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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

'ChatGPT no WhatsApp' converte mensagem de áudio em texto e cria imagens; veja como usar

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Assistente LuzIA pode ser usada para pedir dicas em assuntos como culinária e filmes, além de escrever e revisar textos. Desde seu lançamento, ela foi usada em mais de 2 milhões de números de celular no Brasil.
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Por Victor Hugo Silva, g1

Postado em 31 de agosto de 2023 às 10h15m

Post. N. - 4.720

Avatar da LuzIA, assistente que funciona como ChatGPT no WhatsApp — Foto: Divulgação/LuzIA
Avatar da LuzIA, assistente que funciona como ChatGPT no WhatsApp — Foto: Divulgação/LuzIA

Mais de 2 milhões de pessoas no Brasil já acessaram uma assistente virtual criada para se tornar o primeiro destino de quem busca informações na internet. Disponível no WhatsApp e no Telegram, ela transforma áudios em texto com ajuda da inteligência artificial do ChatGPT.

Batizada de LuzIA, a ferramenta é gratuita e não exibe anúncios, mas possui limitações em alguns de seus recursos (veja mais detalhes abaixo). Para usá-la, basta enviar uma mensagem no WhatsApp ou no Telegram para (11) 97255-3036.

Na primeira interação, a robô explica que os usuários podem perguntar como preparar uma receita culinária, pedir dicas de filmes, tirar dúvidas sobre tarefas domésticas ou de trabalho, revisar e traduzir textos, entre outros.

A LuzIA usa três modelos de inteligência artificial e, a partir deles, é capaz de:

  • 💬 Interagir de forma ilimitada por meio de mensagens de texto (GPT 3.5, da OpenAI);
  • 🔊 Transformar áudios de até 10 minutos em texto (Whisper, da OpenAI);
  • 🖼️ Criar até 5 imagens por dia a partir de descrições em texto (Kandinsky).

A ferramenta está disponível em mais de 40 países e seu principal mercado é o Brasil, onde ela foi lançada em meados de julho. Agora, a empresa trabalha para lançar um aplicativo próprio da assistente e para demonstrar que ela pode ser importante no dia a dia dos usuários.

"Perguntar à LuzIA é mais rápido do que ir ao Google", defendeu o cofundador e diretor de marketing da LuzIA, Javier Andrés, em entrevista ao g1.

"E para manter os usuários, só há um caminho: ser útil para eles. Queremos educar nossos usuários a compreender onde está o potencial e como podemos ajudá-los a tornar suas vidas mais fáceis em tudo o que estão interagindo".

Assistente LuzIA está disponível para WhatsApp e Telegram — Foto: Reprodução
Assistente LuzIA está disponível para WhatsApp e Telegram — Foto: Reprodução

Como converter áudio em texto

O recurso de converter áudios em texto é um dos mais usados da LuzIA, de acordo com os criadores da assistente. No Brasil, ela transcreveu 205 mil mensagens de voz, que, somadas, representam 115 mil minutos ou 80 dias de áudios.

Para ativar a funcionalidade, basta encaminhar a gravação que você recebeu de outras pessoas, o que fará a transcrição começar automaticamente. Segundo os desenvolvedores, o conteúdo do áudio protegido pela criptografia de ponta a ponta do WhatsApp.

"Muitas pessoas ou não gostam ou não podem ouvir áudios porque estão em uma reunião ou algum lugar assim. Então, elas podem encaminhar a mensagem de áudio para a LuzIA", diz o executivo.

Outra opção disponível na assistente, o recurso de criação de imagens foi usado mais de 700 mil vezes no Brasil. Ele é baseado na inteligência artificial Kandinsky, que permite fazer desenhos novos ou criar releituras de algo que já existe.

A funcionalidade pode ser ativada ao enviar uma mensagem com a palavra "imagine" e a descrição do que deve ser desenhado.

Os desenvolvedores da LuzIA afirmam que o recurso foi atualizado e, agora, pode criar imagens com mais resolução e receber comandos de áudio.

Assistente LuzIA usa inteligência artificial para criar imagens a partir de descrições em texto — Foto: Divulgação/LuzIA
Assistente LuzIA usa inteligência artificial para criar imagens a partir de descrições em texto — Foto: Divulgação/LuzIA

Como ativar outras personalidades

Para o diretor de marketing da LuzIA, a assistente pode ser tornar muito próxima dos usuários. "Para eles, é como ter uma amiga que está sempre disponível, que sempre guardará um segredo e não irá te julgar", diz.

