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Usuários fake disparavam mensagens de oferta de serviços na rede corporativa. Os robôs se passavam por pessoas reais com ajuda de fotos geradas por inteligência artificial e tinham experiências fictícias.===+===.=.=.= =---____--------- ---------____------------____::_____ _____= =..= = =..= =..= = =____ _____::____-------------______--------- ----------____---.=.=.=.= +====
Por g1
Postado em 12 de abril de 2022 às 13h00m
Post. N. - 4.325
Logotipo do LinkedIn na sede da empresa em Mountain View, na Califórnia. — Foto: Robert Galbraith/Reuters
Dois pesquisadores identificaram mais de mil perfis falsos na rede profissional LinkedIn. As contas usavam fotos geradas por meio de inteligência artificial e eram usadas como ferramenta de marketing para que empresas se conectassem com possíveis clientes.
Os perfis fake disparavam mensagens divulgando serviços para usuários da rede. Caso houvesse interesse, essas pessoas eram encaminhadas para o sistema de atendimento das empresas contratantes, de acordo com pesquisadores do Observatório de Internet da universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
O sistema de "telemarketing digital" foi descoberto pelos pesquisadores Renée DiResta e Josh Goldstein e revelado em uma reportagem do NPR.
Em seu perfil no Twitter, Renée conta que recebeu uma dessas mensagens e percebeu que estava falando com um robô porque a foto de perfil tinha falhas que são comuns às imagens criadas por inteligência artificial: faltava um par de brincos e o fundo estava borrado.
Segundo a pesquisadora, esse tipo de uso para a tecnologia deve gerar debates.
"Não é uma história de notícias falsas ou desinformação, mas sim a interseção de um caso de uso de negócios bastante trivial com tecnologia de IA e questões de ética resultantes. Quais são nossas suposições quando encontramos outras pessoas nas redes sociais? Que ações cruzam a linha da manipulação?", questiona Renée.
Ao usar perfis falsos, essas companhias conseguem garimpar um número grande de conexões na rede sem a necessidade de contratar profissionais ou atingir o limite de envio de mensagens do LinkedIn.
Além das fotos geradas por inteligência artificial, os perfis também apresentavam informações como escolaridade, interesses e empregos anteriores. Algumas das empresas citadas pelos fakes eram conhecidas: Amazon, CNN e Unilever, dentre outros.
Procuradas pela reportagem da NPR, as empresas citadas não confirmaram a existência desses profissionais em suas bases de dados.
Quem contratou os fakes?
Uma das companhias que promovia seus serviços por meio desse recurso era a RingCentral. A empresa, que oferece um sistema de mensagens e reuniões online, disse ao NPR que contrata terceiros para conseguir reuniões com clientes em potencial.
Em fevereiro, quando confrontado por um usuário do LinkedIn sobre o número abusivo de mensagens enviadas na rede, o diretor de vendas da RingCentral, Carson Hostetter, pediu desculpas. Na época, o executivo informou que a empresa estava pesquisando como "ajustar a abordagem".
O g1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da RingCentral. Até a última atualização desta reportagem, não havia recebido resposta.
O uso de imagens geradas por IA é uma forma de burlar a política do LinkedIn. A rede social não permite que usuários definam imagens de terceiros como suas fotos de perfil, mas não tem uma regra para retratos de pessoas que não existem.
Em contato com o g1, a rede social explica que todo perfil do LinkedIn deve representar uma pessoa real e que os fakes encontrados pelos pesquisadores americanos foram removidos.
A companhia afirma que segue atualizando suas técnicas para identificação desse tipo de usuário falso e que trabalha para garantir um ambiente seguro.