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domingo, 6 de outubro de 2013

O inferno astral da Coca-Cola e a consolidação de uma nova Era

"EDITORIAL -- EDITOR EXECUTIVO DO MUNDO DO MARKETING."





#*|-:-|*# Postado por Bruno Mello - 04/10/2013





É senso comum no mercado que a Coca-Cola sempre foi a rainha do Marketing. Não apenas na ponta do iceberg da comunicação, mas em sua orientação de negócio calcada no Marketing, gerando uma rica construção de marca, passando pela sua onipresença nos pontos de venda mundo a fora até a relação afetiva com seus consumidores construída ao longo de 127 anos. Tudo isso e muito mais fez da empresa de bebidas a marca mais valiosa do mundo por 13 anos consecutivos.

Até que chegamos a setembro de 2013 e a Coca-Cola, que no Brasil viveu duas semanas de tensão por conta do suposto rato encontrado em uma garrafa do refrigerante, se vê ultrapassada pela Apple e pelo Google de uma só vez entre as marcas de maior valor do mundo. Este fato histórico deixa claro o momento que estamos vivendo hoje, desenhado pelo menos desde 2005, quando o Google estreou na lista da Interbrand: as marcas de maior valor são aquelas capazes de transformar o mundo. Saímos da Era do Papai Noel para entrar na de Bits e Bytes.

O fato de as duas primeiras colocadas entre as mais valiosas serem do setor de tecnologia, incluindo mais três no Top 10, ou seja, a metade, chama atenção por outro recado dado pela lista: a transformação do mundo se dará pelas companhias mais inovadoras. Apple e Google têm feito o trabalho de casa nos últimos anos muito bem feito. Suas invenções transformaram mercados, principalmente o de comunicação, algo que está diretamente ligado às pessoas.

Tanto Apple como Google criaram categorias e seus produtos estão inseridos no dia a dia de bilhões de pessoas no mundo todo, direta ou indiretamente. Smartphones como os atuais são filhos do iPhone. Os tablets todos seguiram o iPad. Quem não utiliza nenhum dos serviços do Google? O buscador, por exemplo, está de tal forma inserido no cotidiano das pessoas que ninguém se imagina vivendo sem ele.

E a Coca-Cola? Há substitutos, embora o número de fieis à marca seja numeroso. A própria companhia sabe que uma bebida com gás é muito pouco para se manter de pé. É preciso transformar. Por isso sua plataforma de comunicação atual prega o compartilhamento, a participação das pessoas como autoras de gestos transformadores e, em última análise, felizes.

A Coca-Cola continua sendo uma das maiores marcas do mundo, enfatiza o relatório da Interbrand. Sua consistência e visão de longo prazo podem sustentar não apenas o terceiro lugar, mas, quem sabe, um dia voltar ao primeiro, uma vez que empresas como Apple e Google que têm como matéria-prima a inovação sabem que não é todo dia que se transforma o mundo. A posição que Apple e Google atingiram só será mantida à custa de mais inovações disruptivas que, infelizmente, não acontecem toda hora.
 

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