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terça-feira, 11 de março de 2014

Especial Copa do Mundo: Protestos impactam imagem das patrocinadoras



"Manifestações que tomam o país desde junho do ano passado levam quantidade significativa de brasileiros a deixarem de apoiar o evento e as marcas parceiras."




#.*||*.# Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 11/03/2014



O país inteiro comemorou quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014, mas desde o anúncio da FIFA, em 30 de outubro de 2007, o panorama sofreu uma reviravolta. 

Gastos públicos significativos aplicados na organização do evento, atrasos e mudanças em obras e dúvidas sobre o legado que será deixado para a população fizeram do mundial um dos principais alvos dos protestos que tomaram o país desde junho do ano passado. 

Tamanha rejeição atingiu em cheio as empresas patrocinadoras da Copa. A segunda matéria da série sobre a Copa do Mundo mostra os desafios enfrentados pelas companhias diante das manifestações.

O número de brasileiros que se declaram favoráveis ao evento caiu de 71% para 45% no período entre setembro de 2012 e julho de 2013, segundo a pesquisa “Copa 2014 Oportunidades”, da Nielsen Sports Brasil. No levantamento mais recente, houve uma sutil recuperação, subindo para 47%. 

Os dados também apontam para o aumento da proporção de brasileiros que consideram alto os investimentos nos preparativos para o mundial desde setembro de 2012, quando 27% dos entrevistados declararam ter tal opinião. Em julho de 2013, esse número saltou para 48% e apresentou leve queda em dezembro, com 41%.

O impacto na aceitação às marcas patrocinadoras é inegável. Entre os entrevistados pela Nielsen Sports, 67% declararam apoiá-las em setembro de 2012, ante 32% em julho de 2013 e 35% em dezembro de 2013. 

Além disso, 3% afirmaram ter uma imagem negativa dessas empresas na primeira consulta, enquanto 22% e 16% declararam isso nas duas consultas seguintes. A disposição para compra de produtos dos patrocinadores também caiu: era de 58% em setembro de 2012, 31% em julho de 2013 e 33% em dezembro do mesmo ano.

Consumo não deve ser afetado
Apesar da imagem ruim do evento junto a uma parcela expressiva da sociedade, as compras devem aumentar durante o evento. O cenário se torna mais promissor para as marcas não patrocinadoras de segmentos que estarão aquecidos, como o de bebidas. 

“Essa imagem ruim do evento pode acabar transbordando para as empresas que o patrocinam, mas não acreditamos em um impacto negativo no consumo. Isso porque ninguém vai deixar de assistir ao evento por não apoiá-lo, por discordar dos gastos públicos e achar que não haverá um legado de longo prazo”, resume Otavio Carvalho, Analista de Mercado da Nielsen Sports, em entrevista ao Mundo do Marketing.

protesto,copa,manifestação,coca-colaEm julho do ano passado, a revista americana Advertising Age estampou em sua capa a foto de um protesto com a frase: “Imagina sua marca no meio disso”. “O noticiário jornalístico internacional totalmente negativo obriga as empresas patrocinadoras e anunciantes a tomar atitudes defensivas para não ligar suas marcas a corrupção e colocá-las contra a opinião pública. 

Note-se nas campanhas que os anunciantes estão se posicionando ao lado da seleção e não da Copa. Os grandes patrocinadores internacionais e parceiros da FIFA e da CBF já não citam essas parcerias”, analisa José Estevão Cocco, Presidente da Academia Brasileira de Marketing Esportivo (Abraesporte) e da agência J.Cocco, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Determinadas mídias também se mostraram traiçoeiras para as empresas. Banners instalados pela Coca-Cola em pontos de ônibus e bancas de jornal do Rio de Janeiro foram pichados e satirizados, tornando-se memes nas redes sociais. Ações em lugares públicos deixaram de ser prioridade e o conteúdo delas também precisou ser revisto. 

“As campanhas de Marketing agora se limitam a falar de futebol, como podem fazer anunciantes que não são patrocinadores da FIFA”, resume Cocco.
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As críticas ao evento começaram muito antes das manifestações, com a criação do jargão “Imagina na Copa”. A expressão que já demonstrava a apreensão dos brasileiros em relação aos investimentos do governo em infraestrutura e mobilidade acabou sendo transformada pela Brahma numa ação otimista. 

