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domingo, 28 de fevereiro de 2021

Bitcoin: como a enorme energia gasta pode fazer a 'bolha' das criptomoedas explodir

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O principal conselheiro econômico do presidente Joe Biden descreveu o bitcoin como "uma forma extremamente ineficiente de fazer transações" e disse "a quantidade de energia consumida no processamento dessas transações é impressionante".
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TOPO
Por BBC

Postado em 28 de fevereiro de 2021 às 14h35m

  *.- Post.N. -\- 3.968 -.*  

Bitcoin usa mais energia do que muitos países — Foto: EPA
Bitcoin usa mais energia do que muitos países — Foto: EPA

Todos nós já ouvimos as histórias dos novos milionários por causa do bitcoin. Elon Musk está entre os últimos que aderiram à compra da criptomoeda.

Sua empresa de carros elétricos Tesla teve um lucro de mais de US$ 900 milhões depois de comprar US$ 1,5 bilhão em bitcoins no início de fevereiro.

Esse anúncio ajudou a empurrar a cotação da criptomoeda para mais de US$ 58 mil.

Mas não é apenas o preço do ativo digital que atingiu um pico histórico. Isso também acontece com a sua pegada energética. E levou a um questionamento de Musk, à medida que a escala do impacto ambiental da moeda se tornava mais clara.

Isso também levou a novos críticos de alto nível questionando a moeda digital nesta semana, incluindo a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

O principal conselheiro econômico do presidente Joe Biden descreveu o bitcoin como "uma forma extremamente ineficiente de fazer transações" e disse que "a quantidade de energia consumida no processamento dessas transações é impressionante". 
O gasto de energia

Não está claro exatamente quanta energia o bitcoin usa.

As criptomoedas são, por padrão, difíceis de se rastrear, mas o consenso é que a mineração de bitcoins é um negócio que consome muita eletricidade.

O Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge (CCAF), que estuda o crescente negócio de criptografia, estima que o consumo total de energia do bitcoin está entre 40 e 445 terawatts-hora (TWh) por ano, com uma estimativa média de cerca de 130 terawatts-hora.

O consumo de eletricidade do Reino Unido é de pouco mais de 300 TWh por ano, enquanto a Argentina usa aproximadamente a mesma quantidade de energia que a melhor estimativa do CCAF para bitcoin.

E a eletricidade que os mineradores de bitcoin usam vem predominantemente de fontes poluentes.

A equipe do CCAF pesquisou as pessoas que administram a rede bitcoin em todo o mundo sobre o uso de energia e descobriu que cerca de dois terços vem de combustíveis fósseis.

A tecnologia

O enorme poder de computação e, portanto, o uso de energia, está embutido na maneira como a tecnologia blockchain que sustenta a criptomoeda foi projetada.

Ela é baseada em uma vasta rede descentralizada de computadores.

São os chamados "mineiros" que permitem a criação de novos bitcoins, mas também verificam e registram de forma independente cada transação realizada na moeda.

A mineração de bitcoins produz grandes custos de energia — Foto: Getty Images
A mineração de bitcoins produz grandes custos de energia — Foto: Getty Images 

Na verdade, bitcoins são a recompensa que os mineiros recebem por manter esse registro com precisão.

Funciona como uma loteria que sai a cada 10 minutos, explica Gina Pieters, professora de economia da Universidade de Chicago e pesquisadora da equipe do CCAF.

Os centros de dados em todo o mundo estão competindo para compilar e enviar esse log de transações de uma forma que seja aceitável para o sistema.

Eles também precisam adivinhar um número aleatório.

O primeiro a enviar a inscrição e o número correto ganha o prêmio; este se torna o próximo bloco no blockchain.

No momento, eles são recompensados ​​com seis Bitcoins e um quarto, avaliados em cerca de US$ 50 mil cada.

Assim que uma loteria termina, um novo número é gerado e todo o processo é reiniciado.

O jogo

Quanto mais alto o preço, diz o professor Pieters, mais os mineiros vão querer entrar no jogo.

