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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

2016: ano é dos wearables e da internet das coisas

"Mobile extrapola smartphones e tablets, desafiando empresas a repensarem suas atuações em um mundo com número crescente de novas interfaces de conexão a web."


*=-:-=* Por Renata Leite | 05/01/2016


Jesper Rhode Andersen, da Hyper Island
Embora, em 2015, o mundo tenha visto o Google recuar um passo em seus investimentos direcionados à realidade aumentada, o fracasso dos óculos inteligentes da marca está longe de significar uma perda de força na área da internet das coisas. Pelo contrário, a interação dos usuários com a web já não é mais a mesma. 

As interfaces estão mudando em um ritmo que tende a se intensificar consideravelmente em 2016, e esse novo espaço da conectividade é inteiramente mobile - mas extrapola em muito os smartphones.

A gigante das buscas errou em sua estratégia e precisou interromper a comercialização do Google Glass, o que demonstra o quão desafiadora é a atuação neste ambiente. O mundo caminha para um novo paradigma, o que impacta não só fabricantes de equipamentos, como também as empresas que anunciam nessas plataformas. 

Enquanto grande parte das marcas ainda não encontrou o tom sequer para estabelecer diálogos nos smartphones, elas se deparam agora com um novo momento.
As interações passam a ser outras. “Até hoje, viemos utilizando as telas principalmente para ler e escrever, mas isso mudará drasticamente nos próximos anos. 

Já começamos a falar com os aparelhos, por meio da Siri, da Apple, da Cortana, da Microsoft, e do Google Now, do Google. Agora, é a vez dos comandos por gestos, com o Kinect, da Microsoft, e outros sensores de movimento, como o Leap Motion. Visualmente, também há muitas mudanças, por meio dos óculos”, destaca Jesper Rhode Andersen, da Hyper Island, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Revolução dos wearables
Com estes wearables, a inteligência artificial torna-se uma nova camada de interface com os usuários. O Facebook comprou, em 2014, a empresa por trás dos óculos Rift e deve lançar este ano seu gadget. A Samsung já apresentou o seu Gear VR e a Sony, o projeto Morpheus. Já o HTC criou o Vive. A Microsoft também prepara um lançamento para 2016. Muitos desses equipamentos estão direcionados para o mundo dos games.


Os óculos são mais uma oportunidade de se estabelecer um relacionamento com os consumidores. “Claramente, a tela está indo em direção à realidade virtual ou aumentada. Os óculos colocam uma camada adicional ao que o usuário pode enxergar a sua volta com os olhos. Essa tecnologia avançará muito em 2016 e, consequentemente, impactará e remodelará a atividade de Marketing”, prevê Andersen.

Primeiro, a telefonia fixa migrou para a móvel e, agora, a internet está fugindo do celular, avançando sobre uma nova fronteira, que pode ser chamada de computação onipresente. Em primeira instância, surgiu o carro conectado, que está assumindo parte do que o smartphone faz hoje. Há também as tecnologias vestíveis, como o Fitbit e os relógios, além das TVs. 

“O Marketing precisa se adaptar, tanto para manter a presença por meio da publicidade, quanto para coletar mais dados do dia a dia de seus usuários e fazer uma segmentação mais detalhada”, ressalta o porta-voz da Hyper Island.

Alberto Pardo, CEO da AdsmovilDados: o tesouro do mobile
O principal atrativo para a corrida rumo ao mobile é a compreensão de que ele é uma fonte valiosa de dados sobre o comportamento dos usuários. “Pela primeira vez, a audiência está mais concentrada nos devices móveis do que nos PCs, globalmente. As consequências naturais na indústria surgem em formato de anúncios e em investimentos em programática”, afirma Alberto Pardo, CEO da Adsmovil, em entrevista ao Mundo do Marketing.


Já houve um crescimento tremendo nessas esferas nos Estados Unidos, que é o mercado mais maduro do mundo quando se pensa o digital, mas outras regiões ficaram para trás. “Podemos dizer que 2016 será o ano do mobile na América Latina. Em 2015, os países compreenderam que a audiência está ali e que o modelo de atuação precisava mudar. O terreno foi preparado para este novo período”, acrescenta Pardo.

A audiência já migrou. Agora é a vez do dinheiro. E com ele, devem surgir novas preocupações - da mesma forma que já vem ocorrendo nos Estados Unidos. “As marcas voltarão suas atenções e seus questionamentos para os ad blocks e para a visibilidade dos anúncios, já que, dependendo da posição deles nas telas dos smartphones, que são menores, o usuário só pode vê-los se descer o scroll”, ressalta o executivo.

Capilaridade do acesso à internet
Enquanto o mundo já esboçou este movimento em 2015, priorizando a oferta de conteúdo personalizado, que chegue ao usuário certo, no momento certo e no lugar certo - aproveitando os micromomentos do mobile -, no Brasil, os avanços foram contidos pela crise econômica, como mostrou a reportagem Retrospectiva: crise freia investimentos em mobile no Brasil, do Mundo do Marketing.


O país ainda enfrenta o desafio de conectar quase metade de sua população que, hoje, ainda não tem acesso à internet. A base pode e precisa expandir muito também em outros locais do mundo, e as principais empresas do setor vêm investindo neste sentido. O Google desenvolve o Projeto Loon: uma rede de balões que viaja pelo espaço. 

A finalidade da iniciativa é conectar pessoas em áreas rurais e remotas, ajudar a preencher falhas de cobertura e a recuperar a conexão em áreas que passaram por desastres.
O Facebook também estuda sua própria abordagem com a construção de um drone, com a envergadura de um Boing 737, que será capaz de levar internet para áreas remotas. 

Já para a OneWeb, a solução estará no lançamento de “uma constelação de satélites”, previsto para 2018. Devem ser utilizados aproximadamente 700 deles, para elevar o acesso à grande rede, hoje restrito a apenas um terço da população mundial.

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