Em 2012, a fabricante de cerveja que patrocina o evento inverteu essa expectativa lançando o “Imagina a festa”, com muitos vídeos no Youtube e em comerciais no horário nobre na TV.

A melhor forma das empresas reverterem as críticas, no entanto, é investir na comunicação de suas ações sociais, que funcionam como uma espécie de compensação. “As marcas precisam deixar claro que não estão apenas patrocinando a construção de estádios enquanto a população pede investimentos em escolas, na infraestrutura de transportes e de saúde. 

Diversas dessas empresas também têm ações sociais sendo feitas, além do investimento em esporte. Já temos notado mudanças na comunicação delas”, diz Carvalho, da Nielsen Sports.

É fundamental às empresas mostrarem que também querem construir um país melhor e que o patrocínio ao esporte é um modo de investir no social. No fim do ano passado, a Coca-Cola quebrou protocolos ao permitir que um grupo de jogadores de futebol cegos tocasse a taça do evento, privilégio dado apenas aos campeões mundiais e chefes de Estado. 

O momento foi filmado e gerou um vídeo publicado no Youtube, que atingiu mais de 5,7 milhões de visualizações. O mote das ações da marca é “A Copa de todo mundo”.

Empresas destacam ações sociais
coca,catadores,copa,manifestação,protestoA Coca Cola investirá também na reciclagem do lixo produzido em todos os estádios do evento e na capacitação de jovens que terão seu primeiro emprego nos jogos da Copa. 

“Sabemos o momento que o país vive e como os consumidores estão em relação a tudo isso, mas vemos no evento uma oportunidade muito interessante de fazer coisas diferentes, de dar visibilidade para o país, de puxar a agenda positiva, falar dos legados que estamos construindo e ter um retorno positivo, assim como tivemos na Copa das Confederações”, afirma Victor Bicca, Diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, em entrevista ao Mundo do Marketing.

As patrocinadoras estão atentas às movimentações do mercado e às manifestações e buscam dar sentido às suas ações e mostrar que elas transcendem o mundial. “Desde a Copa das Confederações monitoramos, mas o cenário externo não impactou o que estava planejado para o evento. 

A gente entende que as ações que nós estamos realizando, embora sejam diretamente ligadas à Copa, estão acima de tudo ligadas ao nosso negócio, ao que a gente faz no dia a dia. Nossa proposta é genuína, legítima”, defende David Grinberg, Gerente de Marketing Esportivo do McDonald’s, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A rede de lanchonetes está trabalhando na capacitação dos voluntários da Copa e na promoção “Sonho de craque”, que leva crianças para dentro de campo no início das partidas de mãos dadas com os jogadores. 

Houve ainda o lançamento de copos de vidro inspirados nas conquistas da Seleção Brasileira na Copa do Mundo e de sanduíches que homenageiam países participantes do evento realizado em 2010.

Especial Copa do Mundo: Patrocinadoras disputam coração dos torcedores



"O mundial já começou para empresas que apoiam a FIFA na preparação do maior evento de futebol do planeta. Nessa partida, marcas brigam pela atenção do público em ações de ativação."




#.*||*.# Por Renata Leite, do Mundo do Marketing | 10/03/2014



Ainda faltam 94 dias para a bola rolar pela Copa do Mundo, mas a disputa travada por empresas patrocinadoras do evento para conquistar a atenção do público já está acirrada. 

Há pelo menos um ano e meio, marcas vêm desenvolvendo ações com o intuito de fazer o coração do torcedor bater mais forte e assim atrelar suas imagens a atributos positivos do futebol, como garra, força, respeito e competência. As estratégias adotadas são variadas; algumas mais acertadas do que outras. O Mundo do Marketing traça um panorama sobre os desafios impostos pelo evento às companhias numa série de reportagens publicadas no portal a partir desta segunda-feira.