Essa relação pode ser construída com a ajuda das nove personalidades disponíveis na LuzIA. Além da versão padrão, é possível fazê-la escrever como se fosse uma amiga, um profissional de marketing ou personagens como Hermione, de Harry Potter, e Mestre Yoda, de Star Wars.

Para ativar outras personalidades da assistente, basta enviar uma mensagem com o comando "/amigo".

Crescimento no Brasil

Mais de 42 milhões de perguntas foram enviadas à LuzIA desde o seu lançamento no Brasil, o que não era esperado pelos criadores da plataforma.

"Sabíamos que o Brasil para nós seria algo muito grande. Mas ficamos totalmente surpresos com o quão grande está sendo. É o nosso mercado que mais cresce, muito à frente do restante", afirmou Andrés.

Para o executivo, parte desse resultado é explicada pela popularidade do aplicativo de mensagens. "O WhatsApp é realmente universal e acho que foi uma das principais razões pelas quais crescemos tão rápido. Todo mundo tem e todo mundo sabe usar o WhatsApp".

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Meta e Ministério da Justiça anunciam parceria para localizar crianças desaparecidas no Brasil

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Instagram e Facebook disponibilizaram informações sobre os desaparecidos para usuários que estão em um raio de 160 km de onde a pessoa foi vista pela última vez
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Por g1

Postado em 31 de agosto de 2023 às 09h45m

Post. N. - 4.719

Ilustração de uma publicação alertando sobre o desaparecimento de crianças no Brasil — Foto: Divulgação/Meta
Ilustração de uma publicação alertando sobre o desaparecimento de crianças no Brasil — Foto: Divulgação/Meta

A Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciaram nesta quarta-feira (30) uma parceria para localizar crianças desaparecidas no Brasil.

Chamado de "Amber Alerts", o serviço está disponível no Ceará, Minas Gerais e no Distrito Federal. Gradualmente, o projeto deve atender em todo território nacional.

Segundo a Meta, o recurso é utilizado em 30 países diferentes e funciona a partir da confirmação do desaparecimento de uma criança por autoridades.

Com base nisso, os alertas aparecem nos feeds do Facebook e do Instagram para pessoas que estão em um raio de 160 km de onde a pessoa foi vista pela última vez. Os avisos devem fornecer fotos e descrição das roupas que foram vistas pela última vez com a pessoa.

"O objetivo é propiciar que muito rapidamente, nas proximidades de onde houve o desaparecimento da criança ou adolescente, haja a circulação quase em tempo real já que as delegacias vão reportar ao Laboratório de Operações Cibernéticas que vai fazer a postagem, explicou o ministro da justiça, Flávio Dino.

Os alertas serão emitidos para os casos de desaparecimento somente para pessoas que tenham menos de 18 anos e que estejam em iminente risco, segundo a avaliação das autoridades.

Dados do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid), do Conselho Nacional do Ministério Público, mostram que um terço dos desaparecidos no país corresponde a crianças e adolescentes de até 17 anos, de um total de 93,8 mil desaparecidos.

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terça-feira, 29 de agosto de 2023

Apple deve lançar novos iPhones em 12 de setembro; veja o que esperar dos celulares

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Expectativa é de que a empresa lance quatro smartphones em transmissão direto de sua sede na Califórnia. Modelos mais caros poderão ter acabamento em titânio e processador mais potente.
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Por g1

Postado em 29 de agosto de 2023 às 18h00m

Post. N. - 4.718

iPhone 14 Pro em loja da Apple, em foto de 16 de setembro de 2022 — Foto: Reuters/Andrew Kelly
iPhone 14 Pro em loja da Apple, em foto de 16 de setembro de 2022 — Foto: Reuters/Andrew Kelly

A Apple informou nesta terça-feira (29) que fará uma transmissão de vídeo no dia 12 de setembro direto de sua sede na Califórnia, nos Estados Unidos. O evento deverá ser usado pela empresa para anunciar o iPhone 15.

A empresa deve lançar quatro celulares, segundo a Bloomberg. Os dois mais caros (e mais potentes) serão o iPhone 15 Pro e o 15 Pro Max, enquanto o iPhone 15 e iPhone 15 Plus serão os mais baratos, como já aconteceu nas gerações anteriores.

Os modelos da categoria "Pro" devem receber as maiores mudanças. Ainda segundo a Bloomberg, os smartphones terão acabamento em titânio em vez de aço inoxidável, terão bordas mais finas ao redor da tela e serão os primeiros com o novo processador A17.

A expectativa é de que o iPhone 15 Pro Max ganhe uma câmera com zoom óptico mais poderoso, o que fará o celular conseguir focar em objetos que estão mais distantes e tirar fotos melhores.

