Pesquisa do Data Popular mostra aumento de 57% no número de alunos em 2009
[**]] Por Thiago Terra
Modelo de ensino
“Por isso criamos o projeto Gabaritando, que trabalha com a defasagem dos estudantes em disciplinas como matemática e português, por exemplo, cujo objetivo é fazer com que eles acompanhem os outros alunos e o modelo de ensino da própria faculdade”, explica Pedro Graça, Diretor Executivo de Marketing da Estácio, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Outra medida que favorece a escolha dos cursos da Estácio como graduação é o material didático, que é totalmente fornecido pela faculdade - já inserido na mensalidade – após uma parceria fechada com as editoras. “Faz uma diferença enorme no estudo e propicia muito esse público que está entrando na universidade”, aponta Graça.
Luta pelo estudo
A maior intensificação de alunos da classe D nas faculdades aconteceu em 2004, principalmente por conta do programa criado pelo governo. De lá para cá, estes alunos têm sido uma grande perspectiva para as universidades que atuam neste novo campo, que passaram a fazer estudos para receber esta demanda. "Não é o pai que o coloca na faculdade. Para a Classe D, o estudo é um investimento", afirma Renato Meirelles, Sócio-diretor do Data Popular, ao Mundo do Marketing.
“Essa classe paga a faculdade com muita luta e não com um dinheiro que sobra. O investimento é de mais de 50% da sua renda total. Arrisco dizer que 70% dos alunos da classe D que chegam a universidade são os primeiros da família a terem graduação”, diz Wilson Dourado, Pró-reitor da Uninove, em entrevista ao site.
A Uninove é uma faculdade voltada para quem mora nas periferias de São Paulo e que necessitam de uma instituição de ensino superior de fácil acesso. A principal diferença com relação à outras universidades não é só na mensalidade. Como são alunos carentes de conhecimento, cultura e técnica, eles chegam com expectativa muito além da classe média, que entra nas salas para aperfeicoar o seu conhecimento.
Realidades opostas
Entre os desafios da Uninove para formar um profissional completo, a escola busca entender as chances de colocação no mercado de trabalho, criar situações de orientação com acompanhamento permanente do aluno e ações que os permitam interagir com profissionais de mercado. “Tivemos um aluno que durante o dia coletava latinhas de alumínio para vender e pagar a faculdade.
Demos um incetivo com bolsa de estudos para que ele sirva de exemplo”, conta Dourado.
Por outro lado, a ESPM não se adaptou a esta realidade por uma questão de posicionamento.
Com alunos majoritariamente da classe A, a escola não oferece cursos em horário noturno, por exemplo, o que reduz as chances de alunos que trabalham e que pagam a faculdade. “Não vejo como incluir estes alunos porque as bolsas oferecidas são para os alunos que já estão na ESPM”, conta Tatsuo Iwata, Vice-Diretor da ESPM, ao portal.
Mesmo assim, serão cada vez maiores as ofertas para que os alunos menos favorecidos financeiramente entrem nas universidades. Uma delas é o crescimento da demanda da baixa renda por escolas de graduação. “São poucos alunos se cadidatando a um número cada vez maior de vagas”, avalia Iwata. E a tendência é de que a invasão da classe D nas salas de aula continue aumentando. “A cada ano na faculdade o salário aumenta 21%. Ao final de quatro anos o estudante dobra o salário. A nova classe média chegou para ficar com um sonho de estudo e não de consumo”, completa Marcelo Neri, Chefe do Centro de Pesquisas Sociais da FGV.
* O mercado das classes C e D e o seu potencial de consumo serão destaques do 1º Congresso de Mercados Emergentes 2010, realizado pelo Data Popular, nos dias 9 e 10 de novembro, em São Paulo.
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