"Eles querem obter essa receita e é isso que vai incentivá-los a introduzir máquinas cada vez mais potentes para adivinhar esse número aleatório e, portanto, você verá um aumento no consumo de energia", diz ele.

E há outro fator que impulsiona o consumo crescente de energia do bitcoin.

Elon Musk foi um dos últimos bilionários a investir em criptomoeda — Foto: Reuters
Elon Musk foi um dos últimos bilionários a investir em criptomoeda — Foto: Reuters 

O software garante que sempre leva 10 minutos para resolver o quebra-cabeça, portanto, se o número de mineiros aumentar, o quebra-cabeça se torna mais difícil e é necessário mais poder de computação.

Portanto, o bitcoin é projetado para incentivar um maior esforço de computação.

A ideia é que quanto mais computadores competem para manter o blockchain, mais seguro ele se torna, porque qualquer um que queira tentar minar a moeda deve controlar e operar pelo menos tanto poder de computação quanto o resto dos mineiros juntos.

O que isso significa é que, conforme o bitcoin se torna mais valioso, o esforço computacional investido em criá-lo e mantê-lo e, portanto, a energia consumida, aumenta inevitavelmente.

O rastreio

Podemos rastrear quanto esforço os mineiros estão fazendo para criar a moeda.

Atualmente estima-se que estão fazendo 160 cálculos de quintilhões por segundo, ou seja, 160.000.000.000.000.000.000, caso alguém esteja se perguntando.

E esse vasto esforço computacional é o calcanhar de Aquiles da criptomoeda, diz Alex de Vries, fundador do site Digiconomist e especialista em Bitcoin.

Todos os milhões e milhões de cálculos que são necessários para manter o sistema funcionando não estão realmente fazendo nenhum trabalho útil.

"São cálculos que não servem para outro propósito, são imediatamente descartados de novo. No momento estamos usando muita energia para fazer esses cálculos, mas também a maior parte vem de energia fóssil", diz de Vries.

O grande esforço que isso requer também torna o bitcoin inerentemente difícil de escalar, ele argumenta.

"Se o bitcoin fosse adotado como moeda de reserva global, o preço provavelmente estaria na casa dos milhões, e esses mineiros terão mais dinheiro do que todo o orçamento federal [dos EUA] para gastar em eletricidade", acrescenta.

"Teríamos que dobrar nossa produção global de energia apenas para Bitcoin."

O lado obscuro

Vries diz que também limita o número de transações que o sistema pode processar a cerca de cinco por segundo.

Isso não o torna uma moeda útil, argumenta. E essa opinião é compartilhada por muitas figuras eminentes das finanças e da economia.

As duas características essenciais de uma moeda de sucesso são que ela permite de forma eficaz as trocas e servem como uma reserva estável de valor, diz Ken Rogoff, professor de economia da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

E ele acredita que bitcoin não é nada disso.

Nas últimas semanas, o preço do bitcoin atingiu níveis históricos — Foto: Getty Images
Nas últimas semanas, o preço do bitcoin atingiu níveis históricos — Foto: Getty Images

"O fato é que não é muito usado na economia legal agora. Sim, uma pessoa rica vende para outra pessoa, mas isso não é um uso final. E sem isso você realmente não tem um futuro de longo prazo."

Para ele, o bitcoin existe quase exclusivamente como um veículo para especulação.

A bolha está prestes a estourar?

"Esse é o meu palpite", diz o professor Rogoff, e faz uma pausa. "Mas eu realmente não poderia dizer quando."

