"Para vencer a briga eleitoral, candidatos devem enxergar as mídias sociais como um canal de comunicação e de monitoramento das reações estratégicas. Não há espaço para amadorismo."
*#* Por Rodrigo Schmitt | 22/04/2014
Os canais digitais devem cumprir papel decisivo na briga eleitoral deste ano. O gerenciamento dos perfis em redes sociais tem potencial para decidir o resultado que sairá das urnas, acabando com o espaço para amadorismo na área.
As ações que envolvem essas ferramentas já vêm sendo pensadas para permitir a disseminação de informação, o monitoramento das reações dos eleitores e o diálogo dos candidatos com o público. Assim como as corporações fazem com seus produtos e serviços, os políticos precisam vender sua imagem para gerar identificação nas pessoas.
Nem todos os eleitores estão presentes nas redes sociais e na web, mas os formadores de opinião e os jovens estão tornando esse canal de comunicação estratégico. Contratar pessoas para sacudir bandeiras nos semáforos e imprimir milhares de folhetos coloridos dos candidatos não são mais suficientes para obter sucesso. Assim como não basta criar uma página apenas para o período eleitoral, como fez a Presidente Dilma Rousseff em sua conta no Twitter, em 2010.
As redes sociais deixaram de ser uma aposta e passaram a ser realidade. É preciso ter candidatos preparados para atuar neste ambiente e dar continuidade ao trabalho nesses canais de comunicação com o eleitor. “Os políticos não devem fazer outra vez uma campanha digital de ocasião, ou seja, começar a acelerar seus conteúdos e sua participação nas redes apenas no período de votação.
É fundamental estar sempre presente, discutindo plataformas, debatendo e interagindo com o usuário. Eles estão preparados para o evento e não para a rede em si”, diz Risoleta Miranda, Diretora da FSB Digital, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Um olho na TV e outro na web
Gratuito e exibido na televisão e no rádio, o horário político obrigatório das eleições de 2014 terá um diferencial em relação aos anos anteriores. A mudança será em torno das pessoas que irão assistir ao programa enquanto usam a internet. “Esta será uma oportunidade para os candidatos interessados estenderem a sua conversa com o público.
É preciso participar no momento que o internauta se conecta nas redes sociais para comentar a propaganda eleitoral”, explica Gabriel Rossi, Diretor da Gabriel Rossi Consultoria, em entrevista à TV Mundo do Marketing.
O uso correto dos dados disponíveis na web será um importante diferencial para qualquer partido. “A rede será fundamental para candidatos, especialmente para os que têm pouco tempo na televisão e no rádio. Os políticos poderão aproveitar as ferramentas disponíveis na internet para aumentar o tempo de contato com o eleitor. Esta será uma eleição completamente diferente de todas as outras”, comenta Mario Marques, Diretor-Executivo da LabPop Content, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Além do diálogo, é importante haver o monitoramento, para se chegar a um panorama dos assuntos que mais interessam ao eleitorado hoje e quais questões mais criticam em relação aos adversários. Por meio da rede mundial de computadores, os partidos grandes e pequenos podem mapear seus eleitores mais comunicativos, trabalhar com os militantes e segmentar todas as mídias, divulgando a campanha.
Oportunismo nas eleições
O importante neste momento é não se deixar levar pelo modismo de criar canais de comunicação com o público nas diversas plataformas, mas deixar de atualizar as páginas e de interagir com o usuário. No lugar de mero apoio às estratégias de comunicação dos políticos, as contas no Facebook, no Twitter, em websites e em blogs precisam ser constantemente alimentadas com conteúdo de interesse público.
Isso não foi feito por Dilma Rousseff e sua equipe com o perfil no Twitter. A então candidata à Presidência da República utilizou a rede social durante sua campanha de 2010, mas logo após as eleições deixou de atualizar a conta. “A comandante perdeu a oportunidade de continuar conversando com o público e utilizar as ferramentas a seu favor. No caso dela, foi adotada uma estratégia de campanha para o militante e não para o eleitor. O público quer informação e não sangue nas redes sociais”, completa Gabriel Rossi.
A Presidente abandonou a plataforma e recentemente retornou a utilizar a ferramenta para se relacionar com o público. “Aproveitar apenas o momento para gerar conteúdo nestes canais de comunicação é um erro gravíssimo. Isso é coisa de oportunista que pensa nas eleições apenas como um evento. Não dar sequência ao trabalho com o eleitor é considerado um pecado capital no meio digital”, comenta Risoleta Miranda.
