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quinta-feira, 30 de maio de 2024

TikTok prepara 'clone' americano para escapar de banimento nos EUA, diz agência

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Segundo a Reuters, rede social trabalha em uma versão de seu algoritmo de recomendação de vídeos que seria exclusiva para os EUA. Em abril, o presidente Joe Biden sancionou a lei que força venda da operação americana da empresa até janeiro de 2025.
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Por g1

Postado em 30 de maio de 2024 às 18h05m

Post. N. - 4.891

Prédio do TikTok na Califórnia, em foto de abril de 2023 — Foto: Mike Blake/Reuters
Prédio do TikTok na Califórnia, em foto de abril de 2023 — Foto: Mike Blake/Reuters

O TikTok está desenvolvendo um clone de seu algoritmo de recomendações de vídeos, o que pode ajudar a plataforma a contornar o possível banimento nos Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (30) a Reuters.

A ideia da ByteDance, dona do TikTok, é lançar uma versão independente da usada em boa parte do mundo para atender aos 170 milhões de usuários da rede social nos EUA, segundo fontes que falaram à agência sob a condição de anonimato.

O trabalho para dividir o código-fonte do aplicativo começou no ano passado, antes do presidente dos EUA, Joe Biden, sancionar a lei que força a venda da operação americana da plataforma até janeiro de 2025.

Centenas de programadores têm trabalhado para separar milhões de linhas de código para eliminar ligações com a versão do TikTok para a China, conhecida como Douyin, e informações vinculadas a usuários chineses.

O algoritmo do TikTok é apontado pela ByteDance como o fator que contribuiu para a popularidade da rede social. Como acontece em outras redes sociais, esse código é usado para fazer recomendações personalizadas de vídeos com base nas preferências de cada usuário.

As fontes ouvidas pela Reuters afirmaram que a criação de uma versão exclusiva para os EUA poderia facilitar a venda da operação do TikTok no país, embora a empresa não tenha planos de fazer isso neste momento.

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quarta-feira, 29 de maio de 2024

Submarino Triton: conheça o modelo com casco de acrílico e joystick que deve ser usado para viagem até o Titanic

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Submarino vai ser projetado por empresa especialista em embarcações usadas em mergulho profundo. Eles já têm um submarino licenciado que pode navegar até 4 mil metros de profundidade, distância do Titanic.
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Por Poliana Casemiro, g1

Postado em 29 de maio de 2024 às 11h50m

Post. N. - 4.890


Empresários anunciam viagem até o Titanic com um novo modelo de submarino

Com casco de acrílico e conduzido por um joystick, um novo submarino, anunciado por um empresário norte-americano e um canadense, promete levar pessoas, com segurança, em expedição até o navio Titanic, nas profundezas do Oceano Atlântico.

O projeto bilionário, mas que não teve o custo divulgado, inclui, segundo os criadores, tecnologia e engenharia naval de ponta que prometem uma expedição com final diferente do ocorrido no ano passado.

➡️ Há cerca de um ano, cinco pessoas morreram durante a viagem com o submersível Titan, que tentava chegar ao Titanic. A embarcação implodiu, matando os passageiros. A expedição gerou uma comoção mundial ao longo de dias, enquanto tentavam o resgate das vítimas.

Joystick, 10 toneladas e fibra de carbono e titânio: como é o submarino que sumiu em passeio para ver destroços do Titanic

Joystick, 10 toneladas e fibra de carbono e titânio: como é o submarino que sumiu em passeio para ver destroços do Titanic

Ele vai ser produzido pela Triton Submarine, que está há décadas no mercado. A empresa se apresenta como uma "produtora de submersíveis personalizados a expedições de pesquisa e observação" e se posiciona como detentora de recordes:

  • ➡️ Em 2019, um submarino da empresa foi usado no mergulho mais profundo da história, chegando a 10,9 mil metros;
  • ➡️ Em 2018, outro submarino foi usado no mergulho mais profundo do oceano Atlântico com 8,3 mil metros.
  • ➡️ Eles que projetaram, por exemplo, o submersível que Kathryn Sullivan usou para se tornar a primeira americana a mergulhar a 11 mil metros de profundidade na Depressão Challenger, o ponto mais fundo dos mares;
  • ➡️ E, em 2019, foram os primeiros a conseguirem gravar imagens em alta resolução do Titanic.