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sábado, 27 de fevereiro de 2021

Primeiro satélite totalmente brasileiro, Amazônia 1 será lançado neste domingo na Índia

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Equipamento foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, e levado para estação na Índia. O lançamento está previsto para às 1h54.  
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Por G1 Vale do Paraíba e Região  
27/02/2021 08h00 Atualizado há 2 horas
Postado em 27 de fevereiro de 2021 às 10h00m

  *.- Post.N. -\- 3.967 -.*  

Primeiro satélite totalmente brasileiro, Amazônia 1 é lançado neste domingo na Índia — Foto: Divulgação/Governo Federal
Primeiro satélite totalmente brasileiro, Amazônia 1 é lançado neste domingo na Índia — Foto: Divulgação/Governo Federal

O primeiro satélite completamente brasileiro, o Amazônia 1, será lançado na madrugada deste domingo (28). O equipamento foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, e levado para a Índia, onde vai ser lançado. O satélite é o terceiro a formar o sistema Deter e vai auxiliar na observação e monitoramento do desmatamento na região amazônica.

O Amazônia 1 é o primeiro satélite observação terrestre completamente projetado e operado pelo Brasil. O projeto começou há oito anos e teve investimento de R$ 400 milhões e envolvimento de diversos pesquisadores.

O satélite tem quatro metros de comprimento e no espaço vai ficar a uma altitude 752 quilômetros. Em órbita, ele vai tirar fotos em alta resolução de todo o território nacional e terá órbita com rota entre os polos norte e sul.

Do espaço, o equipamento vai enviar sinal para três estações de monitoramento no Brasil. Uma em Cuiabá (MT), a outra em Alcântara (MA) e a terceira em Cachoeira Paulista (SP), e todos os movimentos do satélite serão coordenados de uma outra estação, que fica no Inpe, em São José dos Campos.

Satélite Amazônia 1 será lançado na Índia
Satélite Amazônia 1 será lançado na Índia


Amazônia 1: satélite brasileiro do Inpe entra em fase final de testes antes de lançamento — Foto: André Luis Rosa/TV Vanguarda
Amazônia 1: satélite brasileiro do Inpe entra em fase final de testes antes de lançamento — Foto: André Luis Rosa/TV Vanguarda

Após oito anos para construção, com ameaças de paradas no projeto por falta de orçamento, ele foi concluído para testes em dezembro de 2020. No Inpe, o equipamento passou por uma bateria de análises até a liberação para transporte, no mesmo mês.

Foi montado um esquema de transporte com o satélite desmontado. Ele foi levado por um avião cargueiro e passou pelo Senegal antes de chegar a seu destino final, na Índia.

Satélite Amazônia 1 foi transportado para Índia em dezembro — Foto: André Rosa/TV Vanguarda
Satélite Amazônia 1 foi transportado para Índia em dezembro — Foto: André Rosa/TV Vanguarda

Inicialmente, o lançamento estava previsto para o dia 22 de janeiro, mas a data foi remarcada. A mudança foi feita a pedido da equipe de lançamento, que solicitou mais tempo para as etapas finais de preparação. Com isso, a data foi alterada para este domingo (28), às 1h54 da manhã, no horário de Brasília.

O Inpe vai transmitir o lançamento, com uma cerimônia online marcada para começar às 1h24 deste domingo. Embarcaram para acompanhar o envio do satélite o diretor do Inpe, Clézio de Nardin, e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.

Sede do Inpe fica em São José dos Campos — Foto: Wilson Araújo/TV Vanguarda
Sede do Inpe fica em São José dos Campos — Foto: Wilson Araújo/TV Vanguarda

Verba

Pouco antes do lançamento, o Inpe suspendeu as bolsas de 107 pesquisadores no instituto por falta de verba. A modalidade de bolsas cortadas é a PCI, que mantém pesquisadores em atividades de trabalho, não só pesquisa, dentro do instituto.

A medida atingiu sete pesquisadores do setor do Amazônia 1, envolvidos nas etapas finais e plano de vôo do lançamento. Sem recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia, eles estavam impedidos de trabalhar e, com isso, o lançamento do equipamento estaria em risco.

Para manter a data, a Agência Espacial Brasileira (AEB) teve de intervir e custear as bolsas dos pesquisadores ligados ao satélite. Pouco antes de embarcar à Índia, o ministro Marcos Pontes afirmou que a verba será remanejada e as bolsas mantidas.

G1 pediu ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) detalhes sobre a fala do ministro e aguardava retorno até a publicação da reportagem.

