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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Claro e Bradesco lançam cartão de débito virtual para celular



"Serviço pode ser usado em compras, pagamento de contas, transferências e saques em dinheiro por clientes da operadora. Objetivo é focar em quem não tem acesso a banco."




#.*||*.# Por Lilian Calmon || 23/10/2013


A Claro e o Bradesco lançam o cartão de débito virtual para celular “Meu Dinheiro Claro”, que poderá ser usado para fazer compras, pagamento de contas, transferências e saques em dinheiro pelos clientes da operadora. 

O objetivo da joint venture MPO é focar em quem não tem acesso a banco. Até o início do ano que vem, o serviço estará em fase de testes nas cidades cariocas de Belford Roxo, São João do Meriti e Duque de Caxias e em Goiânia, Goiás. 

As recargas podem ser feitas nos terminais Bradesco Express e, os saques, nas unidades de autoatendimento Bradesco Dia&Noite. Não há taxa de adesão, mas o cliente paga R$ 1,50 para cada transferência e R$ 5,00 por saque. As operações de débito são gratuitas.
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Os desafios de quem abre uma startup



"Aparente facilidade para iniciar um negócio não condiz com o dia a dia de quem está na área. Empreendedores contam como se prepararam para começar a nova empreitada."




*.#||#.* Por Lilian Calmon || 23/10/2013


startup,empreendedor,andré telles,negóciosMuitas pessoas, em especial os mais jovens, sonham em abrir uma startup. A internet possibilita que mais indivíduos tirem suas ideias do papel e tentem começar um novo negócio. Um insight é um primeiro passo, mas planejamento de Marketing e organização não podem ser deixados em segundo plano. 

A jornada fácil e rápida para o sucesso só existe para quem olha de longe. Para quem decide se aventurar no mercado virtual, o esforço é o mesmo de um empreendimento no mundo real.

Existem inúmeros casos bem-sucedidos que aparecem na mídia e passam a impressão de que a vida de uma startup é fácil. Porém, desenvolver um negócio do zero exige muito de seus criadores. O Pinterest é um exemplo. Seu recente sucesso é destacado pela mídia, mas na verdade, não foi assim. 

Seus fundadores investiram 10 anos na rede social, enfrentaram diversos problemas, entre erros e acertos. Nas palavras do mundo do empreendedorismo, pivotaram muito, mudando de rumos algumas vezes até conseguirem chegar ao formato ideal do seu produto.

Uma série de fatores pode ajudar o empreendedor a aumentar a viabilidade do seu projeto e um deles é, justamente, ele próprio. Além de algumas características pessoais, também é preciso ter um bom plano de Marketing e caixa para manter o projeto de pé enquanto ele não gera lucro. O conceito de um empreendedor mínimo viável é a base do livro “O Empreendedor Viável: uma mentoria para empresas na época da cultura startup” da editora LeYa. 


“O mínimo empreendedor viável tem características como conhecimento e persistência, além da necessidade de uma base financeira para aguentar os primeiros momentos do negócio e poder fazer seu modelo e plano”, lista André Telles, Consultor na área de Marketing e Inovação, e autor juntamente com Carlos Matos da obra, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Aprendendo com os erros
A disponibilidade e a vontade de aprender com os seus erros e os dos outros também são atributos esperados de um empreendedor. Foi a partir da experiência com a criação da rede social de e-commerce Oxbiz que o publicitário Cassio Krupinsk pôde ter a visão de mercado para fundar posteriormente a Social Mkt Place, uma rede social com e-commerce abrangendo fornecedores, lojistas e consumidores. 


Como o primeiro projeto não deu retorno financeiro, ele teve que buscar novos caminhos. “Costumo dizer que genialidade é o caminho que se forma em momentos desesperados”, brinca Cassio Krupinsk, Fundador da Oxbiz e do Social Mkt Place, em entrevista portal.

Se um primeiro planejamento não deu certo, a opção pode ser voltar para a mesa de estudo e reavaliar o próprio desempenho. Criador da Joox, plataforma online para produção de cartões pessoais, minicards e adesivos, o administrador de empresas e desenvolvedor Genau Lopes Junior teve a persistência necessária para participar de um outro negócio e, com a experiência acumulada, soube convencer um investidor anjo a aplicar no seu projeto. 


