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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Serviço NordVPN, que promete 'privacidade' na internet, revela que foi vítima de ataque hacker

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Invasão ocorreu em março de 2018 e só foi descoberta 'há alguns meses', mas empresa garante que dados de usuários não foram acessados. 
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 Por Altieres Rohr  

 Postado em 23 de outubro de 2019 às 14h00m  

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NordVPN não foi avisada por prestador de serviços de internet na Finlândia que deixou canal de acesso remoto aberto. — Foto: Divulgação 
NordVPN não foi avisada por prestador de serviços de internet na Finlândia que deixou canal de acesso remoto aberto. — Foto: Divulgação

O NordVPN, um serviço de rede virtual privada (VPN) que promete aumentar a privacidade de seus usuários na internet, revelou que intrusos acessaram um de seus servidores na Finlândia em março de 2018 e roubaram uma chave que era usada para criptografar os dados trafegados em parte de sua rede.
Em um comunicado oficial, a companhia disse que a invasão foi descoberta "há alguns meses" e que decidiu não revelar o incidente até que pudesse confirmar que sua rede está "100% segura".
Não há indícios de que os hackers tentaram monitorar o tráfego de internet dos usuários a partir do servidor invadido, de acordo com o comunicado.

Para ter presença mundial, empresas pequenas e médias precisam alugar espaços em centros de dados terceirizados no mundo todo. Foi uma falha em um desses prestadores, na Finlândia, que permitiu a invasão dos hackers.

Segundo a NordVPN, o centro de dados finlandês não informou que havia um canal de administração remota ativo. Quando os técnicos do centro de dados perceberam esse erro, o canal foi fechado, mas os clientes não foram avisados. Dessa forma, a NordVPN não estava ciente da falha que deixou o servidor exposto.

Posteriormente à divulgação do caso, foram encontrados indícios da invasão circulando em um fórum aberto na internet desde maio de 2018 — o que significa que a ação não foi mantida em sigilo pelos hackers. Os registros sugerem que outros dois serviços de VPN, a VikingVPN e a TorGuard, também sofreram ataques. Em comunicado, a TorGuard garantiu que esse ataque não causou nenhum impacto em sua rede.

Serviços de VPN patrocinam grandes canais do YouTube, o que tem aumentado o interesse nesse tipo de serviço. A NordVPN, por exemplo, tem uma página exclusiva para influenciadores que desejam se tornar "embaixadores" da marca.

Felix Kjellberg, conhecido como "pewdiepie" e dono do canal com o maior número de inscritos do YouTube, é um dos divulgadores da NordVPN,. Outros criadores de conteúdo da plataforma, como Marques Brownlee (MKBHD) e Mark Rober, também divulgaram o serviço.

Empresa alega que servidor não guardava dados
A NordVPN destacou que o servidor invadido não armazenava nenhum registro de acesso ou dado de usuário (como senhas). Para tirar proveito dessa invasão, a empresa alega que hacker teria que montar uma página falsa e realizar um ataque "complicado" do tipo "homem no meio".
Em ataques "homem no meio", o hacker estabelece um ponto intermediário de acesso entre a vítima (o usuário de um serviço) e o servidor de destino da conexão (nesse caso, a NordVPN). Como o hacker está "no meio" da conexão, ele terá acesso a todos os dados que trafegarem pela rede.
Segundo a NordVPN, não há indícios de qualquer tentativa de ataque ou monitoramento do tráfego dos usuários. A companhia também enfatizou que o ataque comprometeu apenas o servidor finlandês e não seu serviço como um todo.

O que é uma VPN?
Uma rede virtual privada (VPN, na sigla em inglês) funciona como um intermediário no acesso à internet. Quando um site é acessado por meio de uma VPN, ele enxerga a própria VPN — e não o usuário que iniciou a conexão — como origem daquela conexão. Isso pode esconder o responsável por uma publicação ou modificar o país de origem de um acesso, burlando bloqueios ou limitações de acesso.

Por outro lado, os serviços de VPN requerem a mesma confiança que o usuário normalmente depositaria em seu provedor de acesso à internet. Quando esse tipo de serviço está em uso, todo o tráfego de internet é criptografado, mas, depois de passar pela infraestrutura do serviço de VPN, a conexão precisa ser repassada à internet em sua forma original — ou seja, sem criptografia.
Na prática, o serviço de VPN precisa ter acesso a todos os dados trafegados, da mesma forma que o provedor.
No entanto, diferente do provedor de acesso local, muitos serviços de VPN ficam no exterior, o que dificulta a reparação por danos ou violações. A NordVPN é sediada no Panamá, o que a empresa divulga como um ponto positivo. O Panamá não possui nenhuma política de retenção de dados — o que dificulta o rastreamento para a investigação de crimes ou abusos.

Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1 
Selo Altieres Rohr — Foto: Ilustração: G1