Web tem vantagens e desvantagens
As redes sociais apresentam vantagens e desvantagens. “Acredito que este ano vai acontecer uma invasão de candidatos nas redes sociais. Isso tem um lado de aproximação com o leitor, mas também tem o fato de se tornar cansativo para as pessoas. O internauta pode se sentir muito invadido por assuntos supérfluos. Esta será uma eleição em que a rede social vai ajudar os que souberem utilizar as ferramentas e atrapalhar os que apenas publicarem fotos”, afirma Mario Marques.
Cada canal tem sua particularidade e deve ser trabalhado com objetivos e de formas diferentes. O Twitter deve ser usado para monitorar e dirigir o conteúdo para um público bastante segmentado e com um perfil mais politizado. “O Twitter não é mais uma rede social e sim um canal de notícia. Quer saber o que está acontecendo no Brasil e como as informações repercutiram? É só analisar a sua timeline. Ele é o melhor termômetro de busca que existe”, diz Mario Marques.
A rede de Mark Zuckerberg, por sua vez, ganha destaque pelo alcance maior. “O Facebook terá participação extrema em função dos serviços e do maior número de usuários que pode atingir. Os candidatos que desejam dialogar com o eleitor precisam utilizar esta rede social. Ela será a bola da vez”, acredita Gabriel Rossi.
Montanha de informações
Os partidos irão montar suas estratégias de campanha com base nos monitoramentos. As redes sociais poderão fornecer informações para que os profissionais de Marketing desenvolvam ações tentando atingir o maior público possível. É preciso que a estratégia esteja alinhada com as demais ferramentas da campanha. Não basta criar um perfil nas redes sociais e publicar fotos para que os investimentos digitais tenham resultado.
O aproveitamento dos dados contidos no Big Data deve ser maior nas eleições de 2014. “Aqui no Brasil ainda não utilizamos as informações de maneira adequada. O partido que mapear seu público alvo, se relacionar com ele, trocar ideias, pode se beneficiar destes dados. É preciso uma estratégia sólida para prever e antecipar certos comportamentos do eleitor”, diz Gabriel Rossi.
Apesar de estar em evidência no mercado, essa montanha de dados precisa ser analisada criteriosamente na tomada de decisão para gerar informações corretas no futuro. Com esta ferramenta é necessário estudar o que deseja o eleitor e as melhorias que precisam ser feitas nas cidades para, a partir desse contexto, montar uma estratégia que consiga projetar e fortalecer a imagem do candidato.
Veja a entrevista completa de Gabriel Rossi à TV Mundo do Marketing:
As ações que envolvem essas ferramentas já vêm sendo pensadas para permitir a disseminação de informação, o monitoramento das reações dos eleitores e o diálogo dos candidatos com o público. Assim como as corporações fazem com seus produtos e serviços, os políticos precisam vender sua imagem para gerar identificação nas pessoas.
Nem todos os eleitores estão presentes nas redes sociais e na web, mas os formadores de opinião e os jovens estão tornando esse canal de comunicação estratégico. Contratar pessoas para sacudir bandeiras nos semáforos e imprimir milhares de folhetos coloridos dos candidatos não são mais suficientes para obter sucesso. Assim como não basta criar uma página apenas para o período eleitoral, como fez a Presidente Dilma Rousseff em sua conta no Twitter, em 2010.
As redes sociais deixaram de ser uma aposta e passaram a ser realidade. É preciso ter candidatos preparados para atuar neste ambiente e dar continuidade ao trabalho nesses canais de comunicação com o eleitor. “Os políticos não devem fazer outra vez uma campanha digital de ocasião, ou seja, começar a acelerar seus conteúdos e sua participação nas redes apenas no período de votação.
É fundamental estar sempre presente, discutindo plataformas, debatendo e interagindo com o usuário. Eles estão preparados para o evento e não para a rede em si”, diz Risoleta Miranda, Diretora da FSB Digital, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Um olho na TV e outro na web
Gratuito e exibido na televisão e no rádio, o horário político obrigatório das eleições de 2014 terá um diferencial em relação aos anos anteriores. A mudança será em torno das pessoas que irão assistir ao programa enquanto usam a internet. “Esta será uma oportunidade para os candidatos interessados estenderem a sua conversa com o público.
É preciso participar no momento que o internauta se conecta nas redes sociais para comentar a propaganda eleitoral”, explica Gabriel Rossi, Diretor da Gabriel Rossi Consultoria, em entrevista à TV Mundo do Marketing.
