"Estudo da Trendwatching.com mostra que consumidores estão cada vez mais em busca da liberdade de escolha e acúmulo de experiências. Empresas buscam na generosidade uma forma de se diferenciarem."
*\\* Por Leticia Muniz || 17/08/2012
O conceito de flexlife, o acúmulo de experiências, a conexão das marcas com as suas raízes folclóricas e o Brand Government são alguns dos conceitos que devem ditar as tendências de consumo na América Latina para os próximos anos. Um estudo promovido pela trendwatching.com mostra que os consumidores estão cada vez menos interessados no comprometimento com as marcas, enquanto as empresas se esforçam para oferecer serviços mais flexíveis e customizados.
O estudo aponta uma tendência crescente das pessoas migrarem para os seus mundos particulares, dando uma maior importância para o estilo flexlife, no qual há uma multiplicação nas opções de escolha por serviços sem o comprometimento. O mercado de academias já vem mudando para se enquadrar nesse novo estilo de vida, oferecendo além dos tradicionais pacotes de horários, opções de vouchers individuais, os gym passes, que permitem aos frequentadores adquirirem aulas em separado, em qualquer unidade e horário de suas redes.
Essa mudança de comportamento remete ao conceito de acumular experiências e muda o patamar do que é considerado luxo. “Daqui para a frente, a tendência é que o luxo esteja cada vez mais ligado à ideia de flexibilidade, com consumidores escolhendo livremente as opções que desejam na hora que querem. Essa liberdade hoje custa mais caro, como no caso das companhias aéreas, onde mudar de horário em cima da hora implica em taxas. Mudar de ideia custa mais caro e a tendência é que isso mude”, explica Luciana Stein, Diretora para a América Latina da Trendwatching, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Drivers de status
Outra tendência apontada para o futuro da América Latina é o conceito de praticidade e velocidade. Nascidas com os fastfoods, as características permaneceram adormecidas por algum tempo e agora vêm sendo retomadas. Em contrapartida, para alguns serviços a lentidão está também associada ao luxo. Lojas como a Daslu, por exemplo, lidam com a menor velocidadee a tranquilidade como uma forma de aumentar a experiência e gerar uma relação com a marca.
No futuro, os drivers de status devem passar por uma modificação com a ascensão social e econômica geradas pela educação. “O luxo no Brasil está muito ligado ao desenvolvimento pessoal. O desejo de crescimento profissional faz com que as pessoas busquem na educação uma expansão de fronteiras. Com isso temos um crescimento nas ferramentas de crowdlearning, onde o saber se multiplica com facilidade, como no caso das operadoras de celular que oferecem cursos nos smartphones dos clientes”, afirma Luciana Stein.
Outra tendência de consumo em crescimento é o desejo de associar vendas com formas de retribuir os consumidores dentro dos conceitos de Brand Government, com o qual marcas surgem como provedoras de serviços que antes cabiam apenas aos governos. O principal diferencial buscado com isso é a visão de generosidade. Em maio deste ano, a Continental usou esta estratégia para divulgar a linha de lavadoras de roupas Aqua, que promete um menor desperdício de água. A marca preparou uma ação no Facebook e, cada “curtida” na página era convertida em um litro de água. Ao final, um caminhão pipa foi adesivado com as fotos de todos os consumidores participantes e doado para uma comunidade carente.
Retribuição social
O interesse dos consumidores mais com os propósitos que com as marcas propriamente ditas está em crescimento. A ONG Tetcho, que atua na América Latina convidando pessoas a ajudarem na construção de casas em locais de situação social vulnerável, também promove ações que exemplificam esse caminho. Como retribuição pela participação no programa, a ONG mandou gravar os nomes dos voluntários nos pregos utilizados nas moradias. “O que queremos com esses exemplos é mostrar que as pessoas hoje estão cada vez mais voltadas para uma causa. O conceito de status deriva mais do que se tem que suar para conquistar”, diz a diretora da Trendwatching.
A empresa aponta como novo comportamento a migração das marcas para as suas origens, além do orgulho de suas criações. Um conceito recente, chamado no estudo de souvenir 2.0, lança produtos relacionados a saberes e está ligado à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. A Embratur criou recentemente um aplicativo dentro desta linha: o game Brazil Quest divulga o país por meio de um personagem que convida moradores de outros locais para conhecerem as principais cidades brasileiras.
Orgulho pelo regional
Criada com a ideia de representar a identidade carioca, a marca “TerraVixta”, que conta com loja no Facebook, também usa o mesmo conceito do orgulho pelo regional, produzindo peças de decoração em madeira sustentável. “Este é um exemplo interessante da busca por oferecer itens regionais com maneiras mais refinadas para se mostrar. Os valores agregados estão na sustentabilidade e no corte a laser das peças”, aponta Luciana Stein.
Apesar das marcas estarem se voltando para as suas origens como uma forma de obter status e autenticidade, o estudo da Trendwatching mostra que o Brasil ainda não segue largamente essa tendência, o que pode ser um indicativo de que o país ainda não se sente totalmente parte da América Latina. “Antes, uma marca que queria evoluir tinha que se mostrar global e escondia os seus traços latinos. Hoje o que vemos é justamente o contrário. Aquelas que mostram sua identidade folclórica se fortalecem. É o que chamamos de ‘latinlove’. Isso ainda não acontece tanto no Brasil. O país continua se sentindo o americano da América Latina. A tendência, no entanto, é que isso mude no futuro”, diz a diretora do Trendwatching ao portal.
