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quinta-feira, 23 de maio de 2019

O que fazer quando o celular fica sem sinal e as contas de serviços on-line são roubadas?

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Pacotão do blog Segurança Digital responde dúvida sobre a fraude do 'SIM swap' e dados sumindo do telefone.
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Por Altieres Rohr 

Postado em 23 de maio de 2019 às 21h45m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013
Se você tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões, cibercrime, roubo de dados etc.) vá até o fim da reportagem e utilize o espaço de comentários ou envie um e-mail para g1seguranca@globomail.com. A coluna responde perguntas deixadas por leitores no pacotão, às quintas-feiras.
No golpe de 'SIM swap', criminoso registra a linha em outro chip, fazendo com que a linha original seja desconectada. — Foto:  Roman Martinyuk/Freeimages.com 
No golpe de 'SIM swap', criminoso registra a linha em outro chip, fazendo com que a linha original seja desconectada. — Foto: Roman Martinyuk/Freeimages.com

Celular sem sinal e WhatsApp roubado
Meu número de operadora saiu do ar (ficou aparecendo sem sinal), depois foi desconectada do WhatsApp. Roubaram todos meus dados, abriram uma conta em meu nome, em um banco digital. E roubaram meu dinheiro do PagSeguro. Vocês podem me informar que tipo de processos eu poderia fazer? Estou me sentindo totalmente vulnerável e não irei mais encostar em meu aparelho! — Heloísa
Heloísa, você foi vítima de um golpe chamado de "SIM Swap" ("troca de SIM", sendo SIM o chip do seu número). Nesse golpe, os criminosos conseguem cadastrar o seu número em outro chip SIM, que é usado no celular deles. Isso dá acesso ao seu número de telefone.

Como muitos serviços, infelizmente, utilizam o número de telefone (via SMS) para recuperação e verificação de conta, isso também dá aos criminosos o acesso a essas contas mediante o uso da recuperação da senha. O WhatsApp também pode ser cadastrado em outro telefone se tiverem acesso ao seu número e você não tiver configurado a verificação em duas etapas.

É fundamental que você entenda que isso muito provavelmente não tem nenhuma relação com o seu aparelho de telefone. Os criminosos que atuam realizando esse tipo de golpe realizaram uma fraude se passando por você e podem ter até contado com auxílio de funcionários da operadora. Em outras palavras, é bastante provável que você não teve nenhuma culpa ao ser vítima dessa ação.

O mais importante é entrar em contato com a operadora de telefonia e verificar o que ocorreu: o que foi alegado para a troca do SIM, onde ela foi realizada e por quem e assim por diante. Todos esses dados devem ser informados à polícia para que os responsáveis possam ser encontrados e penalizados.

Quanto aos prejuízos em seus serviços on-line, você terá que buscar remediá-los um a um. Se você suspeita que suas informações estão nas mãos de criminosos, você pode abrir um Alerta Permanente na Serasa, o que vai alertar as empresas sobre isso. No entanto, isso pode dificultar a abertura de serviços para você também, então avalie o que vale a pena para a sua situação.

Conversas 'sumindo' no WhatsApp
As conversas dos contatos do WhatsApp desaparecem com frequência. Apenas surge uma mensagem que ocorreu um erro inesperado e que devo restaurar as mensagens, sob pena de não conseguir depois. Faço a opção para restaurar de imediato, e acaba por desaparecer todas. O que pode ser? — Regina
Regina, o mais provável neste caso parece ser um erro do sistema ou do seu telefone. É difícil determinar a causa exata do problema.
O mais fácil para você tentar é desinstalar e reinstalar o WhatsApp. Porém, se você não se importa em configurar novamente o seu telefone, você pode realizar um processo de redefinição ou restauração de fábrica nas configurações do seu aparelho.

As instruções exatas variam conforme o modelo do celular, mas você pode obter algumas orientações gerais para Android aqui. Os passos para telefones iPhone, da Apple, estão aqui.

Esse processo vai deixar o telefone exatamente como ele veio de fábrica, eliminando todos os aplicativos e dados não sincronizados em backup, incluindo fotos. Certifique-se de que todos os dados importantes estão salvos em backup antes de realizar esse procedimento.