O iPhone 15 e o iPhone 15 Plus deverão receber itens que chegaram primeiro no iPhone 14 Pro, como o Dynamic Island, que faz a área da câmera frontal (também conhecida como "entalhe") interagir com o sistema.

Todos os quatro celulares passarão a adotar a entrada USB-C após determinação da União Europeia.

A empresa poderá apresentar ainda novas versões dos fones de ouvido sem fio AirPods e do relógio Apple Watch.

Apple anuncia evento para 12 de setembro, quando deverá anunciar novos iPhones — Foto: Reprodução/Apple
Apple anuncia evento para 12 de setembro, quando deverá anunciar novos iPhones — Foto: Reprodução/Apple

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Google testa marca d'água para sinalizar imagens criadas por IA

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Os geradores de imagens de IA se tornaram populares, como a famosa ferramenta Midjourney, que ostenta o número de mais de 14,5 milhões de usuários.
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TOPO
Por BBC

Postado em 29 de agosto de 2023 às 15h35m

Post. N. - 4.717

O SynthID identificará imagens geradas por máquinas — Foto: Google DeepMind via BBC
O SynthID identificará imagens geradas por máquinas — Foto: Google DeepMind via BBC

O desenvolvimento cada vez mais rápido das ferramentas de inteligência artificial (IA) tem criado um temor crescente: o aperfeiçoamento das imagens "deep fake" a um ponto em que seja quase impossível diferenciá-las de registros reais.

Para tentar combater isso, o Google está testando uma marca d’água digital para detectar e sinalizar imagens feitas por IA.

Desenvolvido pela Deepmind, o braço de IA do Google, o SynthID identificará imagens geradas por máquinas.

Ele funciona incorporando alterações em pixels individuais nas imagens, de modo que as marcas d'água sejam invisíveis ao olho humano, mas detectáveis pelos computadores.

Mas a DeepMind disse que o sistema não é "infalível contra a manipulação extrema de imagens".

À medida que a tecnologia evolui, torna-se cada vez mais complexo saber a diferença entre imagens reais e imagens geradas artificialmente, como mostra o questionário, em inglês, AI ou Real da BBC Bitesize.

Os geradores de imagens de IA se tornaram populares, como a famosa ferramenta Midjourney, que ostenta o número de mais de 14,5 milhões de usuários.

Eles permitem que as pessoas criem imagens em segundos, inserindo instruções de texto simples. Isso levanta questões sobre direitos autorais e propriedade em todo o mundo.

O Google possui seu próprio gerador de imagens chamado Imagen. O novo sistema de criação e verificação de marcas d'água só se aplica a imagens criadas com esta ferramenta.

Invisível

Marcas d'água são normalmente um logotipo ou texto adicionado a uma imagem para mostrar a propriedade, além de parcialmente dificultar a cópia e uso da imagem sem permissão.

Elas estão nas imagens usadas no site da BBC News, que geralmente incluem uma marca d'água de direitos autorais no canto inferior esquerdo.

Mas esses tipos de marcas d'água não são adequados para identificar imagens geradas por Al porque podem ser facilmente editadas ou recortadas.

As empresas de tecnologia usam uma técnica chamada hashing para criar "impressões digitais" de vídeos de abuso conhecidos, para que possam identificá-los e removê-los rapidamente, caso comecem a se espalhar online.

Mas esses também podem ser corrompidos se o vídeo for cortado ou editado.

O sistema do Google cria uma marca d'água efetivamente invisível, que permitirá que as pessoas usem seu software para descobrir instantaneamente se a imagem é real ou feita por uma máquina.

Imperceptível: a imagem da esquerda tem marca d’água, a da direita não tem marca d’água — Foto: Google DeepMind via BBC
Imperceptível: a imagem da esquerda tem marca d’água, a da direita não tem marca d’água — Foto: Google DeepMind via BBC

Pushmeet Kohli, chefe de pesquisa da DeepMind, disse à BBC que seu sistema modifica imagens de maneira tão sutil "que para você e para mim, para um ser humano, não muda nada".

Ao contrário do hashing, disse ele, mesmo depois que a imagem é posteriormente cortada ou editada, o software da empresa ainda pode identificar a presença da marca d'água.

"Você pode mudar a cor, pode mudar o contraste, pode até redimensioná-lo... [e o DeepMind] ainda será capaz de identificar que é gerado por IA", disse ele.

Mas ele alertou que este é um "lançamento experimental" do sistema e que a empresa precisa que pessoas o utilizem para entender o quão robusto ele é.

