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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Mercado erótico se aperfeiçoa em Marketing e fatura R$ 1 bilhão


"Mudanças nas lojas, ações de relacionamento para atrair o público feminino, crescimento de marcas nacionais e redesign das embalagens garantem o crescimento."



*\\||//* Por Isa Sousa || 12/11/2012


Mercado erótico,sex shops,sensual,faturamento,crescimento,De Pernas Pro ArO mercado erótico no Brasil movimentou R$ 1 bilhão em 2011 e promete manter uma média de crescimento em 18% para 2012. O amadurecimento do setor transformou os pontos de venda, as estratégias de atendimento e ampliou o público-alvo, antes limitado pelos tabus que envolviam o setor. As marcas nacionais, até então com baixa participação, se profissionalizaram, investindo em novos produtos e em uma identidade visual focada neste novo perfil de cliente. Hoje são sete milhões de produtos vendidos por mês entre 10 mil pontos de venda, mais de 650 lojas virtuais e o formato delivery.

A venda de porta em porta também foi determinante para o crescimento do mercado sensual brasileiro. Nos últimos três anos o número de vendedoras de itens eróticos por catálogo saltou de dois mil para 85 mil. O formato também atraiu um novo perfil de consumidor: mulheres que nunca encararam uma sex shop, por vergonha ou pudor, tiveram a oportunidade de serem atendidas em casa ou em outros ambientes mais íntimos de forma exclusiva. Esta mudança é considerada pelo setor um dos divisores de água.

Mercado erótico,sex shops,sensual,faturamento,crescimento,De Pernas Pro ArDados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico (Abeme), entidade criada em 2002, mostram que as mulheres representam 68% das compras de produtos sensuais. Os homens ficam com 32% da fatia. Por esta razão, grande parte das lojas passou por mudanças. O ambiente escuro, que focava no público masculino, com atendentes homens, músicas altas e dark rooms foi substituído por claridade, vendedoras e espaços para chás de lingerie ou despedidas de solteira. Hoje, as lojas físicas representam 68% das vendas para as mulheres. O índice é mais representativo que as vendas online (55%), porém menor que do delivery (90%).

Outro fator fundamental para a ampliação do setor foi o trabalho de separação do erotismo e da pornografia. “O ano de 2003 foi determinante para que começássemos a trabalhar de forma aprofundada e promovêssemos um isolamento definitivo de que o sensual não é o mesmo que o pornográfico. Até aquele ano, víamos as próprias sex shops usando essa temática. Isso mudou e o setor investiu em novas estratégias de Marketing”, avalia Paula Aguiar, presidente da Abeme.

De Pernas Pro Ar
Apesar da evolução do mercado erótico no Brasil nos últimos dez anos, o boom se deu com o lançamento do filme “De Pernas Pro Ar”, de 2010, da Globo Filmes. A produção nacional mostrou de forma bem humorada a história da dona da sex shop Sexy Delícia, que investe na criação de um portal e no delivery para tirar a empresa da falência. O filme foi visto por mais de três milhões de pessoas.
Mercado erótico,sex shops,sensual,faturamento,crescimento,De Pernas Pro ArBaseado na história da empresária Érica Rambolde, o sucesso do longa gerou uma continuação, o “De Pernas Pro Ar 2”, que será lançado ainda este ano. “O filme foi importante não só para mim, mas para o mercado de forma geral. Ele é um marco e sem dúvida trouxe uma cara nova para esse negócio, desmistificando muita coisa e falando de forma bem humorada sobre prazer e sexo”, afirma Érica, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Com a repercussão, a Sexy Delícia investiu em Marketing. Antes apenas no formato delivery, hoje a marca possui loja física no Rio de Janeiro e também trabalha a plataforma digital. As ações de relacionamento com o cliente são outro caminho para atrair as consumidoras: são promovidos cursos com temáticas sensuais e sexuais, além de chás de lingerie. Com foco maior na classe B e C, sem descartar a A, as ações fizeram com que o negócio tivesse um crescimento de 25% até o mês de outubro, em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O próximo passo é o investimento em franquias. “Queremos expandir dentro de dois ou três anos. Tivemos propostas para abrir no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, Amazonas e até mesmo na Alemanha, berço das sex shops. A grande dificuldade, no entanto, ainda é o serviço, que é nosso carro chefe e precisamos que seja de qualidade”, afirma Denis Poggian, Gerente de Marketing da Sexy Delícia, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Destaque nacional
As marcas eróticas brasileiras respondem por 55% dos produtos vendidos atualmente no país. O índice é considerado excelente quando levado em conta o nascimento desse mercado. Em 2008, por exemplo, os itens importados correspondiam a 75% das vendas e, em 2009, chegou a 85%.

A evolução positiva, segundo a Abeme, foi praticamente forçada. “A falta de tecnologia fez com que tivéssemos que nos desdobrar para entender o que era bom e o que não era. O resultado é que hoje o Brasil é considerado o melhor país em produtos cosméticos eróticos e de lingerie”, pontua Paula Aguiar, Presidente da Associação.
Mercado erótico,sex shops,sensual,faturamento,crescimento,De Pernas Pro ArUm exemplo é que, enquanto os mercados europeu e norte-americano possuem uma média de 10 sabores de gel para sexo oral, o Brasil desenvolveu 40 opções. Outro case de sucesso é a Intt Cosméticos. Nascida em 2007 com 12 produtos, hoje são 40 itens e até dezembro serão lançados mais sete. “Por um lado desenvolvemos alguns produtos pela inovação e concorrência, mas por outro é por demanda mesmo. Hoje temos os melhores géis e os melhores lingeries do mundo. A exportação brasileira nessa área é muito forte”, informa Alessandra Seitz, Diretora da Innt Cosméticos, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Outro investimento da indústria nacional é na embalagem. “Com cinco anos, triplicamos nosso faturamento e investimos em uma identidade visual que não é apelativa. As mulheres podem comprar os produtos e não precisam escondê-los. Parece um cosmético qualquer e é assim que tem que ser visto”, completa Alessandra. 

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