A proposta deles é criar uma nova versão que vai se chamar The Explorer – Return to the Titanic, mas baseada em um modelo já produzido pela empresa: o Triton 4000/2 Abyssal Explorer.

Submarino vai inspirar modelo anunciado para nova expedição ao Titanic — Foto: Divulgação/Triton
Submarino vai inspirar modelo anunciado para nova expedição ao Titanic — Foto: Divulgação/Triton

Como vai ser o submarino?

Segundo a empresa, o submarino tem 4,45 metros de cumprimento e 2,75 de largura e conta com complexa engenharia naval e tecnologia, pesando 12 toneladas.

  • O submarino tem o que a empresa chama de "asas". Elas permitem que ele seja conduzido ao longo do mergulho, podendo ser dirigido até mesmo em espaços pequenos.
  • Ele vai ter um casco amplo de acrílico. A ideia é que o casco, somado às câmeras acopladas de alta resolução ele tenha uma visão 320° do fundo do oceano.
  • Diferentemente do Titan, que implodiu, e que só poderia descer a 1,3 mil metros, ele pode descer a 4 mil metros de forma segura, segundo a produtora.
  • A tecnologia naval do submarino permite que ele desça e suba das profundezas em uma viagem de menos de duas horas -- menos do que se propunha o Titam.
  • Tem capacidade para apenas duas pessoas por viagem.
  • O submarino tem uma resistência em viagem de 12 horas.
  • O controle vai ser feito por um joystick, mas há também um controle de tela sensível ao toque e substituição manual.
Imagem do controle de direção do submarino — Foto: Divulgação/Triton
Imagem do controle de direção do submarino — Foto: Divulgação/Triton

O Triton 4000 -- que traz o número no nome, justamente, em referência à profundidade que pode atingir -- já é licenciado para uso comercial.

Com a capacidade, a ideia dos empresários é criar um modelo personalizado para a expedição. O modelo deve custar milhões de dólares e a previsão é que fique pronto em 2026.

Dono de empresas de submarino e empresário anunciam expedição ao Titanic — Foto: Arte/g1
Dono de empresas de submarino e empresário anunciam expedição ao Titanic — Foto: Arte/g1

Quem são os empresários?

Patrick Lahey é cofundador e presidente da Triton Submarines. Ele é quem vai ficar responsável pelo projeto do submarino.

Além de empresário, ele é um entusiasta do mergulho. Lahey se tornou o segundo canadense a chegar ao fundo da Fossa das Marianas, ponto mais profundo dos oceanos que fica no Pacífico. E também foi a primeira pessoa a mergulhar duas vezes no Challenger Deep acompanhado por outro explorador.

O cofundador da Triton vai fazer o submarino a pedido do magnata Larry Connor, de Ohio. O empresário de 74 anos é fundador do Connor Group, uma empresa do ramo financeiro. Atualmente, segundo a Forbes, a empresa opera uma carteira de R$ 26 bilhões.

Empresários anunciam submarino para ir ao Titanic — Foto: Divulgação/Triton
Empresários anunciam submarino para ir ao Titanic — Foto: Divulgação/Triton

Veja como funciona o submarino que levava turistas para ver destroços do Titanic

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segunda-feira, 27 de maio de 2024

Como descobrir o que o Google sabe sobre você

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Site permite revisar informações armazenadas por serviços como Gmail, YouTube e Maps. Entre outros itens, aplicativos da empresa mantêm alguns dados pessoais e registros sobre sua navegação na internet.
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Por g1

Postado em 27 de maio de 2024 às 06h30m

Post. N. - 4.889

Fachada do Google em Irvine, Califórnia — Foto: Reuters/Mike Blake
Fachada do Google em Irvine, Califórnia — Foto: Reuters/Mike Blake

Os serviços do Google, como Gmail, YouTube e Maps, coletam uma série de dados dos usuários para funcionarem. Entre eles, por exemplo:

  • Informações pessoais (nome, data de nascimento, gênero e telefone, além do e-mail);
  • Histórico de navegação e vídeos assistidos;
  • Registro de cartões, caso o usuário tenha efetuado algum pagamento dentro das plataformas;
  • Aplicativos baixados.

Os detalhes sobre o que cada plataforma tem acesso estão disponíveis em um painel da empresa, disponível neste link.