O uso correto dos dados disponíveis na web será um importante diferencial para qualquer partido. “A rede será fundamental para candidatos, especialmente para os que têm pouco tempo na televisão e no rádio. Os políticos poderão aproveitar as ferramentas disponíveis na internet para aumentar o tempo de contato com o eleitor. Esta será uma eleição completamente diferente de todas as outras”, comenta Mario Marques, Diretor-Executivo da LabPop Content, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Além do diálogo, é importante haver o monitoramento, para se chegar a um panorama dos assuntos que mais interessam ao eleitorado hoje e quais questões mais criticam em relação aos adversários. Por meio da rede mundial de computadores, os partidos grandes e pequenos podem mapear seus eleitores mais comunicativos, trabalhar com os militantes e segmentar todas as mídias, divulgando a campanha.
Oportunismo nas eleições
O importante neste momento é não se deixar levar pelo modismo de criar canais de comunicação com o público nas diversas plataformas, mas deixar de atualizar as páginas e de interagir com o usuário. No lugar de mero apoio às estratégias de comunicação dos políticos, as contas no Facebook, no Twitter, em websites e em blogs precisam ser constantemente alimentadas com conteúdo de interesse público.
Isso não foi feito por Dilma Rousseff e sua equipe com o perfil no Twitter. A então candidata à Presidência da República utilizou a rede social durante sua campanha de 2010, mas logo após as eleições deixou de atualizar a conta. “A comandante perdeu a oportunidade de continuar conversando com o público e utilizar as ferramentas a seu favor. No caso dela, foi adotada uma estratégia de campanha para o militante e não para o eleitor. O público quer informação e não sangue nas redes sociais”, completa Gabriel Rossi.
A Presidente abandonou a plataforma e recentemente retornou a utilizar a ferramenta para se relacionar com o público. “Aproveitar apenas o momento para gerar conteúdo nestes canais de comunicação é um erro gravíssimo. Isso é coisa de oportunista que pensa nas eleições apenas como um evento. Não dar sequência ao trabalho com o eleitor é considerado um pecado capital no meio digital”, comenta Risoleta Miranda.
Web tem vantagens e desvantagens
As redes sociais apresentam vantagens e desvantagens. “Acredito que este ano vai acontecer uma invasão de candidatos nas redes sociais. Isso tem um lado de aproximação com o leitor, mas também tem o fato de se tornar cansativo para as pessoas. O internauta pode se sentir muito invadido por assuntos supérfluos. Esta será uma eleição em que a rede social vai ajudar os que souberem utilizar as ferramentas e atrapalhar os que apenas publicarem fotos”, afirma Mario Marques.
Cada canal tem sua particularidade e deve ser trabalhado com objetivos e de formas diferentes. O Twitter deve ser usado para monitorar e dirigir o conteúdo para um público bastante segmentado e com um perfil mais politizado. “O Twitter não é mais uma rede social e sim um canal de notícia. Quer saber o que está acontecendo no Brasil e como as informações repercutiram? É só analisar a sua timeline. Ele é o melhor termômetro de busca que existe”, diz Mario Marques.
A rede de Mark Zuckerberg, por sua vez, ganha destaque pelo alcance maior. “O Facebook terá participação extrema em função dos serviços e do maior número de usuários que pode atingir. Os candidatos que desejam dialogar com o eleitor precisam utilizar esta rede social. Ela será a bola da vez”, acredita Gabriel Rossi.
Montanha de informações
Os partidos irão montar suas estratégias de campanha com base nos monitoramentos. As redes sociais poderão fornecer informações para que os profissionais de Marketing desenvolvam ações tentando atingir o maior público possível. É preciso que a estratégia esteja alinhada com as demais ferramentas da campanha. Não basta criar um perfil nas redes sociais e publicar fotos para que os investimentos digitais tenham resultado.
O aproveitamento dos dados contidos no Big Data deve ser maior nas eleições de 2014. “Aqui no Brasil ainda não utilizamos as informações de maneira adequada. O partido que mapear seu público alvo, se relacionar com ele, trocar ideias, pode se beneficiar destes dados. É preciso uma estratégia sólida para prever e antecipar certos comportamentos do eleitor”, diz Gabriel Rossi.
Apesar de estar em evidência no mercado, essa montanha de dados precisa ser analisada criteriosamente na tomada de decisão para gerar informações corretas no futuro. Com esta ferramenta é necessário estudar o que deseja o eleitor e as melhorias que precisam ser feitas nas cidades para, a partir desse contexto, montar uma estratégia que consiga projetar e fortalecer a imagem do candidato.
Veja a entrevista completa de Gabriel Rossi à TV Mundo do Marketing:
Nenhum comentário:
Postar um comentário