"Em ano de crise, investimentos em compartilhamento, conteúdo e programática garantiram resultados mais assertivos e a custos mais baixos para companhias brasileiras."
O ano de 2015 termina deixando a sua marca no relacionamento entre consumidores e empresas, que lançaram mão de ferramentas e se atualizaram em relação aos novos comportamentos das pessoas.
Entre as práticas que se consolidaram nos 12 meses e propiciaram essa melhoria estão a adesão, enfim, à mídia programática e à automação e a produção de branded content em formatos diferenciados - em especial o vídeo.
O período de crise também vem obrigando as companhias a repensarem suas estratégias, de modo a obter resultados de forma otimizada e a menores custos. Essa característica está presente nos cinco conceitos e ferramentas que foram muito explorados pelo Marketing ao longo de 2015, segundo especialistas em tendências do setor. Conheça a seguir.
1- Economia compartilhada
Nos últimos anos, diversas startups originadas a partir do conceito da economia compartilhada ganharam o mundo rapidamente, balançando mercados até então consolidados - como o Airbnb e o Uber.
O ano de 2015, no entanto, ficou marcado por um movimento diferente: o das empresas tradicionais que se renderam ao novo comportamento do consumidor, que cada vez mais passa a privilegiar o uso em relação à posse.
Um estudo do Mundo do Marketing Inteligência destrinchou a economia compartilhada, que também foi tema das reportagens “Economia compartilhada desafia marcas a repensarem ofertas” e “Prova de fogo para Uber, Airbnb e a economia compartilhada”.
“Assistimos a uma expansão muito forte em 2015, especialmente na América Latina, vindo ao encontro de uma mudança de comportamento dos consumidores no que diz respeito à confiança em estranhos.
As redes sociais contribuem para esse crescimento da confiança”, analisa Rebeca Moraes, Pesquisadora de Tendências da Trendwatching, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Entre as empresas tradicionais que decidiram experimentar a lógica do compartilhamento está a Gafisa que este ano apresentou um condomínio diferente. A construtora e incorporadora incluiu no empreendimento carros, bicicletas e até apartamento compartilhados pelos moradores.
O conceito Home & Share nasceu com base em estudos feitos pela Grey, com foco no comportamento do consumidor e em benchmark de outras categorias que já operam com o conceito de compartilhamento de seus bens e serviços.
O Marketing digital ganhou força e investimentos ao longo de 2015, cenário que deve se manter no ano que vem. Segundo dados compilados pelo Infobase e pela Iinterativa, essa mídia deve crescer 12,7% em 2016 e movimentar US$ 76,6 bilhões em publicidade online em 2016. Tudo isso vem propiciando avanços na adoção de ferramentas ao trabalho.
“Era uma promessa já há algum tempo e, agora, as grandes agências estão todas trabalhando cada vez mais com mídia programática e automação”, diz Martha Gabriel, escritora, consultora e palestrante nas áreas Marketing digital, inovação e educação.
Empresas globais de compra e venda programada de inventários já atuam no país, por meio de leilões em tempo real. Dessa forma, a presença nos espaços publicitários na internet passa a ser regida por uma inteligência artificial que garante uma segmentação aprimorada do perfil dos usuários impactados pela mídia, impulsionando os resultados.
3- Live streaming
Um levantamento interno do Facebook mostra que o volume de postagens em vídeo na rede social cresceu 75% ao longo de 2014, no mundo. A metade dos usuários brasileiros que acessam a plataforma diariamente assistem a pelo menos um desses conteúdos por dia, percentual que representa 31 milhões de pessoas.
Este ano, as marcas optaram por combinar ao formato a transmissão ao vivo, por meio de ferramentas como o Periscope, APP comprado pelo Twitter e disponibilizado desde março.
Nos primeiros 10 dias, mais de um milhão de pessoas baixaram o aplicativo em seus celulares no mundo e um número ainda maior assistiu às imagens, que são transmitidas em tempo real na rede social.
No dia dois de agosto, o Periscope alcançou 10 milhões de contas abertas e mais de 40 anos de vídeos, em tempo de exibição, vistos por dia no canal. Há ainda o YouTubeLive, o Google Hangout e o mais recente Facebook Mentions Live, todos unindo três pilares: social, mobile e vídeo.
As companhias usam a plataforma para transmitir coletivas de imprensa, bastidores de eventos e outros conteúdos que estabelecem um diálogo com os mais variados stakeholders. O contexto é decisivo na escolha de qual ferramenta usar, como mostrou a reportagem “Periscope e outras ferramentas de streaming: como escolher e usar”, do Mundo do Marketing.
O ano de 2015 fica marcado também como aquele em que o conteúdo se consolidou como estratégico nas companhias. Mesmo as pequenas empresas estão buscando esse recurso para conquistar novos clientes e se manterem vivas na mente dos já existentes.
O conteúdo aparece em diferentes formatos: vídeos, landing pages, e-books, storytelling e storydoing - este último abordado na reportagem Storydoing: marcas apostam no uso de pessoas comuns em ações. “Este foi o ano da consagração do Marketing de conteúdo, do branded content”, garante Martha.
5- Adesão ao WhatsApp
Uma pesquisa da eCGlobal Solutions em parceria com a eCMetrics mostrou que os brasileiros estão abertos a receberem conteúdo relevante das marcas pelo WhatsApp. Entre os entrevistados, 64% gostariam de receber ofertas e promoções, 45% adorariam receber conteúdo exclusivo e 28% gostariam de receber vídeos divertidos da marca.
As companhias aproveitaram o potencial da ferramenta ao longo deste ano, como havia adiantado o Mundo do Marketing em matéria que apresentou as 12 tendências para o Marketing digital em 2015.
Canal de vendas, relacionamento, consultoria, promoção, divulgação. São inúmeras as possibilidades criadas pelas companhias que esperam garantir engajamento e fidelidade entre seus clientes, como mostrou a reportagem “Muito além do SAC. WhatsApp ganha múltiplas funções nas organizações”.
“No campo virtual, o atendimento e o relacionamento deram um passo além do ponto de vista da conversação. As ferramentas de Marketing online passaram a promover relações mais próximas das marcas com seus consumidores”, afirma Rebeca.
A PDG, por exemplo, utilizou a plataforma para promover a campanha “Na Ponta do Lápis”. Pelo menos seis mil clientes receberam no smartphone uma mensagem em vídeo com o ator Matheus Solano convidando-os a participar da promoção realizada pela incorporadora em março deste ano. Outra marca que também recorreu à ferramenta foi a Ninho, da Nestlé, que encaminhou vídeos personalizados para as mães, por conta do dia delas.
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