Padronização

Em Julho, o Google foi uma das sete empresas líderes em inteligência artificial a assinar um acordo voluntário nos Estados Unidos para garantir o desenvolvimento e utilização seguros da IA, que incluía garantir que as pessoas fossem capazes de detectar imagens feitas por computador por meio da implementação de marcas de água.

Kohli disse que essa foi uma medida que reflete esses compromissos, mas Claire Leibowicz, do grupo Partnership on AI, disse que é preciso haver mais coordenação entre as empresas.

"Acho que a padronização seria útil para a área", disse ela.

"Existem diferentes métodos que estão sendo testados, precisamos monitorar o seu impacto – como podemos obter melhores relatórios sobre quais estão funcionando e para que fim?"

"Muitas instituições estão explorando métodos diferentes, o que acrescenta dois graus de complexidade, já que nosso ecossistema de informação depende de métodos diferentes para interpretar e definir se o conteúdo é gerado por IA", disse ela.

A Microsoft e a Amazon estão entre as grandes empresas de tecnologia que, assim como o Google, se comprometeram a colocar marcas d’água em alguns conteúdos gerados por IA.

Além das imagens, a Meta publicou um artigo de pesquisa para seu gerador de vídeo inédito Make-A-Video, que afirma que marcas d'água serão adicionadas aos vídeos gerados para atender a demandas semelhantes de transparência em trabalhos gerados por IA.

A China proibiu completamente as imagens geradas por IA sem marcas d'água no início deste ano, com empresas como a Alibaba aplicando-as a criações feitas com a ferramenta de conversão de texto em imagem de sua divisão de nuvem, a Tongyi Wanxiang.

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segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Por que táxis sem motoristas estão dividindo moradores de São Francisco

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Cidade americana testa táxis autônomos, mas residentes temem pela perda de postos de trabalho e falta de segurança nas ruas, após acidentes.
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TOPO
Por James Clayton, BBC

Postado em 28 de agosto de 2023 às 16h40m

Post. N. - 4.716

Ativistas protestam contra os táxis autônomos colocando cones de trânsito em seus capôs, o que paralisa os veículos até que objeto seja retirado — Foto: BBC
Ativistas protestam contra os táxis autônomos colocando cones de trânsito em seus capôs, o que paralisa os veículos até que objeto seja retirado — Foto: BBC

Meu batimento cardíaco acelera um pouco conforme o táxi se aproxima. É uma visão bizarra que nunca imaginei ter na vida.

O táxi não tem motorista. Ele para na minha frente e me orienta a destrancar a porta com meu telefone – antes de me levar noite adentro.

Mas quando estou prestes a entrar, um transeunte se aproxima.

"Eles não são seguros", ele me diz. Ele afirma que viu alguém quase ser atropelado por um táxi autônomo, e me avisa para ter cuidado.

O transeunte representa uma parcela da população de São Francisco que não gosta dos táxis "robôs". E acredita que a cidade permitiu um experimento perigoso, que está colocando vidas em risco.

Alguns dos descontentes vão além.

Durante o verão, um grupo de ativistas começou a sabotar os carros, colocando cones de trânsito em seus capôs – a prática paralisa os veículos, deixando-os fora de atividade até que o objeto seja removido.

O grupo Safe Street Rebel (Rebeldes por Ruas Seguras, em tradução livre) descreve o que faz como "coning" (algo como "coneamento") e alguns de seus vídeos se tornaram virais.

Mas as autoridades municipais estão empenhadas em permitir que os táxis robôs operem nas ruas – por enquanto.

Vista do banco do passageiro de um táxi autônomo Cruise — Foto: BBC
Vista do banco do passageiro de um táxi autônomo Cruise — Foto: BBC

Em 10 de agosto de 2023, a Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC, na sigla em inglês) votou para permitir que duas empresas de táxi – Waymo e Cruise – operassem um serviço 24 horas. Anteriormente, eles só tinham permissão para operar viagens à noite.

Antes dessa votação, as autoridades passaram seis horas em uma audiência pública na qual cidadãos expressaram suas expectativas e preocupações.

Havia motoristas das plataformas Uber e Lyft preocupados com a possiblidade de que os táxis automatizados tirem seus meios de subsistência.

"Se você permitir a expansão dos táxis autônomos, isso vai tirar empregos das famílias. Sou mãe solteira", disse Rosine, motorista de Uber na cidade.

Representantes dos caminhoneiros de coleta de lixo disseram que os carros frequentemente quebravam e bloqueavam seu caminho.

O serviço de bombeiros de São Francisco criticou os carros pelo mesmo motivo – alegando que seus trajetos foram obstruídos 55 vezes este ano.

