Chinesa chegou a vender celulares mais simples, sem sucesso no país. Aparelhos chegam importados, mas passarão a ser feitos no país; veja preços.
Por André Paixão e Thiago Lavado, G1
Postado em 30 de abril de 2019 às 23h00m
Huawei P30 Pro — Foto: André Paixão/G1
Postado em 30 de abril de 2019 às 23h00m
Huawei P30 Pro — Foto: André Paixão/G1
Terceira maior fabricante de smartphones do mundo, a chinesa Huawei voltou oficialmente para o mercado brasileiro nesta terça-feira (30). A empresa lançou no país dois modelos da família P30, a mais sofisticada da marca, em evento em São Paulo.
As vendas começam no próximo dia 17, inicialmente nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A linha P30 representa a nova estratégia da fabricante, que chegou a vender celulares mais simples no país, sem sucesso. Revelados no final de março deste ano, em Paris, esses são conhecidos pelas câmeras de alta definição.
As do Pro, que custa R$ 5,5 mil, são feitas em parceria com a fabricante de lentes fotográficas da famosa marca alemã Leica. Veja mais detalhes dos modelos:
P30 Pro
- preço sugerido: R$ 5.499
- câmeras: uma grande angular de 40 megapixels e outra de 20 mp, uma lente teleobjetiva de 8 mp com 5x com o zoom óptico, 10x com o zoom híbrido (óptico e digital) e 50x com o zoom digital. A quarta tem sensor de profundidade (TOF - Time-of-Flight). Segundo a marca, é possível gravar com duas câmeras simultâneas, a grande angular e a teleobjetiva. E a câmera frontal tem 32 mp.
- memória: 8GB
- processador: Kirin 980, o mais potente de fabricação própria da Huawei, de 8 núcleos.
- tela: 6,47 polegadas. A Huawei diz que o modelo ele é mais leves do que o iPhone XS.
- bateria: 4.200mAh
- O modelo tem 2 anos de garantia.
P30 Lite
- preço sugerido: R$ 2.499
- câmeras: tripla, com sensor principal de 24mp, sensor secundário grande-angular de 8mp e sensor de profundidade de 2mp (foco) na traseira. A câmera frontal é 32 mp e é a primeira com tecnologia de inteligência artificial para "superselfies", diz a Huawei.
- memória: 4GB
- processador: Kirin 710
- tela: 6,15 polegadas
- bateria: 3.340mAh
O diretor de vendas da Huawei, José Luiz do Nascimento, confirmou que a empresa começará a produzir celulares no Brasil no segundo semestre deste ano, por meio de uma parceria, sem no entanto, revelar qual será a empresa responsável.
"No Brasil, os impostos são uma questão relevante para a importação. Em médio e longo prazo, a produção local é mandatória", disse.
Nascimento também disse que a produção nacional não será da família P30, a topo de linha da empresa. "Modelos topo de linha não justificam o volume de produção", afirmou.
Com isso, espera-se que a Huawei fabrique no Brasil modelos mais baratos.
Ofensiva chinesa
Com alta performance e especificações de última geração, os P30 são parte da ofensiva da Huawei para crescer sua fatia no mercado de smartphones — a empresa já anunciou que planeja ser líder desse setor.
A linha de aparelhos fará frente aos Galaxy S10, lançadas pela Samsung no Brasil em março. Entre as concorrentes também está a Xiaomi, outra chinesa que voltou ao Brasil recentemente.
Tanto a Huawei quanto a Xiaomi já haviam tentado entrar no mercado nacional, mas deixaram o país por conta da baixa adesão. A primeira chegou ao Brasil em 2014, com o modelo Ascend P7, que encontrou pouca demanda.
O desinteresse do consumidor brasileiro parece ter ficado no passado: segundo o site Zoom, especializado em listar preços e lojas confiáveis, no primeiro trimestre de 2019 as buscas por informações de celulares da Huawei cresceram 195% e as da Xiaomi, 254%, se comparadas ao mesmo período do ano passado.
Em 2018, a Huawei somou 206 milhões de celulares vendidos em todo o mundo. A fabricante também tem sido destaque pela briga com os Estados Unidos pela tecnologia 5G. Trump defende que a chinesa poderia usar o recurso para espionar os países para o governo chinês.
Questionado sobre a chegada quase simultânea das fabricantes, o diretor da Huawei minimizou. "O mercado brasileiro é muito amplo, tem espaço para outras empresas que ofereçam tecnologia inovadora", disse.