função.
No setor de telecomunicações, as operadoras também contam com informações preciosas a respeito dos consumidores, mas não as monetizam ainda no Brasil. Uma parte desses dados vêm da geolocalização dos clientes. “Uma empresa de telefonia pode saber qual trecho de uma avenida tem mais movimento de pedestres e em quais horas do dia, informações que podem ser valiosas para o varejo”, exemplifica Gomes, da WebRadar, que também palestrou no Lte 2015.
2. Os departamentos não devem buscar seus dados isoladamente
Outro erro comum em empresas que já investem em sistemas de Big Data é olhar as informações de forma isolada, de acordo com o interesse de cada departamento. Muitas vezes, cada área faz suas perguntas e usa ferramentas que mais lhe convém, perdendo os benefícios de se estabelecer uma visão holística sobre o negócio.
O sucesso passa pela integração desse trabalho. “O Marketing costuma olhar sob o ponto de vista do atendimento ao cliente; a engenharia volta-se para a infraestrutura e questões mais técnicas da qualidade do serviço; e o comercial busca índices de vendas. O consumidor, no entanto, não separa essas áreas em seu sentimento de satisfação ou insatisfação.
Os departamentos podem acabar empurrando entre si as causas da falha que tenha gerado algum problema”, explica Gomes.
O desafio dessa integração é especialmente grande por sua gênese ser muito anterior ao Big Data. Os problemas de gestão gerados por conta da existência de feudos dentro das companhias são inúmeros e não se limitam à análise de dados.
3. O Big Data auxilia na segmentação e na oferta de produtos melhores
Quem nunca se perguntou por que precisa pagar pela assinatura de dezenas de canais de TV a cabo quando, na verdade, só assiste a meia dúzia deles. As operadoras que quisessem ganhar o cliente da concorrência poderiam recorrer ao banco de dados dos telespectadores, separá-los em grupos de acordo com seu perfil de consumo e oferecer pacotes mais personalizados e adequados a cada um deles.
Todas as empresas também podem recorrer ao sistema para checar quais de seus produtos apresentam uma performance melhor - inclusive do ponto de vista técnico - e investir na divulgação dele, em vez de optar por outra oferta que vem apresentando problemas. Controlar esses dados e se basear neles na tomada de decisões estratégicas são fundamentais para não frustrar o cliente.
4. Não tenha medo do grande número de dados
Muitas empresas adiam o investimento em um sistema de Big Data porque acreditam que não estão preparadas para lidar com um número tão grande de dados. Sempre existe o risco de os funcionários acabarem afogados na informação e não conseguirem decodificar dali o que realmente tem valor.
Há uma saída para esses casos. A opção de algumas companhias que se deparam com o dilema é abrir mão de lidar com todos os dados gerados por elas.
Essa foi a opção da operadora de telefonia Tigo, que atua em países da América, Europa, África e Ásia, com cerca de 50 milhões de usuários.
“Não capturamos todo o universo, focamos nos clientes de mais alto valor e, com isso, reduzimos bastante a complexidade do sistema. Identificamos onde eles estão geograficamente e o histórico de consumo, além de ficarmos atentos a problemas na rede”, explica Jose Martinez, Diretor de Tecnologia da Tigo Guatemala, que apresentou os dados na Lte 2015.
Segundo levantamento da Pyramid Research apresentado durante a Lte Latin America 2015, 22% das companhias em todo o mundo estão investindo em Big Data e Analytics. No setor de Telecom, esse índice sobe para 33%, mas cai para 9% se considerarmos apenas a realidade da América Latina.
A maior dificuldade enfrentada pelas instituições ainda é converter as informações geradas em ações com resultados efetivos. “Especialmente por aqui, o Big Data continua sendo um tópico emergente, mas que deve evoluir ao longo dos próximos anos.
Tanto é que 77% dos entrevistados do setor de Telecomunicações na América Latina afirmam que consideram investir na área nos próximos meses, índice bem mais alto do que o global, que é de 51%”, afirma Marcelo Kawanam, Analista Sênior da Pyramid Research, em palestra no Lte 2015.
O maior desafio das empresas não é o de processar uma grande variedade e um imenso volume de dados em tempo real - isso a tecnologia se encarrega de realizar -, mas sim fazer as perguntas certas a fim de obter respostas relevantes para o negócio.