As empresas devem perseguir a originalidade para conseguirem se diferenciar e passar uma mensagem consistente às pessoas que serão levadas pelo mundial para frente de aparelhos de televisão e para dentro dos estádios. Os valores investidos em cotas de patrocínio são altos e dão o direito à marca de mencionar o evento, além de usar o escudo da FIFA em ações de Marketing. No entanto, ainda há empresas atuando de forma simplista.

Investir apenas em promoções do tipo “compre produtos e concorra a ingressos para os jogos da seleção” pode resultar numa tremenda bola fora. “Todas as empresas fazem esse tipo de ação, exceto as mais inteligentes. Você não vê a Coca-Cola ou a Brahma investindo alto nessa estratégia. Para essas companhias, ninguém precisa comprar mais produtos para concorrer ao prêmio. 

Elas partem do princípio de que é mais do que suficiente oferecerem a Copa do Mundo aos torcedores”, analisa Alfredo Carvalho, diretor da agência especializada em Marketing esportivo Sport Promotion, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Marcas presenteiam público com o mundial
A Brahma exibiu vídeo na televisão e na internet com o mote “O futebol está voltando para casa”. Nele, a empresa ressalta a importância da contribuição dos brasileiros para a construção do que o esporte é hoje no mundo. A mensagem passada é a de que a marca de cerveja está enfim trazendo o evento de volta para o país pentacampeão mundial. 

“Intimamente, o consumidor sabe que alguém está pagando a conta da realização e da transmissão da Copa do Mundo. O público quer consumir os produtos e serviços que proporcionam esse espetáculo”, ressalta Carvalho.

copa do mundo,copa,marketing esportivo,patrocínio,esporteA Coca-Cola vem desenvolvendo ações com o mote “A Copa de todo mundo”, em que também convida o público a celebrar junto esse momento único para o país. A empresa chegou a distribuir ingressos a torcedores no fim de 2012, mas os prêmios que estimularam a venda de produtos da marca este ano foram as minigarrafas colecionáveis. 

Sucesso nos anos 1980, as miniaturas ganharam um relançamento em alumínio e as cores das bandeiras de todos os países que já sediaram o mundial.
As iniciativas da parceira mais antiga da FIFA – oficialmente desde 1974 – não param por aí.
Um time de 300 pessoas pensa exclusivamente as ações da marca para a Copa do Mundo num esforço iniciado em 2010. 

“Nosso trabalho se tornou visível no fim de 2012, com o lançamento do mascote oficial e a escolha de seu nome. Também planejamos a ativação de nossas propriedades junto à Fifa, com os gandulas, os carregadores de bandeira, a bola do jogo e o Tour da Taça”, explica Victor Bicca, Diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Coca-Cola é a mais lembrada
A Coca-Cola aparece no topo do ranking das marcas mais associadas ao mundial pelo público na pesquisa Copa 2014 Oportunidades, da Nielsen Sports Brasil. A empresa se destaca tanto nos dados coletados em julho quanto em dezembro de 2013. Na última consulta, a Nike foi a segunda mais mencionada, seguida de Adidas, Itaú e Brahma. 

A Nike não é patrocinadora oficial do mundial, mas conquistou esse reconhecimento após um longo histórico de investimentos no futebol.
Desenvolver ações de ativação do patrocínio esportivo em multiplataforma é um caminho irreversível paras as empresas que desejam estar na mente do consumidor.  

“A marca precisa estar aonde o consumidor procura informação. Não adianta apenas estar na camisa do time, numa placa no estádio ou num comercial de televisão. Todas as ações são lembradas pelas pessoas quando questionadas sobre as empresas associadas a grandes eventos. 

A estratégia multicanal é fundamental para criar uma experiência positiva e associar a patrocinadora ao esporte”, afirma Otavio Carvalho, Analista de Mercado da Nielsen Sports.

Pelo sétimo ano como patrocinador da Copa, o McDonald’s também vem ativando sua cota com uma multiplicidade de ações. A principal delas é a oportunidade oferecida a crianças do mundo inteiro de entrar em campo de mãos dadas aos jogadores, a cada início de partida. 