A ferramenta permite apagar alguns dados da conta e mudar as preferências sobre por quanto tempo elas ficam armazenadas. Veja abaixo como revisar o que está salvo na sua conta do Google.

Dados pessoais

Ao clicar em "Informações pessoais" no painel do Google (ou neste link), é possível revisar foto de perfil, nome, data de nascimento e gênero salvos na sua conta, além de e-mail e telefone.

Na página, há a seção "Escolha o que as outras pessoas podem ver", que reúne o que fica público no seu perfil. Além dos dados acima, a página pode reunir sua formação escolar e sua experiência profissional, caso você tenha informado isso ao Google em algum momento.

O painel também tem a página "Pagamentos e assinaturas", que reúne dados usadas em transações. Nesta área, a seção sobre formas de pagamento (também disponível neste link) mostra cartões de crédito salvos na conta.

Histórico de navegação

Os serviços do Google fazem registros de sua atividade na internet enquanto sua conta está logada. Essas informações podem ser encontradas ao abrir a página "Dados e privacidade" e buscar a seção "Suas atividades e os lugares em que esteve" (link).

A ferramenta reúne registros para os seguintes casos:

  • Atividade na Web e de apps: registros sobre uso de sites e apps do Google, como busca, Chrome, Maps, Play Store, Tradutor, entre outros;
  • Histórico de localização: locais que você visitou com seus dispositivos, mesmo quando não estava usando um serviço do Google – a lista de aparelhos vinculados na conta pode ser acessada neste link;
  • Histórico do YouTube: vídeos assistidos e pesquisas feitas com a sua conta no serviço.

Para os três casos, há como definir em quanto tempo os dados serão excluídos automaticamente. O Google também permite desativar o armazenamento dos dados e excluir registros salvos até então.

Google permite revisar registros que são feitos durante navegação em seus aplicativos — Foto: Reprodução/Google
Google permite revisar registros que são feitos durante navegação em seus aplicativos — Foto: Reprodução/Google

Conteúdo de aplicativos

A ferramenta também permite encontrar em um só local conteúdos que você salvou nos serviços da empresa, incluindo comentários no YouTube, endereços no Maps, arquivos no Google Drive e contatos. Para acessar as informações, siga estes passos:

  1. Na página inicial do painel, clique em "Dados e privacidade";
  2. Busque pela seção "Dados de apps e serviços que você usa";
  3. Em "Apps e serviços", clique no ícone de seta para direita próximo a "Conteúdo salvo dos Serviços do Google".

Também em "Dados de apps e serviços que você usa", há o trecho "Apps de terceiros com acesso à conta". Ele permite revisar quais informações da sua conta são compartilhadas com outros serviços. Ao selecionar este item, é possível acessar retirar o acesso para os que você não usa mais.

Ferramenta do Google reúne conteúdos que usuário salvou nos serviços da empresa — Foto: Reprodução/Google
Ferramenta do Google reúne conteúdos que usuário salvou nos serviços da empresa — Foto: Reprodução/Google

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domingo, 26 de maio de 2024

ICQ vai sair do ar após 28 anos

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Serviço de mensagens deixa de funcionar no dia 26 de junho. Programa foi bastante popular nos anos 2000 e chegou a ter mais de 100 milhões de usuários no mundo.
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Por g1

Postado em 26 de maio de 2024 às 07h30m

Post. N. - 4.888

Mensagem em inglês no site do ICQ anuncia o fim do serviço — Foto: Reprodução
Mensagem em inglês no site do ICQ anuncia o fim do serviço — Foto: Reprodução

"Uh-oh". O som do ICQ, popular nos computadores dos brasileiros no final dos anos 1990 e início dos anos 2000, vai soar pela última vez em 26 de junho, informou a VK, dona do serviço de mensagens instantâneas.

A VK, da Rússia, disse no site do mensageiro que "o ICQ vai parar de funcionar em 26 de junho. Você pode usar o VK Messenger para falar com seus amigos e o VK WorkSpace com seus colegas de trabalho".

O ICQ foi um dos primeiros serviços de mensagens instantâneas para o computador, junto com o Microsoft MSN Messenger e o AOL Instant Messenger.

O programa foi criado em 1996 pela companhia israelense Mirabilis e vendido para a AOL em 1998.