Outros acreditam que a tecnologia simplesmente ainda não provou ser segura.

"Eu adoro tecnologia, mas ainda não está pronto. Isso é um perigo para os cidadãos de São Francisco", disse Matthew Sutter, um motorista de táxi da cidade.

Na audiência pública, havia representantes de pessoas com deficiência física que se perguntavam como conseguiriam entrar em táxis sem a ajuda de um motorista.

Mara Math, membro do Conselho de Coordenação de Paratrânsito, disse que a adoção dos táxis autônomos "deixaria os deficientes de São Francisco desamparados".

Mas havia também no encontro apoiadores dos veículos sem motoristas.

"Vejo como esses carros se comportam e confio muito mais neles do que em motoristas irritados ou distraídos", disse George Janku, cirurgião ortopédico de São Francisco e ciclista.

Ele acrescentou que trabalhou em muitos ferimentos graves envolvendo motoristas e que os táxis autônomos parecem ser mais seguros.

Jessie Wolinsky, que tem deficiência visual, disse que foi assediada por motoristas de Uber e Lyft. Os carros da Waymo "me proporcionaram um nível de segurança que nunca experimentei antes".

Houve também uma mãe que disse que os taxistas a rejeitaram quando viram as cadeirinhas dos seus filhos – algo que um carro sem condutor nunca faria.

Ouvi os dois lados da discussão.

Usei os táxis autônomos da Cruise várias vezes nos últimos meses, sem nenhum acidente. Ao mesmo tempo, também estive num táxi robô que quebrou no meio da rua.

Sem saber como lidar com uma curva fechada para a direita, ele simplesmente parou. Os carros atrás de mim buzinaram e finalmente subiram no meio-fio para nos contornar. Eu pude entender a frustração deles.

Apenas oito dias após a votação para permitir que as empresas expandissem o uso de táxis robôs, um táxi Cruise se envolveu em um acidente com um carro de bombeiros.

Postagem da Cruise sobre acidente envolvendo um dos veículos autônomos operados pela empresa — Foto: Reprodução/Twitter
Postagem da Cruise sobre acidente envolvendo um dos veículos autônomos operados pela empresa — Foto: Reprodução/Twitter

A Secretaria Estadual de Veículos Automotores da Califórnia solicitou que a Cruise reduzisse pela metade o número de veículos nas ruas – o que a empresa concordou em fazer.

O procurador da cidade, David Chiu, pediu à CPUC que suspendesse a decisão de expandir a oferta de táxis autônomos. "São Francisco sofrerá sérios danos com esta expansão desenfreada", argumentou.

A Cruise e a Waymo insistem que seus táxis autônomos são seguros.

A Waymo disse à BBC que a empresa completou mais de 3 milhões de milhas (cerca de 4,8 milhões de quilômetros) de condução totalmente autônoma. E afirma não ter sofrido nenhum acidente com pedestre ou ciclista.

A empresa também diz que as colisões entre veículos em que se envolveu ocorreram quando outros motoristas infringiram as regras ou dirigiram perigosamente.

A Cruise, por sua vez, disse que completou três milhões de milhas sem motorista e que tem um sólido histórico de segurança.

'Ludismo' do século 21?

Muitos moradores de São Francisco ainda não estão convencidos. Num parque tranquilo da cidade, conheci uma pessoa que faz parte da liderança grupo Safe Street Rebel – que deseja manter o anonimato.

Essa pessoa me diz que o "coning" pode ser apenas o começo dos protestos físicos contra a inteligência artificial. E que este tipo de ações humanas se tornarão cada vez mais comuns.

A pessoa representante do grupo relata frustração porque as preocupações das pessoas com relação aos táxis autônomos em São Francisco não estariam sendo ouvidas.

"Definitivamente não somos vigilantes. Somos apenas a comunidade que se auto-organiza para nos fazermos ouvir."

Perguntei se os ativistas contrários aos veículos autônomos seriam o equivalente do século 21 aos ludistas – grupo que se opunha veementemente à industrialização no início do século 19, destruindo máquinas como forma de protesto.

"Sim, acho que há paralelos aqui. E acho que os ludistas foram tratados injustamente ao longo da história."

Encruzilhada

São Francisco está em uma situação estranha.

A cidade quer estar na vanguarda da inovação, mas as autoridades municipais não conseguiram levar muitos residentes a aderir.

Agora, parece que o município chegou a uma encruzilhada. As empresas insistem que os veículos são seguros. Mas se não conseguirem convencer a população disso, terão de lutar para permanecer nas ruas.

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