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Com pandemia, comércio eletrônico tem salto em 2020 e dobra participação no varejo brasileiro

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Segundo associação, vendas cresceram 68% no ano passado e peso do e-commerce no faturamento total do varejo passou de 5% no final de 2019 para um patamar acima de 10% em alguns meses de 2020.  
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Por Darlan Alvarenga, G1  
26/02/2021 07h00 Atualizado há 4 horas
Postado em 26 de fevereiro de 2021 às 11h00m

  *.- Post.N. -\- 3.966 -.*  

Novo centro de distribuição do grupo Dafiti, inaugurado em fevereiro em Extrema (MG).  — Foto: Divulgação/Dafiti Group
Novo centro de distribuição do grupo Dafiti, inaugurado em fevereiro em Extrema (MG). — Foto: Divulgação/Dafiti Group

O setor de vendas on-line registrou um salto recorde em 2020, refletindo o aumento na demanda por conta da pandemia de coronavírus e também o maior número de empresas que decidiram entrar no comércio eletrônico.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Neotrust, o crescimento nas vendas foi de 68% na comparação com 2019, elevando a participação do e-commerce no faturamento total do varejo, que passou de 5% no final de 2019 para um patamar acima de 10% em alguns meses do ano passado.

Pandemia acelera processo de expansão do e-commerce
Pandemia acelera processo de expansão do e-commerce

A associação estima que 20,2 milhões de consumidores realizaram pela primeira vez uma compra pela internet em 2020 e que 150 mil lojas passaram a vender também por meio das plataformas digitais. Foram mais de 301 milhões de compras pela internet, com um valor médio de R$ 419, segundo o balanço.

Participação do comércio eletrônicos nas vendas totais — Foto: Economia G1
Participação do comércio eletrônicos nas vendas totais — Foto: Economia G1

“No auge da quarentena, com as pessoas tentando praticar o isolamento social, a gente chegou a ter o registro de uma nova loja virtual a cada minuto", afirma Rodrigo Bandeira, vice-presidente da ABComm. “O setor enfrentou números nunca vistos antes, um crescimento repentino, não planejado e não esperado", acrescentou.

O salto do comércio eletrônico em 2020 foi o maior já visto no país, mas não há estatísticas oficiais atualizadas sobre o avanço da participação desse canal nas vendas totais do comércio.

Com base na última Pesquisa Anual de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e em dados da Receita Federal, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que a participação das vendas pela internet no varejo brasileiro era de 3,8% em 2018 e atingiu pelo menos 6% em 2020.

Segundo a CNC, dados da Receita sobre notas fiscais eletrônicas mostram que o faturamento real do e-commerce, descontada a inflação, avançou 37% ante 2019, totalizando valor um recorde de R$ 224,7 bilhões no ano passado. Veja quadro abaixo:

Faturamento do e-commerce brasileiro totalizou R$ 224,7 bilhões no ano passado, segundo levantamento da CNC, a partir de dados da Receita Federal. — Foto: Divulgação/CNC
Faturamento do e-commerce brasileiro totalizou R$ 224,7 bilhões no ano passado, segundo levantamento da CNC, a partir de dados da Receita Federal. — Foto: Divulgação/CNC

“A gente percebe que há um processo de ganho de relevância das vendas online no total das vendas do varejo. O e-commerce passou a ser uma estratégia vital, em alguns casos até mesmo em termos de sobrevivência do estabelecimento", afirma Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, destacando que os valores movimentados são ainda mais vultosos se considerados também o B2B (empresa para empresa) e o C2C (cliente para cliente).

Junto com o auxílio emergencial, o avanço do comércio eletrônico foi o que garantiu o varejo brasileiro fechar 2020 no azul, com alta de 1,2%, segundo dados do IBGE, em um ano em que a economia teve contração estimada em mais de 4%.

Balanços das grandes empresas do setores e relatórios de mercado também confirmam o desempenho impressionante do comércio eletrônico em 2020, na contramão da economia.

