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terça-feira, 17 de novembro de 2015

APPs e internet das coisas chegam à saúde

"Desenvolvimento de aplicativos promete levar avanços a tratamentos na medicina e ao relacionamento entre os pacientes, médicos, hospitais e laboratórios." 

*.=.=.* Por Renata Leite | 16/11/2015

Gipope-Marketing
Theiza Conte Paiva, Diretora de Marketing e Inovação do Grupo Perinatal
O avanço tecnológico e a medicina sempre caminharam lado a lado, mas os recursos estiveram mais intensamente direcionados para a evolução dos equipamentos e remédios.

Enfim o setor volta seus investimentos na área para transformar o relacionamento entre pacientes, médicos, hospitais e laboratórios, aproveitando as novidades em tecnologia mobile, por meio de aplicativos e internet das coisas. 

Os aplicativos que auxiliem o compartilhamento de dados são a aposta de parte da indústria. A promessa já começa a ganhar contornos reais no Grupo Perinatal, o maior na área de maternidades da América Latina. A companhia, que realiza cerca de 45 mil partos por ano em unidades do Rio e de São Paulo, optou por se aproximar da academia para desenvolver as tecnologias que possam auxiliar na assistência às mães que recorrem à rede.

Em parceria com o Laboratório de Engenharia de Software da PUC-Rio, o grupo está em fase final de desenvolvimento de um aplicativo capaz de auxiliar no pré-natal. “O Prenatal Digital registra os dados da paciente, que ficam armazenados pelo Cartão da Gestante. 

O aplicativo auxiliará os médicos também a atenderem às novas resoluções normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O aplicativo estará disponível para qualquer pessoa baixar gratuitamente”, ressalta Theiza Conte Paiva, Diretora de Marketing e Inovação do Grupo Perinatal, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Prenatal Digital
Funcionando como uma inteligência de suporte, depositório de dados e acesso remoto, o Prenatal Digital é um ambiente que recebe, armazena e dispara as informações necessárias desde o início do pré-natal até o parto. 


Assim, os dados ficam mais acessíveis tanto à paciente quanto ao obstetra ou qualquer outro médico que venha a atender a gestante, inclusive de forma remota - diferentemente dos prontuários usados hoje.

O software conta com um sistema de alertas de exames pendentes, por exemplo. Além da disponibilidade dos dados da gestante a qualquer momento, outra exigência da ANS também está contemplada no APP: a necessidade de preenchimento do partograma, em que são detalhados cada etapa do trabalho de parto. Esse trabalho poderá ser feito de forma automatizada e simplificada por meio do APP, durante o nascimento do bebê.

O retorno do desenvolvimento do Prenatal Digital deve ocorrer em visibilidade e valor de marca, além do estreitamento do relacionamento entre a empresa e médicos. “Inovar na área de saúde estará sempre ligado à melhoria contínua do tratamento de prestação de serviço assistencial e, eventualmente, ao desenvolvimento de um produto ou serviço novo, que pode nem ser um gerador de renda significativa, mas mostrar como a marca é arrojada”, ressalta Theiza.

ResearchKit
E não é apenas a Perinatal que está atenta à força que os APPs podem ganhar na área da saúde. A Apple também vem investindo para facilitar o desenvolvimento de softwares que contribuam para o setor.


A companhia, que já transformou a vida das pessoas com a criação de gadgets como o iPod, o iPhone e o iPad, aposta agora que os aparelhos médicos mais simples, como medidores de pressão e estetoscópios, estarão, em breve, conectados aos smartphones. Entra em cena a internet das coisas. Os dados coletados dos pacientes estarão disponíveis na internet para que as pessoas os compartilhem com os médicos que as convêm.

A empresa acaba de lançar o ResearchKit, uma ferramenta de pesquisas que aproveita recursos do iPhone para coletar novos tipos de dados que podem ser utilizados por pesquisadores, sempre que os usuários assim autorizarem. Cada smartphone da marca é equipado com processadores e sensores que conseguem acompanhar o movimento, fazer medições e gravar informações - funções úteis para estudos médicos.

O ResearchKit é uma plataforma com software de código aberto voltada para pesquisadores e desenvolvedores, que facilita a criação de APPs que possam revolucionar as pesquisas e transformar a medicina. Até agora, participar de um estudo médico exigia ir até um hospital ou clínica para concluir tarefas e preencher questionários. 

Em vez disso, o iPhone passa a ser utilizado para registrar atividades cotidianas e gerar dados, criando uma fonte de informações mais objetiva. Os dados servem também aos usuários que participarem da plataforma, porque os permitem descobrir correlações entre sintomas e ações diárias, como dieta ou exercício.

“Organismo feito de dados”
Os APPs podem ajudar até a diagnosticar doenças. Já há cinco softwares prontos, direcionados para pacientes e médicos que tratam de diabetes, asma, câncer de mama, doença cardiovascular e Mal de Parkinson. 


“É possível fazer um exame de Tap Test pedindo para uma pessoa clicar rapidamente em um botão ou mesmo checar a possibilidade de alguém ter Parkinson registrando o caminhar do paciente com o iPhone no bolso ou com testes de memória e de tremor nas mãos”, explica Michael O’Reilly, Vice Presidente de Tecnologia Médica da Apple, que esteve no Rio durante o evento Nascer de Ideias Perinatal.

A primeira edição do concurso promovido pela maternidade teve como objetivo incentivar o desenvolvimento de projetos inovadores na área de saúde. O emprego da tecnologia foi um ponto comum entre todas as sete soluções finalistas do evento, que premiou três iniciativas com R$ 5 mil cada, oferecidos pelos patrocinadores Danone, Air Liquide Healthcare e 4th Tecnologia em Saúde.

“O organismo do novo ser humano vai ser feito de dados”, sentencia Fabio Gandour, Cientista-Chefe da IBM Brasil, que também palestrou durante o Nascer de Ideias Perinatal.

Um dos projetos vencedores, o Sensus Baby, está criando um aplicativo que, por meio de algoritmos, decodifica expressões faciais e corporais do recém-nascido que chora e avalia a intensidade da dor que ele está sentindo. O software será útil nas UTIs neonatais inicialmente e, em um segundo momento, poderá chegar às mãos das mães, em suas casas. Assim, elas poderão identificar quando é necessário buscar ajuda médica.

Incentivo à inovação
Já o Natum desenvolve uma nova forma de se ver e interagir com a ultrassonografia. A tecnologia permitirá que a imagem do feto seja projetada fora da barriga. A gestante poderá enxergá-la com o uso de um óculos inteligente, de realidade aumentada. Também foi premiada a MOC, um sistema de marcação online de cirurgias. 


O grupo de empreendedores identificou gargalos na comunicação entre as secretárias de médicos, os hospitais e os planos de saúde para o agendamento e conseguiu superá-los por meio de uma solução automatizada.
Ao todo, 26 projetos foram inscritos. O evento também foi realizado em parceria com a PUC-Rio. “Estamos apoiando as soluções abrindo nosso banco de dados para investigação. 

A Perinatal tem a cultura de fomentar a pesquisa, principalmente a acadêmica, além de oferecer o conhecimento da equipe de médicos. Quando fazemos um movimento para fomentar a inovação, agregamos valor para a marca”, conclui Theiza.

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