O estudo aponta uma tendência crescente das pessoas migrarem para os seus mundos particulares, dando uma maior importância para o estilo flexlife, no qual há uma multiplicação nas opções de escolha por serviços sem o comprometimento. O mercado de academias já vem mudando para se enquadrar nesse novo estilo de vida, oferecendo além dos tradicionais pacotes de horários, opções de vouchers individuais, os gym passes, que permitem aos frequentadores adquirirem aulas em separado, em qualquer unidade e horário de suas redes.
Essa mudança de comportamento remete ao conceito de acumular experiências e muda o patamar do que é considerado luxo. “Daqui para a frente, a tendência é que o luxo esteja cada vez mais ligado à ideia de flexibilidade, com consumidores escolhendo livremente as opções que desejam na hora que querem. Essa liberdade hoje custa mais caro, como no caso das companhias aéreas, onde mudar de horário em cima da hora implica em taxas. Mudar de ideia custa mais caro e a tendência é que isso mude”, explica Luciana Stein, Diretora para a América Latina da Trendwatching, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Drivers de status
Outra tendência apontada para o futuro da América Latina é o conceito de praticidade e velocidade. Nascidas com os fastfoods, as características permaneceram adormecidas por algum tempo e agora vêm sendo retomadas. Em contrapartida, para alguns serviços a lentidão está também associada ao luxo. Lojas como a Daslu, por exemplo, lidam com a menor velocidadee a tranquilidade como uma forma de aumentar a experiência e gerar uma relação com a marca.
No futuro, os drivers de status devem passar por uma modificação com a ascensão social e econômica geradas pela educação. “O luxo no Brasil está muito ligado ao desenvolvimento pessoal. O desejo de crescimento profissional faz com que as pessoas busquem na educação uma expansão de fronteiras. Com isso temos um crescimento nas ferramentas de crowdlearning, onde o saber se multiplica com facilidade, como no caso das operadoras de celular que oferecem cursos nos smartphones dos clientes”, afirma Luciana Stein.
Outra tendência de consumo em crescimento é o desejo de associar vendas com formas de retribuir os consumidores dentro dos conceitos de Brand Government, com o qual marcas surgem como provedoras de serviços que antes cabiam apenas aos governos. O principal diferencial buscado com isso é a visão de generosidade. Em maio deste ano, a Continental usou esta estratégia para divulgar a linha de lavadoras de roupas Aqua, que promete um menor desperdício de água. A marca preparou uma ação no Facebook e, cada “curtida” na página era convertida em um litro de água. Ao final, um caminhão pipa foi adesivado com as fotos de todos os consumidores participantes e doado para uma comunidade carente.
Retribuição social
O interesse dos consumidores mais com os propósitos que com as marcas propriamente ditas está em crescimento. A ONG Tetcho, que atua na América Latina convidando pessoas a ajudarem na construção de casas em locais de situação social vulnerável, também promove ações que exemplificam esse caminho. Como retribuição pela participação no programa, a ONG mandou gravar os nomes dos voluntários nos pregos utilizados nas moradias. “O que queremos com esses exemplos é mostrar que as pessoas hoje estão cada vez mais voltadas para uma causa. O conceito de status deriva mais do que se tem que suar para conquistar”, diz a diretora da Trendwatching.
A empresa aponta como novo comportamento a migração das marcas para as suas origens, além do orgulho de suas criações. Um conceito recente, chamado no estudo de souvenir 2.0, lança produtos relacionados a saberes e está ligado à Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. A Embratur criou recentemente um aplicativo dentro desta linha: o game Brazil Quest divulga o país por meio de um personagem que convida moradores de outros locais para conhecerem as principais cidades brasileiras.
Orgulho pelo regional
Criada com a ideia de representar a identidade carioca, a marca “TerraVixta”, que conta com loja no Facebook, também usa o mesmo conceito do orgulho pelo regional, produzindo peças de decoração em madeira sustentável. “Este é um exemplo interessante da busca por oferecer itens regionais com maneiras mais refinadas para se mostrar. Os valores agregados estão na sustentabilidade e no corte a laser das peças”, aponta Luciana Stein.
Apesar das marcas estarem se voltando para as suas origens como uma forma de obter status e autenticidade, o estudo da Trendwatching mostra que o Brasil ainda não segue largamente essa tendência, o que pode ser um indicativo de que o país ainda não se sente totalmente parte da América Latina. “Antes, uma marca que queria evoluir tinha que se mostrar global e escondia os seus traços latinos. Hoje o que vemos é justamente o contrário. Aquelas que mostram sua identidade folclórica se fortalecem. É o que chamamos de ‘latinlove’. Isso ainda não acontece tanto no Brasil. O país continua se sentindo o americano da América Latina. A tendência, no entanto, é que isso mude no futuro”, diz a diretora do Trendwatching ao portal.