por Raquel Freire
Para o TechTudo
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Postado em 06 de dezembro de 2016 às 22h30m
O teclado é o principal periférico de entrada do computador. É quase impossível pensar em trabalhar ou estudar diante do PC sem este componente, que desde meados do século XX permite a interação humana com as máquinas de processamento de dados.
Teclado mecânico ou de membrana: qual a melhor opção para seu perfil
Conheça a seguir a história da criação e evolução do teclado - desde a máquina de escrever aos teclados virtuais-, que há muito tempo invadiu smartphones e tablets e marcou presença definitiva no nosso dia a dia.
Descubra como o teclado foi inventando
(Foto: Divulgação/CMStorm)
Mesmo quem nunca precisou digitar em uma máquina de escrever sabe que a posição das teclas é idêntica a do teclado do PC. O design, denominado QWERTY por causa das seis primeiras letras da fileira de cima, foi herdado por um motivo óbvio: por volta da década de 40, quando surgiram os primeiros computadores, as máquinas de escrever já eram populares há muito tempo. Transportar o layout de um aparelho para o outro foi um passo natural para facilitar a adaptação ao novo dispositivo.
Mas, não é tão óbvio assim o motivo pelo qual as máquinas de escrever têm esse design. O idealizador do modelo QWERTY, Christopher Latham Sholes, implementou essa formatação em uma máquina fabricada em 1868. A razão? Diminuir a velocidade da digitação. Sim, é isso mesmo. Na época, os tipos – aquela peça de metal com os caracteres na ponta – travavam quando as pessoas datilografavam rápido. Trocar a posição das teclas, tirando-as da ordem alfabética, foi um jeito de conseguir esse feito.
Máquina de escrever com teclado QWERTY
(Foto: Divulgação/Royal)
Pode reparar: na segunda fileira do seu teclado há uma boa sequência de letras em ordem alfabética – ou quase. Os caracteres D, F, G, H, J, K e L ficam um do lado do outro.
Nessa série só não estão presentes as letras E e I, colocadas para cima justamente porque são muito usadas na língua inglesa. Pela mesma razão, outra letra muito frequente, A, foi deslocada para o canto esquerdo, tendo que ser pressionada pelo dedo mindinho.
O problema de travamento nunca se aplicou aos computadores, é claro, mas não teve jeito. A tradição fez com que o teclado QWERTY se transformasse no padrão de uso global até os dias atuais, repletos de teclados virtuais em smartphones e tablets.
Entrada de dados por teclas
A máquina de escrever não é o único ancestral do teclado. O periférico também foi influenciado pelo teletipo – também conhecido como teleimpressor -, e pelo perfurador de cartão. A herança aqui diz respeito não apenas à forma, mas também à finalidade, já que ambos desempenharam papel importante na entrada e comunicação de dados eletromecânicos.
Uma espécie de teletipo rudimentar já era usado em 1870 na bolsa de valores dos Estados Unidos para impressão de texto transmitido via cabo. O aparelho, que trazia um teclado igual ao das máquinas de datilografia, foi usado durante quase todo o século XX para envio e recebimento de mensagens mecanografadas, fosse ponto a ponto ou ponto a multipontos. Nas versões mais modernas, um monitor substituía a impressora.
Teletipo da Siemens (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)
Teclado em computadores
Ainda na década de 40 os computadores incorporaram o teclado como periférico de entrada. Desenvolvido em 1946 e considerado um dos primeiros computadores do mundo, o Eniac ainda contava somente com leitor de cartão perfurado, mas ele foi usado apenas pelo Laboratório de Pesquisas Balísticas do Exército dos Estados Unidos.
Em 1965, o MIT, a Bell Laboratories e a General Electric criaram o Multics, um sistema multiusuário e de tempo compartilhado. O sistema operacional incentivou o desenvolvimento de uma nova interface de usuário, o terminal de exibição de vídeo, que combinou a tecnologia usada nas TVs de tubo da época com as máquinas de escrever elétricas. Como nunca antes, os usuários passaram a conseguir ver os caracteres que estavam digitando.
DataPoint 3300, um dos primeiros terminais com
suporte a vídeo (Foto: Divulgação/CTC)
O teclado hoje
A grande variedade de dispositivos atualmente faz com que existam diversos tipos de teclado. Os mais comuns nos PCs e notebooks ainda são os de membrana, que podem ser encontrados por preços a partir de R$ 20. Eles se caracterizam por ter uma peça única de silicone no interior (a membrana), através da qual o acionamento é feito ao pressionar uma tecla.
Uma variação mais sofisticada dos modelos convencionais é o teclado mecânico. Por fora o design é o mesmo, mas internamente há uma diferença crucial: cada tecla possui um conjunto de interruptor e mola individuais, fazendo com que o tempo de resposta seja bem mais curto. O usuário também tende a se cansar menos com essa versão, pois o mecanismo requer pouca força nos dedos.
Razer Ornata Chroma, teclado mecânico para gamers
(Foto: Divulgação/Razer)
Usado principalmente por gamers, os teclados mecânicos são mais caros. Modelos intitulados semi-mecânicos custam em torno de R$ 170, enquanto os mecânicos “de verdade” têm preços variando de R$ 200 até impressionantes R$ 3.500. O Razer Ornata, por exemplo, custa R$ 699 em sua versão mais barata e R$ 799 na mais cara, o Chroma, que tem luz de fundo em diversas cores.
Há ainda os teclados flexíveis, que saem por aproximadamente R$ 100. Eles duram menos, mas têm a facilidade de transporte como apelo. Na mesma linha e faixa de preço estão os projetores de teclado virtual, ideais para conexão com celulares e tablets, garantindo digitação mais confortável do que os teclados nativos desses aparelhos. Naturalmente, vários fatores influenciam no preço de um teclado, como conectividade, presença de teclado numérico à parte, compatibilidade com dispositivos móveis etc.
Projetor de teclado virtual a laser para celulares e tablets
(Foto: Divulgação/IMM)
Mesmo com tantas tecnologias novas para entrada de dados – reconhecimento de voz e gestos, impressão digital – o teclado ainda é o que comanda seu PC, notebook, smartphone e tablet. E assim deve seguir por um bom tempo.
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