A rede de restaurantes realiza o recrutamento dos pequenos desde 2002. O programa “Sonho de Craque” incentiva crianças de seis a 10 anos a enviarem uma foto, texto ou intervenção artística manifestando sua paixão pelo futebol.

copa do mundo,copa,marketing esportivo,patrocínio,esporteAção do McDonald’s contempla funcionários
A novidade deste ano é que funcionários da rede passaram a ter a oportunidade de trabalhar como tutores dos pequenos durante as cerca nove horas que permanecerem sob responsabilidade do McDonald’s, em dias de jogos. 

Até hoje, aproximadamente 7.500 crianças já participaram do programa. “A criança e a família são um público extremamente estratégico para nós. Permitir aos pequenos de todo o mundo entrar em campo de mão dada com seu ídolo é algo muito forte”, resume David Grinberg, Gerente de Marketing Esportivo do McDonald’s, em entrevista ao Mundo do Marketing.

O McDonald’s também abriu as portas de sua universidade corporativa para os voluntários da Copa do Mundo, assumindo parte do treinamento comportamental do grupo que atenderá turistas e atletas durante o evento. 

“Começamos a estruturar o planejamento estratégico há cerca de quatro anos e passamos por várias fases. Agora, a equipe de 15 pessoas está trabalhando na aplicação do plano. Tudo já está definido”, conclui Grinberg.

A rede de franquias Wise Up também colocou sua expertise à disposição da FIFA, ao participar da seleção de parte dos voluntários avaliando a proficiência deles na língua inglesa. O curso de inglês é a primeira empresa da área de educação a patrocinar a Copa do Mundo. 

Professores das 400 unidades estão mobilizados no trabalho de elaboração e correção dos testes. “Essa ação para nós é muito importante porque corresponde a uma chancela de qualidade da marca”, analisa Leonardo Cirino, Diretor de Marketing e Expansão da Wise UP, em entrevista ao Mundo do Marketing.

A empresa realizará também a distribuição de mil ingressos para os alunos de suas unidades. O patrocínio contribui ainda para o processo de expansão da marca, que está muito presente na América Latina e conta com unidades em países como China e Estados Unidos. 

 “Tanto esporte quanto educação melhoram demais as pessoas. São capazes de mudar uma vida. É um cobranding muito saudável para o pilar institucional da marca”, sustenta Cirino.

copa do mundo,copa,marketing esportivo,patrocínio,esporteBola fora da Adidas
A Adidas também vem desenvolvendo algumas ações para ativação de sua marca junto aos torcedores da Copa. A empresa lançou em novembro o uniforme de mandante das seleções patrocinadas por elas que jogarão na Copa: Alemanha, Argentina, Espanha, Rússia, Japão, México, Colômbia e Nigéria. No mês passado, as camisas de visitante dos times foram apresentadas. 

A marca também irá selecionar adolescentes de 15 a 18 anos para carregar a bandeira da FIFA/Fair Play durante as partidas.
O grande destaque da marca ficou mesmo por conta do lançamento da Brazuca, a bola oficial da Copa, mas a Adidas deve mesmo ficar lembrada por uma ação bastante polêmica. 

A empresa vendeu no mercado americano camisas com conotação sexual que foram mal recebidas pelo público anfitrião da Copa, o brasileiro. Em nota, a empresa afirmou que acompanha de perto a opinião de seus consumidores e parceiros e, por isso, optou por interromper a comercialização.

Consumo de sucos prontos cresce 12,5% em um ano



"Categoria conquistou 1,7 milhão de novos lares brasileiros entre 2012 e 2013. Produto tem mais adesão no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro em famílias de classe média."




*.#||#.* Por Luisa Medeiros, do Mundo do Marketing | 10/03/2014



O consumo de sucos prontos conquistou 1,7 milhão de novos lares brasileiros no último ano, segundo dados de uma pesquisa da Nielsen.

A compra de bebidas não alcóolicas teve um crescimento de 0,3% entre novembro de 2012 e novembro de 2013, com destaque para os sucos que registraram um aumento de 12,5% no período. 

A adesão do novo hábito de consumo aconteceu predominantemente no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, especialmente em lares com nível socioeconômico médio e donas de casa com 51 anos ou mais.