O mobile banking cresceu 71,4% no país em um ano, porém bancos e operadores têm um longo caminho à frente para consolidar o serviço.
Mobile Money
O número de 6,9% de usuários brasileiros do serviço, entretanto, é baixo. Além disso, deste total, a maior parte das pessoas acessa para ações simplificadas, como consultar o saldo e fazer transferências. Há opções mais complexas agrupadas no chamado “Mobile Money”, que envolve as quatro formas principais do uso.
As mais comuns hoje em dia são o “Mobile Money Transfer”, que é a transferência de valores entre celulares, e o “Mobile Banking”, que é o acesso a contas bancárias. Os “Mobile Payments” são os pagamentos de compras pelo celular, realmente substituindo dinheiro ou cartão de crédito. Também existe o pagamento por meio de crédito armazenado no celular, o “Mobile Ticketing”.
Já foram lançados serviços de “Mobile Money” no Brasil, porém, a popularização não chegou. Um exemplo é o Visa PayWave, que chegou ao país em 2008 e permite pagamento de produtos com o celular em estabelecimentos credenciados. Outro serviço, lançado pela Oi, é o Oi Paggo. Na hora de pagar, o cliente deve informar o seu número do telefone e a transação é feita por meio de mensagens de texto.
O consumidor desconfia
Um dos motivos da dificuldade de popularizar a forma de pagamento móvel no país é a desconfiança dos clientes. A maior restrição para o consumidor brasileiro, segundo o estudo da MAVAM, é o medo em relação à segurança.
“O problema da falta de segurança é, na verdade, falta de conhecimento geral. Os mecanismos de proteção ao usuário são estabelecidos”, diz Jorge Leonel (foto), Vice-Presidente da Acision.
O protocolo de segurança internacional funciona com três processos: a autenticação, o controle de acesso e a criptografia, que garantem que o usuário é ele mesmo e embaralham informações para que não sejam capturadas. “A questão é ensinar, mostrar como funciona e realmente divulgar o serviço para que as pessoas percam esse receio”, afirma Leonel.
Dificuldades
Atualmente, bancos como Itaú, Bradesco e Santander disponibilizam aplicativos para os clientes acessarem seus serviços via iPhone e Android. Recentemente, o Banco do Brasil lançou uma ferramenta que permite pagamento de boleto bancário por QR Code. Mas essas ações não são suficientes.
“É preciso haver mais possibilidades de pagamento de serviços para o cliente, como em restaurantes e táxis, uma penetração maior de aparelhos que possibilitem a plataforma e mais ofertas dos bancos”, diz Leonel. “O ideal é ampliar o serviço para qualquer telefone, independentemente de aplicativos, para incluir um maior número de pessoas”, explica.
Existe um serviço de Mobile Wallet sendo desenhado pela Febraban, mas é preciso, antes, conciliar uma distribuição de valor equilibrado entre o chamado “ecossistema” que oferece o pagamento móvel: instituições financeiras, operadoras e comerciantes. “Aposto em um maior envolvimento das instituições e operadoras a partir do próximo ano no Brasil”, diz Leonel.
Evolução do uso
Com o desenvolvimento do uso do celular para transações financeiras, abrem-se novas possibilidades de serviços. Uma delas é o uso da própria plataforma dos bancos para criar programas de fidelidade e ações de Marketing.
“Com a substituição efetiva da carteira pelo celular, pode-se pensar em programas como repositório de créditos e coleção de pontos”, diz Leonel. O Google lançou nos Estados Unidos, recentemente, seu serviço Google Wallet, que já conta com um programa de fidelidade, no qual os consumidores recebem pontos e vouchers de comerciantes ao usar o celular para efetuar as compras.
“Passada a fase de implementação, temos que usar o serviço de forma inteligente para promoções com assinantes e troca de pontos. Poderiam ser criadas recompensas para quem usa mais, como uma ação para manter os clientes. Pode-se pensar até em instituir clubes de ‘prata’, ou ‘platina’, à medida que a pessoa usa mais o serviço”, diz Leonel. “É preciso evoluir muito ainda”, completa. A seguir, assista ao depoimento de Rafael D'Andrea, sócio da ToolBoxTM, explicando sobre a tecnologia de pagamento que pode revolucionar o varejo.
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