O Magazine Luiza, por exemplo, reportou um crescimento de 148% nas vendas digitais da companhia no 3º trimestre, na comparação com o mesmo período de 2019. O salto fez o canal responder por dois terços das vendas totais (66%), um avanço de 18 pontos percentuais.

Outras grandes empresas do setor também anunciaram investimentos vultosos nos últimos meses. A Dafiti inaugurou neste mês em Extrema (MG) seu maior centro de distribuição na América Latina. Com um investimento de mais de R$ 300 milhões, a unidade tem capacidade para a separação de até 5 mil produtos por hora mediante o uso de robôs.

o Mercado Livre, que se tornou no ano passado a maior empresa da América Latina em valor de mercado, anunciou a abertura de cinco novos centros logísticos no Brasil até o fim de 2021, dobrando a capacidade logística no país.

No Magazine Luiza, vendas da empresa no e-commerce cresceram 148% no terceiro trimestre e representaram 66% da receita total no período. — Foto: Divulgação/Magazine Luiza
No Magazine Luiza, vendas da empresa no e-commerce cresceram 148% no terceiro trimestre e representaram 66% da receita total no período. — Foto: Divulgação/Magazine Luiza

Setor é destaque também na criação de vagas

Com o "boom" das vendas on-line, as ocupações ligadas à expansão do comércio eletrônico também foram destaques na criação de vagas formais na pandemia.

Segundo a CNC, o cargo de auxiliar de logística foi a posição com maior crescimento no saldo de postos de trabalho com carteira assinada no país em 2020, com alta de 28,1%. Ao todo, foram quase 20 mil vagas (19.276).

A abertura de novas vagas também foi expressiva para estoquistas (alta de 19,1%, com acréscimo de 12.304 vagas) e para embaladores de produtos (crescimento de 12,7%, com 23.677 vagas) – taxas bem acima da variação média de 0,4% registrada no país, que fechou 2020 com um saldo de 142 mil novos postos formais de trabalho.

A pandemia também acelerou o processo de digitalização de muitas empresas. Segundo a última pesquisa feita pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sobre o impacto da Covid, 70% dos micro e pequenos negócios passaram a utilizar a internet para potencializar suas vendas, com 23% deles optando por criar um site próprio para vendas on-line.

De acordo com a CNC, os segmentos em que o e-commerce representou em 2020 a maior fatia nas vendas totais foram informática, livraria e papelaria e móveis e eletrodomésticos. Veja gráfico acima:

Participação do e-commerce por categoria — Foto: Economia G1
Participação do e-commerce por categoria — Foto: Economia G1

O avanço do comércio eletrônico em meio à pandemia foi puxado pelas categorias que já possuem maior atuação nas vendas pela internet como telefonia, eletrônicos e eletrodomésticos, mas foi observada também uma maior penetração de segmentos como brinquedos, esporte e lazer, e pets.

Segundo a ABComm, a maior necessidade de comprar online por conta das medidas de restrição e de distanciamento social contribuiu na mudança de hábitos de consumo dos brasileiros.

“Num primeiro momento, houve um aumento exponencial nos setores mais relevantes para o consumo imediato. Mas, com a continuidade das restrições de acesso ao comércio tradicional, esse avanço acabou alcançando inclusive outras categorias como games e brinquedos, esporte e lazer, informática e mesa e banho", explica Bandeira. 
No Reino Unido e Coréia do Sul, participação é de mais de 20%

Relatório divulgado no começo de fevereiro pela XP Investimentos avaliou que a penetração de e-commerce passou de 6% em 2019 para 9% em 2020. Os analistas destacam, no entanto que essa taxa ainda é pequena quando comparada com os números de outros países, "sendo a China a líder, com uma penetração de 35%, seguida pelo Reino Unido e Coréia do Sul com 22%".

A XP vê espaço para continuidade de um ritmo forte de crescimento do setor e projeta um crescimento de 32% as vendas on-line em 2021.