Se o problema ainda continuar após a restauração do celular, é provável que o seu aparelho esteja com problemas no chip de armazenamento. Embora a troca desse chip seja possível em algumas assistências não autorizadas, a maioria das assistências vai sugerir a troca de toda a placa lógica do telefone. Em muitos casos, o valor do reparo será quase idêntico ao valor de um aparelho novo.

O pacotão da coluna Segurança Digital vai ficando por aqui. Não se esqueça de deixar sua dúvida na área de comentários, logo abaixo, ou enviar um e-mail para g1seguranca@globomail.com. Você também pode seguir a coluna no Twitter em @g1seguranca. Até a próxima!
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1 
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1

Notebook infestado com pragas digitais vai a leilão por mais de R$ 4 milhões

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Máquina foi preparada como obra de arte por artista chinês.
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Por Altieres Rohr 

Postado em 23 de maio de 2019 às 19h15m 
GIPOPE - GARIBA'S Logística for 2012 - 2013

Computador foi contaminado com seis pragas digitais. A mais visível dela é o WannaCry, que deixa uma cobrança de resgate na tela para recuperar os arquivos criptografados. — Foto: Reprodução

O artista chinês Guo O Dong preparou um notebook contaminado por algumas das pragas digitais mais perigosas já criadas como uma obra de arte chamada "A Persistência do Caos".
O computador está sendo leiloado pelo valor mínimo de US$ 1,1 milhão, cerca de R$ R$ 4,3 milhões. A máquina está em Nova York, nos Estados Unidos.
O valor final — e se esse valor será pago — só será conhecido ao fim do leilão, que deve terminar em quatro dias.

O site oficial do projeto conta com um vídeo em tempo real do computador. Na tela, é possível ver a janela do WannaCry, um vírus de resgate que cobrava valores em Bitcoin para supostamente recuperar os arquivos das vítimas. O WannaCry contaminou várias empresas e causou interrupções de serviços públicos em 2017.

A imagem da tela do notebook é capturada por uma câmera, já que a máquina está totalmente desconectada da rede.

O notebook é na verdade um netbook (compacto de 10,2") da Samsung, modelo NC10 de cor azul, de 2008. A máquina vem com o Windows XP. Não foi especificado o motivo da escolha desse computador, avaliado em aproximadamente R$ 500 no mercado de usados.

O site alerta que comprar e vender pragas digitais para o uso em ataques cibernéticos é ilegal nos Estados Unidos e que a máquina só deve ser usada para fins artísticos ou acadêmicos. Guo O Dong afirma criar obras sobre a sociedade conectada e a influência da cultura americana na internet.

Quais vírus que estão no notebook?
O projeto reuniu pragas digitais responsáveis por epidemias que causaram bilhões de dólares em prejuízo. Segundo as estimativas usadas pelo projeto, os seis vírus instalados no notebook foram responsáveis por US$ 95 bilhões (cerca de R$ 400 bilhões) em prejuízos. De acordo com o site do projeto, as seguintes pragas digitais foram instaladas no notebook:
  • I Love You: Uma praga que circulou por e-mail no ano 2000, notória pelas mensagens que prometiam declarações de amor. A praga digital foi criada em VBScript, o que permitiu que dezenas de variações fossem criadas, desafiando filtros e antivírus. É o vírus mais antigo instalado no sistema.
  • SoBig: Uma família de pragas digitais que se espalharam por e-mail em 2003. A sexta variação do vírus, conhecida como SoBig.F, foi a mais notória pela velocidade com que contaminou sistemas.
  • MyDoom: Outra praga digital que se espalhou por e-mail em 2004. Agressivo, o vírus também lançava ataques contra os servidores de atualização do Windows.
  • BlackEnergy: Diferente das demais pragas digitais por não ter causado uma epidemia, o BlackEnergy é um conjunto de códigos maliciosos encontrados em instalações elétricas na Ucrânia. Foi responsável por um blecaute no país em 2015.
  • WannaCry: Vírus de resgate de 2017 que contaminou centenas de milhares de computadores, prejudicando serviços públicos por conta de sua capacidade destrutiva. Ele criptografava os arquivos, deixando sistemas inoperantes e cobrando um valor em Bitcoin para retornar a máquina ao seu estado original.
  • Dark Tequila: Vírus revelado em 2018 utilizado em fraudes bancárias na América Latina, principalmente no México.
Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1 
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1