O chat chegou a registrar 100 milhões de usuários em todo o mundo em 2001. Ao longo do tempo, o serviço perdeu relevância e foi substituído por mensageiros mais modernos, como o WhatsApp.

Em 2010, o programa foi vendido para a Digital Sky Technologies, dona do serviço VK, um clone russo do Facebook. Atualmente, o ICQ tinha versões para a web, computadores e celulares Android e iOS.

Tela do ICQ mais recente em um celular — Foto: Reprodução
Tela do ICQ mais recente em um celular — Foto: Reprodução











Apple Vision Pro: veja primeiras impressões sobre óculos de realidade virtual

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sábado, 25 de maio de 2024

As pessoas que querem ter celulares menos inteligentes - e por que empresas não querem mais fabricá-los

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Autoproclamados neo-luditas (pessoas que rejeitam tecnologias), algumas pessoas estão buscando celulares com menos recursos. Especialistas da indústria apontam margens de lucro precárias e um mercado instável em torno dessa necessidade específica.
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TOPO
Por Brennan Doherty

Postado em 25 de maio de 2024 às 11h30m

Post. N. - 4.887

Alguns consumidores estão voltando a usar dispositivos mais antigos e simples — Foto: Getty Images/Via BBC
Alguns consumidores estão voltando a usar dispositivos mais antigos e simples — Foto: Getty Images/Via BBC

O iPhone completa 17 anos este ano. O lançamento do dispositivo com controle por tela sensível ao toque (touchscreen) marcou um momento que definiu nossas expectativas em relação aos smartphones desde então.

Quase uma geração inteira cresceu sem conhecer a vida sem um smartphone.

Tempo suficiente se passou para que as pessoas aprendessem sobre os benefícios e malefícios desses dispositivos em suas vidas, seja por inúmeros estudos científicos, seja por suas próprias experiências.

📱Muitas pessoas estão agora cientes dos custos de ter o mundo ao alcance dos dedos. E estão rejeitando as maneiras como esses telefones podem prejudicar a concentração, afetar o sono e agravar problemas de saúde mental.

Existem várias maneiras relativamente simples de lidar com essas questões, como instalar aplicativos que limitam o tempo de tela.

No entanto, algumas pessoas estão decidindo ir mais longe, voltando a um tempo antes da conexão constante.

➡️Elas estão migrando para dumbphones (em oposição ao smartphone), um termo abrangente para celulares com funções básicas, como chamadas, mensagens de texto e alarmes.

Alguns dumbphones lembram os celulares flip dos anos 90. Outros são produtos de nicho, de alto padrão, que proporcionam uma experiência de smartphone simplificada a um custo surpreendentemente alto.

Em alguns casos, pais preocupados estão optando por esses dispositivos como uma forma de manter seus filhos longe das distrações de um smartphone.

Mas o mercado também inclui:

  • idosos que desejam algo simples;
  • trabalhadores em indústrias pesadas, como construção civil ou agricultura, que precisam de aparelhos resistentes;
  • e usuários comuns que não podem pagar o preço médio de um smartphone, muitas vezes acima de US$ 500 (R$ 2.040), sendo que os smartphones topo de linha podem custar até US$1.600 (R$ 6.630). No Brasil, o valor de um iPhone pode chegar a cerca de R$ 14 mil.

Abandonar esses dispositivos também se tornou uma tendência: adolescentes desesperados para escapar das redes sociais estão se autoproclamando neo-luditas.

Eu sabia que precisava tentar também. Crescendo em uma casa sem consoles de videogame no início dos anos 2000, jogava Halo e Borderlands na casa de amigos até ficar tonto e desorientado.

Mais tarde, como repórter de jornal, absorvia a enxurrada de informações do Twitter entre os prazos de entrega e depois passava horas rolando notícias quando chegava em casa.

Durante a pandemia, abandonei o Twitter, mas sucumbi ao Instagram Reels. A sensação de estar sempre conectado corroía meu bem-estar. Sair do universo dos smartphones parecia perfeito para mim.

No entanto, fazer isso, na prática, foi um pouco mais difícil do que eu esperava.

Primeiro, tive dificuldade para conseguir um dumbphone.

Havia poucas opções e menos recomendações ainda, um contraste gritante com os milhões de análises de smartphones na internet.