"Apesar do forte desempenho em 2020, acreditamos que parte da mudança para o online é estrutural, enquanto esperamos que 2021 ainda reflita as restrições da Covid-19, principalmente no primeiro semestre, e, portanto, continue a motivar compras on-line", avaliaram os analistas da XP, alertando ainda que há o risco de que parte dos gastos feitos no ano passado no comércio eletrônico sejam direcionados nos próximos meses para categorias que foram negligenciadas em 2020, como turismo, entretenimento e vestuário.

A consultoria Ebit/Nielsen projeta um crescimento de 26% no faturamento do comércio eletrônico em 2021. Já a ABComm estima um avanço de 18% neste ano, destacando as incertezas em torno do controle da pandemia e avanço da vacinação.

“Sem um cenário controlado de saúde pública, que infelizmente no Brasil está um pouco longe de acontecer, e sem um cenário econômico de pelo menos uma perspectiva de estabilidade, não dá para se pensar em manutenção de números elevados de consumo, seja online ou físico”, afirma Bandeira.

Para continuar avançando em ritmo acelerado, o comércio eletrônico precisa também aumentar os investimentos em logística, transparência e qualidade de atendimento, para ampliar tanto o número de consumidores como de frequência de compras pela internet.

“É necessário capacitação, planejamento e organização para que você mantenha o e-commerce como um canal satisfatório e com qualidade de entrega”, reconhece o porta-voz da ABComm.

Outro desafio é ampliar a relevância de setores que ainda engatinham no comércio eletrônico. O de supermercados e alimentos, por exemplo, que possui o maior peso no faturamento do varejo, ainda enfrenta barreiras relacionadas a hábitos de consumo e dificuldades logísticas para a distribuição de produtos perecíveis.

“A barreira se chama logística. Imagina por exemplo a quantidade de centros de distribuição para uma logística de distribuição de hortaliças poder funcionar”, afirma Bentes.

Outra categoria que ainda enfrenta obstáculos para conseguir uma maior penetração é o de vestuário. “O setor de moda tem uma oportunidade incrível no comércio eletrônico, mas precisa buscar uma padronização em relação às suas medidas e tamanhos, porque isso gera um retrabalho e muitas trocas", diz o dirigente da ABComm.

É praticamente consenso, porém, que ainda há muito espaço para o crescimento do e-commerce e que as perspectivas seguem promissoras para o setor.

"A tendência é que o processo de ganho de representatividade continue. O consumidor mais jovem, que vai entrando ano a ano no mercado, consome tudo pelo celular, não é nem mais pelo computador. Então, a chance de um crescimento de dois dígitos é bem provável que aconteça de novo em 2021”, afirma o economista da CNC.

Comércio eletrônico cresce em 2020 com pandemia e espera vendas históricas neste Natal
Comércio eletrônico cresce em 2020 com pandemia e espera vendas históricas neste Natal

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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Hackers chineses 'clonaram' ferramenta de ataque de hackers americanos, diz empresa

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Quando foi usado, software explorava falha sem correção no Windows e ainda não tinha sido vazado na internet.  
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TOPO
Por Altieres Rohr
É fundador de um site especializado na defesa contra ataques cibernéticos
24/02/2021 07h00 Atualizado há 1 horas
Postado em 24 de fevereiro de 2021 às 08h00m

  *.- Post.N. -\- 3.965 -.*  

Semelhanças técnicas em códigos de ataque indicam que hackers chineses podem ter obtido acesso a ferramenta desenvolvida por grupo americano. — Foto: Alfred Muller/Pixabay
Semelhanças técnicas em códigos de ataque indicam que hackers chineses podem ter obtido acesso a ferramenta desenvolvida por grupo americano. — Foto: Alfred Muller/Pixabay

A empresa de segurança Check Point divulgou um relatório técnico apontando que hackers chineses obtiveram uma ferramenta de ataque secreta desenvolvida por um grupo de ciberespiões do governo dos Estados Unidos, clonaram a funcionalidade do software e então o utilizaram em suas próprias invasões.

