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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Google aponta momentos ideais para conversão do consumidor mobile

"Ocasiões classificadas como “Quero Saber”, “Quero Decidir” e “Quero Aprender” são as ideais para interagir com usuários entregando conteúdo relevante e tornando-os clientes."


*\.o./* Por Roberta Moraes | 26/08/2015

Fábio Coelho, Google BrasilSe a internet facilitou a vida dos consumidores, a conexão móvel deu a eles superpoderes. O acesso a mais informações está alterando a jornada de compra dos brasileiros e impactando a realidade das marcas. 

As mudanças são significativas e acontecem na rapidez de um clique, como mostra um levantamento realizado pelo Google no Brasil, que analisou o comportamento dos internautas nos dispositivos móveis. Em 2010, o número de brasileiros com acesso à internet era de 82 milhões, e apenas 10 milhões possuíam smartphones. 

Em cinco anos, esses números tiveram um salto expressivo, pulando para 117 milhões de conectados e 93 milhões que possuem celulares inteligentes. Com a informação na mão, o brasileiro está mais imediatista e ainda mais exigente por conta da expectativa elevada.

A gigante de buscas percebeu que o acesso à internet está marcado por micromomentos, e são eles que ditam as necessidades dos consumidores. A busca por um lugar para tomar café, a receita para o jantar, a leitura sobre um tênis de corrida ou a pesquisa sobre o destino de férias são, segundo o levantamento, as ocasiões ideais para entregar um conteúdo com relevância, a fim de responder os anseios e gerar conversão. 

Essas buscas atendem a momentos classificados pelo Google como: “Quero Saber”, quando há o consumo de informação; o “Quero Decidir”, em que as pesquisas dão mais confiança para finalizar processos; e o “Quero Aprender”, em que o internauta procura dados para facilitar a realização de atividades cotidianas.

Todos esses momentos estão ficando cada vez mais frequentes. O tempo que as pessoas passam conectadas à web pelos aparelhos móveis aumentou 112% no último ano. Esse contato possibilita maior liberdade de acesso a entretenimento, buscas e até mesmo altera a jornada de compra. “O Brasil precisa ser mais eficiente. 

O país passa por um momento de ganho de transparência em relação aos negócios. Nada como poder trazer essa transparência sob a ótica da comunicação, do engajamento, da construção de marca e da geração de negócio. Há cinco anos, entrávamos na internet, hoje vivemos nela. 

Precisamos interpretar o consumidor por meio de ocasiões em que eles estão conectados e entender como as empresas e marcas podem ser relevantes no momento que os usuários querem”, afirmou Fábio Coelho, Presidente do Google Brasil, durante a apresentação da pesquisa em São Paulo.

Visitas mais rápidas
Cada vez mais conectadas, as pessoas estão móveis até mesmo quando estão em casa e utilizam os celulares para acessarem à internet enquanto fazem alguma outra atividade. Toda essa mobilidade está gerando uma sensação de urgência cada vez maior no usuário, fazendo com que as visitas aos sites sejam cada vez mais rápidas. 


Segundo o levantamento, esse tempo teve uma redução de 9% nos últimos três anos. “As pessoas querem ter uma experiência o mais rápida possível. Elas desejam entrar e entender quais são as alternativas. E, depois, seguem para novas buscas. O brasileiro não se contenta com uma abordagem ou um ponto de vista. Ele quer conhecer a perspectiva de outros canais”, explica Coelho.

A visita mais curta não quer dizer que ela seja menos eficiente. A taxa de conversão via mobile aumentou 74%, de acordo com a pesquisa. O dado mostra como os dispositivos móveis estão se consolidando como um canal de compra, o que era impensado há cerca de três anos, quando a internet pelo celular era vista apenas como possibilidade de consulta. 

Essa mudança só foi possível por conta da melhora das interfaces, dos sites móveis e do surgimento dos aplicativos, que facilitaram a relação de consumo, transformando esses dispositivos em plataformas de negócio.

Apesar de todo o potencial, essa funcionalidade não está clara para muitos empresários, que ainda não aproveitam as oportunidades proporcionadas por este novo ponto de contato com os consumidores. 

“Nosso trabalho é ajudar as empresas, marcas e agências de propaganda a entenderem o novo momento. A nova realidade de comunicação é, na verdade, uma nova realidade do mercado. Hoje, as pessoas pesquisam na internet dentro das lojas, decidindo qual produto comprar. 

Com a informação em mãos, o consumidor pode negociar um desconto ou, simplesmente, buscar outra loja”, acrescenta o Presidente do Google.
Oportunidade para pequenos negócios
Os dados levantados mostram que não são apenas as grandes marcas que devem ficar atentas aos consumidores conectados. 


