"Com experiência de compra diferenciada, empresa francesa chega com 15 marcas até então ausentes do mercado brasileiro. Plano é ter 40 lojas nos próximos cinco anos no país."
*||* Por Isa Sousa || 06/08/2012
Pequenos tentarão se mostrar
Apesar do formato diferenciado, a marca francesa deve enfrentar concorrência em pequenos nichos. A Renner com os perfumes e cosméticos em espaços bem definidos e assimilados pelo consumidor, assim como a recém-inaugurada Zara Home ou ainda as lojas regionais, fortes em seus estados de origem, podem entrar na briga por espaço no setor.
A chegada do grupo reflete, por exemplo, em novas estratégias nos pontos de venda. “São diversos players que podem vir a ter uma concorrência, mas não no formato da Sephora em si, mesmo porque não existem empresas com esse sistema no país. A Renner e a Zara Home podem se destacar em nichos como o de produtos masculinos ou beleza negra. Certamente a chegada da marca francesa ao Brasil vai impulsionar a tomada de novas ações ou mesmo cópia do modelo de experimentação da Sephora”, avalia Paula Warick, gerente de projetos da GS&MD – Gouvêa de Souza, em entrevista ao portal.
A loja online adquirida da brasileira Sacks pelo grupo LVMH - Moët Hennessy Louis Vuitton em 2010, no entanto, pode ser o calcanhar de Aquiles dos outros grupos por aqui. A compra foi o impulso para a empresa francesa chegar ao país: ainda em 2009 a Sacks havia faturado R$ 100 milhões. O Brasil é um mercado emergente na área de perfumaria: o setor fatura R$ 20 bilhões anualmente, o que o leva a estar entre os três maiores do mundo.
A forma única de atuação da Sephora, a pouca concorrência e o mercado em crescimento, não são impeditivos para que a marca encontre desafios pela frente. Além da adaptação à forma de comprar do brasileiro, a expansão agressiva deve ser avaliada criteriosamente. “O principal impeditivo é do ponto de vista imobiliário. Os preços estão exorbitantes. A segunda avaliação é quanto às 40 lojas que ela se propõe. Não é um número inviável, mas, certamente, a Sephora vai ver uma agressividade no pagamento de luvas”, afirma Paula.
Outra dificuldade é enxergar e direcionar o consumidor da loja física. As altas taxas de impostos por aqui refletem diretamente nos produtos, que em comparação aos mercados norte-americanos e europeus podem ser considerados caros.
“Em relação ao imposto não tem o que fazer, faz parte da nossa estrutura brasileira e de nossa economia. Ao estudarmos a vinda para o Brasil já sabíamos disso. Porém, em se tratando de consumidor brasileiro, temos ofertas e oferecemos quase 10 mil itens, que são muito abrangentes. A mulher pode comprar um esmalte ou o último lançamento com tecnologia anti-idade. Somos bastante democráticos, depende muito do que o consumidor quer gastar naquele momento”, avalia Andrea.
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