Finalmente encontrei um site do escritor e defensor dos dumbphones Jose Briones, que oferece um "localizador de dumbphones".

Acabei escolhendo um CAT-S22, um celular flip semi-inteligente, que tem acesso a aplicativos como Google Maps. Custou US$ 69 (R$ 352) e termina qualquer chamada com um estalido satisfatório.

Quanto mais aprendia sobre dumbphones, mais percebia que a falta de análises não era necessariamente o motivo pelo qual eu estava tendo dificuldade em encontrar um aparelho.

Apesar da demanda crescente, entendi que os fabricantes de celulares têm pouco ou nenhum interesse em oferecer esses dispositivos.

Com os smartphones representando a grande maioria de todas as novas vendas de celulares, os gigantes da tecnologia têm pouco incentivo econômico para continuar produzindo novos dumbphones ou atualizando suas linhas existentes.

Economia precária

Embora pequeno, existe um mercado para os dumbphones.

➡️Nos EUA, dados de agosto de 2023 da Counterpoint Research mostram que os feature phones (ou telefone básico inteligente) – um tipo de dumbphone básico com capacidades reduzidas – compõem apenas 2% do mercado de celulares. Isso representa apenas uma pequena fração, mas ainda são muitos dispositivos.

➡️A Counterpoint estimou que as vendas de feature phones nos EUA chegariam a 2,8 milhões até o final do ano.

"Os feature phones permanecem consistentes nos EUA, pois seu design simples, acessibilidade e resistência ainda atendem a públicos específicos", segundo a empresa.

"Embora não haja um aumento significativo no mercado de feature phones, existem necessidades constantes que criam uma demanda estável para esses aparelhos em um mercado dominado pelos smartphones."

Jim Roberts, professor de Marketing na Hankamer School of Business da Universidade Baylor, no Texas (EUA), afirma que uma proporção surpreendente dos dumbphones do mundo é vendida nos EUA – ele estima cerca de 20%, embora os dados de mercado variem consideravelmente.

"[Os consumidores] estão percebendo que não estão mais felizes, ou estão menos felizes, do que gostariam de estar", diz Roberts. "E eles passam tanto tempo em seus smartphones que estão vendo o celular como o culpado."

De acordo com o Statista Market Insights, o mercado global total de feature phones deve gerar uma receita de US$ 10,6 bilhões (R$ 54 bilhões) este ano.

No entanto, embora os fabricantes de telefones obtenham somas notáveis com as vendas de feature phones, eles têm dificuldade em lucrar com o hardware simplificado.

E geralmente não vale a pena, economicamente, tentar melhorar esse negócio, especialmente porque os telefones costumam ser apenas uma pequena divisão de suas empresas como um todo.

Muitas dessas gigantes da tecnologia geralmente geram receita com software ou hardware altamente especializado, pelo qual os consumidores estão dispostos a pagar preços elevados. Elas também têm fontes de receita muito diversificadas.

A Samsung, por exemplo, ganha bilhões todos os anos com sua divisão de semicondutores.

➡️Simplesmente, essas empresas têm pouco incentivo para atender aos usuários de dumbphones, cujo potencial de receita é relativamente pequeno – isso se conseguirem sequer tornar a fabricação desses dispositivos economicamente viável.

Além disso, especialistas dizem que a enorme quantia que as gigantes da tecnologia podem cobrar pelos smartphones sugere que elas não darão prioridade aos usuários de feature phones tão cedo.

Briones, que deixou de usar smartphones em 2019, explica que as grandes empresas de tecnologia não querem que os dumbphones superem seus modelos mais chamativos e caros.

"As grandes empresas de tecnologia não querem nada que reduza o uso de smartphones, pois não ganham dinheiro com o hardware do dispositivo", diz ele.

 Uma alternativa viável?

Para as empresas que ainda oferecem dumbphones, Thomas Husson, vice-presidente e principal analista da Forrester Research, não espera que muitas delas consigam sobreviver – ou pelo menos continuar fabricando esses dispositivos a longo prazo.

Além das margens de lucro precárias, há também o problema de que a tecnologia que sustenta esses dispositivos se tornará tão obsoleta que eles não poderão mais funcionar.

