Especialistas encontram novos ataques que miram usuários de MacBook.
É fundador de um site especializado na defesa contra ataques cibernéticos
Postado em 26 de julho de 2020 às 11h00m
* Post.N. -\- 3.802 *
As fabricantes de antivírus Trend Micro e Eset publicaram alertas sobre
novos códigos maliciosos que estão mirando usuários do macOS, o sistema
operacional da Apple usado
em MacBooks e iMacs. Os programas são capazes de espionar o sistema e,
em um dos casos, apresentar comportamento semelhante ao de um vírus de
resgate.
O macOS é considerado um alvo muito menos comum para pragas digitais do
que o Windows. O perfil das ameaças também é diferente: muitos dos
programas maliciosos para macOS apenas mostram publicidade.
Mas esses ataques descritos pelos especialistas, que usam os vírus
Gmera e ThiefQuest, são focados no roubo de informações. Ambos miram o
roubo de carteiras virtuais ou senhas de serviços para gestão de
criptomoedas, mas têm características diferentes.
- Criminosos tentam manipular resultados de busca para distribuir vírus de macOS, alerta empresa
- Apple alerta que cobrir webcam pode danificar a tela quando o notebook for fechado
- Gmera
O Gmera, analisado pela Eset, é um ladrão de carteiras de criptomoeda.
Ele também pode roubar cookies – que podem ser usados para fazer login
em sites como lojas e redes sociais – e realiza capturas de tela do
computador.
O ataque chamou a atenção por clonar o visual e a funcionalidade de um
software legítimo para gerenciar criptomoedas, o Kattana. Os criminosos
geraram versões falsificadas do Kattana com nomes como Cointrazer,
Cupatrade, Licatrade e Trezarus.
Segundo o especialista Marc-Etienne M.Léveillé da Eset, é possível que
as vítimas tenham sido abordadas individualmente pelos golpistas, que
ofereciam o programa adulterado.
Os programas tinham uma assinatura digital válida para facilitar o uso
dos aplicativos. No macOS, programas que não possuem uma assinatura
digital válida só podem ser executados com um método específico, o que
dificulta a disseminação da praga digital.
A primeira versão do Gmera foi descoberta em setembro de 2019 pela
Trend Micro. Na ocasião, o vírus se disfarçou de um programa para
monitorar o mercado de ações.
ThiefQuest
De acordo com a Trend Micro, o ThiefQuest é um código malicioso em
rápida evolução. Ele está sendo distribuído em versões piratas do macOS
na internet.
A Apple não vende o sistema operacional separado dos computadores.
Sendo assim, quem normalmente busca o macOS para download em fontes não
oficiais é quem está tentando instalar o macOS em computadores comuns
para criar os chamados "hackintosh". Esse tipo de configuração não é
autorizada pela Apple.
O ThiefQuest pode redirecionar sites de serviços para gerenciar
carteiras de criptomoedas, levando os usuários para páginas clonadas que
poderão roubar suas senhas.
A praga digital também é capaz de contaminar outros arquivos
executáveis como um "vírus clássico". Esse tipo de comportamento é
incomum em códigos maliciosos modernos, mas aumenta a dificuldade para
remover vírus em sistemas em que não há um antivírus instalado – como é
muitas vezes o caso do macOS.
No entanto, a Trend Micro afirmou que o código apresenta erros e há
casos em que os arquivos são alterados de forma incompleta ou
contaminados duas vezes. Programadores com experiência nesse tipo de
código não cometeriam esses erros, avaliou a empresa.
O código espião obedece a comandos de um servidor de controle e pode
enviar arquivos do computador para os hackers ou atuar como um vírus de
resgate. A Trend Micro alertou, no entanto, que a funcionalidade de
vírus de resgate pode ser apenas um meio de disfarçar o verdadeiro
propósito do vírus.
Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para g1seguranca@globomail.com
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