Os pequenos e médios empreendedores podem movimentar suas empresas ao perceberem que o uso de smartphones confere ainda mais relevância aos negócios locais, uma vez que a pesquisa de produtos e serviços próximos ao consumidor aumentou 55%. O dado reforça a importância da presença das PMEs no ambiente digital, o que pode ser fundamental para a conversão. É fundamental estar no mesmo lugar do consumidor quando ele sinaliza que quer efetivamente comprar.

A pesquisa mostra ainda que o brasileiro é hiperconectado e que escolhe como e quando se engaja. A maneira deste público explorar o ambiente online é feito por diversas maneiras: por meio de buscadores de preço, redes sociais, site de notícias, de vídeos, entre outras. A curiosidade do público nacional impulsiona, principalmente, a audiência no YouTube. 

As buscas relacionadas a “como fazer” na ferramenta tiveram aumento de 72%. No primeiro semestre de 2015, mais de duas milhões de horas desse conteúdo foram assistidas no Brasil. Metade do conteúdo foi visto em smartphones ou tablets. 

O uso do celular é tão intenso que quase a totalidade (94%) dos entrevistados disse que utiliza o aparelho para ter ideias enquanto realiza uma tarefa.

E oito em cada 10 brasileiros usam o smartphone para obter informações sobre a compra de um produto ou serviço. E quase a mesma quantidade (79%) dizem que estão procurando mais informações online agora, comparado a alguns anos atrás. E não são só as vendas diretas que são impactadas pela ferramenta. A comunicação entre as marcas e os consumidores pelas mídias tradicionais também acabou mudando.

Dentre os usuários de smartphones, 65% os utilizam para aprender mais sobre algo que viram em um comercial de TV. “As pessoas pegam o estímulo da televisão, que continua sendo mídia de massa, e vão nas plataformas para entender, validar, aceitar, aprofundar ou refutar aquele estímulo. 

O que é visto na TV hoje em dia continua pautando muito da nossa vida em relação ao conhecimento, mas por outro lado as pessoas estão o tempo todo conectadas, sejam real time ou após um evento, para entender o que está acontecendo”, finaliza Fábio Coelho.

 * A repórter viajou a São Paulo a convite do Google Brasil


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Crescimento da conexão mobile exige mudança estrutural nas empresas

"Diretora de Produtos e Inovação do Google para a América Latina, Flávia Verginelli, aponta a importância do profissional de user experience na construção de estratégias melhores."

 

*-\o/-* Por Roberta Moraes | 27/08/2015


Flávia Verginelli, Diretora de Produtos e Inovação do Google para a América Latina
O novo momento trazido pelo crescimento da conexão mobile, apontado em pesquisa pelo Google, exige uma mudança estrutural nos negócios. Se até pouco tempo atrás as grandes marcas se preocupavam em contratar os mais renomados arquitetos para transformarem seus espaços físicos a fim de encantarem seus clientes, hoje, o ambiente online também precisa de experts. 

Antes relegada ao segundo plano, a experiência proporcionada pelos sites pode ditar a eficiência da atividade, aumentando a conversão e, quem sabe, fidelizando os consumidores. E com o aumento dos acessos via smartphones, a conexão por meio dessas plataformas deve ser otimizada.

Com essa nova realidade, surge no mercado a necessidade de um novo profissional, aquele empenhado em transformar a visita em um site em algo agradável e com fácil navegação. Com a recente descoberta de que o tempo de visita nas páginas reduziu 9%, esse especialista precisará garantir que os canais sejam interessantes, tenham uso fácil, intuitivo e sejam confortáveis aos consumidores. 

Surge então a necessidade de especialistas em user experience, atividade que há cinco anos não tinha tanta procura no mercado. Esse profissional deve ser focado em tecnologia, a fim de desenvolver projetos inovadores, que facilitem a rotina dos usuários e, também, em design.

A percepção dos consumidores no ambiente online tem a capacidade de mudar o funil de vendas. Ao chegarem em uma loja física conectadas, as pessoas estão tomando decisões e mudando-as a todo instante, graças às informações que estão disponíveis na palma da mão. 

Isso quer dizer que uma simples pesquisa pode alterar a jornada de compra. Apesar de estar em crescimento e consolidação, algumas marcas já enxergaram a eficiência que os aparelhos móveis têm para os seus negócios, e que ultrapassa a estratégia de comunicação criando uma sinergia entre os ambientes físicos e virtuais.

A Starbucks, por exemplo, conseguiu levar mais eficiência para as lojas físicas ao criar um aplicativo que permite que os pedidos sejam feitos com antecedência, agilizando o processo ao identificar o cliente por geolocalização. “Depois de se posicionar como uma empresa de tecnologia que se monetiza com a venda de café, as ações da Starbucks na bolsa de valores tiveram um salto. 