Por exemplo, os usuários de dumbphones em todo o mundo ficarão sem sorte se as redes 2G e 3G que garantem sua funcionalidade desaparecerem completamente. Além disso, muitos empregos – mesmo em posições de baixa remuneração – exigem que os funcionários possuam celulares com capacidades de aplicativos.

No fim das contas, pode não haver clientes suficientes para sustentar mesmo o modelo de negócios mais inteligente.

No entanto, pode haver uma maneira para as empresas de dumbphones sobreviverem.

Para serem economicamente viáveis, argumenta Husson, as empresas poderiam "desenvolver uma marca premium de nicho para alcançar esses segmentos".

De fato, algumas startups estão tentando capturar esse mercado especializado e encontrar sucesso econômico – oferecendo uma espécie de releitura moderna do feature phone.

A Light, sediada em Nova York, cria "Light Phones" customizáveis que minimizam a exposição à internet, redes sociais e outras distrações.

"O que estamos tentando fazer com o Light Phone não é criar um dumbphone, mas sim um telefone mais intencional – um telefone premium e minimalista – que não é inerentemente anti-tecnologia", disse Joe Hollier, cofundador da Light, à CNBC em 2023.

O dispositivo atualmente custa US$ 299 (R$ 1.525) – comparável a modelos de smartphones de baixo ou médio custo. É um preço alto para um telefone simplificado, mas a única maneira para a empresa tornar um produto de nicho economicamente viável.

Ao contrário dos feature phones, que geralmente são vendidos por seu baixo custo ou robustez, os telefones da Light são destinados a usuários conscientes que buscam um detox digital e desejam alguma conectividade sem sacrificar estilo ou funcionalidade.

O Light Phone de Briones faz chamadas, envia mensagens de texto e tem funções básicas de aplicativos, tudo visualizado através de uma tela de tinta eletrônica (e-ink) semelhante a um e-reader. Ele também pode ter um calendário, obter direções, transmitir podcasts e música e fazer anotações.

"É um bom conjunto de funcionalidades com o qual aprendi a viver", diz ele.

No início deste ano, a marca suíça Punkt também lançou um smartphone simplificado por US$ 750 (cerca de R$ 3.825).

Eles apostam que consumidores de alto padrão se interessarão por um hardware que se assemelha aos smartphones a que estão acostumados.

A Punkt se voltou para a abordagem de dumbphone de luxo; em 2015, a empresa ofereceu um feature phone que se parecia com um iPhone, mas que só fazia chamadas, enviava mensagens de texto e tinha um calendário e um relógio. Não deu certo.

Esses novos dispositivos também terão que competir com outros modelos de negócios destinados a atrair usuários que desejam reduzir sua dependência digital, mas que podem querer fazer isso de uma maneira mais suave do que uma transição completa de hardware.

Essa é a estratégia da Ghost Mode, uma empresa sediada nos EUA. Em vez de vender seu próprio telefone, a empresa reprograma essencialmente um smartphone Google Pixel 6a de acordo com as especificações do cliente, com todos os aplicativos necessários.

Depois disso, a Ghost Mode bloqueia o telefone nessas configurações. Como a maioria desses produtos de nicho, esse serviço não é barato, custando US$ 600 (cerca de R$ 3 mil), mas pode atrair consumidores de alto padrão mais do que a opção de abandonar seus smartphones completamente.

Apesar desses novos participantes e do interesse crescente por telefones mais simples, o sucesso ainda é incerto.

A Bullitt, fabricante licenciada do CAT S-22 que comprei, fechou as portas um dia antes de meu telefone chegar. Apesar das notícias, experimentei o hardware por cerca de uma semana.

Ele me permitia fazer chamadas, enviar mensagens de texto e usar alguns aplicativos que eu usava para manter contato com amigos e familiares. Meu uso total da internet caiu para apenas uma hora por dia.

Eu conseguia me concentrar melhor no meu entorno, em livros e em música. Mas senti falta do meu aplicativo de biblioteca.

Então, voltei para o meu Samsung Galaxy A32 bastante desgastado – com uma ressalva. Instalei o Minimalist Phone, um aplicativo que elimina os ícones chamativos de aplicativos e fundos em favor de uma interface em preto e branco.

Mantive o Messenger, WhatsApp e Discord para manter contato, mas quase todos os outros aplicativos não essenciais foram descartados. Não sinto falta deles.

Vídeos

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