“O mercado ainda está amadurecendo. Não basta instalar um software e achar que ele entregará as informações sozinho. É preciso readequar processos e realizar treinamentos na equipe para que os profissionais saibam usar os dados”, ressalta Renato Gomes, Gerente de Engenharia da WebRadar, em entrevista ao Mundo do Marketing.
O Big Data nada mais é do que uma ferramenta de suporte à tomada de decisão, que depende integralmente dos executivos e analistas que o operam para gerar resultados. As informações obtidas são inúmeras e devem ser direcionadas de acordo com o interesse da empresa. Confira quatro insights sobre o uso do sistema de processamento de dados:
1. O uso do Big Data pode mirar no mercado B2B
Caso a pergunta feita ao sistema pelos profissionais seja “como podemos fazer para gerar novas receitas no negócio”, orientar a análise de dados de modo a chegar a uma informação relevante para outras empresas pode ser interessante. No Brasil, essa alternativa ainda é pouco explorada, mas muitas companhias globais já notaram o poder que tem nas mãos. O Twitter é uma delas e vem trabalhando, desde o ano passado, para desenvolver seu próprio Big Data Analytics.
Um importante passo foi dado com a aquisição da Gnip, que já se dedicava à essa análise e organização de dados. Hoje, empresas associadas ao Twitter fazem a varredura das informações colocadas na rede social e as vendem a outras organizações. Elas, entretanto, não devem ter mais os contratos renovados, já que o microblog pretende assumir a função.
No setor de telecomunicações, as operadoras também contam com informações preciosas a respeito dos consumidores, mas não as monetizam ainda no Brasil. Uma parte desses dados vêm da geolocalização dos clientes. “Uma empresa de telefonia pode saber qual trecho de uma avenida tem mais movimento de pedestres e em quais horas do dia, informações que podem ser valiosas para o varejo”, exemplifica Gomes, da WebRadar, que também palestrou no Lte 2015.
2. Os departamentos não devem buscar seus dados isoladamente
Outro erro comum em empresas que já investem em sistemas de Big Data é olhar as informações de forma isolada, de acordo com o interesse de cada departamento. Muitas vezes, cada área faz suas perguntas e usa ferramentas que mais lhe convém, perdendo os benefícios de se estabelecer uma visão holística sobre o negócio.
O sucesso passa pela integração desse trabalho. “O Marketing costuma olhar sob o ponto de vista do atendimento ao cliente; a engenharia volta-se para a infraestrutura e questões mais técnicas da qualidade do serviço; e o comercial busca índices de vendas. O consumidor, no entanto, não separa essas áreas em seu sentimento de satisfação ou insatisfação.
Os departamentos podem acabar empurrando entre si as causas da falha que tenha gerado algum problema”, explica Gomes.
O desafio dessa integração é especialmente grande por sua gênese ser muito anterior ao Big Data. Os problemas de gestão gerados por conta da existência de feudos dentro das companhias são inúmeros e não se limitam à análise de dados.
3. O Big Data auxilia na segmentação e na oferta de produtos melhores
Quem nunca se perguntou por que precisa pagar pela assinatura de dezenas de canais de TV a cabo quando, na verdade, só assiste a meia dúzia deles. As operadoras que quisessem ganhar o cliente da concorrência poderiam recorrer ao banco de dados dos telespectadores, separá-los em grupos de acordo com seu perfil de consumo e oferecer pacotes mais personalizados e adequados a cada um deles.
Todas as empresas também podem recorrer ao sistema para checar quais de seus produtos apresentam uma performance melhor - inclusive do ponto de vista técnico - e investir na divulgação dele, em vez de optar por outra oferta que vem apresentando problemas. Controlar esses dados e se basear neles na tomada de decisões estratégicas são fundamentais para não frustrar o cliente.
4. Não tenha medo do grande número de dados
Muitas empresas adiam o investimento em um sistema de Big Data porque acreditam que não estão preparadas para lidar com um número tão grande de dados. Sempre existe o risco de os funcionários acabarem afogados na informação e não conseguirem decodificar dali o que realmente tem valor.
Há uma saída para esses casos. A opção de algumas companhias que se deparam com o dilema é abrir mão de lidar com todos os dados gerados por elas.
Essa foi a opção da operadora de telefonia Tigo, que atua em países da América, Europa, África e Ásia, com cerca de 50 milhões de usuários.