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quarta-feira, 24 de junho de 2020

Adobe recomenda desinstalar Flash Player e confirma que conteúdo será bloqueado a partir de 2021

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Software que marcou a web chegará ao 'fim da vida' no dia 31 de dezembro. 
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Por Altieres Rohr  
24/06/2020 15h32  Atualizado há 5 horas
Postado em 24 de junho de 2020 às 18h40m

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Flash Player é responsável por reproduzir animações e vídeos em Flash, mas programa é executado dentro de navegadores e de documentos do Office, criando oportunidades para hackers. — Foto: Divulgação
Flash Player é responsável por reproduzir animações e vídeos em Flash, mas programa é executado dentro de navegadores e de documentos do Office, criando oportunidades para hackers. — Foto: Divulgação

A Adobe publicou uma nova página com informações sobre o "fim da vida" do Flash Player, um software responsável pela reprodução de animações e vídeos. Segundo a empresa, usuários devem desinstalar o programa até o dia 31 de dezembro de 2020.
Não adianta manter o software no computador: após essa data, a reprodução de conteúdos em Flash será bloqueada pelo próprio programa, segundo a empresa.
Quem optar por não desinstalar o programa imediatamente poderá receber um alerta nos próximos meses. A mensagem deve avisar sobre a data limite para a remoção do software.
Muitas instalações do Windows costumam vir acompanhadas do Flash Player para ser acionado dentro do Internet Explorer. O Chrome e o Edge incluem o Flash como parte de suas instalações, mas desativam o programa por padrão.
Quem decidiu reativar o Flash por alguma razão nesses navegadores também deve desativá-lo. A integração dos navegadores com o Flash ocorre de maneira antiquada e insegura, deixando o sistema exposto a ataques que instalam programas espiões ou outros vírus durante a navegação na web.
No início de junho, a Adobe lançou uma atualização para corrigir duas brechas graves no Flash. Manter o programa completamente desativado garante que o navegador fique imune a esses ataques. Como a tecnologia quase não é mais usada de maneira legítima, usuários não devem notar problemas ou erros durante a navegação.

Na verdade, muitos sites que dizem exigir essa tecnologia hoje são sites maliciosos, que usam o nome do Flash apenas como pretexto para que a vítima realize o download de um programa espião.

Como desinstalar ou desativar o Flash
O Flash Player pode estar presente no computador de três maneiras:
  1. Instalação manual
  2. Pré-instalado com o sistema
  3. Embutido em navegadores
Nos dois primeiros casos, a Adobe recomenda o uso de um programa de desinstalação específico. Esse programa pode ser baixado na página da Adobe para Windows e para Mac.
Para o terceiro caso, não é possível "remover" o Flash dos navegadores. Ele precisa ser desativado para que sites não possam acioná-lo.

Para verificar as configurações do Flash no Google Chrome, por exemplo, é preciso abrir as configurações do navegador (menu três barras > Configurações) e clicar em "Privacidade e segurança" no menu à esquerda.
Em "Configurações do site", deve-se rolar a janela para baixo até encontrar "Flash".
O controle deslizante deve ficar na posição "Desligado" (Impedir que sites executem Flash). Em outros navegadores, consulte as orientações da Adobe.

Em "Verifique se o Flash Player está instalado em seu computador", clique em "Verificar agora". O site vai informar se o plug-in está ou não ativado.
Site da Adobe informa se Flash está ativado no navegador. Para aumentar a segurança durante a navegação na web, é recomendado desativar o aplicativo. — Foto: Reprodução
Site da Adobe informa se Flash está ativado no navegador. Para aumentar a segurança durante a navegação na web, é recomendado desativar o aplicativo. — Foto: Reprodução

Caso o Flash esteja ativo, consulte as opções da Adobe para desativá-lo.

O único navegador que ainda mantém o Flash ativo é o Internet Explorer. O uso desse navegador também deve ser evitado – ele só está presente no Windows para manter a compatibilidade com sites antigos e corporativos. O uso diário do Internet Explorer não é recomendado.

Projeto arquiva 45 mil jogos em Flash
O Flash Player costumava ser integrado como "plug-in" em navegadores. Ele se tornou icônico no final dos anos 1990 e início de 2000, quando ainda estava nas mãos da sua segunda dona, a Macromedia. Nesse período, o Flash permitiu a criação de sites mais interativos e até de jogos on-line – muito além das capacidades dos navegadores da época.
Com o fim do Flash, esse conteúdo antigo pode se perder para sempre. Embora os navegadores hoje tenham tecnologias equivalentes ao Flash, eles não são compatíveis com o formato.
Sendo assim, não haverá motivo para sites manterem no ar um conteúdo que nenhum navegador ou computador pode reproduzir.

Isso motivou um arquivista digital, conhecido simplesmente como "BlueMaxima", a criar um projeto de preservação de jogos antigos. A coleção Flashpoint já ocupa 400 GB e tem 49 mil jogos, entre os quais 45 mil estão em Flash. Existe também uma opção para baixar apenas o conteúdo desejado.

A legalidade do projeto é incerta. A Adobe informou que não vai distribuir o Flash Player após o dia 31 e não recomenda o download de fontes não oficiais. A companhia também disse que não pretende disponibilizar versões antigas do programa – é possível que versões antigas continuem funcionando após a data de corte de 31 de dezembro, o que geraria interesse por essas versões, ainda mais inseguras.

Além de ter se transformado em uma plataforma para jogos, o Flash também foi muito usado por sites como YouTube e Facebook para transmitir conteúdo em vídeo, desviando das limitações que os navegadores tinham para a decodificação de streaming de alto desempenho.

Aos poucos, esses e outros sites migraram para as tecnologias de reprodução de vídeo que hoje vêm embutidas nos próprios navegadores.

O Facebook abandonou os vídeos em Flash em dezembro de 2015. Em julho de 2017, a Adobe anunciou que o Flash seria descontinuado. Na ocasião, navegadores como Edge, Chrome e Firefox já estavam impondo restrições ao uso da tecnologia, mantendo o Flash habilitado apenas em sites pré-autorizados.

Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com
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