"Áreas relacionadas à tecnologia são as que mais utilizam estratégia em sua totalidade. Custos e formas de por em prática os reports são alguns entraves encontrados pelas empresas."
A todo o momento as empresas recebem um fluxo de dados que se torna maior com o passar do tempo. O uso dessas informações em estratégias de Marketing ou melhorias operacionais já é uma realidade em algumas companhias, muito embora ainda haja um caminho considerável a percorrer para que o Big Data seja explorado ao máximo.
As dúvidas em sua aplicação e extração de relatórios com o que o cliente espera e busca resolver são algumas barreiras. Nomes associados à tecnologia da informação são uma das poucas que exploram essa plataforma em sua totalidade.
Cada vez mais as marcas estão pensando em como utilizar essa ferramenta para extrair valor para si, ainda que apenas uma parcela compreenda de fato como funciona, quanto custa e o que traz de benefício para a companhia.
Segundo o relatório “Big & Fast Data: The rise of Insight-Driven Business”, da consultoria Capgemini, dois terços (65%) das empresas reconhecem que correm o risco de deixarem de ser competitivas se não incorporarem novas soluções de análise de dados.
Um dos princípios fundamentais é entender que essa área é dominada por especialistas de TI que lidam exatamente com técnicas focadas em análise de informações, como Extração, Transformação e Carga (ETL) e combinações de algoritmos.
Uma participação mais ativa dos CEOs e outras lideranças é crucial para o sucesso da ação. “Percebemos que há clientes que nos contratam sem saber ao certo o que querem, apenas fazem porque o concorrente está investindo nessa estratégia. Vejo outros que colocam a própria equipe de Marketing para gerir essa parte, sem conhecimento em tráfego e combinação de dados.
Se as empresas brasileira querem estar à frente, elas precisam levar à sério e buscar quem sabe fazer. Big Data é algo que ajuda muito e entrega resultados eficientes”, conta Fernando Campilho, Gerente de Big Data da Ícaro Technologies, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Diferentes funções
Com uma base de clientes mais focada em telefonia e data center, a Ícaro Technologies percebeu nessas empresas um maior entendimento sobre que diferentes funções o Big Data poderia ser aplicado. Enquanto em uma (operadora de telefone) o objetivo era obter dados sobre falhas para poder consertá-las e oferecer melhor experiência ao usuário, na outra (serviço de hospedagem) o foco era a redução de custos, já que possuíam uma equipe mais enxuta.
Esse perfil de clientes mostra o quanto companhias que já atuam com tecnologia estão mais atentas a utilização de tráfego do que outras, que possuem o interesse para gerar mais vendas.
Essa visão estreita de utilização das métricas pode ser um dos fatores que impede o crescimento e a execução de tendências que foram apontadas pela Oracle, no início de 2015, como conversas sobre capital de dados nas salas de reuniões de diretoria - que contribuem tanto para o financeiro quanto para a inovação e criação de novos produtos, serviços e processos -, ferramentas de visualização, descoberta de autoatendimento, segurança e governança, a fim de aumentar a inovação no setor.
A tecnologia atua além das pesquisas convencionais e passa a assumir um papel de análise de negócios, detecção de fraudes, entre outros. Sua implantação inicial e desenvolvimento requerem alguns custos, mas o resultado final vale todo o investimento.
“É difícil abordar a questão de preço, porque depende do porte da empresa, do fluxo que ela possui de dados e dos objetivos que ela quer. Uma coisa é certa: o resultado sempre mostrará que investir em Big Data dá certo, porque o retorno que se tem é muito maior do que o esperado”, conta Campilho.
PMEs no curto prazo
Com a tendência ao aparecimento de novos recursos na área, o Big Data é uma realidade que deve atingir em breve pequenas e médias empresas, impulsionando novos negócios. “Quando as pessoas começarem a entender que é possível adaptar a estratégia para o que elas precisam, mais marcas adotarão o uso de informação de dados e teremos um novo momento no Brasil.
Esperávamos um movimento mais ativo em 2015, mas a questão financeira ainda assusta algumas companhias”, afirma o Gerente de Big Data da Ícaro Technologies.
Se para algumas pode ser dispendioso criar uma equipe de TI para cuidar da parte de tráfego e análise de dados, outras encaram como um processo natural do que as companhias já estão vivendo. Apenas o trabalho de governança, que planeja e elabora as métricas a serem avaliadas, pode levar um ano a ser feito.
Além disso, ainda há a constância de se enviar relatórios para reportar falhas, mudanças no comportamento do consumidor, oportunidades de negócios, entre outras inúmeras respostas que o cliente precisa.
Considerado uma das maiores mudanças nas empresas para esse ano, o Big Data ainda mostra que tem muito a ser explorado, principalmente porque surgem novas possibilidades de uso, muito além daquelas imediatas que prometem aumentar as vendas diretas das marcas.
“Nosso objetivo é conseguir tirar dos dados uma série de padrões de comportamento de usuários que não são óbvios para o ser humano convencional. A ideia do nosso trabalho é descobrir padrões – de uso e de falhas. É preciso encontrá-lo a partir de uma combinação de áreas. Temos que ajudar o cliente a tomar uma decisão assertiva, algo que no atual momento brasileiro é mais do que fundamental”, conclui Fernando Campilho.
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