A companhia entendeu a escala que pode ter com esses consumidores ao enxergar as possibilidades criadas pelos smartphones”, comenta Flávia Verginelli, Diretora de Produtos e Inovação do Google para a América Latina, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Mundo do Marketing: Como as novas tecnologias estão transformando o consumo e a relação das pessoas com as empresas?
Flávia Verginelli: Houve uma fragmentação muito grande no consumo das mídias. Antes, as pessoas tinham apenas um momento para terem acesso aos veículos. O fim do dia era destinado para assistir a um programa de TV, ler uma revista e isso mudou. Atualmente, durante o dia inteiro, as pessoas estão consumindo alguma coisa. 


Mas há o momento certo para as companhias se comunicarem com essas pessoas que estão conectadas o tempo todo, porque elas podem estar online, mas não estarem propensas a receber uma determinada mensagem de uma marca. 

E o que o Google quer é trazer relevância neste mundo segmentado, porque não acreditamos na interrupção pela interrupção. É preciso entregar um conteúdo de qualidade para o consumidor, no momento em que ele espera que isso aconteça.

Mundo do Marketing: Como as empresas estão aproveitando as ferramentas oferecidas pelo Google para atrair e engajar os consumidores?
Flávia Verginelli: Há diversas maneiras de entregar material que realmente seja importante para o internauta e, para isso, é importante perceber quando há uma intenção de consumo, de receber algo. Por exemplo, quando uma pessoa busca por “como fazer”, ela já sinaliza que quer algo e este é o momento de as empresas entregarem algo com relevância. 


E o papel do YouTube é muito importante para o How to e, não por acaso, o brasileiro é um dos principais públicos dessa ferramenta. A Sephora já entendeu essa característica e oferece vídeos de maquiagem, por exemplo, para consumidoras que estão procurando produtos de beleza. Essa é uma maneira de entregar um conteúdo relevante para o consumidor quando ele está sinalizando que está aberto a esse tipo de informação.

Mundo do Marketing: De que maneira o Google tem trabalhado para ser um aliado das marcas neste momento?
Flávia Verginelli: Se analisarmos este novo momento, veremos que a jornada de compra está diferente, pois, em geral, ela começa com a busca na internet. Ao fazer uma pesquisa no Google hoje, o internauta verá que a busca está mais rápida e mais inteligente. 

Hoje, temos a geolocalização, que identifica dentro do Maps qual a loja mais perto do usuário, a disponibilidade do estoque, que permite que o lojista abra o seu inventário dando mais informação ao cliente. Criamos ainda o botão click to call, que permite ao consumidor ligar para a loja apenas ao clicar no número do telefone. 

Dentro do próprio sistema de busca, o Google tem criado produtos que são quase imperceptíveis sob o ponto de vista do usuário, mas que permitem a ele ter uma melhor relação comercial com as organizações. O Brasil é muito importante para a empresa e estamos trabalhando para que os usuários daqui tenham a mesma experiência de uso dos norte-americanos.
      
Mundo do Marketing: Como capacitar as empresas para estarem preparadas e aproveitarem todas essas ferramentas?
Flávia Verginelli: As empresas são pautadas pelo consumo e pelo que as pessoas estão fazendo. O que tem acelerado esse processo é que hoje não existem barreiras para que negócios menores se tornem mais ágeis, porque a tecnologia barateou muito. 


Quando percebemos que estão acontecendo diversas transformações em vários segmentos, como na indústria do turismo e nos aplicativos para pedir táxi, percebemos que a tecnologia está melhorando a eficiência das empresas e facilitando o dia a dia dos consumidores. 

É por isso que investimos muito em pesquisas e estamos sempre abertos para conversar com as empresas e para ajudá-las a terem uma melhor relação com seus clientes.

Mundo do Marketing: Neste novo cenário, quais são as principais carências das marcas?
Flávia Verginelli: É preciso que haja um projeto de desenvolvimento de profissionais, porque o mercado depende de funcionários que estejam mais ambientados a este universo online. Vamos precisar de profissionais de user experience, que têm que agregar conhecimentos em tecnologia e design. 


Esse especialista deve estar preparado para olhar o ambiente online como principal espaço de consumo. Ele tem que ser responsável por garantir um tráfego ao site semelhante ao do ponto de venda de um shopping, com a diferença desse espaço estar aberto 24 horas nos sete dias da semana, disponível a um clique a qualquer dia e qualquer hora. 

Isso agregado a uma geração de Millennials, que nasceu neste ambiente digital, promete reforçar ainda mais essas mudanças, pois essa geração empurrará as empresas neste caminho sem volta. Ela não aceitará mais os modelos tradicionais.

Mundo do Marketing: Quais serão as habilidades desse profissional do futuro?
Flávia Verginelli: Ainda não sabemos qual será a profissão do futuro. E é por isso que veremos uma transformação na educação, pois esse estímulo terá que começar ainda na escola. 


Esses ambientes precisam estimular os jovens a serem mais inovadores, com inteligência emocional para lidarem com essas áreas cinzentas, com as transformações. 

O profissional do futuro é aquele capaz de lidar com as mudanças facilmente. Porque mudamos o tempo todo - seja a organização, o produto e até os consumidores.