“Depois de dois anos e de muita luta para conseguir viabilizar o protótipo e um plano de negócios consistente, consegui um investimento de R$ 2 milhões”, lembra Genau Lopes Junior, dono da Joox, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Uma maneira de o empreendedor ganhar tempo é entrar em contato com quem já viveu experiências similares a sua e buscar aprender com eles. A escolha do mentor ou mentores para a sua startup é uma recomendação importante. 


“A grande maioria das empresas nascentes não tem capital para contratar mentores de peso. Então, vai muito da característica do empreendedor se aproximar dessas pessoas para que elas acreditem na sua ideia e o ajudem de forma espontânea num primeiro momento”, diz André Telles.

Saber quando desistir
startup,empreendedor,andré telles,negóciosSer capaz de aprender com os erros é muito válido. A teimosia também é uma das principais características de quem empreende. No entanto, é importante saber quando deixar de ser teimoso. 

“Quem está falando que você está errado? É uma pessoa só ou são muitos?”, indaga Marcela Kashiwagi, Co-fundadora da startup Cabe na Mala.
Muitos empreendedores acreditam tanto numa ideia que, às vezes, não conseguem perceber que ela está equivocada em algum ponto e que, com uma simples mudança, poderia ser ajustada.

Por isso, a figura de um ou mais mentores é importante, assim como de pessoas que deem feedback. “Uma característica importante do Empreendedor Mínimo Viável é aceitar os feedbacks e, pelo menos, avaliá-los, não julgá-los. 

Ele deve levar aquilo consigo e, se for útil, usar. Se não for, ele vai perguntar para outras pessoas e deixar de lado. Mas é importante que, pelo menos, tenha a humildade de escutar”, pondera André Telles.

Uma questão cultural também pode atrapalhar, pois no Brasil, o senso comum diz que quem erra uma vez acaba sendo julgado pela vida inteira. “Lá nos Estados Unidos há uma cultura que não tem aqui, que é a do erro. Quando você encontra alguém, ela pergunta quantas vezes você quebrou. 


Aí eu dizia que nunca tinha quebrado. Mas a verdade é que você quebrará e vai crescer com isso”, compara Marvio Alencar, CEO da startup Bonuz  e membro da missão empresarial ao Vale do Silício na Califórnia, nos Estados Unidos, organizada pelo Sebrae/RJ.

Empreendedor brasileiro
O empreendedor brasileiro não deixa nada a desejar ao de fora. A diferença é que falta um ambiente propício para empreender e uma integração entre academia, mercado e fornecedores. 

“Em algumas cidades brasileiras, estão sendo criados clusters de empreendedores como é no Vale do Silício. Lá tudo acontece muito mais rápido, porque a conexão entre todos os stakeholders é muito rápida. Estamos caminhando para essa nova cultura: empresas de base tecnológica em Curitiba, no Paraná, ganham incentivo. É pequeno, mas ganham”, comenta André Telles.

A dificuldade de captação de recursos também é uma unanimidade entre quem atua no setor. “É difícil conseguir investimento no Brasil e, depois que a startup se estabelece, não há incentivo para exportar a nossa tecnologia e serviço. Dependemos de dinheiro que não vem do governo. 


Então, 100% das vezes é fechar os olhos, colocar a cara contra o vento e ir em frente. Se você acredita que seu projeto e ideia vão perseverar enquanto empresa, não tem motivo para desistir”, avalia Genau Lopes Junior, Fundador da Joox.

Assim, o sucesso de um empreendedor no país depende mais da experiência obtida na rua, vendo as necessidades do lojista e do consumidor e as dificuldades de outras pessoas que têm seu próprio negócio. 

Cássio, fundador da Oxbiz e do Social Mkt Place, também é proprietário da marca de óculos Volv e acredita que o seu principal ativo é a experiência acumulada ao longo de sete anos em contato com os comerciantes. “Um empreendedor bem sucedido aqui é bem sucedido em qualquer lugar do mundo”, destaca André Telles.