Segundo os especialistas, o coletivo de hackers chineses, identificado pelos codinomes "APT31" e "Zirconium", começou a explorar uma vulnerabilidade no Windows em 2015. As características desse código de ataque, que recebeu o nome de "Jian" indicam que os invasores basearam o programa no "EpMe", uma ferramenta do grupo de ciberespiões "Equation".

Embora não haja confirmação oficial, o Equation é vinculado ao governo norte-americano. A conexão foi estabelecida quando o aparato do grupo vazou na internet entre 2016 e 2017, permitindo que pesquisadores identificassem semelhanças com a documentação técnica revelada por Edward Snowden, que foi colaborador da Agência de Segurança Nacional (NSA).

Snowden, porém, não foi o responsável pelo vazamento dos programas. Eles foram colocados na web por uma facção de origem desconhecida chamada "Shadow Brokers". Alguns especialistas especularam que o vazamento foi uma operação russa para constranger as autoridades americanas, mas os "Shadow Brokers" tiveram uma atuação breve e específica, o que dificulta sua associação com qualquer grupo conhecido de invasores.

A utilização do código de ataque chinês "Jian" em 2015, antes desse vazamento do Shadow Brokers, levanta a possibilidade de que a ferramenta de ataque "EpMe" do Equation já tinha sido obtida por outros hackers antes do pacote completo ser publicado na internet. Em outras palavras, é possível que dois grupos diferentes tenham obtido acesso indevido aos programas de ataque do Equation.

O "EpMe" faz parte de um conjunto de ataque chamado de "DanderSpritz". Ele é utilizado para burlar as restrições de acesso em sistemas Windows, garantindo o controle total do computador mesmo quando a invasão só obteve acesso limitado ao alvo.

A brecha foi corrigida pela Microsoft em 2017 após ser comunicada do problema pela Lockheed Martin, uma importante fornecedora do complexo militar-industrial norte-americano.

Não se sabe como os hackers do Zirconium obtiveram o acesso à EpMe para clonar a ferramenta. A Check Point levantou três hipóteses:

  1. O código foi capturado pelo Zirconium durante uma operação do grupo Equation contra um alvo chinês (esta hipótese supõe que os hackers do Zirconium tiveram acesso à investigação do ataque do alvo na China).
  2. O código foi capturado durante uma operação do Equation contra algum outro alvo que também estava sendo monitorado pelo Zirconium, ou seja, ambos os grupos tiveram um alvo em comum, o que levou ambos a visualizarem a atividade um do outro.
  3. Os hackers chineses atacaram a infraestrutura usada pelo Equation, o que permitiu o roubo direto dos programas. Este caso não seria único: acredita-se que os Shadow Brokers tenham obtido as ferramentas do Equation dessa forma.
Códigos de ataque governamentais

A clonagem do código do Equation é um exemplo de como programas de ataque desenvolvidos para operações de espionagem podem sair do controle dos seus operadores. Mas não é a primeira vez que o Equation contribui, sem querer, com outros grupos de ciberespiões.

O vazamento das ferramentas do Equation realizado pelo "Shadow Brokers" também fez parte da epidemia do vírus de resgate WannaCry em 2017. Um dos programas no pacote explorava uma brecha grave no Windows e foi aproveitado para a criação do WannaCry, sendo determinante para que o vírus atingisse centenas de milhares de computadores.

A brecha explorada pelo programa foi mantido em segredo até um mês antes da divulgação das ferramentas do Equation, o que encurtou o prazo que administradores e usuários tiveram para aplicar a correção e imunizar seus sistemas contra o ataque.

No caso da EpMe, o Equation teria começado a usar a ferramenta em 2014. A falha permaneceu desconhecida do público até 2017, quando a Microsoft criou uma atualização para imunizar o Windows. Nesse intervalo, o grupo chinês Zirconium teria pegado carona no código e iniciado seus próprios ataques em 2015.

Ainda que não seja possível saber quem foi atacado pelo grupo APT31, a pesquisa da Check Point aponta que havia pelo menos dois grupos de hackers explorando a mesma brecha – e nenhum deles comunicou o problema à Microsoft.

Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com

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